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Fabricantes de TV são multadas em R$ 5 mi por propaganda enganosa
Sete empresas fabricantes de TV de plasma foram multadas em R$ 5 milhões nesta segunda-feira (22) por publicidade enganosa pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministério da Justiça.
As empresas multadas foram: LG (R$ 1,850 milhão); Samsung (R$ 910 mil); Sony (R$ 900 mil); Panasonic (R$ 790 mil); Philips (R$ 290 mil); Gradiente (R$ 240 mil); e, Semp Toshiba (R$ 25 mil).
Em nota, o DPDC afirma que a multa foi devido ao fato das empresas não prestarem de forma clara ao consumidor informações sobre a qualidade de imagem anunciada na oferta.
"Além disso, não era informado aos consumidores que o produto poderia apresentar manchas na tela caso fosse utilizado de forma ininterrupta durante um longo período – efeito conhecido como burn in".
O processo, que teve início em 2006, é resultado de uma denúncia feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
Para incentivar a venda do produto, alguns televisores eram testados em aparelhos de DVD a fim de garantir qualidade digital na transmissão das imagens.
“O mercado de consumo maduro pressupõe que as relações de consumo sejam pautadas pela boa-fé, transparência, lealdade e respeito ao consumidor. É dever do fornecedor garantir a informação clara e ostensiva sobre dos produtos e serviços que comercializa”, ressalta Amaury Oliva, diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor.
Segundo o DPDC, "a aplicação da multa levou em consideração os critérios do Código de Defesa do Consumidor e a quantidade de televisores comercializados por cada empresa".
Posicionamentos
A LG informou que não irá comentar o caso em andamento, assim como a Panasonic, que afirmou não ter “conhecimento do inteiro teor da decisão”. Já a Sony respondeu não ter recebido um comunicado oficial a respeito da decisão. “A empresa aguarda notificação oficial para estudar as medidas judiciais cabíveis ao caso”, afirmou em nota.As outras empresas não quiseram comentar o assunto. e a Semp Toshiba não foi encontrada.
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Comentários
O fato de uma legislacao ser chamada de "direito" nao necessariamente quer dizer que ela seja de fato um direito.
E dificil considerar um "direito do trabalhador" uma legislacao que efetivamente lhe remove o direito de trabalhar por um salario inferior a um determinado valor, por exemplo. Mas isso nao impede que a lei de salario minimo seja frequentemente chamada de "direito do trabalhador" por quem tem lucros politicos a extrair desses atos de prestidigitacao semantica.
Mas isso nao vem ao caso. Podemos chamar a legislacao de "protecao ao consumidor" de "direitos de consumidor" sem grandes prejuizos pro nosso raciocinio. Ate porque "protecao ao consumidor" e uma nomenclatura quase tao ruim quanto "direito do consumidor".
De qualquer forma, eu nao me lembro de ter negado a existencia de legislacao de "protecao" ao ou "direito" do consumidor.
O ponto nao era discutir se a coisa existe ou nao. Isso era obvio. Tratava-se de determinar se ela funciona e e economicamente eficiente, ou e apenas um artefato politicamente conveniente.
Isto e, de entender o que se passaria caso ela nao existisse.
Ou o que se passaria caso ela fosse mais restritiva ou menos restritiva do que ela ja e.
Imaginemos primeiro um caso extremo.
Digamos que a legislacao fosse tal que qualquer falha tecnica imprevista ou erro de informacao na descricao de um produto determinaria que o produtor e/ou distribuidores seriam definitivamente fechados.
Nao e dificil perceber que esse cenario produziria um custo, tanto materializado quanto na forma de risco, enorme para qualquer tipo de atividade empreendedora. E cedo ou tarde a atividade empreendedora cessaria. E isso finalmente lesaria os consumidores, muito mais do que os acidentes e defeitos dos produtos.
Logo podemos concluir que existe um limite a ser determinado para o quanto o consumidor deseja ser "protegido".
Como determinar esse limite?
O metodo fiscal-legislativo-juridico e mais ou menos baseado nos palpites de legisladores e juizes para verificar a procedencia das queixas e para calcular um valor para penalidades e ressarcimentos que pareca "justo".
O metodo do livre mercado e um tanto diferente.
Para entender, vejamos o que aconteceria se a legislacao fosse contraida ou eliminada.
O que se passaria num primeiro momento seria:
-Produtores: Empresas incorreriam em menos riscos juridicos e custos de producao.
