"Se você é comunista, por que usa tênis da Nike?”
Pode parecer sem sentido começar um texto com uma frase desse tipo, mas ela reflete bem uma faceta da ideologia burguesa que será analisada e combatida ao longo do artigo. Perguntas do tipo, em suas mais diversas variações, provavelmente já foram ouvidas por todos os comunistas que lerem este texto, mas ela reflete algo muito mais complexo do que uma ingenuidade ou um erro de interpretação cometido por alguém que inicia seus estudos do marxismo. Vamos, então, analisar quais seriam os pressupostos, em dois pontos, daqueles que geralmente fazem uma pergunta do tipo.
1.“O socialismo como negação absoluta do capitalismo”
Que os comunistas defendem um novo tipo de sociedade, a sociedade socialista e comunista, não é nenhuma novidade. Porém, tal sociedade representa uma negação completa da sociedade que ela visa substituir, ou seja, a sociedade capitalista? Vejamos o que diz Lênin, em seu texto Sobre o Imposto em Espécie publicado em Maio de 1921:
"“Nós” voltamos frequentemente a cair neste raciocínio: “o capitalismo é um mal, o socialismo é um bem”. Mas este raciocínio é errado, porque esquece o conjunto das estruturas econômico-sociais existentes, abarcando apenas duas delas."
E continua:
“O capitalismo é um mal em relação ao socialismo. O capitalismo é um bem em relação ao medievalismo, em relação à pequena produção, em relação ao burocratismo ligado à dispersão dos pequenos produtores”
A passagem que citamos, encontra-se em um texto que foi escrito por Lênin, com o objetivo de intervir na luta de idéias no seio do Partido Comunista da União Soviética, em favor da NEP, e sua política que estabeleceu um imposto em espécie aos camponeses russos, para que eles vendessem sua produção excedente após o pagamento do mesmo. Era urgente para os bolcheviques empreenderem a reconstrução econômica da Rússia, que estava devastada após a guerra-civil, e a solução encontrada foi permitir a liberalização de relações mercantis no campo, guiando cada vez mais a pequena-produção para o capitalismo de estado e também utilizando o capitalismo privado para o fortalecimento do socialismo.
Estaria Lênin e os bolcheviques “traindo” o comunismo? Apesar de uma parcela da “esquerda” da época, como os anarquistas e os chamados “comunistas de conselho”, julgamos que não e a própria prática acabou demonstrando a justeza desta concepção leninista da construção socialismo.
Fizemos questão de citar esta passagem do texto de Lênin, pois ela evidencia algo que muitas vezes fica esquecido: O capitalismo não é de todo um mal, se comparado a práticas e formações sociais características de modos de produção mais atrasados, como, por exemplo, o feudalismo, que era uma realidade na época em que os bolcheviques tomaram o poder na Rússia. Ainda em outro texto, publicado em 1918, chamado A tarefa principal de Nossos Dias – Acerca do Infantilismo “de Esquerda” e do Espírito Pequeno-Burguês, Lênin exorta que os comunistas aprendam com o que existe de mais moderno em termos de técnica e organização da produção.
Se defendêssemos concepções como a que serve de base para nossos comentários, não poderíamos demorar mais um minuto para colocarmos Lênin na lista daqueles que “traíram” o socialismo e se venderam ao capital.
Com o que aqui foi exposto, podemos concluir que o socialismo é a superação da sociedade capitalista e não sua simples negação; superação que se dará por meio da socialização dos meios de produção, que necessitam de condições subjetivas e objetivas para serem realizadas. Para construir com êxito a sociedade socialista, é de extrema importância observar e aprender com o que existe de mais avançado em termos de ciência, tecnologia e organização alcançado por países capitalistas mais desenvolvidos.
2. “Comunistas não podem consumir produtos feitos por empresas capitalistas”
O segundo pressuposto é um dos mais recorrentes pela ideologia burguesa dominante. Este argumento deixa mais ou menos implícito que o comunista é aquele que atua contra a ordem estabelecida por meio dos boicotes a marcas famosas de variados tipos de produto. Segundo esta idéia, um comunista não poderia utilizar, por exemplo, um tênis da Nike, pois a marca do tênis é um símbolo importante do capitalismo, sociedade que o comunista combate e que, portanto, segundo o burguês, deveria negar por completo. Os comunistas, por serem críticos da ordem capitalista, deveriam abrir mão de maravilhas do tipo, frutos exclusivos do capitalismo, criações milagrosas da idolatrada figura do empreendedor de sucesso, ou seja, do burguês.
