(A seguir, um apanhado das ideias de um livro recomendável apenas para aqueles que não se incomodam com o risco de fazer projeções da ciência e da tecnologia de décadas do futuro.)
No futuro, seremos como os deuses mitológicos um dia adorados e temidos. Os computadores obedecerão aos comandos de nossos pensamentos e atenderão nossos desejos. Também poderemos usar o mesmo tipo de comando ao mover os objetos através de telecinese. Construiremos corpos impecáveis e estenderemos drasticamente o nosso tempo de vida. Construiremos engenhocas e outros objetos úteis quase a partir do nada. Nos transportes na Terra, viajaremos pelos céus através de veículos velozes quase sem combustível. Em viagens espaciais, “içaremos nossas velas” em direção às estrelas e as alcançaremos.
Tudo isso se assemelha a uma mágica que só parece plausível daqui a milhares de anos? Michio Kaku levanta a possibilidade de que todas essas coisas ocorram até daqui a aproximadamente um século.
À essa altura da leitura deste texto, o leitor já deve ter pensado: “Prever o futuro da tecnologia é muito arriscado”. Kaku concorda com a assertiva, mas faz duas observações importantes. Em primeiro lugar, alguns dos erros mais famosos de futurologia são aqueles que subestimaram o ritmo da evolução tecnológica. Segundo, muitos autores que nasceram antes do século XX, como Júlio Verne e Leonardo da Vinci, surpreendem as pessoas de hoje pela sua capacidade de acerto de previsões que parecem irreais até para os intelectuais da sua época. No caso de Júlio Verne, que jamais foi cientista, sabe-se qual era o seu “segredo”. Conversar com cientistas de diferentes áreas sobre as perspectivas dos progressos tecnológicos em seus campos de especialização. Foi justamente isso que fez Kaku na sua obra
A Física do Futuro, ao consultar várias dezenas de especialistas nas áreas de tecnologia de computadores, nanotecnologia, biotecnologia, telecomunicações, entre outras.
Por fim, lembro de Kaku fazer as principais ressalvas sobre possíveis alegações contrárias as suas previsões. Uma é que as projeções das invenções mencionadas são consistentes com as leis da física (como se sabe, consistência é um conceito diferente de necessidade ou suficiência). A outra é que a maioria das invenções projetadas já tem protótipos disponíveis ou os alicerces para a construção das mesmas já foram implantados.
Estes são os setores alvos das projeções: (1) Computadores; (2) Inteligência Artificial (IA); (3) Nanotecnologia; (4) Medicina; (5) Energia; (6) Viagens Espaciais; (7) Economia; (8 ) Tipos de Civilização. Vamos aos detalhes...
1. Computadores
* Como atualmente um chip pode ser pequeno a ponto de ser colocado numa película de polímero de lentes de contato, o futuro nos reserva internet em lentes de contato e óculos. Isso já faz acontece nos protótipos que Kaku citou no livro. Ademais, há a aposta de que os cursores de nossos computadores serão movidos por comandos de pensamentos, também como nos protótipos que Kaku citou no seu livro. (Ademais, o iBrain também seria citado, caso não tivesse sido uma invenção apresentada depois da publicação do livro).
* A realidade virtual será ampliada com a tecnologia táctil. No futuro, poderemos passar as férias em Marte sem sair de casa.
* Óculos especiais fundirão o real e a realidade virtual, permitindo que certos detalhes dos objetos desapareçam, enquanto outros permanecem intactos. Isso ajudará vários profissionais. Por exemplo, operários de construções subterrâneas poderão utilizar os mesmos para enxergar como canos, fios e válvulas se conectam ao fazerem um reparo de rotina. Atualmente, óculos que fundem realidade virtual e o real já existem.
* Depois da televisão 3D, vem aí a TV holográfica, que permitirá que assistemos uma partida de futebol como se estivéssemos caminhando por dentro do campo.
