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Porquê fazer o bem é melhor do que fazer o mal?

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Comentários

  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Cameron disse:
    Se é algo mais do que isso, se esse valor moral tiver algo mais essencial, transcendental ou seja lá o que for além de nossa arbitrariedade eu gostaria muito de saber.
    O Acauan comentou em outro tópico que, por enquanto, o único jeito é aceitar esses valores morais como axioma, sem saber se um dia nosso desenvolvimento intelectual nos permitirá uma comprovação.

  • Cameron disse: Peguemos um valor moral.

    A vida humana tem um valor moral maior que a vida de um cachorro.

    Isso é um padrão moral absoluto ou uma arbitrariedade humana?

    É uma arbitrariedade humana com toda certeza. E é relativa, mas nem por isso tal relatividade pode ser usada para desculpar certos atos, quando muito serve apenas para fins de análises e compreensão dos eventos.
    Do ponto de vista do cachorro (calma, abstraia!)a vida dele tem maior valor do que a de um humano.

    Não muito antigamente a vida de um negro escravo tinha menor valor do que a do seu senhor branco. Isso foi arbitrado, convencionado e aceito por muito tempo.

    Haverá um dia em que qualquer vida será considerada de igual valor? Dificilmente.

    Cameron disse: Eu concordo plenamente com esse valor moral, mesmo que para mim ele não seja em última instância nada mais do que uma arbitrariedade.

    Pois é, acho que eu e você concordamos que valores morais surgem a partir do meio em que se vive, com todas as implicações e interações entre as partes, e o "absoluto" aí é mera concordância coletiva.
    Se fossemos imortais e inatingíveis os valores morais derivados da vida se dissolveriam por carecerem de propósito prático.


    Cameron disse: Se é algo mais do que isso, se esse valor moral tiver algo mais essencial, transcendental ou seja lá o que for além de nossa arbitrariedade eu gostaria muito de saber.

    Mesmo se fossemos frutos de um ser criador divino, a moral seria inerente à nós, derivada de nós e para nós.
    Seres inatingíveis, eternos, não desenvolvem absolutos morais entre si.
    O ateísmo é uma consequência em mim, não uma militância sistemática.
    '' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
  • sybok disse: Mas nesse caso Márcio, mesmo numa nação de impunidade como o Brasil, onde o bandido corre menos riscos referentes a prisão, o assalto em si é sempre arriscado, ele pode levar um tiro na testa.
    E ainda tem a questão do lucro. Vender joias no mercado negro não dá o mesmo lucro que vender no mercado legal.

    Levar um tiro na testa? De quem? Hoje em dia é mais fácil o bandido atirar na testa da vítima.
    Roubar não implica em custos financeiros, seja lá por qual valor você vender o produto do roubo este sera sempre lucrativo monetariamente.

    Mas eu acho que ainda é mais vantajoso ser honesto, ético e ordeiro.
    O ateísmo é uma consequência em mim, não uma militância sistemática.
    '' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
  • sybok disse:
    Não é que o crime não compense NADA, é que ele compensa menos do que ser honesto.

    Talvez a médio ou longo prazo.
    O problema é o custo de entrada, não?
    Quanto custa roubar a primeira joalheria? Quanto custa ser dono?
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Inseto disse: Quanto custa roubar a primeira joalheria? Quanto custa ser dono?
    Quanto custa viver fugindo da polícia?
  • Johnny disse: Porquê fazer o bem é melhor do que fazer o mal?

    A pergunta, colocada dessa forma, não é redundante? É como perguntar: "por que devemos desenhar um círculo redondo?"

    É melhor fazer o Bem porque este é o melhor a se fazer. O Mal não tem um "melhor a se fazer".

    Penso que a própria preocupação em saber o que é "melhor a se fazer", em qualquer caso, não é possível senão para alguém que já está previamente convencido em fazer o Bem.

    Tendo com frequência para a opinião de que o mal se define não como algo positivo, concreto, mas sim como a ausência de bem. Ainda que seja possível apresentar várias objeções contra esta noção, acho que é satisfatória.