-Consumidores: Em contra-partida consumidores incorreriam em mais risco e custos ao comprar produtos.
-Estado: Custos publicos de burocracia fiscal, legislativa e juridica de "protecao ao consumidor" diminuiriam ou desapareceriam.
Isso nao e positivo nem negativo por si so.
Custos/riscos foram transferidos de um grupo para outro.
Isso seria o primeiro estagio.
O proximos estagios e que sao interessantes. Com a saida do governo, agora existe um livre mercado para a "gestao de risco ao consumidor".
Esse nicho pode entao ser ocupado por diferentes tipos de empresas.
Os proprios vendedores ou produtores podem reassumir o risco e oferecer garantias especificas para seus produtos.
Isso aumentaria seus custos, mas tambem sua reputacao e vendabilidade com os clientes.
Outras empresas podem fazer contoles de qualidade terceirizados e designar seus selos de aprovacao.
Isso transferiria certa confianca para produtos novos no mercado.
Mesmo seguradoras poderiam entrar na historia e oferecer seus servicos, assumindo os riscos de falhas tecnicas.
E dificil dizer qual dessas solucoes emergiria em cada caso, provavelmente cada setor encontraria a solucao mais eficaz para ele. Talvez algum outro mecanismo diferente desses se mostrasse ainda mais eficaz.
O mecanismo estatal de protecao ao consumidor presta um servico que poderia ser facilmente privatizado, e que ate certo ponto ja e, pois essas solucoes que eu descrevi ja existem e sao aplicadas na pratica.
Entao trata-se apenas de remover a parte que ainda resta de burocracia e deixar o mercado trabalhar. Quem acha que televisoes passariam a explodir toda hora quando o mercado assumisse o controle desse risco, precisa ser lembrado que essas eram ocorrencias muito mais comuns com produtos fabricados na URSS por empresas estatais. E isso numa epoca em que legislacoes de protecao ao consumidor nas democracias ocidentais eram bem pequenas ou inexistentes.
O estado e um pessimo gestor de risco ao consumidor, ainda que ele consiga camuflar bem os custos reais que ele gera.
O ponto e que o livre mercado facilmente encontraria uma gestao de risco mais eficiente e adaptada do que um sistema juridico burocratico afetando multas e compensacoes baseadas em arbitrariedades de juizes. Ele ja o faz, na maioria dos casos.
Como resultado final menos recursos seriam desperdicados com custos e riscos mal alocados pelo mecanismo estatal ineficaz, e mais prosperidade seria gerada.
Por que o livre mercado não corrige aberrações como essa como o valor abusivo dos veículos, pedágios, gasolina, serviços, etc... no Brasil?
Antes de qualquer réplica, fique bem claro que não defendo intromissão estatal na economia, se intromissão estatal na economia fosse uma boa alternativa países comunistas aonde ela é total se caracterizariam pela prosperidade e não pela penúria.
Só gostaria de entender o que acontece com o mercado brasileiro...
Não foi exatamente o que você disse em outra discussão.
O problema é o direito à informação. O efeito "burn in" era amplamente conhecido pelos fabricantes. Cabia ao consumidor a decisão de adquirir o aparelho já sabendo disso. O mesmo ocorre com os aparelhos da Apple, ela tem todo o direito de vender a porcaria que quiser, mas tem por obrigação de deixar claro a política da empresa. É isso o que se refere a tal da transparência.
Então explique a passagem abaixo.
Repare bem na parte: "Mas nao e um direito no sentido de que voce pode exigir qualquer reparacao por danos numa corte de justica."
Como você pode ver no caso dos televisores, você estava errado.
Dizer que o mundo seria melhor caso o estado não interferisse nas negociações não vem ao caso.
Porque da mesma forma que os comunistas acreditam em contos de fadas, onde as pessoas passariam a trabalhar não pelo lucro mas sim pelo bem da comunidade, os capitalistas fundamentalistas também tem seus contos de fadas. Falam a toda altura que a tal da concorrência é capaz de milagres, mas não explicam o porque de um país onde as montadoras já passam de 20, os veículos tem preços extorsivos.
Mas continuam o mantra de que a concorrência vai resolver, gostaria de saber quantas empresas serão necessárias para haver essa tal de concorrência.
O livre mercado so pode corrigir tais "aberracoes" na medida em que ele for livre.
E no caso do setor de automoveis no Brasil, trata-se de um mercado bem pouco livre na pratica.
Mas a questao merece uma investigacao mais aprofundada.
