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Como vai, Forasteiro?!

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Comentários

  • 33 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited janeiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Este governo não tem nenhum projeto de longo prazo. Limita-se a reagir aos acontecimentos e usa 'remédios milagrosos' já superados. Ataca os efeitos e não as causas.
    Post edited by Fernando_Silva on
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Do blog "Besta Fubana": http://www.luizberto.com/page/2
    A DÉCADA PERDIDA
    Marco Antonio Villa

    A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 foi recebida como um conto de fadas. O País estaria pagando uma dívida social. E o recebedor era um operário.
    Operário que tinha somente uma década de trabalho fabril, pois aos 28 anos de idade deu adeus, para sempre, à fábrica. Virou um burocrata sindical. Mesmo assim, de 1972 a 2002 – entre a entrada na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e a eleição presidencial -, portanto, durante 30 anos, usou e abusou do figurino do operário, trabalhador, sofrido. E pior, encontrou respaldo e legitimação por parte da intelectualidade tupiniquim, sempre com um sentimento de culpa não resolvido.

    A posse – parte dos gastos paga pelo esquema do pré-mensalão, de acordo com depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público – foi uma consagração. Logo a fantasia cedeu lugar à realidade. A mediocridade da gestão era visível. Como a proposta de governo – chamar de projeto seria um exagero – era inexequível, resolveram manter a economia no mesmo rumo, o que foi reforçado no momento da alta internacional no preço das commodities.

    Quando veio a crise internacional, no final de 2008, sem capacidade gerencial e criatividade econômica, abriram o baú da História, procurando encontrar soluções do século 20 para questões do século 21. O velho Estado reapareceu e distribuiu prebendas aos seus favoritos, a sempre voraz burguesia de rapina, tão brasileira como a jabuticaba.

    Evidentemente que só poderia dar errado. Errado se pensarmos no futuro do País. Quando se esgotou o ciclo de crescimento mundial – como em tantas outras vezes nos últimos três séculos -, o governo ficou, como está até hoje, buscando desesperadamente algum caminho.
    Sem perder de vista, claro, a eleição de 2014, pois tudo gira em torno da permanência no poder por mais um longo tempo, como profetizou recentemente o sentenciado José Dirceu.

    Os bancos e as empresas estatais foram usados como instrumentos de política partidária, em correias de transmissão, para o que chamou o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, de “projeto criminoso de poder”, quando do julgamento do mensalão. Os cargos de direção foram loteados entre as diferentes tendências do Partido dos Trabalhadores (PT) e o restante foi entregue à saciedade dos partidos da base aliada no Congresso Nacional. O PT transformou o patrimônio nacional, construído durante décadas, em moeda para obter recursos partidários e pessoais, como ficou demonstrado em vários escândalos durante a década.

    O PT era considerado uma novidade na política brasileira. A “novidade” deu vida nova às oligarquias. É muito difícil encontrar nos últimos 50 anos um período tão longo de poder em que os velhos oligarcas tiveram tanto poder como agora. Usaram e abusaram dos recursos públicos e transformaram seus Estados em domínios familiares perpétuos. Esse congelamento da política é o maior obstáculo ao crescimento econômico e ao enfrentamento dos problemas sociais tão conhecidos de todos.

    Não será tarefa fácil retirar o PT do poder. Foi criado um sólido bloco de sustentação que – enquanto a economia permitir – satisfaz o topo e a base da pirâmide. Na base, com os programas assistenciais que petrificam a miséria, mas garantem apoio político e algum tipo de satisfação econômica aos que vivem na pobreza absoluta. No topo, atendendo ao grande capital com uma política de cofres abertos, em que tudo pode, basta ser amigo do rei – a rainha é secundária.

    A incapacidade da oposição de cumprir o seu papel facilitou em muito o domínio petista. Deu até um grau de eficiência política que o PT nunca teve. E o ano de 2005 foi o ponto de inflexão, quando a oposição, em meio ao escândalo do mensalão, e com a popularidade de Lula atingindo seu nível mais baixo, se omitiu, temendo perturbar a “paz social”. Seu principal líder, Fernando Henrique Cardoso, disse que Lula já estava derrotado e bastaria levá-lo nas cordas até o ano seguinte para vencê-lo facilmente nas urnas. Como de hábito, a análise estava absolutamente equivocada. E a tragédia que vivemos é, em grande parte, devida a esse grave erro de 2005. Mas, apesar da oposição digna de uma ópera-bufa, os eleitores nunca deram ao PT, nas eleições presidenciais, uma vitória no primeiro turno.

