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Comentários
Se eu não roubar, o risco de me roubarem é menor, por exemplo.
Esta pare nao procede. Digo isso pois já vi (ouvi) noticiários de pessoas que foram assaltadas n vezes (paro aqui para não sair do foco)
Desde que não se tenha certeza de que o prejudicado vá perceber. Caso contrário?
Eu nem vou tentar responder a isso filosoficamente: outros poderão fazê-lo com muito mais propriedade. (Criaturo, isso não foi pra você também.)
Digo então que não sei.
Mas, embora sem religião e sem crença, eu sinto.
Sinto que gostaria de ver todas as crianças bem alimentadas, sendo talvez preciso fazer algumas menos;
Gostaria de que não houvesse doenças, sobretudo as mais dolorosas ou incapacitantes. Havendo, combatamos;
gostaria de que os jovens pudessem aprender e ter boas perspectivas de futuro;
Gostaria de mais liberdade e menos violência;
Ah, claro, gostaria de que ninguém fosse estuprado (estava quase esquecendo).
Na minha cabeça isso é praticamente auto-evidente. É quase como se você perguntasse por que a água é molhada.
Que os mestres tentem explicar.
E mais: se você é correto vai ser melhor e mais traquilo para se conviver socialmente, e como não gosto de problemas é a melhor escolha pra mim.
Que cada um viva da maneira como achar melhor.
― Winston Churchill
Definir o BEM de modo relativista, pelo benefício que gera, esbarra no fato que frequentemente o mal oferecerá benefício maior a quem dispor da vantagem no conflito direto de interesses.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Isso que eu estava tentando explicar a ele no tópico de reencarnação.
― Winston Churchill
Isso não acaba endossando a tese de que vivemos em uma realidade amoral, que todas as regras e valores morais são imposições humanas sujeitas a relatividade, subjetividade e arbitrariedade (sem nenhum depreciativo por esses termos) sobre ela?
Mas é, conceituar coisas relativas assim não tem como.
― Winston Churchill
Dentre outras coisas, deve haver algum princípio genético para isso, gerando uma maior empatia para os atos bons que promovam uma maior e melhor manutenção da vida coletiva da espécie.
Uma civilização que adota a maldade como meio quase exclusivo de se manter acaba se tornando tão caótica que se extingue por si só, ela vai acabar exaurindo seus recursos obtidos por meio de rapina ou trabalho escravo.
Pessoalmente me parece mais fácil e natural conquistar as coisas por meio ordeiro, dentro das regras éticas e morais do que sair por aí rapinando.
É assim vantajoso desde que a sociedade em que vivo continue sendo majoritariamente ordeira e boa na sua essência. E que mantenha sob controle os agentes voltados para o mal.
Numa sociedade majoritariamente malévola e sem ética, teríamos que nos adaptar se quiséssemos continuar vivos, e ser mal seria uma questão de sobrevivência.
Felizmente tal sociedade estaria condenada como eu disse acima.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Concordo 100 %
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
Click aqui :
http://31.media.tumblr.com/tumblr_m4pmpbh3H11qlvp0oo1_250.gif
Joalherias ainda existiriam se não valesse a pena?
Estão confundindo as coisas por aqui. Não é por quê o cara é dono de uma joalheria que ele seja bom. Muitas pessoas agem escusamente sob as sombras e usam a máscara da bondade apenas para passar entre as ovelhas.
Pessoas más não são más sempre. Algumas planejam o mal e quando agir. Se forem más o tempo todo, chamariam a atenção.
― Winston Churchill
De qualquer modo, a pergunta não considerava a possibilidade de o joalheiro ser bandido, apenas a relação custo/benefício.
O sujeito que rouba corre o risco de perder a liberdade proporcionalmente ao delito cometido(considerando uma sociedade ordeira onde as instituições funcionam adequadamente), fora outras implicações complicadas que há para esse "profissional".
É também uma questão de custo X benefício, claro. Numa sociedade de viés bom o custo será maior que o benefício para o ladrão, numa sociedade de viés ruim seria o contrário.
Lembrando sempre que em qualquer pessoa não há exclusivamente o mal ou o bem. Pessoas são compostas de um degradé entre o claro e o escuro, e que pra complicar varia ao longo de sua vida. E para complicar mais ainda esse degradé é fruto de interações delicadas entre o sujeito e o meio.
