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- Ayyavazhi agosto 2012
- Fernando_Silva setembro 2012
- Johnny agosto 2012
- The_Doctor setembro 2012
Afinal, religião é veneno?
Fernando_Silva
Administrador, Moderador
Mandei este texto há vários anos para um jornal católico:
*******************************************
Observo há já algum tempo as repetidas críticas publicadas contra os neo-ateus como Dawkins e Hitchens. Elas têm algo em comum: evitam cuidadosamente discutir seus argumentos e os atacam com ad hominem e falácias do espantalho.
Eu me pergunto se estes livros não deveriam, justamente, ser usados em escolas, junto com o catecismo, e em seminários, junto com os cursos de teologia. Se as religiões têm argumentos contra eles, por que não aproveitam a oportunidade para apresentá-los? Ou estariam conscientes da fragilidade de sua fé em algo que não se vê?
Não pretendo fazer aqui o que esses autores já fazem, brilhantemente, nos livros aos quais os senhores têm pleno acesso. Gostaria apenas de perguntar por que tamanha surpresa quando aqueles que foram perseguidos, condenados e mortos durante milênios sentem-se finalmente à vontade para expor seu ponto de vista.
E gostaria de lembrar que a perseguição ainda não terminou. Se não somos mais mortos, não é graças à "bondade" da Igreja e sim porque ela perdeu seu poder de vida e morte sobre as pessoas.
Somos vistos como monstros sem caráter, sem moral, sem ética. Pessoas amargas, revoltadas contra Deus, possivelmente com problemas mentais. Pessoas para quem a vida não têm propósito nem sentido, incapazes de ser felizes, a encarnação do Mal.
Seguem-se alguns casos que mostram, na prática, o motivo de estarmos sempre na defensiva e até partirmos para a difusão de nossas idéias. Vocês poderiam alegar, com uma certa razão, que estes casos não refletem a posição atual da Igreja Católica, mas também é preciso lembrar que essas barbaridades acontecem sem que ninguém se revolte.
É possível a uma charlatã gritar na TV, para todo o Brasil, "Ateu tem morrer!", como já ocorreu, sem que ninguém sequer esboçasse uma reação, mas imagino o que um ateu sofreria se ofendesse alguma religião publicamente.
Alguns destes trechos foram recolhidos na Internet e a grafia original foi mantida.
Depoimentos de um policial de Belo Horizonte:
Do jornal "O Globo" de 10-05-07
De uma ex-evangélica:
De um conhecido:
De outro conhecido:
Dos jornais do Rio de Janeiro:
A ex-governadora Rosinha, evangélica, não tinha dinheiro para contratar professores de geografia ou matemática, por exemplo, prejudicando milhares de crianças, mas contratou 500 professores de religião, declaradamente orientados a ensinar a elas a versão criacionista da ciência.
A bancada evangélica do Rio conseguiu mudar a lei que limitava a 55dB o nível máximo de ruído aceitável. E o fez para beneficiar as igrejas evangélicas, campeãs de multas devido à gritaria histérica de seus cultos.
A bancada evangélica do Rio quase conseguiu aprovar uma verba destinada à "cura" dos gays. Felizmente, neste caso, os principais "interessados" se manifestaram e conseguiram que a lei fosse engavetada.
Coisas que ouvi:
Um conhecido meu teve que ouvir de um bandido, seu vizinho: "Sou bandido, mas pelo menos não sou ateu como você".
A namorada de um conhecido foi expulsa de casa pelos pais, católicos, depois que eles descobriram que ela era atéia e namorava um ateu. Disseram a ele: "Se você fosse protestante, budista, espírita, a gente ainda aceitava, mas ateu, de jeito nenhum". Meses depois a aceitaram de volta, mas ela acabou indo morar com ele.
A família de um casal de ateus que eu conheço nunca aceitou sua opção. Em 2007, a mulher teve que passar algum tempo no hospital e a família dela aproveitou para tentar levar as crianças dela embora. Ela conseguiu impedir, mas, pela primeira vez, preferiu passar o natal em casa em vez de se reunir com os parentes.
Um participante de um dos primeiros "Big Brother" assim justificou seu voto pela eliminação de um dos outros: "Ele é um cara legal, porém ateu, e eu não posso aceitar isto". Repercussão? Zero. Imaginemos o que teria ocorrido se em vez de "ateu" ele tivesse dito católico, evangélico, espírita ou umbandista: gritaria geral e uma imediata mobilização dos telespectadores para que ele fosse eliminado. Mas ele era ateu, portanto tinha mais é que ser expulso...