    O PT não esconde o que deseja. Sua direção partidária já ordenou aos milicianos que devem concentrar os seus ataques na imprensa e no Poder Judiciário. São os únicos obstáculos que ainda encontram pelo caminho. E até com ameaças diretas, como a feita na mensagem natalina – natalina, leitores! – de Gilberto Carvalho – ex-seminarista, registre-se – de que “o bicho vai pegar”. A tarefa para 2013 é impor na agenda política o controle social da mídia e do Judiciário. Sabem que não será tarefa fácil, porém a simples ameaça pode-se transformar em instrumento de coação. O PT tem ódio das liberdades democráticas. Sabe que elas são o único obstáculo para o seu “projeto histórico”. E eles não vão perdoar jamais que a direção petista de 2002 esteja hoje condenada à cadeia.

    A década petista terminou. E nada melhor para ilustrar o fracasso do que o crescimento do produto interno bruto (PIB) de 1%. Foi uma década perdida. Não para os petistas e seus acólitos, claro. Estes enriqueceram, buscaram algum refinamento material e até ficaram “chiques”, como a Rosemary Nóvoa de Noronha, sua melhor tradução. Mas o Brasil perdeu.

    Poderíamos ter avançado melhorando a gestão pública e enfrentado com eficiência os nossos velhos problemas sociais, aqueles que os marqueteiros exploram a cada dois anos nos períodos eleitorais. Quase nada foi feito – basta citar a tragédia do saneamento básico ou os milhões de analfabetos.

    Mas se estagnamos, outros países avançaram. E o Brasil continua a ser, como dizia Monteiro Lobato, “essa coisa inerme e enorme”.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    A Venezuela está indo para o buraco. Estatizou as empresas, que não funcionam mais, e o controle artificial de preços acabou com a produção de alimentos. Hoje, 95% da renda do país vem do petróleo e 85% do que eles consomem vem de fora, até o básico, como o leite.

    Apesar da importância do petróleo, as refinarias estão caindo aos pedaços, com um acidente atrás do outro, embora só os mais sérios sejam divulgados pela mídia internacional. Não tenho números recentes, mas, apenas no primeiro semestre de 2012, já tinha havido 501 apagões.

    E, no entanto, o povão reelegeu Chávez porque não quer perder a esmola e não se preocupa com as consequências a longo prazo. Isto já está acontecendo no Brasil, embora ainda não tenha ido tão fundo. Ao que parecem indicar as pesquisas, Lula ou Dilma serão eleitos em 2014 e a marcha para o fundo continuará.
  • É uma vergonha para um país tao grande territorialmente e economicamente como o brasil esta nesta situaçào. Falta apoio logistico, projetos de infraestrutura, investimentos em inovações e em ciencia e tecnologia....mas não o governo so pensa em projetos sociais, pois é isso que o povo quer..Cada povo merece seu governo mesmo!
    "Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas." (Confúcio)

    "A razão dos cães terem tantos amigos, é que movem suas caudas mais que suas línguas." (autor desconhecido)

    "Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta." (Albert Einstein)

    "O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade." (Albert Einstein)
  • O Brasil era a nação do futuro há 20 anos, continua sendo, será daqui 20 anos, daqui 50 anos e daqui um século será a eterna nação do futuro.

    O mais interessante é que não só a típica militância anencéfala engoliu a propaganda que o Brasil é o país que mais cresce no mundo (pois é, tem os que se esquecem até da China). Quantas vezes eu já não vi gente que odeia o PT repetindo esta ladainha.

    Tirando os países que estão em crise, o Brasil é o país que menos cresce no mundo.

    Com a inadimplência subindo e o mercado imobiliário que puxava pra cima perdendo o fôlego, a coisa só tende a piorar.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited janeiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Apatico disse: O mais interessante é que não só a típica militância anencéfala engoliu a propaganda que o Brasil é o país que mais cresce no mundo (pois é, tem os que se esquecem até da China). Quantas vezes eu já não vi gente que odeia o PT repetindo esta ladainha.