* Pacientes com lesões na medula controlarão braços e pernas mecânicos. Tal como aconteceu no caso em que neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis implantou um chip no cérebro de um macaco e permitiu o controle do braço robótico por ondas cerebrais pelo animal.
* O aparelho de imagem de ressonância magnética funcional do futuro tirará fotos do pensamento visual e dos sonhos, tal como já acontece de forma rudimentar nos aparelhos mais modernos atuais. (Atualmente, já é possível criar uma imagem do que a mente está lembrando ou sonhando, embora essas não sejam consideradas exatamente “fotos”. Eletrodos miniaturizados captam as imagens cerebrais e as projetam numa grade, e depois essas imagens são decodificadas num computador).
* Teremos computadores que superarão a capacidade computacional do cérebro humano.
2. Inteligência artificial (IA)
* Com o avanço da IA, haverá robôs por toda parte ocupando empregos de seres humanos, sobretudo aqueles em que as tarefas são simples e repetitivas (teremos cozinheiros-robôs, por exemplo). E as máquinas poderão ser incorporadas como partes do corpo de pessoas sadias, o que inaugurará a era dos cyborgs.
* Ainda assim, durante grande parte do século XXI, um computador não poderá substituir completamente um cérebro humano, principalmente no que diz respeito ao que Kaku chama de “reconhecimento de padrões” e “bom senso” (intuição?).
* Além da fusão com robôs, especialistas em robótica como Hans Moravec sugerem que poderíamos nos transformar nos próprios objetos que construímos. Faríamos isso ao submetermos a uma cirurgia que substituísse cada neurônio de nosso cérebro por um transistor dentro de um robô. Poderíamos fazer o download de nossa personalidade inteira num computador.
* Se a IA forte se desenvolver, que preocupações elas poderão gerar além de uma revolução dos robôs como a da Skynet de Exterminador do Futuro? Como evitar tais conflitos? Quatro observações interessantes foram feitas:
(a) Podemos colocar um chip no cérebro de cada robô para que ele desligue automaticamente ao apresentar o menor indício de intenção assassina ou agressiva. Ao menor comando de voz, um robô suspeito seria desligado...
(b) Ou podemos criar robôs especializados em reajustar robôs transviados ou ter especialistas humanos que façam isso (como no filme Blade Runner).
(c) Leis impostas de fora para dentro como as leis robóticas de Asimov talvez não funcionassem, pois isso na verdade poderia incentivar os robôs a desenvolver meios inteligentes de contornar as leis. Assim, não haveria nenhuma moralidade artificial suficiente para controlá-los e eles teriam sim liberdade para cometer agressões. Os robôs, apesar disso, poderiam ser programados desde o começo para ajudar humanos. O cenário mais provável é que iremos projetá-los, desde o princípio, apenas para fazer tarefas úteis e benevolentes.
(d) O problema em todos os casos é o fato que atualmente os maiores financiadores de IA são as Forças Armadas, que usam a robótica para caçar, rastrear e matar humanos.
* Teremos o carro sem motorista. Isso é o que já há no caso da corrida do DARPA Urban Challenge, um evento que busca incentivar o desenvolvimento de veículos autônomos para uso em operações no ambiente urbano. Um dos ralis conseguiu simular bem o trânsito urbano de uma cidade para testar a habilidade dos veículos autônomos.
* Exploraremos supercondutores para produzir telecinese através do magnetismo. O primeiro princípio que permitirá futuramente isso é que em todas as coisas poderão ser implantadas um chip, o que as tornam inteligentes. O segundo princípio é que essas coisas terão um pequeno supercondutor que provocará explosões magnéticas que moverão o objeto de um lado para o outro.
3. Nanotecnologia
* O uso de nanopartículas será um exemplo do papel crucial da nanotecnologia no avanço da medicina do século XXI. Os protótipos desta tecnologia já foram apresentados. Num dos casos, essas nanopartículas podem absorver luz em determinada frequência. Focalizando-se nelas um raio laser, elas se aquecem, ou vibram, destruindo células cancerosas nas suas vizinhanças ao romperem suas paredes.