    Voltando às sociedades antigas escravagistas... Eu não sei se houve alguma em que pessoas eram mantidas na escravidão porque seus escravizadores penssassem que aquilo era o Bem. Houve, sim, quem dissesse que certas pessoas eram naturalmente inferiores e era esta a razão de serem escravas. Mas isto me parece mais uma desculpa esfarrapada - uma justificativa adotada posteriormente para manter um benefício ou mesmo tentar esconder algum peso na consciência - do que um princípio que seria seguido de qualquer maneira. Duvido que qualquer sociedade escravagista seguiria sendo escravagista se, por qualquer razão, a escravidão deixasse de representar, para os líderes, algum benefício, ou se a posse de escravos tivesse como contrapartida algum dano tão grande que anulasse por completo o benefício material imediato de ter escravos (como, por exemplo, algum boicote político por parte de uma sociedade não escravagista).

    Já o Bem é aquilo que faríamos de qualquer maneira (ou, pelo menos, que assumimos, perante os outros e à nossa consciência, que faríamos de qualquer maneira), mesmo quando o ato nos traz alguma privação.

    Pensar a moral de forma economicista, utilitária, é, de certa forma, o oposto do Bem. É próprio o Mal disfarçado de Bem. Fora a objeção já apresentada (sobre a vantagem que o Mal oferece a quem tem vantagem em conflitos de interesses), se nós não sabemos nem quais os papéis da bolsa de valores estarão em alta amanhã, imagina só tentar prever todas as consequências que nossas ações terão na sociedade.
  • Fernando_Silva disse:
    Quanto custa viver fugindo da polícia?

    Custa bastante.
    Eu tentei dizer algo assim: "Ser joalheiro é melhor. Pena que o custo de entrada seja tão alto".
    O cara pode ser morto no primeiro roubo, mas esse é um preço que ele "pode pagar". O preço para montar uma joalheria, muitas vezes não.
    Foi só um comentário bobo...
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Cameron disse: Eu não entendi a razão pela qual você afirma que padrões relativos de moral não poderiam ao longo do processo se tornarem melhores, mais refinados e mais abrangentes. Por que seria necessário uma moral absoluta para isso?
    Concordamos que um processo aleatório não produziria os resultados históricos que tivemos, parece que só discordamos sobre a relatividade ou não dessa moral.

    Se não há referencial absoluto, para qualquer direção na qual algo evolua, tanto faz. A evolução biológica é um exemplo.

    Voltando ao exemplo da tecnologia, traçamos um eixo claro entre o que temos hoje e o que queremos ter no futuro e concentramos nossos esforços neste objetivo, cujo conteúdo de melhoria é autoevidente.

    Sem estes referenciais autoevidentes, tanto faz como tanto fez produzir uma TV mais leve ou mais pesada, mais durável ou menos, com nitidez de imagem ou sem.

    Só há evolução em direção a uma melhoria quando o que é melhoria não está em discussão.
    Referenciais relativos que não possuem em si próprios nenhum conteúdo de verdade podem ocasionalmente e por pura sorte definir uma melhoria em relação a um referencial anterior, mas mesmo esta melhoria só pode ser valorado a partir de um terceiro referencial que independa de ambos.

    Por que uma sociedade de homens livres é moralmente melhor que uma sociedade escravagista?
    Se considerarmos apenas os valores relativos de cada referencial, temos que cada qual se consideraria melhor a partir de seus próprios valores - temos um empate. A certeza de que escravagismo é imoral não é um partidarismo por vivermos em uma sociedade livre, é um fato autoevidente. Como fato autoevidente e, portanto, axiomático, não pode ser demonstrado, daí o oportunismo relativista de igualar modelos morais a partir do discurso, fechando os olhos para a realidade que os diferencia.


    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • CameronCameron Membro
    edited junho 2013 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: 1- Se não há referencial absoluto, para qualquer direção na qual algo evolua, tanto faz. A evolução biológica é um exemplo.

    2- Voltando ao exemplo da tecnologia, traçamos um eixo claro entre o que temos hoje e o que queremos ter no futuro e concentramos nossos esforços neste objetivo, cujo conteúdo de melhoria é autoevidente.

    Sem estes referenciais autoevidentes, tanto faz como tanto fez produzir uma TV mais leve ou mais pesada, mais durável ou menos, com nitidez de imagem ou sem.

    Só há evolução em direção a uma melhoria quando o que é melhoria não está em discussão.
    Referenciais relativos que não possuem em si próprios nenhum conteúdo de verdade podem ocasionalmente e por pura sorte definir uma melhoria em relação a um referencial anterior, mas mesmo esta melhoria só pode ser valorado a partir de um terceiro referencial que independa de ambos.

