http://www.socialismo.org.br/portal/socialismo/196-entrevista/2349-em-cuba-existe-um-grande-debate-publico-ainda-quando-nao-se-reflita-nos-meios-de-comunicacao
Esta que é a "ditadura sanguinária" de Cuba?
Imaginem uma situação hipotética onde os Estados Unidos estão em crise, a economia está estagnada, o país sofre pela falta de recursos e o povo está ficando cada vez mais pobre. Os bancos estão quebrando e os serviços de saúde e educação, se deteriorando. Então o governo resolve dar um basta a essa crise. Especialistas pensam em novas formas de se dinamizar a economia, então levam a discussão a cada posto de trabalho, ouvindo o que cada trabalhador tem a dizer. Depois criam livretos com todas as propostas econômicas e distribuem em massa para a população, incentivando o diálogo. Após uma série de críticas e sugestões vindas do povo, o projeto finalmente vai ao Congresso para ser votado.
Imaginaram? Não é um belo de um projeto democrático e popular? Mas será que isto poderia acontecer nos Estados Unidos ou nas dias "democracias" ? Obviamente que não. No entanto, é exatamente isto que a “ditadura sanguinária” de Cuba está fazendo no que se refere às bases das mudanças econômicas, que a mídia chama de "reforma".
Comentários
Escrito por Salvador Rubicundo
A notícia da demissão de 500 mil servidores do Magnânimo, Estupendo, Fenomenal Líder Carismático Fidel Castro, para o período de 2012-2015, foi amplamente divulgada pelos veículos de comunicação imperialistas.
Como Mestre e Doutor em Regimes Democráticos de Esquerda na América Latina pela USP, com estágio pós-doutoral em Relações Internacionais Subreptícias pela Universidade de Teerã, esclareço aos ideólogos de direita que a demissão em massa da massa de proletários cubanos não se concretizará da forma enviesada como foi apresentada pela mídia imperialista pequeno-burguesa. Trata-se de um experimento sociológico-econômico cubano que, apesar de sacrificar o ingente conforto desfrutado por alguns 500 mil camaradas, vai desmascarar de uma vez por todas a direita reacionária e lacaia do imperialismo ianque.
Antes que se diga que a decisão do admirável Líder se assemelha à repudiada política neoliberal consensualística washingtoniana implantada pelos inimigos da democracia latino-americana, adianto que a salutar medida castrense está situada, a bem da Verdade, a 360º das odiosas pretensões imperialistas, senão vejamos.
No jargão ideológico de direita, quando o capitalista demite em massa, no caso de uma crise que solape os fundamentos econômicos, está ele buscando a sobrevivência da empresa no mercado via redução dos custos de produção, o que permite que ele passe a operar em um novo equilíbrio entre oferta e demanda. Puro blá-blá-blá liberalóide academicista! A frase acima pode ser lida da seguinte forma: quando o capitalista demite em massa, ele quer nada mais nada menos que sacanear o proletariado. Isso porque o capitalista é um ser desalmado, obsedante, cuja voracidade pela extração da mais-valia em desfavor da classe proletária é o móbil de suas ações. Uma aberração moral. Em suma, um perigo para as nossas criancinhas.
Em contrapartida, quando nós, da vanguarda comunista, tomamos uma decisão da mesma magnitude, estamos visando ao bem maior da nação. Disso ninguém – mas ninguém mesmo - deve duvidar, pois, para a intelligentsia, somos nós, a vanguarda comunista, os impolutos bastiões da moralidade pública - e da privada também.
Após uma decisão pensada materialista-histórica-dialeticamente pelos legitimamente auto-intitulados líderes cubanos, o governo decidiu, na luta contra o colonialismo ianque, partir em sentido oposto ao do igualmente democrata Ahmadinejad, legitimado nas urnas com 112% dos votos válidos.
O governo cubano, ao invés de produzir armas de destruição em massa para dissuadir seus adversários políticos, decidiu engendrar um experimento social para mostrar ao mundo que a aplicação de políticas capitalistas de mercado conduzirá a ilha ao colapso econômico, “nunca antes ocorrido na história daquele país” (LULA, 2015), pelo menos desde 1959.