* Usando a mesma tecnologia de gravação usadas nos chips de computador, será possível gravar um chip no qual existam áreas microscópicas que detectam sequências específicas de DNA ou células cancerosas. Utilizar nanosensores no corpo para detectar doenças, como o câncer, antes que elas venham causar males será uma grande revolução na medicina.
* Um passo adiante da nanopartícula é o nanocarro, que é um dispositivo que pode ser guiado em suas viagens dentro do corpo. A vantagem é que eles serão como aqueles aviõezinhos controlados por controle remoto que podem ser amplamente comandados e pilotados. Ademais, um carro molecular poderá empurrar um minúsculo robô que ataca as células cancerosas e entrega drogas salva-vidas até locais precisos do corpo.
* Cientistas da Intel acreditam no avanço substancial da tecnologia de materiais programáveis chamados catoms. Segundo eles, a tecnologia avançará ao ponto de tornar realidade a completa mudança da forma de objetos, tal como acontece no andróide assassino T-1000 de Exterminador do Futuro 2. Guardar celulares em bolsos apertados será mais fácil no futuro...
* Um projeto ainda mais ambicioso será a construção de um montador molecular ou um replicador. Poderemos construir objetos a partir de outros quase a partir de nada, ou melhor, a partir de um conjunto de materiais brutos que seriam transformados no momento do aperto do botão de um replicador. Trilhões e trilhões de nanorobôs convergiriam esses materiais brutos, cada um deles programados para desmontá-los, e em seguida remontá-los em um produto totalmente novo. Assim, poderíamos fabricar qualquer coisa. Talvez prédios ou cidades inteiras fossem construídos assim. Um replicador seria a maior invenção de engenharia da história da humanidade, mas Kaku não dá como certo que ele será inventado até 2100 (ou talvez até o fim da existência humana)
4. Medicina
* Os custos do mapeamento do genoma continuarão a cair ininterruptamente. Consequentemente, um número grande de pessoas comuns terá seu genoma gravado em um CD-ROM, tendo acesso aos seus segredos genéticos. Isso permitirá tratar com antecedência de males hereditários, tais como certos tipos de câncer.
* Com a biotecnologia da engenharia genética e o conhecimento completo do genoma, poderemos por nosso conhecimento até para curar casos como a depressão crônica e usar a bioquímica mais adequada para sermos mais felizes.
* Poderemos aumentar nossa inteligência adicionando uma camada extra de neurônios.
* Em resumo, poderemos reconstruir nossos rostos e nossos corpos, tal como na história de A Bela e a Fera. Também retardaremos drasticamente nosso envelhecimento, talvez fazendo setentões parecerem pessoas de vinte e poucos anos.
* Desenvolveremos novos órgãos para substituir os que se danificam e adoecem, usando engenharia de tecidos e células-tronco.
* Injetaremos coquetel de proteínas e enzimas para ajudar nos mecanismos de reparo de células, regular o metabolismo, acertar o relógio biológico e reduzir a oxidação.
* Também é bom mencionar o papel da futura "terapia genética", que será usada para alterar genes que retardam o processo de envelhecimento.
* Pessoas comuns usarão consultas de um médico virtual, fazendo isso no seu próprio banheiro, que estará mais equipado que um hospital moderno. (Atualmente já existem programas de inteligência artificial que fazem diagnósticos de patologias com relativa eficácia).
* Poderíamos usar a fusão de células e silício não apenas para curar-nos dos males, mas para criar capacidades extra-humanas. Ouviríamos sons que só os cães ouviriam, e viríamos raios X, radiação UV e infravermelha.
5. Energia
* Não há nada nas leis da física que nos impeça coletar energia diretamente do Sol. O ministério do comércio da Japão já iniciou um plano para testar a exequibilidade de um sistema de energia espacial por satélite. Tal sistema poderá se tornar realidade até 2100.