Tal concepção esquece um dado, que para os marxistas é fundamental: Quem produz o tênis da Nike, por meio do trabalho, são os trabalhadores e não o proprietários/acionistas de uma determinada empresa.
Como observou o filósofo espanhol Francisco Umpierrez Sanchez, em texto que aborda um tema parecido, publicado no site Rebelion (Fidel Castro y el chándal de Adidas):
"Diante das pirâmides do Egito o burguês enxerga somente o faraó que as mandou construir, enquanto o marxista enxerga os escravos que a criaram."
Sendo assim, por viver em uma sociedade capitalista e estar necessariamente inserido em relações de produção capitalistas, um comunista também pode consumir os produtos – que antes de tudo são produzidos pelos trabalhadores – das grandes marcas, ainda que desvencilhados de uma visão fetichista da mercadoria. Os produtos são feitos sob o capitalismo, mas antes de representar a marca, a empresa, são frutos do trabalho humano, que é a categoria fundante do homem enquanto ser social. O trabalho também existiu em outras sociedades (escravismo, feudalismo) e continuará existindo na sociedade socialista e comunista.
Gabriel Martinez
http://socialismocientificohoje.blogspot.com/2012/02/as-mistificacoes-da-ideologia-burguesa.html
Comentários
...quando todos os não-alienados sabem que em realidade o comunismo gera isto:
Escrito por Josef Cristianov
Não há dúvidas de que o anti-stalinismo, uma das variações mais intensas do anticomunismo, é uma doença, uma espécie de paranóia, motivada por um medo de admitir uma idéia diferente da sua e que pode chocar pelos reais resultados positivos.
Cria-se um "demônio" para a partir daí justificarem-se preconceitos, ódio e até mesmo construir ditaduras totalitárias anticomunistas, instituir a tortura, a opressão, o genocídio, a fome, o terrorismo, a guerra psicológica, bloqueios econômicos, tiranias e caça às bruxas em diferentes países do mundo.
A Psicose Anti-stalinista Crônica (PAC), que é sinônimo do atual Transtorno Delirante Persistente (Paranóia - CID.10), foi diagnosticada pela primeira vez na União Soviética em 1924, após a morte de Lênin, e coincidiu com a ascensão de Stálin ao poder.
Um dos tipos de PAC é o tipo persecutório, o tipo mais comum entre os direitistas paranóicos ou reacionários delirantes crônicos. O delírio costuma envolver a crença de estar sendo vítima de conspiração, traição, espionagem, perseguição, envenenamento ou intoxicação com drogas ou estar sendo alvo de comentários maliciosos.
De fato, no que se refere ao chamado "stalinismo", que é nada mais do que um apelido pejorativo do bolchevismo (marxismo-leninismo), que terminou sendo adotado em homenagem ao grande líder soviético, os inimigos dos "malvados stalinistas" foram, são e serão incapazes de apresentar argumentos racionais, além de seus tradicionais clichês, contra um dos períodos de maior glória do marxismo, do socialismo científico e da história da União Soviética.
O camarada Stálin foi um revolucionário humanista que pensava no povo sofrido. Os conservadores reacionários tem inveja do nosso grande líder supremo por não terem ninguém com essa bagagem de bondade, fraternidade e lealdade como a do nosso maravilhoso Stálin.
Um exemplo basta para demonstrar o que estou dizendo. Em 1933, Josef Vissarionovitch Stálin resolveu o problema da fome na Ucrânia.
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Sim. Deixou morrer os esfomeados e só ficaram os bem alimentados.
A velha e batida babaquice da mais valia. O operário apenas comparece a uma fábrica que não foi ele quem construiu e utiliza máquinas que não foi ele quem comprou para transformar matéria prima que não foi ele quem comprou em produtos que ele não teria condições de vender. Além de não pagar impostos, contas de água, luz etc. e encargos trabalhistas. Ou correr o risco de perder tudo se a firma falir.