Com isso, Cuba tornar-se-á um laboratório para experimentos políticos desvairados, com o nobre objetivo de trazer á baila a verdadeira verdade sobre o verdadeiro sistema econômico que deve prevalecer na face da terra: o socialismo bolivariano tropicaliente. Com a finalidade de provar que a economia de mercado não funciona, os líderes cubanos decidiram não mais gerir mercearias, sapatarias, alfaiatarias, padarias, confeitarias e outras “ias” mais, com o intuito de aumentar a produtividade da economia, a fim de torná-la mais eficiente, no sentido capitalista dos termos.
Os 500 mil de Cuba são, a bem da Verdade do Partido, voluntários patriotas que abriram mão de seus postos muito bem remunerados no governo cubano em prol do experimento que comprovará o não funcionamento das economias capitalistas.
Os caros leitores já devem ter percebido que os governantes cubanos almejam, por meio do sacrifício demonstrar, na prática, a falácia capitalista da mão-invisível. (A mão invisível não existe!)
Não que a administração cubana seja ineficiente no sentido capitalista da palavra. O regime socialista é superior ao capitalista em todos os aspectos. Cuba provou ao mundo que a igualdade é possível. Cuba é o país mais igual do planeta. Em Cuba, não existem empresários riquíssimos que extraem a mais-valia do proletariado.
Em Cuba, não existem analfabetos. Todos são estimulados, desde a mais tenra infância, a venerar os grandes pensadores da humanidade (Karl Marx, Gramsci, Mao e, como não poderia deixar de ser, o Superlativo Comandante). Em Cuba, o sistema de saúde é universal, tanto que é capaz de atender a totalidade da população que sofre de avitaminose decorrente do embargo norte-americano. Em Cuba, a população não é consumista como no império ianque porque o comércio se dá ao luxo de não vender produtos de luxo, tais como papel higiênico, sabonete e leite.
O que se quer, a bem da Verdade do Partido, com a demissão em massa a ser realizada pelo governo cubano é demonstrar aos reacionários de todos os matizes que medidas capitalistas arruinarão aquele paraíso tropical. Uma vez comprovada a irrefutável vitória do socialismo sobre o capitalismo - ainda que com alguns efeitos colaterais - espera-se que as oposições políticas latino-americanas às instituições representativas do povo se retirem humilhadas do proscênio político, a fim de abrir espaço para o socialismo bolivariano tropicaliente.
Mas se, por alguma razão alheia à razão dialética, não haja comprovação empírica do recente experimento social a ser promovido em Cuba, haverá sempre, para nós militantes de esquerda, a solução mágica do endurecimento com ternura.
Salvador Rubicundo, vermelho até a medula.
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Num estágio ainda mais avançado da Revolução, será possível, inclusive, que cada cidadão proponha, aprove, promulgue e publique ex officio qualquer lei ou mesmo uma Constituição Popular inteira à hora que bem entender, exercendo seu poder de Povo legitimado pela Revolução. O mesmo ocorrerá no âmbito do Poder Executivo (que, a essa altura, já será expressão em desuso, sendo todo e qualquer poder chamado, então, Poder Popular): o delegado popular (qualquer membro do Povo) poderá fazer qualquer obra pública — no momento em que quiser — e terá, para tal, disponibilizada, de imediato, toda a verba necessária — já que ele mesmo poderá liberar essa verba para a obra. Assim, estará extinta toda forma de mais-valia, pois o valor empregado na obra do camarada não será nem sequer 1% alienado da sua proposta inicial e, de quebra, servirá totalmente ao Povo, já que a obra será pública."
Onde houver fé, levarei a dúvida!
O problema já começa aqui:
http://www.socialismo.org.br
Funciona mais ou menos assim:
Será que porque qualquer um que abrir a boca pra debater o contrário do que o partidão prega, acaba fodido ou morto?
- “É isto que dá ao comunismo seu peculiar caráter fanático. Tem sido observado que se trata de uma religião secular (ou de uma fé?) que tem seu céu e seu inferno, seus eleitos e seus malditos, seus livros sagrados e os ungidos que podem interpretá-los. De qualquer maneira, o comunismo é um remanescente das seitas religiosas da Idade Média”. Carew Hunt (A Guide to Communist Jargon).
QUEM EU TENHO QUE MATAR, CAMARADA??
Winston Churchill