* O povo do século XXI verá a chegada da era do magnetismo na energia. Ela terá um papel especialmente útil no nosso sistema de transportes. Atualmente, grande parte da energia de nossos veículos é consumida para vencer o atrito. Todavia, supercondutores à temperatura ambiente poderiam produzir superímãs capazes de erguer carros e trens, e fazê-los pairar sobre o ar. Com os pavimentos de supercondutores, teríamos carros e trens voadores que flutuariam pelos céus gastando pouquíssima energia, tendo apenas a resistência do ar para ser vencida.
6. Viagens espaciais
* Nossos telescópios detectarão planetas extrassolares do tamanho da Terra, inclusive buscando aqueles que têm água líquida. Teremos um catálogo enorme de “outras Terras”, o que preparará a base para a exploração interestelar.
* Enviaremos uma sonda para o interior do oceano líquido de Europa (lua de Júpiter) que fica a 10 km sob a sua capa de gelo. Faremos isso investigando a possibilidade de vida nesse satélite jupiteriano.
* Poderemos terraformar Marte, elevando a temperatura do planeta injetando metano ou outros gases estufa na atmosfera do Planeta Vermelho e acelerando o processo com a introdução de algas terrestres. Dentre as possibilidades sondadas para dar início ao processo está o desvio de um cometa que possa gerar um grande impacto no Planeta Vermelho.
* Até 2100, teremos dado os primeiros passos para a exploração das viagens interestelares. Há várias formas de propulsão de naves que poderão ajudar o alcance de velocidades próximas a da luz. Fusão ramjet, foguete nuclear e foguete de antimatéria estão entre os candidatos. No caso do último, por exemplo, estima-se que cerca de uma centena de gramas de antimatéria nos levariam até as estrelas mais próximas.
* Ademais, lançaremos sondas que incorporam os benefícios da nanotecnologia. Poderemos economizar combustível lançando minúsculas nanonaves. Essas poderiam ser impulsionadas pelo campo magnético de Júpiter ou ser lançadas por aceleradores de partícula daqui da Terra.
* Poderemos reduzir drasticamente o custo das viagens espaciais construindo elevadores especiais de 36.000 km de altura com a ajuda de nanotubos de carbono.
* Se o Seti sobreviver, seguirá avançando com os radiotelescópios que vasculharão um número de estrelas na magnitude dos milhões. Também seguirão as buscas pelas famosas “esferas de Dyson” (
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esfera_de_Dyson). Kaku dá um palpite que encontramos evidência de uma civilização inteligente até 2100.
7. Economia
* Devido ao avanço da IA e da robótica, as tarefas de emprego do século XXI que sobreviverão serão aquelas que as máquinas ainda não poderão fazer, principalmente no que diz respeito ao de “reconhecimento de padrões” e “bom senso”.
* Para quem trabalha de macacão (operários), aqueles que fazem trabalhos puramente repetitivos perderão seus empregos, tal como os operários que trabalham na montagem de automóveis.
* Surpreendentemente, catadores de lixo, policiais, trabalhadores da construção, encanadores e jardineiros manterão seus empregos.
* Dos que trabalham nos escritórios perderão aqueles envolvidos em trabalhos de intermediários, fazendo inventários e “contando feijões”. Agentes de nível inferior como corretores, caixas, contadores, etc. verão seus postos de trabalho sumirem. Mesmo atualmente, um cliente pode pesquisar o preço da passagens aérea pela internet e comprá-las, passando por cima do agente de viagens.
* Os grandes vencedores serão aqueles que têm empregos ligados à criatividade, ciência, inovação, liderança, análise e arte-final.
