Hambúrguer artificial vai sair neste ano, diz cientista holandês
GIULIANA MIRANDA
ENVIADA ESPECIAL A VANCOUVER
O primeiro bife (ou hambúrguer) de carne artificial deve estar pronto em até um ano, de acordo com pesquisadores que revelaram dados sobre a inusitada meta em um dos maiores congressos científicos do mundo.
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Resta saber quem conseguirá o feito. Houve até troca de farpas entre grupos concorrentes de biólogos durante uma apresentação conjunta na reunião da AAAS (Associação Americana para o Progresso da Ciência) em Vancouver, no Canadá.
Mark Post, pesquisador da Universidade Maastricht, na Holanda, saiu na frente, pelo menos no quesito atenção midiática, e afirmou ao jornal "Financial Times" que deve apresentar o primeiro hambúrguer de laboratório em agosto deste ano.
Em uma entrevista à imprensa após a declaração, porém, Post admitiu que ainda não provou o produto, feito pelo cultivo de células-tronco, de uma maneira similar à empregada com essas células para fins médicos.
"Ainda não conseguimos obter material suficiente para ser cozido", afirmou ele.
A afirmação deu margem para que Patrick Brown, da Faculdade de Medicina da Universidade Stanford (EUA), criticasse o colega.
"Com todo o respeito pelo trabalho do Mark [Post], eu acho que o uso de células-tronco não é uma alternativa viável economicamente."
Brown afirmou que seu grupo trabalha com um método muito melhor, mais eficiente e barato. "Sim, já provei meu produto. E ele tem um gosto muito bom", disse.
Como essa suposta carne artificial revolucionária é feita, no entanto, ele não quis dizer. Brown se limitou a afirmar que é feita uma espécie de engenharia reversa da proteína e gordura animal.
VERSÃO 2.0
"Nós pensamos nas características que a carne tem e que nós queremos reproduzir. A partir daí, procuramos maneiras alternativas de desenvolvê-las em laboratório, de um modo mais eficiente."
O objetivo da carne artificial, dizem os cientistas, não é atingir o público vegetariano, mas sim os "adoradores de carne". Eles procuram criar uma alternativa com bom preço, sabor agradável e valor nutricional compatível com o da carne natural.
Tanto Brown quanto Post classificaram a criação de animais para a produção de carne como obsoleta e inimiga do ambiente. Um quinto das emissões globais de gases do efeito estufa está ligado à prática, que também consome muita água.
"É uma maneira muito ineficiente de transformar vegetais em proteína. Só aproveita 15%. Em laboratório, nós podemos mais", disse Brown.
Ambos os cientistas se recusaram a revelar quem financia suas pesquisas, mas sinalizaram que há empresas de tecnologia envolvidas.
Comentários
Não.
Você não era emo, digo, végan?
Não vindo com recheido de azeitonas, tudo bem. Odeio azeitonas.
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