Eu vou considerar que os dados de precos do video sao todos verdadeiros, o que certamente mereceria uma atencao especial.
Embora eu tenha detectado alguns erros de contabilidade fiscal nos calculos do autor do video, a ideia dele e bastante correta.
Em condicoes iguais de mercado e em equilibrio, o preco de um mesmo carro produzido no Brasil e vendido nos mercados do Brasil e no Mexico deveria ser o mesmo, descontados custos de transporte e tarifas de importacao Mexicanas, assim como custos de repatriacao de lucros entre os dois paises.
Ou seja, supondo todos esses custos positivos, o preco no Brasil deveria de fato ser menor. Nao faria sentido mandar veiculos para o Mexico se eles podem ser vendidos em termos mais favoraveis no Brasil.
O que pode causar o contrario?
Primeiro, os mercados podem nao estar em equilibrio. Equilibrio e um conceito abstrato que envolve uma suposicao forte de competicao e informacao perfeita e simetrica.
Esse jargao economista nao e muito dificil de se entender.
Competicao perfeita e a situacao hipotetica onde cada produtor tem interesse de produzir ate o momento onde custos marginais igualam-se aos ganhos marginais.
Informacao perfeita e simetrica e a situacao onde precos futuros sao completamente conhecidos por todos os agentes no mercado.
Um mercado em equilibrio e um mercado sem oportunidades para novos negocios. Tudo esta perfeitamente alocado e nada pode ser melhorado.
Tanto competicao perfeita quanto informacao perfeita e simetrica sao simplificacoes teoricas que nao constituem a situacao num mercado concreto no mundo real. No mundo real mercados estao em desequilibrio.
A atividade economica produzida num mercado desobstruido no entanto faz com que esse desiquilibrio se amenize.
Mas inovacoes tecnologicas, desastres naturais e outros fenomenos imprevisiveis geram novos desiquilibrios que o mercado a seguir deve amenizar.
Assim sendo, parte da situacao observada entre Brasil e Mexico pode ser explicada por desequilibrios "naturais" no mercado.
A VW do Brasil pode estar adotando uma estrategia ultra-competitiva de penetracao no mercado mexicano, visando criar uma presenca maior por la.
Essa estrategia consiste num custo atual absorvido pela VW visando ganhos futuros, supondo que sua presenca uma vez estabelecida permitisse a pratica de precos lucrativos no futuro mercado local.
Assim como a marca Gol pode ter um valor cultural especifico ao mercado brasileiro. Isso daria a VW algum controle monopolista sobre a oferta local, isto e, a capacidade de reduzir lucrativamente a oferta para abaixo do ponto onde custos marginais igualam ganhos marginais.
Outra possibilidade para esses precos e que a VW esteja cortando perdas e liquidando seus estoques locais, abandonando pretencoes futuras no mercado mexicano.
Num mercado desobstruido esses desequilibrios especificos eventualmente seriam mitigados.
A custosa estrategia da VW de penetracao no mercado Mexicano nao continuaria para sempre, mas seria considerada em algum momento bem sucedida ou mal sucedida.
Assim como a vantagem monopolistica exercida no mercado Brasileiro criaria oportunidades para que outras marcas oferecessem produtos tecnologicamente equivalentes a precos mais competitivos.
Por mais aguerrida que fosse a cultura do Gol no Brasil, consumidores racionais eventualmente sucumbiriam a evidencia objetiva apontando que veiculos chineses ou indianos sao mais baratos e melhores.
E no caso de uma liquidacao de estoques, bom, esses estoques sao finitos logo a liquidacao tambem e.
Esses processos obviamente levam tempo para se perpetrarem e fatores importantes foram desconsiderados nessa analise simplista.
Por exemplo, o custo de um automovel para o consumidor nao e apenas o seu preco na compra, mas a sua manutencao. O fato do Gol ser onipresente no mercado brasileiro pode reduzir seu custo de manutencao, devido a abundancia de mecanicos capacitados a conserta-lo e pecas de reposicao compativeis.
Isso pode torna-lo mais atraente localmente.
Assim como vantagens relativas como autonomia e consumo de combustivel tambem tem impacto diferente em mercados diferentes.
Etc, etc.
Todos esses cenarios constituem possibilidades reais de desequilibrio num livre mercado, isto e, num mercado desobstruido de leis restritivas, ou em mercados igualmente obstruidos no Brasil e Mexico.
Alguns economistas chamariam algumas dessas circunstancias de "falhas de mercado", mas esse e um termo na melhor das hipoteses infeliz, e na pior, desonesto.