* Em 2100, o capitalismo intelectual reinará absoluto na Terra. No capitalismo intelectual, o conhecimento e as habilidades serão as únicas vantagens comparativas das nações. Isso deixará o capitalismo de commodities obsoleto. Não só o preço de muitos dos recursos naturais baixaram nas últimas décadas, como os países que tem indústria e pauta exportadora baseada em amplo conteúdo inovativo-tecnológico foram os que mais se desenvolveram nas últimas décadas. Não há expectativas que esse cenário mude.
8. Tipos de Civilização
* Até 2100, teremos consolidado a chegada ao Tipo I de civilização da escala de Kardashev (
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_Kardashev). Depois de ter alcançado o poder dos deuses mitológicos com a ciência e tecnologia de 2100, a humanidade seguirá sua jornada obtendo controles cada vez maiores sobre a natureza. Apesar disso, trata-se de uma transição muito perigosa e nada garante que não nos extinguemos.
* Na escala II de Kardashev, seríamos imortais. Desviaríamos meteoros e cometas que ameaçassem se chocar com a Terra e reverteríamos as eras glaciais. Poderíamos afastar o nosso planeta do Sol caso esse ameaçasse virar uma supernova ou exploraríamos os sistemas estelares a centenas de anos-luz, caso não fosse possível desviar a órbita da Terra. Assim, nenhum fenômeno natural poderia extinguir a nossa civilização (nota minha: a exceção talvez fosse um possível ataque belicista de uma civilização mais avançada). Alcançar esse estágio demorará milhares de anos, estima Kaku.
* Na escala III de Kardashev, estaríamos tão avançados em tecnologia que sondaríamos a energia de Planck, uma magnitude de energia tão grande que é capaz de rasgar o tecido do espaço-tempo. Isso permitiria explorar túneis interdimensionais, como as pontes de Einstein-Rosen (se essas existirem). Nessa fase, já teríamos explorado a galáxia inteira com a ajuda de sondas de Von Neumann replicáveis. (nota minha: aqui, eu acredito que Kaku se esqueceu de mencionar que talvez estaríamos prontos para fazer viagens no tempo).
Comentários
Os deuses do Olimpo e de Asgard ainda têm "aparência divina" para os padrões atuais. Os "deuses conjecturados" de 2100 são comparáveis a eles.
Será mesmo? Nas projeções dele, predominam coisas cujos protótipos das tecnologias mencionadas já existem e que estão na vanguarda de investigação prioritária dos cientistas. Basta fazer uma comparação com Júlio Verne...
Em 1863, o escritor francês previu que em 1960 (97 anos a frente de seu tempo!) as pessoas teriam arranha-céus de vidro, ar-condicionado, TV, elevadores, trens de alta velocidade, automóveis movidos a gasolina, máquina de fax, e até mesmo algo que se assemelha a internet (essa surgiu na década de 1960). Sem falar na previsão da viagem do homem à Lua. Ele previu o tamanho da cápsula dentro de alguns pontos percentuais, a localização de lançamento da Flórida, o número de astronautas da missão, o comprimento do tempo de quanto a viagem duraria e a aterrisagem final no oceano.
(Dados retirados de A Física do Futuro)
Carro anfíbio já existe:
Mochila a jato também já existe:
A disseminação comercial dos produtos citados é que não existe, uma coisa que está relacionada com o custo. A maioria das previsões que pus no primeiro post deste tópico não diz nada a respeito da disseminação comercial dos produtos.
Temos helicópteros, carros são específicos para rolar pelo chão e são mais baratos que helicópteros justamente por isso. Nessa previsão deveriam ter considerado o custo-benefício também e a dificuldade de se controlar um tráfego aéreo com milhares de carros voadores.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Resultando num risco muito maior de colisões, que atingiriam um número muito maior de alvos e com consequências muito mais graves.
Sem falar no fim da privacidade e da segurança se todo mundo pudesse voar para onde quisesse.
imagina a qtidade de gente q iria enfiar os carros em prédios...
Ainda que prever o futuro seja muito arriscado, não é preciso tomar o desempenho de um ou mais futurólogos como modelo de previsão do desempenho futuro de outro, visto que as situações, as circunstâncias e as qualificações de cada um quase nunca são as mesmas.