Do jornal "O Globo" 04/03/1958
O exemplo acima tem 50 anos, mas parece que o ranço autoritário permanece:
O arcebispo do Rio exigiu da prefeitura que removesse uma escultura denominada "Exu dos Ventos" da beira de uma estrada na Barra da Tijuca. A tal escultura era pouco visível e não passava de um monte de ferros retorcidos, mas ele alegou que era uma ofensa aos brasileiros, esquecendo-se da enorme estátua de um outro deus no alto do Corcovado e da liberdade de culto prevista na Constituição.
Essa arrogância de quem se julga acima das leis explica por que a orientação oficial da Igreja quanto aos padres pedófilos seja a de cuidar do assunto internamente, sem fazer alarde, como se seus membros não estivessem sujeitos às leis dos homens, como se o certo não fosse chamar a polícia e sim esconder o criminoso em outra paróquia, dando-lhe a chance de fazer novas vítimas.
Há pedófilos em toda a parte, é normal que alguns deles estejam na Igreja, não é justo culpar a maioria de padres bem intencionados pelo erro de uma minoria, mas é inaceitável que a hierarquia aja desta forma, como se fosse um poder à parte. Inaceitável e assustador para quem ainda se lembra dos crimes da Inquisição.
A Igreja Católica faria melhor se admitisse que não é o centro do mundo nem o padrão inconteste de moral e justiça, que seu deus é apenas um entre milhares e sem nada que o faça melhor que os outros, que suas afirmações não têm nada de óbvio e que não é natural esperar que sejam aceitas sem discussão ou dúvidas.
Faria melhor se aceitasse, sem se ofender, os questionamentos como um direito de qualquer pessoa com mais de 2 neurônios e não como uma ofensa e procurasse dar respostas que não dependessem da aceitação prévia de suas "verdades".
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Observo há já algum tempo as repetidas críticas publicadas contra os neo-ateus como Dawkins e Hitchens. Elas têm algo em comum: evitam cuidadosamente discutir seus argumentos e os atacam com ad hominem e falácias do espantalho.
Eu me pergunto se estes livros não deveriam, justamente, ser usados em escolas, junto com o catecismo, e em seminários, junto com os cursos de teologia. Se as religiões têm argumentos contra eles, por que não aproveitam a oportunidade para apresentá-los? Ou estariam conscientes da fragilidade de sua fé em algo que não se vê?
Não pretendo fazer aqui o que esses autores já fazem, brilhantemente, nos livros aos quais os senhores têm pleno acesso. Gostaria apenas de perguntar por que tamanha surpresa quando aqueles que foram perseguidos, condenados e mortos durante milênios sentem-se finalmente à vontade para expor seu ponto de vista.
E gostaria de lembrar que a perseguição ainda não terminou. Se não somos mais mortos, não é graças à "bondade" da Igreja e sim porque ela perdeu seu poder de vida e morte sobre as pessoas.
Somos vistos como monstros sem caráter, sem moral, sem ética. Pessoas amargas, revoltadas contra Deus, possivelmente com problemas mentais. Pessoas para quem a vida não têm propósito nem sentido, incapazes de ser felizes, a encarnação do Mal.
Seguem-se alguns casos que mostram, na prática, o motivo de estarmos sempre na defensiva e até partirmos para a difusão de nossas idéias. Vocês poderiam alegar, com uma certa razão, que estes casos não refletem a posição atual da Igreja Católica, mas também é preciso lembrar que essas barbaridades acontecem sem que ninguém se revolte.
É possível a uma charlatã gritar na TV, para todo o Brasil, "Ateu tem morrer!", como já ocorreu, sem que ninguém sequer esboçasse uma reação, mas imagino o que um ateu sofreria se ofendesse alguma religião publicamente.
Alguns destes trechos foram recolhidos na Internet e a grafia original foi mantida.
Depoimentos de um policial de Belo Horizonte:
Outro dia, estavamos passando por uma favela aqui de Contagem quando uma senhora com um olho roxo veio correndo na direção da viatura... ela disse que o genro tava espancando a filha dela, de 16 anos (depois vimos que o genro tinha 41)... entramos na casa e o cara tava batendo na menina com um cabo de vassoura enquanto ela segurava o filho do casal de 7 DIAS!!!