O sistema de precos nao esta falhando nesses casos. O sistema de precos esta em processo de correcao de complexas assimetrias existentes.
O fato dessas assimetrias existirem nao e uma falha do sistema de precos, mas uma consequencia da imprevisibilidade e complexidade do mundo real.
O sistema de precos faz o melhor trabalho possivel no sentido de mitiga-las e alcancar alocacoes eficientes, mas isso nao se passa instantaneamente, ate porque a natureza e qualidade dessas assimetrias a cada instante nao e completamente conhecida por ninguem.
A gora outra fonte possivel de desequilibrio entre esses dois mercados pode estar nos niveis de obstrucao governamental diferentes em cada um deles.
O governo mexicano pode impor menores custos para que outros veiculos importados compitam com o Gol brasileiro por la do que o governo brasileiro por aqui. Isso tornaria a VW do Brasil mais monopolista no Brasil do que no Mexico.
Tambem nao e impossivel que o governo mexicano subsidie a compra de veiculos por la, transferindo parte dos custos para os pagadores de impostos.
O Gol nao seria mais barato por la, apenas seria parcialmente pago por outras pessoas que seu comprador.
Ou que o governo brasileiro crie custos tributarios e burocraticos especificos para produtos vendidos no mercado local que nao se aplicam a produtos importados para outros mercados.
Eu nao conheco todos os fatos, mas algo me parece me dizer que talvez a resposta para esse e outros enigmas e aberracoes tenha mais a ver com esse tipo de situacao.
Ele disse, como demostra o trecho, que eu não poderia levar o fabricante à corte. Ele começou a misturar os direitos.
Quando o confrontados com governos "comunistas" que fracassaram, os comunistas dizem que o sistema não falha e o que se teve não era comunismo de fato.
Quando confrontados com fatos, os capitalistas fazem o mesmo, não existe concorrência de fato.
Ora, temos cerca de 20 empresas disputando o mercado interno desse país e me vêm com a conversa mole de que não há concorrencia.Por que? Concorrência interna deixou de ser concorrência?
Ok.
Eu estava errado.
Eu nao conhecia a existencia de legislacao de protecao ao consumidor.
Eu era mais ignorante que uma empregada domestica que vai "dar queixa no PROCON".
Ainda bem que voce me esclareceu as ideias cara.
Tsc...tsc...tsc...sem comentários.
Mas e quanto ao fato do consumidor brasileiro aceitar comprar produtos como o modelo 1.0 que segundo o vídeo não é aceito por nenhum outro consumidor de nenhum outro país e aceitar pagar preços abusivos e os juros mais altos do mundo? Procede?
Eu sempre tive uma opinião bastante severa sobre o povo brasileiro mas será que em termos de cultura de mercado e planejamento econômico o povo brasileiro está assim tão atrasado comparado com os outros, a responsabilidade por isso é mesmo do consumidor?
Peguemos por exemplo o mais fundamental dos direitos, e acredito que todos aqui o defendam com unhas e dentes, o direito a vida, ele não é real nem natural, é legal, temos um conjunto de regras coercivas na sociedade que punem aqueles que violam essa norma de convivência na tentativa de inibí-los, naturalmente não temos direito algum e sim imperativos biológicos e necessidades objetivas para a manutenção da condição de seres vivos.
Se o direito a vida fosse algo nos concedido pela natureza ou pela realidade tais não colocariam microorganismos tentando nos devorar e tantos outros elementos que atentem contra ela, falar em direitos fora das interações sociais humanas e de suas regras abstratas e arbitrárias não faz sentido.
Fique claro que não há qualquer depreciativo quando uso os termos abstrato ou arbitrário, não fossem nossas abstrações e arbitrariedades todas as conquistas de nossa espécie seriam impossíveis, é justamente por não nos conformarmos com os limites impostos pela natureza e pela realidade que hoje vivemos mais que 20 ou 25 anos em média e conseguimos pisar na Lua.
O óbvio ululante é que temos vários fabricantes que, ou praticam cartel, ou concorrem entre si, se não há evidencias de cartel então só sobra a outra possibilidade.
Mas mesmo a concorrência de várias empresas produzindo veículos não há uma queda nos preços. Isto está na cara, só não vê quem não quer.
Que muda através dos tempos e povos.
Depois dizem que eu faço ginástica.
Primeiro era necessário concorrência para cairem os preços, agora precisam da concorrência REAL.
Não basta ter concorrência, ela tem que ser REAL.