Kaku provavelmente está acima da média dos que tentaram prever o futuro:
1. O livro dele é baseado em entrevistas com mais de 300 cientistas top.
2. Todo o desenvolvimento científico, mencionado no livro, é consistente com as leis conhecidas da física.
3. As quatro forças e as leis fundamentais são conhecidas, não esperamos grandes mudanças na nova legislação.
4. Os protótipos das tecnologias mencionadas no livro já existem.
5. O livro foi escrito por um “insider”, que tem um olhar em primeira mão das tecnologias que estão na vanguarda de investigação.
Algumas das circunstâncias semelhantes às mencionadas acima estavam presentes nas previsões de Júlio Verne, escritor que previu o ar-condicionado, a máquina de fax, o arranha-céu de vidro e outras coisas expostas na lista abaixo:
http://jvernept.blogspot.com.br/2011/03/8-invencoes-de-julio-verne-que-se.html
É curioso que existiram "futurólogos de tecnologia" que fizeram previsões de coisas que foram inventadas antes de suas respectivas profecias:
http://www.tecmundo.com.br/carro/26461-carro-voador-de-1954-pode-ser-seu-por-r-2-5-milhoes-video-.htm
Acho que esse caso específico talvez foi um exemplo da atuação exclusiva da figura de analista de mercado.
Kaku menciona que a regra dos famosos futurólogos de tecnologia que erraram por larga margem foi o pessimismo, e não o otimismo. Quando eu pus esse tópico em outro fórum apareceu um forista cético da futurologia que mencionou quase que exclusivamente os erros de caráter pessimista. Eis aqui eles:
"Acho que haverá um mercado mundial para no máximo cinco computadores." Thomas Watson Jr. (1874-1956), presidente da IBM, em 1943.
“640 K é mais do que suficiente para qualquer um” - Bill Gates, 1981
“Viajei por todos os lados neste país, e posso assegurar-lhes que processamento de dados é uma ilusão que não perdura até o fim do ano” - O editor encarregado de livros técnicos da Prentice Hall, 1957
“Não há nenhuma razão para que alguém queira ter um computador em casa” - Ken Olson, presidente e fundador da Digital Equipment Corp.,1977
"O mouse torna o computador mais acessível, mais amigável, para determinados públicos-alvo, como executivos? A resposta é não." Matéria da revista Computerworld em 1983
"Não há [nenhuma] evidência de que as pessoas querem usar estas coisas [mouse]" John C. Dvorak em 1984
“Este ‘telefone’ tem inconvenientes demais para ser seriamente considerado um meio de comunicação. Esta geringonça não tem nenhum valor para nós” - memorando interno da Western Union, 1876
"É uma grande invenção, mas de qualquer forma, quem iria usar isso?" Rutherford Hayes, recém-eleito presidente dos EUA em 1876, sobre a invenção do telefone.
"Os norte-americanos podem precisar do telefone, mas nó não. Temos muitos mensageiros” - Sir William Preece, engenheiro chefe do Correio britânico em 1876
"Não há chance alguma de comunicações por satélite serem usadas para melhorar os serviços de telefonia, telégrafo, televisão ou rádio dentro dos Estados Unidos” – T. Craven, Membro do Federal Communications Comission (dito em 1961)
“Máquinas [voadoras] mais pesadas do que o ar são impossíveis” - Lord Kelvin, presidente da Royal Society, 1895
“Aviões são brinquedos interessantes mas sem nenhum valor militar” - Marechal Ferdinand Foch, Professor de estratégia, Ecole Supérieure de Guerre, Paris.
“O professor Goddard não conhece a relação entre ação e reação e a necessidade de ter algo melhor do que o vácuo contra o qual reagir. Ele parece não ter o conhecimento básico ensinado diariamente em nossas escolas secundárias” - Editorial do New York Times em 1921 a respeito do estudo revolucionário de Robert Goddard sobre os foguetes.