Ok, até aí, nada de tããão anormal... o cara devidamente controlado e preso, tiramos ele de dentro da casa algemado, aquele monte de gente querendo saber o que estava acontecendo quando, magicamente surge o líder comunitário/pastor com a pérola "Senhores, não precisa disso, ele é um bom homem... pergunta a qualquer um"... quando explicamos o que tinha acontecido, o pastor disse: "Mas minha filha, seu marido é nosso orador... tenho certeza que você pode perdoar ele... Jesus vai iluminar vocês"
Sem brincadeira, a menina e a sogra murcharam na mesma hora na frente do pastor e o comportamento delas virou outro, simplesmente queriam porque queriam que tirassemos as algemas e liberássemos o cara...
E viva a Lei Maria da Penha...
Por essa e outras razões, acho sim que evangélicas de clases sociais menos favorecidas são sim muito submissas aos maridos devido à imposição da religião de que "o homem é a cabeça do casal"
Tem também a do cara, bom cristão, que violentava as 5 filhas... não lembro bem das idades, mas era algo entre 4 e 12 anos... e que a esposa se resumia a depois levar no posto pra tratar dizendo que tinham sido atacadas por um estranho...Razão?? Quando o pastor foi procurado, disse que o marido tava passando por uma fase difícil...
Do jornal "O Globo" de 10-05-07
Sogra mata nora e é absolvida porque "Deus aprova matar pecadores"
Mulher acusada do assassinato da ex-nora já está em liberdade
Advogado de defesa afirma que a morte foi um ato divino
Marcelo Gomes e Carlos Brito
A absolvição, na segunda-feira, de Solange Reinaldo Viana, de 52 anos, acusada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público estadual de ser a mandante do assassinato da ex-nora, a professora Lia Gomes da Silva, de 26, no dia 1o de agosto do ano passado, está causando polêmica. Ela deixou ontem de manhã o Presídio Nelson Hungria, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. Como o alvará de soltura de Solange chegou ao Fórum de Bangu depois das 18h de terça-feira, ela só pôde ser libertada um dia depois.
[...]
Nenhum parente de Solange a aguardava do lado de fora do presídio, nem mesmo seu filho, Emerson Reinaldo Viana, ex-marido de Lia.
Família: advogado recorreu a citações bíblicas
Para o advogado Natã da Silva Rozeira, não há dúvidas: a morte de Lia foi um ato divino executado diretamente pelas mãos de Deus. Segundo ele — cuja performance no Fórum de Queimados garantiu a absolvição de Solange — a morte da professora seria um castigo por ela se relacionar com homens casados.
— Se Deus não desse um basta, quantos outros lares não seriam destruídos por ela? Se olharmos a Bíblia, veremos que ela tinha uma conduta que não era correta, que se relacionou com homens casados.
E, para esse tipo de situação, Deus permite até a morte — disse o advogado.
Segundo a família da professora e o assistente da Promotoria Jorge Luiz Souza, durante todo o tempo que teve de defesa, o advogado usou argumentos baseados em preceitos cristãos — inclusive fazendo citações bíblicas — para sensibilizar os jurados e fazer com que eles decidissem em favor de sua cliente.
‘A minha filha estava sendo assassinada outra vez’ A estratégia teria funcionado porque, de acordo co o inspetor Joel Nobre — chefe do Núcleo de Homicídios da 64aDP (Vilar dos Teles), responsável pela investigação do crime — cinco dos sete jurados seriam evangélicos. Natã Rozeira rebateu as afirmações.
— Eu não conhecia os jurados.
Não tive acesso a nenhum deles. Logo, não havia como ter idéia de qual era a religião de cada um — disse o advogado.
Ele disse que o uso de argumentos cristãos durante o julgamento foi baseado em convicções pessoais. Natã Rozeira afirmou ter sido batizado na Igreja Batista: — Eu tenho intimidade com Deus e pedi para que ele me desse a honra dessa vitória.
Para a família de Lia, o que aconteceu no tribunal do júri representou mais um capítulo de sofrimento na história que começou no dia 1o de agosto do ano passado, quando a professora foi encontrada morta, com dois tiros na cabeça, em Queimados.
— Durante aquele julgamento, tive apenas uma sensação: a de que a minha filha estava sendo assassinada outra vez.
O advogado de defesa denegriu toda a moral da Lia. Ele passou para o júri a imagem de uma pessoa que ela nunca foi — disse a mãe de Lia, Eunice Gomes da Silva.