Cada vez mais a produção se torna mecanizada.
A ciência é um metodo que envolve tentativa, erro e correção. O socialismo, já foi tentando, não funcionou e ninguém tentou corrigi-lo, continuam batendo na mesma tecla de novo e de novo, insistindo na baboseira marxista como se fosse um tipo de biblia/revelação divina.
Onde a baboseria do comunismo/socialismo tem ciência em si?
Só se for a ciência do fracasso.
A hipocrisia do comunista é imensa, e ele como sempre é imensamente burro pois:
Nike é uma marca americana, os EUA são o simbolo mais odiado do capitalismo no mundo.
Capitalismo é algo que vocês odeiam e querem transformar em socialismo, apesar de em suas tentativas patéticas, nunca terem conseguido superar os resultados dele.
O comunista não quer para de utilizar os frutos do capitalismo, inventa desculpas de que os produtos do capitalismo são produzidos pelos trabalhadores e que por isso continuam consumindo numa suporta tentativa de apoiar esses trabalhadores, mas no fim acabam ajudando a manter o monstro que tanto odeiam.
Se os comunistas jumentos tivessem alguma consistencia entre discurso e prática, parariam de consumir produtos do capitalismo, produziriam produtos melhores socialistas, derrubariam o capitalismo em vez de apoia-lo e libertariam os pobres coitados dos funcionários das fábricas capitalistas.
Me responda então, se a produção de uma fábrica for 90% feita por máquinas e quase não tiver trabalho humano o comunista/socialista deve para de consumir os produtos dessa fabrica? Deve consumir menos?
Engraçado, comparam o capitalismo com o feudalismo, mas como se pode ver nas fotos acima (postadas pelo Huxley), sempre foram (e são), os paises comunistas/socialistas, que se parecem mais viver na era medieval.
Vamos ver se dessa vez você vai responder algo, ou se vai continuar correndo como um covarde como faz a cada post seu.
- “É isto que dá ao comunismo seu peculiar caráter fanático. Tem sido observado que se trata de uma religião secular (ou de uma fé?) que tem seu céu e seu inferno, seus eleitos e seus malditos, seus livros sagrados e os ungidos que podem interpretá-los. De qualquer maneira, o comunismo é um remanescente das seitas religiosas da Idade Média”. Carew Hunt (A Guide to Communist Jargon).
Fernando com essa sua colocação fiquei pensando, se não é um regime desses que leva a igualdade... hahaha.
Opa, e não é que vc quase me convence do discurso do Encosto... hahaha.
Abraços a todos.
Regimes comunistas podem até levar à igualdade, mas será sempre a igualdade por baixo.
JAMAIS! O povão e os inimigos da Revolução serão igualizados por baixo (da terra, inclusive). Já os líderes e amigos da Revolução serão igualizados por cima, já que ficarão com os bens, mansões, carrões, iates e as outras coisas que eram dos inimigos da Revolução. Sempre foi assim.
"Os indivíduos não existem para satisfazer desejos alheios, nem mesmo de uma minoria, mas sim para viver de forma a explorar ao máximo potencialidades individuais. O indivíduo seria um fim em si mesmo, não um meio sacrificável pelos interesses coletivos" (Rodrigo Constantino explicando o conceito de 'egoísmo racional' de Ayn Rand).
- Opa amigo se você tivesse dois carros um você dava para mim ?
- Claro
- Se você tivesse duas casas uma você dava pra mim ?
- Claro
- Se você tivesse duas mulheres você dava uma para mim ?
- Não
- Como assim nós somos socialista porquê não ?
- Porque essas eu tenho ...
Ps. Ante que me encham o saco é apenas uma piada, e não não acredito que mulheres devam ser tratadas como objetos ....
É preciso mais do que a declaração de um guarda-costas para compatibilizar as fanáticas crenças de Stalin no Bolchevismo e seu Culto à Personalidade com os preceitos do Cristianismo Ortodoxo Russo, cuja melhor expressão era justamente o regime czarista.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!