Me lembra da falácia do escocês.
Eu nao estou em condicoes de avaliar todos os fatores que fazem o brasileiro escolher o Gol modelo 1.0.
Mas algo que me diz que o consumidor nao prefere categoricamente esse tipo de carro.
Se ele pudesse estar dirigindo uma Ferrari ao preco do golzinho mil acho que ele nao hesitaria muito em trocar.
Ele o escolhe face as alternativas realistas.
E algo me diz que nao seria por burrice pura e simples.
Assim como nao e por burrice pura e simples que cubanos andam em carros da decada de 50.
Os fatos parecem sugerir que isso tenha algo a ver com a dificuldade historica em se importar veiculos no pais.
Alem dos demais impostos especiais.
Dificuldades que torna todos os carros vendidos excessivamente caros, sejam eles nacionais ou importados.
Assim o consumidor aceita comprar um modelo precario porque ele tem poucas alternativas realistas.
A questao seria porque o eleitor aceita a insistencia em politicas protecionistas anacronicas que apenas o machucam enquanto consumidor?
Essa e uma pergunta mais dificil de responder.
Tem a ver com coisas diversas, como o grau de educacao economica geral, o formato do processo democratico assim como seu historico.
Ainda que o consumidor faca decisoes racionais com o seu dinheiro, pois os custos e beneficios de suas decisoes sao bem claros e diretos, ele nao esta necessariamente em condicoes de compreender as consequencias economicas das suas decisoes politicas.
Assim ele pode votar em protecionistas acreditando que a protecao a certos setores da industria da competicao estrangeira lhe seria benefica, o que em geral nao e o caso.
Em outras palavras, e mais dificil exercer racionalidade votando em politicos representantes do que em escolhendo produtos e servicos no mercado.
Produtos e servicos tem seus custos mais ou menos explicitos e especificos, enquanto os custos de manutencao de certas politicas sao misturados em estatisticas gerais de orcamento governamental e crescimento economico.
Alem disso a alavancagem decisional de um eleitor e baixa. Ele comanda apenas um voto, que no final decide quase nada.
Nao vale a pena para ele incorrer nos enormes custos envolvidos em adquirir educacao economica e informacao sobre o programa preciso de candidatos, ja que suas chances de afetar o resultado final da eleicao sao pifias.
No final o eleitor acaba votando em quem parece fazer mais sentido, superficialmente. Ou entao em quem promete mais beneficios especificos para ele, sem prestar atencao nos custos especificos e nao-especificos que estao por tras desses programas.
Outro ponto importante e que os custos do protecionismo sao distribuidos entre muitas pessoas, mas os ganhos sao concentrados nos setores protegidos.
Para os ganhadores concentrados vale a pena se organizar e investir em campanhas politicas favoraveis ao protecionismo.
Para os perdedores dispersos isso e muito mais dificil e leva muito mais tempo.
Isso cobre mais ou menos o ponto do protecionismo.
Juros sao um problema ainda mais complicado na pratica.
Aqui praticamente todo mundo fala algum tipo de bobagem. Incluindo economistas brilhantes.
O problema e que o livre mercado na industria bancaria e monetaria e uma memoria tao remota que a maioria das pessoas hoje em dia age como se ele nunca tivesse ocorrido ou funcionado na pratica.
Mas o principio e o mesmo de qualquer mercado: ha uma oferta, o nivel de poupanca, ha uma demanda, o nivel de endividamento, e ha um preco, o "nivel" de juros.
Num livre mercado bancario o nivel de juros praticado seria aquele que equilibraria os fundos disponibilizados por poupadores e os fundos demandados por devedores.
A coisa se complica quando bancos podem criar novos fundos para emprestimos sem reservas na forma de poupanca. Isso pode aumentar a oferta de credito, fazendo os juros baixarem, mas apenas atraves da depreciacao da moeda.
E isso e o que ainda acontece em algum nivel, exceto que ha uma brutal dimensao de intervencao governamental nesse mecanismo. Em todos os paises sem excecao.
No caso do Brasil, os juros sao mais altos pois ha um historico relativamente recente de inflacao acelerada e default do governo.
O que gera uma baixa tendencia geral para poupanca e uma alta tendencia a contracao de credito.
Mas isso e uma analise confessadamente simplista e por cima. Uma analise compreensiva exigiria uma descricao do mecanismo bizarro de emissao de moeda dos bancos centrais, do mercado de titulos de divida soberana e o papel do governo como principal cliente dos bancos que ele proprio regula, do impacto de politicas keynesianas de macro gestao do nivel de emprego por meio de expansao de credito, yada yada yada.