De uma ex-evangélica:
Gente, quando eu era crente, eu participava de uma coisa chamada Circulo de Oração das Mulheres Evangélicas, apareciam umas coisas do tipo "Irmãs, orem pelo meu marido porque ele tem estado muito nervoso comigo e com as crianças", e depois você tinha que ver ela no verão de camisa de manga longa e os braços cheios de hematomas. E isso era comum, e ai de alguém se falasse em divórcio ou polícia, porque seus maridos eram "varões de Deus" e tinham a responsabilidade de ser o "cabeça" da casa.
E então, eu nutria um profundo ódio com essa relação mentirosa que essas mulheres tinham pelos seus maridos, sem contar que sempre fui discriminada entre elas por ser filha de pais separados, até o dia em que eu fui convidada a me retirar da igreja por ser influência malévola para as filhas dessas e de outras "irmãs em Jesus".
De um conhecido:
"Estava na fila do banco e ouvi uma senhora atrás de mim comentar que estava fazendo um empréstimo para pagar o dízimo. Ela tinha ouvido do pastor que ela podia ficar devendo a todo mundo, menos a Deus".
De outro conhecido:
"O que você colocou aqui me lembrou de um testemunho que ouvi na casa de uma paquera minha que era da Assembléia de Deus (ah, se ela não fosse gostosinha...) há muitos anos atrás.
Eu estava com o pai dela e tinha outro cara da Assembleia. Eles estavam ouvindo uma fita de um missionário que estava em outro país (nem me lembro qual) e foram presos e condenados a morte por serem crentes (pelo menos da boca desse tal missionário)
Ele disse que o comandante não iria matá-lo, mas sim a sua mulher e seus filhos pequenos e, a única forma de salvá-los era renunciar a Jesus. Ele preferiu ver a mulher e os filhos morrerem a renunciar a Jesus. Cada vez que matavam um, perguntava se ele renunciava a Jesus. Ele respondia que não e outro teco estourava uma cabeça inocente e, enquanto os seus entes queridos eram mortos, ele cantarolava uma música (nem me lembro mais qual era a porra da letra).
Eu fiquei horrorizado, mas não demonstrei, afinal gostava da menina. Mas o pai dela e o outro idiota praticamente idolatraram o cara porque a sua fé foi posta à prova e ele não renunciou a Jesus.
Agora pergunto. Se esse misticismo realmente for verdadeiro, será que esse tal missionário vai para os braços de Deus ou vai pro inferno por colaborar com a morte de inocentes? Lembrando que Deus já mandou fazer atrocidades piores, sei não se não se sentaria do lado direito de Jesus.
Dos jornais do Rio de Janeiro:
A ex-governadora Rosinha, evangélica, não tinha dinheiro para contratar professores de geografia ou matemática, por exemplo, prejudicando milhares de crianças, mas contratou 500 professores de religião, declaradamente orientados a ensinar a elas a versão criacionista da ciência.
A bancada evangélica do Rio conseguiu mudar a lei que limitava a 55dB o nível máximo de ruído aceitável. E o fez para beneficiar as igrejas evangélicas, campeãs de multas devido à gritaria histérica de seus cultos.
A bancada evangélica do Rio quase conseguiu aprovar uma verba destinada à "cura" dos gays. Felizmente, neste caso, os principais "interessados" se manifestaram e conseguiram que a lei fosse engavetada.
Coisas que ouvi:
Um conhecido meu teve que ouvir de um bandido, seu vizinho: "Sou bandido, mas pelo menos não sou ateu como você".
A namorada de um conhecido foi expulsa de casa pelos pais, católicos, depois que eles descobriram que ela era atéia e namorava um ateu. Disseram a ele: "Se você fosse protestante, budista, espírita, a gente ainda aceitava, mas ateu, de jeito nenhum". Meses depois a aceitaram de volta, mas ela acabou indo morar com ele.
A família de um casal de ateus que eu conheço nunca aceitou sua opção. Em 2007, a mulher teve que passar algum tempo no hospital e a família dela aproveitou para tentar levar as crianças dela embora. Ela conseguiu impedir, mas, pela primeira vez, preferiu passar o natal em casa em vez de se reunir com os parentes.
Um participante de um dos primeiros "Big Brother" assim justificou seu voto pela eliminação de um dos outros: "Ele é um cara legal, porém ateu, e eu não posso aceitar isto". Repercussão? Zero. Imaginemos o que teria ocorrido se em vez de "ateu" ele tivesse dito católico, evangélico, espírita ou umbandista: gritaria geral e uma imediata mobilização dos telespectadores para que ele fosse eliminado. Mas ele era ateu, portanto tinha mais é que ser expulso...