    O PT e seu governo estão sempre lembrando 1984 do Orwell e os anúncios oficiais do Grande Irmão proclamando como uma grande vitória do regime a redução das rações.

    Aqui se proclama como um triunfo da política econômica os índices pífios de crescimento, mesmo quando comparados a uma merda de país como a Índia, que nos supera apenas em número de população e quantidade de problemas.


    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Por que o Paraguai não decola, mesmo com mão-de-obra barata e baixíssimos impostos?

    Falta da Lei? Contratos e propriedades privadas não são respeitos?

    No Brasil a culpa pode ser facilmente jogada em cima dos impostos abusivos, leis trabalhistas e fiscais complicadas e anti-produtivas e excesso de burocracia.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Apatico disse: Por que o Paraguai não decola, mesmo com mão-de-obra barata e baixíssimos impostos?

    Mesmo com confrontos violentos no campo, impeachment, e governo provisório, cresceram mais do que a gente.
  • Não é tentando igualar, mas o Brasil passou pelo milagre econômico após um impeachment, durante o governo provisório com guerrilhas no campo.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited janeiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Agora o PT vai ter que recorrer às termoelétricas que FHC construiu para escapar do apagão.
    E isto porque não fez nada nesses últimos 10 anos.

    http://oglobo.globo.com/economia/com-temor-de-racionamento-acoes-de-eletricas-tem-fortes-perdas-7212219
    - Apesar do governo desmentir a possibilidade de um racionamento de energia, o assunto começa a ganhar corpo com o baixo nível dos reservatórios, principalmente no Nordeste. Um série de apagões, desde outubro do ano passado, minou a confiança no sistema, evidenciando a falta de investimento. Na prática, num cenário de racionamento, as empresas passam a ter custos maiores - com gás, por exemplo - já que as termelétricas têm de ser acionadas. Mas, mesmo com gastos maiores, as companhias devem entregar a energia pelo preço combinado anteriormente e só serão ressarcidas num próximo reajuste do preço de energia. Por isso, o mercado penaliza os papéis - diz Pedro Galdi, estrategista da SLW Corretora.

    A analista Beatriz Nantes, da Empiricus Research/Investmania, lembra que o nível dos reservatórios já vinha baixo desde o ano passado. E à medida que esse nível vinha baixando, o preço do megawatt/hora no mercado livre de energia estava subindo.

    - No fim de 2011, o megawatt/hora custava R$ 40; no fim de 2012 estava em R$ 300 e agora está em R$ 500, o que é um indicador real de risco de racionamento - diz a analista.
    Post edited by Fernando_Silva on
  • As termelétricas só conseguem atender a 1/4 da população, e por um preço muito maior, justo quando reduções no preço foram anunciadas.

    Ouvi rumores de uma certa escassez de combustíveis, não sei se o gás também estaria incluso.

    Racionamento hoje em dia seria muito mais penoso do que há 12 anos atrás, ainda mais em pleno verão.

    Parece que os planetas não estão mais se alinhando na sorte do governo.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    É a herança maldita do ... de quem, mesmo?
  • FORA FHC!!!
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited janeiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Quando mencionei isto agora há pouco no Facebook, perguntaram: "Cadê a fonte oficial? Só estou vendo um jornal citando o outro! É tudo mentira do PIG!"

    E ainda: "Que eu saiba, há um plano nacional de energia desde 2004, ao contrário do governo do capachinho FHC!"

    Post edited by Fernando_Silva on
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited janeiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Dilma reduziu as tarifas de energia elétrica para poder aumentar o preço dos combustíveis (que está artificialmente baixo há anos) sem afetar a inflação.
    Cobertor curto: descobre um lado para cobrir o outro.

    Mas dizer que não haverá racionamento é uma promessa vazia. Vai depender das chuvas, não dela. Só espero que as tarifas baixas não afetem os investimentos na infraestrutura (que já está capenga, com apagões frequentes).

    Mais uma vez, reação aos acontecimentos em vez de planejamento a longo prazo.