Primeiro e preciso evitar julgar o coletivo de decisoes tomadas pelo "povo" com base em criterios esteticos categoricos arbitrarios pessoais nossos.
Pessoas que se consideram mais educadas que a massa adoram fazer isso.
Eles acham que o fato da maioria preferir "Festa no ape" e torcer o nariz "Requiem em re menor" prova que o homem-povao nao pode ser livre para decidir por si mesmo.
Tome cuidado com essas criticas comuns a capacidade dos individuos de tomarem decisoes racionais por si mesmos.
Eu nao estou dizendo que eles sempre o facam. Gente estupida fazendo estupidez no mundo nao falta.
Mas isso nao significa que eles estariam melhor servidos se compulsoriamente guiados por elites intelectuais.
Se o povo brasileiro faz decisoes piores com o seu dinheiro do que outros povos, o que nao me parece algo necessariamente verdadeiro, a unica maneira que ele podera aprender a fazer melhores decisoes e exercendo o seu direito e arcando com as consequencias.
Existe uma tendencia infeliz de tentar entender o controle monopolista da oferta atraves de palpites a respeito da fragmentacao da participacao de empresas em um dado mercado.
Por exemplo, se uma empresa detem 9/10 do mercado para um determinado setor de produtos, trata-se "obviamente" de um monopolio.
Na verdade a coisa nao e bem assim.
O controle monopolista da oferta existe na medida em que produtores podem lucrar ao contrair sua producao para um nivel menor do que os determinados por seus custos marginais.
Isto e, empresas param de fabricar unidades adicionais ainda que elas pudessem teoricamente ser vendidas com lucro, pois o impacto negativo de uma unidade nova no preco das unidades ja produzidas seria desfavoravel no total.
O ponto e que o modelo de competicao de Cournot mostra que no caso de firmas competindo na producao de um bem indiferenciado, o equilibrio de Nash do mercado se aproxima do custo marginal quando o numero de firmas vai para infinito.*
Mas isso nao quer dizer que um numero pequeno de firmas vai estar necessariamente longe desse ponto, ou que um numero arbitrario como 20 esteja necessariamente proximo desse ponto.
Isso vai depender de estruturas especificas de custo.
Pode ser que num determinado mercado 20 empresas ainda seja muito pouco e ganhos monopolistas possam ser realizados, enquanto em outro mercado, duas ou tres empresas ja bastam para que efeitos de competicao praticamente anulem ganhos monopolistas.
Como determinar a "quantidade ideal de empresas" num dado setor?
Bem, tente adivinhar….
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Isso mesmo. Livre mercado.
O modelo de cournot parte da hipotese que a estrutura de capital nao muda. O numero n de empresas e um dado fixo, assim como os custos marginais. Mas essas duas quantidades sao variaveis quando capital e autorizado a circular entre setores.
A ideia e que se um setor gera ganhos monopolistas atraentes para o capital investido em outros setores, esse capital migrara para o setor mais monopolista.
E o efeito do influxo positivo de capital no setor e em geral o de reducao de ganhos monopolistas.
Isso pode se dar pela aparicao de novas empresas competidoras, mas tambem ocorre quando esse capital e introduzido atraves da emissao de acoes e investido em instalacoes de corporacoes pre-existentes, porque esse novo capital muda as estruturas de custo e por conseguinte o equilibrio de Nash.
E capital continuara sendo injetado no setor ate que o novo equilibrio de Nash determine margens de lucro por unidade de capital similares as de outros setores. Isso simplesmente porque investidores sao racionais e procuram setores mais lucrativos para realizar seus investimentos. Ao reorganizar seus portfolios, eles prestam atencao especial a indicadores contabeis como Return on Investment (ROI) e Return on Equity (ROE) que sumarizam esses dados, e adotam a estrategia que eu expliquei.
Eu coloquei "quantidade ideal de empresas" entre aspas, porque isso nao existe.
O que existe e quantidade ideal de capital instalado num setor.
Se esse capital vai estar distribuido em varias empresas ou se estara concentrado em poucas, isso vai depender das economias de escala que determinam a estrutura de custo de cada industria.
Mas o livre mercado de capitais e que gera esse ajuste automaticamente.
E isso so nao acontecera se o mercado em questao tiver entrada restrita.
Por exemplo, atraves de licencas profissionais, patentes ou, como no caso do mercado de carros populares no Brasil, tarifas e quotas de importacao.