Mas eu não estava pensando exclusivamente em conquistas materiais.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Isso! E tentamos entender também porque o mecanismo genético do altruísmo às vezes falha em certos indivíduos que viram predadores da própria espécie.
Seria uma confusão da mente onde o sujeito se individualiza e se considera à parte da sua espécie, perde a empatia pelos seus pares e passa a considera-los como presas?
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Premissas falsas não sustentam sistemas complexos em permanente evolução como são os sistemas morais. Uso a palavra evolução sem nenhuma conotação biológica.
É autoevidente que há diferença de valor entre sistemas morais, independente do seu resultado como promotor da ordem social.
Roma Imperial era uma sociedade muito coesa e fundamentada na escravidão e violência.
Uma democracia moderna, com todas as suas possíveis instabilidades sociais, é moralmente superior ao sistema romano.
O que o relativismo propõe é que premissas arbitrárias geram sistemas morais arbitrários que só podem ser julgados conforme o ambiente e cultura do lugar e época.
Se fosse assim nunca haveria ganho moral, pois os sistemas se estabilizariam no nível de coesão social que aquela sociedade considerava ótimo. Como os Aztecas e seus sacrifícios humanos.
Na evolução biológica não existem ganhos de valor. Um organismo "mais evoluído" não é melhor ou pior que um "menos evoluído", ao contrário da impressão emocional que as expressões transmitem. Nós, seres humanos, temos o mesmo valor evolutivo das espécies de bactérias que existem hoje e como nós são o resultado sobrevivente e momentâneo da Seleção Natural.
Esta negação do valor não se aplica aos sistemas morais. A evolução das sociedades escravagistas para sociedades fundamentados nos direitos e garantias individuais é obviamente um ganho, em todos os sentidos, inclusive o material.
É esta capacidade de orientar a evolução de sistemas complexos com um ganho de valor moral que nos permite admitir a hipótese - e por enquanto, só isto - de que as premissas morais não sejam aleatórias e arbitrárias, mas que sejam dotadas de conteúdo absoluto.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Eu quero estar errada e que você esteja certo, que exista uma moral absoluta que transcenda a humanidade e suas convenções, apenas me parece mais provável que a realidade, a natureza sejam implacavelmente indiferentes a todos os nossos mais preciosos valores morais como a justiça, a dignidade, a honra, etc... me parece muito mais provável que tais existam tão somente enquanto arbitrariedades, artificialidades e abstrações humanas em suas relações entre si.
Arbitrárias? Sim. Aleatórias? Não.
Vejo o desenvolvimento e o aprimoramento dos sistemas morais de forma análoga porém bem mais lenta que o desenvolvimento da tecnologia, nunca teríamos as TV's de LED se não fossem as de válvula nem celulares pequenos, estilosos e eficientes se não fossem aqueles tijolões de outrora.
Note que há convergência entre o que estamos propondo.
Por que temos TV's de LED e celulares pequenos? Porque há uma sequência contínua de melhorias guiadas pela obtenção de ganhos de valor autoexplicativos: imagem mais nítida, ampla e colorida com componentes de vida longa é melhor que imagem preto e branco, de baixa nitidez obtida por componentes de vida curta.
A melhoria tecnológica se fundamenta em uma definição autoevidente do que é melhor e busca esta melhoria.
Se a premissa moral fosse totalmente relativa, não existiria esta definição autoevidente do que "é melhor" e qualquer sequência contínua visando sua busca seria impossível, o que tornaria cada estágio moral - temporal ou cultural - desconectado dos anteriores, o que os tornaria - sim - aleatórios em relação à totalidade do processo.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Por que seria necessário uma moral absoluta para isso?
Concordamos que um processo aleatório não produziria os resultados históricos que tivemos, parece que só discordamos sobre a relatividade ou não dessa moral.
Peguemos um valor moral.
A vida humana tem um valor moral maior que a vida de um cachorro.
Isso é um padrão moral absoluto ou uma arbitrariedade humana?
Eu concordo plenamente com esse valor moral, mesmo que para mim ele não seja em última instância nada mais do que uma arbitrariedade.
Se é algo mais do que isso, se esse valor moral tiver algo mais essencial, transcendental ou seja lá o que for além de nossa arbitrariedade eu gostaria muito de saber.