    Post edited by Fernando_Silva on
  • PercivalPercival Membro
    edited janeiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Fernando_Silva disse: Mais uma vez, reação aos acontecimentos em vez de planejamento a longo prazo.

    Consequências da administração anterior? Alguém sabe algum planejamento coerente da gestão anterior (que foi petista) que livre do buraco nessa estrada sinuosa que é o Brasil?

    Post edited by Percival on
    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    A Dilma anunciou queda de 18% de uma vez. No dia seguinte, já se fala em 11% ao longo do ano. Só que a tarifa de muita gente aumentou 23% de novembro para cá...
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Inflação subindo, investimentos estrangeiros fugindo, faltam profissionais, há 5 anos a Petrobras não faz licitação de novas áreas, dependemos de S.Pedro para o fornecimento de energia, infraestrutura para a Copa e Olimpíadas longe de ficar pronta...
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited janeiro 2013 Vote Up0Vote Down
    O cara é do PSDB, portanto parcial, mas o artigo é interessante:

    http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?cod_post=483625&ch=n
    Além da propaganda

    Sergio Guerra

    O ano mal começou e as projeções do governo federal para 2013 já começaram a esbarrar em fatos que apontam para um cenário nada otimista, bem diferente do que a presidente Dilma Rousseff previu e fez propaganda.

    Em seu último pronunciamento público de 2012, Dilma não só prometeu um “pibão” para este ano, como considerou “ridículo” o risco de racionamento de energia, subestimando dificuldades que se apresentam de forma bastante óbvia.

    Efetivamente, o Brasil lidera hoje os maus resultados entre os Brics — grupo de países emergentes do qual faz parte juntamente com Rússia, Índia, China e África do Sul — e na América Latina tem ajudado a puxar os índices econômicos da região para baixo.

    Na tentativa de encobrir tal realidade, a equipe econômica lançou mão de manobras fiscais para fingir o cumprimento do superávit primário. O correto teria sido encarar o problema de frente e solicitar a colaboração de todos. Já o gargalo da infraestrutura se agrava.

    O governo decidiu intervir no setor de energia elétrica para garantir a redução do preço das tarifas mas não foi capaz de produzir regras claras e ainda tentou partidarizar a discussão, ciente de que os níveis dos reservatórios das hidrelétricas estavam baixos e que o acionamento das termelétricas seria inevitável, assim como o aumento de custo da produção energética.

    Produção insuficiente e redução de preços não combinam. Quem produz reclama e quem consome fica sujeito a apagões como os seis registrados em apenas quatro meses do segundo semestre do ano passado.

    De forma arrogante, Dilma chegou a ironizar a preocupação de setores da sociedade com o risco de novos apagões. Ninguém torce para que haja apagões. Mas o fato de esta preocupação existir está longe de ser “ridículo”. É, no mínimo, grave.

    E o que falar da Petrobras? Não faz muito tempo, o ex-presidente Lula chegou a anunciar a autossuficiência do país na produção de petróleo diante da descoberta das bacias do pré-sal.

    De lá para cá, o Brasil foi obrigado a aumentar as importações de petróleo, a Petrobras perdeu o posto de maior empresa da América Latina e sua nova diretoria, nomeada por Dilma, promete sanear os problemas administrativos herdados do governo Lula.

    O mesmo governo que, há alguns anos, prometeu resolver o problema da seca no Nordeste com as obras de transposição do Rio São Francisco, já gastou R$ 7 bilhões e ainda não foi capaz de levar uma gota d’água à região, que sofre a maior estiagem dos últimos 40 anos.

    Tampouco prosperou a tentativa da presidente de desmontar o esquema de corrupção instalado no Ministério dos Transportes. Ninguém foi punido. E as estradas continuam como estavam, em petição de miséria.

    Essa é a verdadeira marca do atual governo: a absoluta incapacidade gerencial. Para quem fotografava a presidente Dilma como grande gerente é, no mínimo, decepcionante o cenário atual. E o PT parece mais preocupado em arrecadar para saldar as multas impostas pelo Supremo aos condenados no julgamento do mensalão.

    Sergio Guerra é presidente nacional do PSDB
    Post edited by Fernando_Silva on
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited janeiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Estamos de volta à velhas estratégias econômicas dos anos 70 e 80: reagir aos acontecimentos em vez de planejar a longo prazo.