*A matemática por tras desse resultado nao e muito dificil, alguem que fez Calculo II na faculdade e capaz de entender.
O lucro de cada empresa i e dado por L(qi) = qi(P(Q) - c) onde qi e a quantidade produzida pela empresa i, Q e a soma das quantidades qi, c e o custo marginal e P(Q) e a funcao implicita de preco.
Cada empresa maximiza essa bodega e encontra sua quantidade optimal qi*.
E quando o numero de empresas e grande da pra provar que P(Q*) -> c.
Esse resultado da pode ser generalizado pra custos nao lineares c(qi), mas nao vem ao caso agora.
Quem quiser detalhes olhe: http://en.wikipedia.org/wiki/Cournot_competition#Cournot_competition_with_many_firms_and_the_Cournot_Theorem
Cameron, o fato de andarmos sobre duas patas e natural ou uma arbitrariedade da evolucao?
E nesse sentido que o problema de direito natural a vida e levantado.
Nao se trata exatamente em encontrar esse direito em algum lugar na natureza.
Mas sim em entende-lo como resultado necessario de processos espontaneos.
O fato de dirigir a esquerda ou a direita do trafego e uma convencao arbitraria.
O desenho do fonema "a" no alfabeto latino e uma convencao arbitraria.
O mandamento "Nao mataras" nao e arbitrario. Sociedades diferentes chegam a mesma conclusao eventualmente.
Ele e natural.
Assim como o design de asas de animais tem aspectos naturais.
Sacou?
2- Deixa eu ver se entendi,
Direito natural não seria algo inerente a nossa natureza e sim a natureza do direito que em sua formação e desenvolvimento acaba por ter certos resultados padronizados.
É isso?
3- Processos de direito espontâneos? PROCESSOS DE DIREITO ESPONTÂNEOS???
Eu preciso urgentemente reler meu dicionário, será possível que a reforma ortográfica tenha mudado tanto o significado das palavras ou que eu seja tão burra desse jeito?
Significado de Espontâneo
adj. Que se faz por si mesmo e sem causa aparente: os movimentos do coração são espontâneos.
Que se faz voluntariamente; natural: ação espontânea.
Como, em nome de tudo que é mais semântico, normas e regras de conduta sociais humanas podem ser espontâneas? Livros legisladores caem do céu e a maioria das pessoas instintivamente sabem que devem seguí-las?
4- O fato de determinada ação arbitrária obter bons resultados e por essa característica ser muito comum já que se percebe sua utilidade não muda o fato de ser arbitrária, é apenas mais útil.
5- Saquei que falo outra língua quando o assunto escapa do convencional, e não sei se serei capaz de corrigir essa deficiência, talvez eu devesse discutir só sobre seriados mesmo... :/ :/ :/
Seria a lei da oferta e da procura. Se não se pode aumentar a procura então reduz-se a oferta.
Quanto à concorrência. Ela existe, ao contrário do que alguns pregam aqui. Poderia ser maior, poderia ser menor, mas não deixa de existir.
É evidente que não, não basta simplesmente criar uma lei dizendo "Todo cidadão brasileiro tem o direito de morar em mansões" que mansões para todos os brasileiros irão surgir em um passe de mágica.
Posso estar errada mas me parece que ele falou em termos de direito legal mas é melhor confirmar isso com ele.
Quando eu digo que não existe direito natural ou real digo no sentido de que todos eles só existem enquanto regras arbitrárias (não necessariamente morais ou imorais) dentro de uma sociedade humana, natural seria algo como sua perna, não foi preciso criar uma lei você tem direito a ter pernas para ela estar aí e real no sentido de concreto e não idealistico ou abstrato como são as normas de conduta e regras para a convivência humana.
Concorrência interna não deixa de ser concorrência. Apesar de várias empresas terem entrado na disputa pelo mercado interno, inclusive fabricando-os aqui mesmo, não houve a tão esperada queda nos preços.
Quanto a livre mercado, isso só existe na teoria, todo país tem restrições, sejam elas de qualidade dos veículos (alguns chineses não passaram no crash teste em países europeus e não receberam o carimbo de permissão para se vender), seja ela em isenção total de impostos.
Pois e.
Esse processo e algo bem pouco trivial.
Regras surgem como solucoes para problemas sociais.
A ideia e que existem regras que sao convencoes arbitrarias, como o fato de se dirigir na direita, e regras que sao solucoes naturais para o problema, como o fato de que a via sera divida em duas faixas, cada uma funcionara num dado sentido fixo.