“Broca para petróleo? Você quer dizer furar o chão para encontrar petróleo? Você está louco” - Operários que Edwin L. Drake tentou contratar para seu projeto de prospecção de petróleo em 1859.
“Tudo que podia ser inventado já o foi” - Charles H. Duell, do Departamento de Patentes dos Estados Unidos, 1899, ao propor o fechamento da sessão de registro de novas patentes.
Mas os livros de ficção dele talvez tivessem uma previsão implícita da data, uma vez que os autores de ficção científica geralmente tomam cuidado para que sua fantasia não destoe muito da realidade futura. Mais de um vez, as histórias de Verne se passavam em algum ano futuro. Na obra Paris, por exemplo, a ficção se passava em 1960.
Começando
-ÓCULOS DO GOOGLE
http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/06/google-anuncia-que-oculos-do-futuro-serao-vendidos-por-us-15-mil.html
-REALIDADE AUMENTADA
Tem até reliadade aumentada com satélites: Project Blue Beam
Acho que seu futuro de 2100 ta mais pra daqui uns 4 ou 5 anos no máximo meu bruxo...
Essas frases nao sao necessariamente exercicios de futurologia, mas consideracoes realistas sobre um cenario atual.
Quando Bill Gates afirma que 640K sao suficientes, ou quando Thomas Watson fala de um "mercado global para 5 computadores", eles se referem ao presente e futuro proximo, que e o dominio onde previsoes fazem sentido.
E como se alguem disser hoje que 8Gb de memoria sao suficientes para a maioria dos usuarios de PC. Essa frase esta firmada na realidade presente e nao na realidade de 20 anos onde potencialmente teremos memorias de 30 Terabytes nos chips de telefonia celular instalados no nosso cerebro.
Eles nao falam de um horizonte de 100 anos, porque suas companias nao trabalham com horizontes de 100 anos.
Marechal Foch ao falar da inutilidade militar relativa de avioes tambem se refere ao contexto de guerras recentes, no caso, conflitos coloniais anteriores a primeira guerra.
E na propria grande guerra de 14 o papel da aviacao foi secundario.
Alem disso esse tipo de afirmacao tem
E como, pior que quando era criança sonhava em viver esse futuro a lá Jetsons.
― Winston Churchill
Dois itens representam mais de 50% dos itens que citei?
Mais de uma vez, acho que deduziram algo que eu não disse nesse tópico. Em nenhum momento falei que as previsões de Kaku eram a visualização do que só acontecerá em 2100 ou daqui a aproximadamente 100 anos. As previsões dele são para ATÉ 2100, ou seja, é predito que irão acontecer em 2100 ou antes disso. Na verdade, cada ramo de previsão do livro de Kaku têm três seções: "até 2030", "de 2030 até 2070" e "até 2100".
Fica claro com essa observação que mesmo os erros de previsão corporativa podem ser interpretados como erros de futurologia da tecnologia, como alguns exemplos que citei anteriormente. Mas é claro que alguns têm mais imprudência ou falta de visão que outros. O “Tudo que podia ser inventado já o foi” de Charles H. Duell, por exemplo, é legendário.
<g>
“O skate também já tem a sua versão futurista. A fabricante de brinquedos Mattel apresentou no ano passado na New York Fair uma réplica do cobiçado hoverboard, o skate voador utilizado por Marty McFly na trilogia De Volta para o Futuro (e sonho de consumo de nove entre dez adolescentes que cresceram vendo os filmes nos anos 80 e 90). O produto custa cerca de R$ 270.”
Fonte:
Bicicletas voadoras, patins a jato e outros esportes radicais do futuro já são realidade
http://esporte.uol.com.br/radicais/ultimas-noticias/2013/08/09/skate-flutuante-patins-a-jato-carro-voador-e-outros-esportes-radicais-do-futuro-ja-sao-realidade.htm