    A inflação continua subindo, mas, em vez de políticas eficazes, finge-se que isto não importa.

    http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?cod_post=483623&ch=n
    Mudou, sim. E não funciona

    Carlos Alberto Sardenberg

    Trata-se de uma quase unanimidade. Tirante os economistas do Banco Central, praticamente todos os demais acham que a inflação brasileira não alcança a meta oficial (4,5%, pelo IPCA, índice do IBGE) nem neste ano, nem no próximo, nem sabe-se lá quando.

    Mas depois desse consenso, as opiniões começam a se dividir. Uma turma acha que isso é grave, que não se pode brincar com a inflação no Brasil e que a alta de preços é um imposto contra os mais pobres. Aliás, a inflação das famílias mais pobres está mais elevada do que a dos ricos.

    Outra turma, dos economistas do governo ou aliados, acha que não tem nada demais numa inflação de 6,5% ao ano, número que estaria dentro da meta. Não é bem assim. Convém explicar: a meta, fixada pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4,5% ao ano. Admite uma margem de tolerância (ou de erro, se quiserem) de dois pontos abaixo ou acima, isso para situações excepcionais, fora do controle do Banco Central.

    Mas três anos seguidos com inflação na média de 6% ao ano não podem ser chamados de excepcionais. Pelos dados divulgados ontem pelo IBGE, a inflação corrente subiu de novo para os 6%. Ou seja, este é o ritmo de alta de preços no Brasil, acima da meta, abusando da margem de tolerância.

    E isso apesar dos truques, como aquele, quase permanente, de segurar o preço da gasolina e outro, mais recente, de acertar com os prefeitos do Rio e São Paulo o adiamento do reajuste das tarifas de ônibus, previsto para este mês.

    No primeiro caso, estraga as contas da Petrobrás. No segundo, das prefeituras. É a maldição: em política econômica, toda gambiarra gera uma contra-gambiarra.

    Mas todo esse debate poderia ser resolvido de modo muito fácil, dizem aliados do governo. Basta dizer que a meta de inflação agora é de até 6,5%. Mesma coisa que esses mesmos economistas estão propondo para o superávit primário. Em vez de o governo roubar nas contas para atingi-lo, basta reduzir o alvo.

    Por que o governo não fez isso?

    Reparem que é o mesmo padrão no caso do dólar, tratado aqui na semana passada. Todo mundo sabe que o real foi deliberadamente desvalorizado pelo governo e que a cotação agora varia numa banda de R$ 2,00 a 2,10 por dólar.

    De novo, críticos e aliados da presidente Dilma concordam nessa constatação, os primeiros, claro, achando errado, os segundos, certo. Mas o governo jura que não tem banda e sim uma clássica de taxa de câmbio flutuante.

    Economistas ligados à linha desenvolvimentista (alguns preferem neo-desenvolvimentismo, sabe-se lá por que) sempre sustentaram que um país emergente terá inflação mais alta que os desenvolvidos e estáveis. Não haveria problema com alta de preços de 10% ou até 15% ao ano, se esse fosse o custo para uma expansão acelerada. Mais inflação em troca de mais crescimento, tal é o mote.

    Acrescentam-se a essa receita a moeda desvalorizada e gastos públicos elevados.

    Se o governo Dilma não está fazendo isso, então faz algo muito parecido. Mais ainda: havia mesmo a expectativa de que a presidente fosse pouco a pouco alterando os parâmetros da política econômica herdados da era FHC e que haviam sido mantidos por Lula por necessidade e não por convicção.

    Assim, resultam duas possibilidades. Ou a política não mudou, apenas estaria sendo, digamos, mal executada. Ou mudou e o governo não quer admitir isso para não criar expectativas negativas, sobretudo lá fora, ou porque a mudança não está funcionando.

    Afinal, temos inflação elevada e baixíssimo crescimento. O governo aumenta seus gastos e as obras não aparecem. O real foi desvalorizado, mas as importações crescem e os brasileiros continuam torrando dólares lá fora (US$ 22 bilhões no ano passado!).