As letras do alfabeto que representam fonemas sao convencoes arbitrarias, mas o uso de um conjunto finito de glifos para representar fonemas e uma solucao natural.
Solucoes naturais sao descobertas, convencoes sao escolhidas.
Povos separados porem submetidos a condicoes semelhantes eventuamente encontram as mesmas solucoes naturais, mas variam enormemente quanto as convencoes adotadas.
Embora essa distincao pareca bem clara em alguns exemplos, em outros e bastante dificil delimitar essas coisas.
Na verdade, essa dicotomia e, como quase toda dicotomia, uma distincao categorica que serve como simplificacao de um carater gradativo.
No caso, solucoes para um problema sao "mais naturais" quando elas possuem poucas alternativas de similar complexidade.
E solucoes sao "menos naturais", ou mais "convencionais" quando elas admitem muitas alternativas de similar complexidade.
Os desenhos dos glifos de um alfabeto sao convencionais. Eles poderiam ser diferentes, e em muitos casos sao.
Agora o uso de glifos foneticos para codificar a linguagem oral e natural. Existem poucas alternativas simples para essa ideia.
Ideogramas e hieroglifos sao mais complicados e dificeis de usar e menos eficientes para os propositos linguisticos que cumprem.
Algoritmos geneticos sao programas de computador que tentam encontrar solucoes para um problema especifico da seguinte maneira:
1. Eles comecam com algumas solucoes iniciais.
2. Eles selecionam dessas solucoes as mais eficazes.
3. Eles modificam e combinam essas solucoes eficazes.
4. Eles recomecam em 1 ate que uma solucao razoavelmente boa apareca.
O processo de modificacao e combinacao de solucoes e aleatorio.
Ninguem sabe o que vai sair dali a cada etapa.
Mas no longo prazo esses algoritmos encontram a boa solucao para o problema.
As vezes o problema tem apenas uma solucao "natural", e esse processo vai chegar nela, independente de onde ele comece (solucoes iniciais) e do caminho (modificacoes e combinacoes das solucoes eficazes).
Mas se houver muitas solucoes diferentes de eficacia similar, arbitrariedades na escolha das condicoes iniciais, assim como no caminho aleatorio especifico das modiicacoes e combinacoes realizadas e que vao determinar qual solucao sera encontrada.
Não descarto, cartel, impostos absurdos, falta de concorrência, falta de um livre mercado real, etc...
Mas única e real razão pela qual temos esses preços é porque: AS PESSOAS COMPRAM!
Por que diabos alguma montadora iria baixar seus preços se está vendendo com o preço atual? Por que o governo diminuiria os impostos se com os impostos altos ganha muito mais e do mesmo jeito?
Os preços são altos porque o mercado aceita e paga esses preços!
Vamos supor que se abaixe o preço de um carro popular, ele começa a vender muito, a demanda aumenta, o estoque diminui, o preço sobe novamente. As concorrentes tem duas escolhas, abaixam o preço ou aguardam a demanda puxa novamente o preço da concorrente para cima.
É claro que a coisa é muito mais complexa que isso, como já explicaram melhor que eu acima. Mas o ponto é, o mercador aceita pagar esses valores, os fabricantes sabem disso e é mais vantajoso para eles nunca baixar muito seus preços.
Quer que o preço caia?
PARE DE COMPRAR CARROS NOVOS!
Deixe os estoques lotarem, deixe as fabricas demitirem, deixe as fábricas fecharem. "Mimimi, isso vai causar desemprego mimimi!" Que cause! Nossa obrigação não é sustentar industria automobilistica nem seus empregados sejam eles brasileiros ou não. O mercado está cheio de carros usados e semi-novos em ótimo estado, não compre novo, simples.
Se eu consigo vender um tomate por uma barra de 1kg de ouro, por que eu iria diminuir o preço?
Quem está definindo o preço dos carros, não são as montadoras (embora elas amem o lucro estratosférico), não é o governo, é o mercado, que por sua vez é a população que compra!
Não compre e o preço cai!
- “É isto que dá ao comunismo seu peculiar caráter fanático. Tem sido observado que se trata de uma religião secular (ou de uma fé?) que tem seu céu e seu inferno, seus eleitos e seus malditos, seus livros sagrados e os ungidos que podem interpretá-los. De qualquer maneira, o comunismo é um remanescente das seitas religiosas da Idade Média”. Carew Hunt (A Guide to Communist Jargon).