Do jornal "O Globo" 04/03/1958
EM PRATO, na Itália, o bispo local acusou um casal residente naquela
cidade de “concubinato público”, por ambos se terem casado apenas no
civil, ignorando o casamento religioso.
Agora, monsenhor Pietro Fiordelli, bispo de Prato, acaba de ser
condenado pelo tribunal de Florença a uma multa de 40 mil liras, além de
pagamento das custas do processo que lhe moveram o Sr. e Sra. Bellandi,
casal acusado de “pecador público”.
No Rio, representantes da Igreja ouvidos pelo GLOBO foram unânimes em
criticar a decisão do tribunal italiano, vista por dom Estevão
Bittencourt como mais uma vitória de um “movimento anti-religioso” em
curso.
O exemplo acima tem 50 anos, mas parece que o ranço autoritário permanece:
O arcebispo do Rio exigiu da prefeitura que removesse uma escultura denominada "Exu dos Ventos" da beira de uma estrada na Barra da Tijuca. A tal escultura era pouco visível e não passava de um monte de ferros retorcidos, mas ele alegou que era uma ofensa aos brasileiros, esquecendo-se da enorme estátua de um outro deus no alto do Corcovado e da liberdade de culto prevista na Constituição.
Essa arrogância de quem se julga acima das leis explica por que a orientação oficial da Igreja quanto aos padres pedófilos seja a de cuidar do assunto internamente, sem fazer alarde, como se seus membros não estivessem sujeitos às leis dos homens, como se o certo não fosse chamar a polícia e sim esconder o criminoso em outra paróquia, dando-lhe a chance de fazer novas vítimas.
Há pedófilos em toda a parte, é normal que alguns deles estejam na Igreja, não é justo culpar a maioria de padres bem intencionados pelo erro de uma minoria, mas é inaceitável que a hierarquia aja desta forma, como se fosse um poder à parte. Inaceitável e assustador para quem ainda se lembra dos crimes da Inquisição.
A Igreja Católica faria melhor se admitisse que não é o centro do mundo nem o padrão inconteste de moral e justiça, que seu deus é apenas um entre milhares e sem nada que o faça melhor que os outros, que suas afirmações não têm nada de óbvio e que não é natural esperar que sejam aceitas sem discussão ou dúvidas.
Faria melhor se aceitasse, sem se ofender, os questionamentos como um direito de qualquer pessoa com mais de 2 neurônios e não como uma ofensa e procurasse dar respostas que não dependessem da aceitação prévia de suas "verdades".
Post edited by Fernando_Silva on
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Comentários
Mesmo se ignorarmos as interferências religiosas em assuntos que deveriam ser exclusivamente de Estado e que afetam a vida de todos;
Mesmo sendo tolerantes com crentes barulhentos e invasivos, que desrespeitam as mínimas regras de convivência em sociedade;
E, por fim, mesmo que todos os demais casos de absurdos religiosos, como os poucos exemplos aqui postados, nunca tivessem acontecido...
Ainda assim, eu diria que a religião é veneno, pois embota a mente, limita o ser humano e subtraí-lhe o que tem de mais notável e distinguível entre todos os seres viventes: sua capacidade crítica, seu poder de escrutínio e seu potencial para encontrar Deus. Já disse isso aqui, uma vez, e vou repetir: os ateus estão mais próximos a Deus do que os crentes. Religião é o maior obstáculo no que eu costumo chamar de “caminho até Deus”. É, portanto, um grande veneno.
Se Jesus voltasse hoje e dissesse as mesmas coisas que dizia antes, será que seria aceito pelos crentelhos ou estes se agarrariam à sua visão deturpada do que ele teria dito?
Eu digo mais...Se por acaso o Inri Cristo fosse o verdadeiro messias, será que os evangelicos parariam de trata-lo como um louco desvairado ou lhe pediriam perdão??
É mais ou menos o que aconteceu com os antigos hebreus. Eles esperavam que o messias viesse como um guerreiro para liguidar os seus inimigos (os quais ainda estão esperando) e não um pacifista. Da mesma forma, os cristãos de hoje estão esperando que o messias deça dos céus "entre brumas de mil megatons". Se ele aparecer, ninguem vai dar a minima pra ele.
Total de Mensagens:
8609 + aquelas que tenho agora. ):-))
Mesmo porque as igrejas não vão querer perder o poder que têm.