    Até aqui pelo menos, os fatos dizem o seguinte: a política mudou e não deu certo. Que fazer? Voltar ao padrão clássico ou aumentar a aposta neodesenvolvimentista?

    Pode ser também que o governo não tenha uma política, mas apenas alvos. E cada vez que atira em um, acerta no que não devia.

    Um exemplo da hora: a redução das tarifas de energia vai estimular famílias e empresas a consumir mais, lógico. Isso em um momento em que os reservatórios das hidrelétricas, a energia mais barata, estão em ponto crítico, exigindo o auxílio das usinas termoelétricas, mais caras.

    O processo ainda retira recursos das companhias hidrelétricas, diminuindo sua capacidade de investir em novas fontes.

    O pior de tudo é que o Brasil já viu isso nos anos 70 e 80.

    Carlos Alberto Sardenberg é jornalista
    Post edited by Fernando_Silva on
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited janeiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Fernando_Silva disse: O cara é do PSDB, portanto parcial, mas o artigo é interessante:

    Lembrando que parcial não é sinônimo de falso.

    E segue a inacreditável incompetência política do PSDB, limitando suas críticas à competência gerencial do governo, deixando o PT livre para nadar de braçadas no campo ideológico no qual vem aplicando sucessivas surras em seus adversários, que insistem em não reagir.


    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Acauan, há declarações de políticos do alto escalão do PSDB sobre não haver diferenças ideológicas com o PT, resumindo-se a uma disputa de cargos e diferenças de gerenciamento.

    Ou seja, esta surra é masoquismo da oposição. Cargos e diferenças puramente técnicas deveriam ser assuntos discutidos internamente em um partido, e não disputado em eleições entre dois partidos.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited janeiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Apatico disse: Acauan, há declarações de políticos do alto escalão do PSDB sobre não haver diferenças ideológicas com o PT, resumindo-se a uma disputa de cargos e diferenças de gerenciamento.

    O que já ultrapassa todos os limites da incompetência e atinge o grau de suicídio político.
    Apatico disse: Ou seja, esta surra é masoquismo da oposição. Cargos e diferenças puramente técnicas deveriam ser assuntos discutidos internamente em um partido, e não disputado em eleições entre dois partidos.

    A oposição política no Brasil cava sua própria cova ao fugir do fato de que a meta do Partido dos Trabalhadores é implantar no Brasil um regime formalmente pluripartidário, mas de partido único para todos os efeitos práticos.

    Note que a estratégia da militância petista não é atacar as propostas dos partidos de oposição. É atacar os partidos de oposição.
    Seu objetivo é desmoralizar as legendas opositoras até que se tornem inviáveis eleitoralmente e então cooptá-las, como fizeram com o PMDB e agora com o Maluf e o partido dele (que ninguém mais se importa em lembrar qual é).

    Basta acompanhar a campanha permanente que esta militância faz para reescrever a História recente do país, desqualificar personagens importantes deste passado recente e construir uma angiografia para seu líder, o que está cada dia mais difícil, mas eles insistem.

    Por estas e outras vou continuar repetindo: Hoje, o Partido dos Trabalhadores é a maior ameaça à democracia brasileira.
    Quem quiser conferir não se fie pelo que eu digo, se fie pelo que a militância petista diz. Pesquisem os vídeos disponíveis sobre os Congressos Nacionais do PT, vejam seus planos e estratégias, que líderes internacionais são exaltados, seus projetos de engenharia social onde nós seremos as cobaias e principalmente como vêem a sociedade brasileira como um projeto partidário, a ser moldado por suas ideologias conforme conquistem o poder total.

    Que Monã nos proteja.



    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Este é o meu medo. Não havendo força política para combater o plano de poder (e não de governo) do PT, o caminho na política está livre para que ele se torne o nosso PRI.

    O desafio do PT é conseguir conciliar os interesses das diversas alas e pessoas dentro do partido enquanto a organização cresce, impedindo as cisões, como ocorreu com o PMDB, que continua sendo o maior partido brasileiro em número de filiados, mas que há muito tempo já não é mais possível inferir qualquer definição política ou ideológica ao mesmo.

    Há um velho ditado que diz que a quadrilha se desmancha é na hora de dividir o produto do roubo...
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
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