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Canditatos de extrema-esquerda têm menos de 2% das intenções de voto na França
Esquerda radical francesa continua com discurso comunista vivo
Candidata Nathalie Arthaud, do partido Luta Trabalhadora, entoa a Internacional Socialista ao fim de comício em um subúrbio de Paris
PARIS - Da tribuna improvisada no espaço George Brassens, em Creil, no subúrbio de Paris, Nathalie Arthaud, autointitulada a única candidata comunista nas eleições presidenciais francesas deste ano, lança sua invariável saudação ao auditório:
— Trabalhadoras, trabalhadores, camaradas e amigos!
No rastro de sua predecessora, a quase lendária Arlette Laguiller, a militante de extrema-esquerda postula o Palácio do Eliseu pelo partido Luta Trabalhadora (LO, na sigla em francês), histórica agremiação trotskista fundada em 1939.
Seu inflamado discurso, dirigido a uma modesta mas atenta plateia, procura conquistar votos para o primeiro turno do pleito presidencial no próximo domingo, embora sua cartilha a impeça de acreditar no poder das urnas:
— Eleição é um epifenômeno, um acidente da vida política. Sabemos que as revoltas são momentos raros na História. Hoje ainda não há uma consciência dos trabalhadores para mudar as coisas, é uma cólera impotente, mas quando esta mobilização chegar, as nossas ideias podem render seus frutos. Não será a esquerda tradicional que fará isso.
Entre as propostas, proibição de demissões
Junto com o Novo Partido Anticapitalista (NPA) — a outra sigla que defende a revolução do proletariado, liderada por Philippe Poutou, operário na montadora Ford — a esquerda radical francesa deverá rondar, de acordo com as pesquisas de opinião, os 2% na intenção de votos dos eleitores. Contra “a falsa democracia do sufrágio universal comandada pela burguesia capitalista”, em suas próprias definições, os dois candidatos aproveitam ao máximo a vitrine proporcionada pela campanha eleitoral para divulgar suas mensagens, certos de que, cedo ou tarde, a revolta popular eclodirá e os trabalhadores necessitarão de sua liderança revolucionária.
Entre suas propostas imediatas estão a proibição por lei de toda e qualquer demissão, a elevação do salário mínimo para 1,7 mil — com um gatilho automático de indexação a cada aumento de preços ao consumidor — e a expropriação total dos bancos, sem ato de compra ou de indenização.
Para Sébastien Ollier, 33 anos, professor e militante da LO, a falta de votos para a extrema-esquerda hoje é apenas um detalhe, provocado pelo descrédito adquirido com as experiências comunistas e socialistas do passado, incluída a do presidente François Mitterrand, que nos 14 anos em que governou a França (1981-1995) “traiu a causa socialista e impôs o rigor e a austeridade aos franceses”:
— Mas a simpatia dos trabalhadores pelo discurso de Nathalie Arthaud é real. Hoje, os trabalhadores sabem que as eleições não mudarão nada e que é preciso passar por lutas. Jean-Luc Mélenchon (candidato da Frente de Esquerda) fala de revolução das urnas; nós defendemos uma política de lutas.
A jovem estudante Louise Benchabane, de 17 anos, ainda não tem idade para votar, mas procura se manter politicamente informada, e foi conferir o encontro da LO. Mas não pareceu muito convencida:
— Acho o discurso deles um pouco radical: é a aplicação da teoria marxista, da luta de classes. São ideias que me dão um pouco de medo. Se ocorrer tudo o que ela diz, será o paraíso para os operários, mas não tenho certeza se para a sociedade em geral.
Já o aposentado William Minart, 60 anos, acusa os demais candidatos de esquerda de muito palavreado e pouca ação:
— Eu acredito no comunismo. A Nathalie Arthaud é simpática, ela explica as coisas de forma simples. O François Hollande (o candidato do Partido Socialista) me parece muito frouxo para comandar o país. Já o Mélenchon é um arrivista: ele também quer a sua parte do bolo.
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Comentários
Quem vai contratar operários se é proibido demitir?
Quem investirá num país que expropriou seus bancos sem indenização?
E o pior é que há uns sem-noção (inclusive aqui no RV...) que aplaudem essa gente.
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Sou só eu ou todo comunista parece ter a mesma cara de retardado, que não sabe qual vai ser o próximo passo que vai dar? Nem pra sair do palco.
- “É isto que dá ao comunismo seu peculiar caráter fanático. Tem sido observado que se trata de uma religião secular (ou de uma fé?) que tem seu céu e seu inferno, seus eleitos e seus malditos, seus livros sagrados e os ungidos que podem interpretá-los. De qualquer maneira, o comunismo é um remanescente das seitas religiosas da Idade Média”. Carew Hunt (A Guide to Communist Jargon).
A extrema esquerda francesa é a mais festiva das que conheci. A pura esquerda caviar, burgueses a brincar às revoluções. Não me espanta que a voz da extrema direita faça mais sentido junto dos trabalhadores.
Adoraria estar a assistir às eleições no terreno, tal como em 2007. França é a minha segunda pátria, se é que se pode pertencer a duas nações..
Também fornecem cocaína ilimitada e "na faixa" para usuários.
Pra você ver que as promessas comunistas estão cada dia mais chinfrins.