    5- Por que uma sociedade de homens livres é moralmente melhor que uma sociedade escravagista?
    Se considerarmos apenas os valores relativos de cada referencial, temos que cada qual se consideraria melhor a partir de seus próprios valores - temos um empate. A certeza de que escravagismo é imoral não é um partidarismo por vivermos em uma sociedade livre, é um fato autoevidente. Como fato autoevidente e, portanto, axiomático, não pode ser demonstrado, daí o oportunismo relativista de igualar modelos morais a partir do discurso, fechando os olhos para a realidade que os diferencia.
    1- A evolução "segue" (na falta de um termo melhor) um referencial que eu não diria absoluto mas objetivo, a sobrevivência, os que não evoluem ou se adaptam se extinguem.

    2- A melhoria é evidente, os critérios são objetivos, melhor resolução de imagem é melhor que menor resolução de imagem em um aparelho cuja uma das funções principais é a exibição de imagens e o mesmo se aplica ao som.

    Digo objetivos e não absolutos porque, na minha opinião, um referencial absoluto seria muito difícil de ser estabelecido e ser o guia do processo de melhorias.

    O que seria o "aparelho de TV absoluto"? Quais seriam suas especificações? Não haveria a menor possibilidade de tais características serem superadas?

    Se mudarmos a analogia de aparelhos de TV para meios de transporte um referencial absoluto poderia ser mais facilmente imaginado, diriamos que o meio de transporte absoluto seria aquele que conseguisse transportar com segurança pessoas e objetos na velocidade da luz, com um patamar tão alto nenhuma melhoria seria realmente relevante, esse sempre foi meu problema com modelos absolutos, principalmente em itens e eventos na escala humana.

    O que seria uma moral absoluta? Quais itens essa moral absoluta teria? Como teríamos a certeza de que nenhum desses itens precisaria ser corrigido ou que algo nos teria escapado devido as limitações de nossa experiência? Se não estivermos em condições sequer de determinar qual seria o sistema moral absoluto fica difícil (um verdadeiro ato de fé) acreditar que ele seria o guia de nossa evolução moral.

    É nesse ponto que eu discordo de você quando diz que a melhoria só ocorreria com um referencial absoluto, podemos dizer que uma sociedade de pessoas livres é melhor moralmente falando do que uma escravagista com base em uma serie de critérios que não seriam absolutos em si mas nem por isso necessariamente mentirosos ou errados.

    A empatia seria um desses critérios, se eu não gostaria de ser escravizada por empatia vejo que seria mal, perverso, mesquinho que outra pessoa fosse sujeita a isso.

    A prosperidade seria outro desses critérios, uma sociedade de pessoas livres é melhor que uma escravagista por ser mais próspera e proporcionar qualidade de vida a um número maior de pessoas, tanto que a escravidão recebeu seu mais duro golpe com a revolução industrial.

    Nenhum desses critérios são absolutos, mas a soma deles pode aferir uma melhora moral mesmo sem um referencial absoluto.

    Post edited by Cameron on
    Come with me if you wanna live.
  • CameronCameron Membro
    edited junho 2013 Vote Up0Vote Down
    Marcio disse: É uma arbitrariedade humana com toda certeza. E é relativa, mas nem por isso tal relatividade pode ser usada para desculpar certos atos, quando muito serve apenas para fins de análises e compreensão dos eventos.
    Do ponto de vista do cachorro (calma, abstraia!)a vida dele tem maior valor do que a de um humano.
    Em uma discussão que tive em outro fórum usei argumento semelhante.

    O preceito moral aceito por muitos de que matar um boi pelo prazer de matar é errado e matar para comer é certo, seria aceito por bovinos se tais estivessem em condições de opinar?

    É claro que não.

    Voltando ao valor moral "A vida humana tem mais valor moral que a de um cachorro.", se ao invés de primatas sapientes a evolução tivesse tomado outro rumo e o planeta fosse habitado por felinos racionais esse valor moral seria "A vida felina tem valor moral maior que a de um roedor." ou "Matar ratos para comer não é imoral."?

    Se os preceitos morais dependem das circunstâncias então eles são circunstanciais, relativos a essas circunstâncias, logo, não vejo como a moral, que ao que tudo indica, são padrões abstratos e arbitrários influenciados por essas circunstâncias poderiam ser absolutos.

    Post edited by Cameron on
    Come with me if you wanna live.
  • Bom, o que pode ser considerado mal para alguns, pode ser bom para outros. Isso é uma questão filosofica interessante.

    Por exemplo. Um justiceiro matando um bandido. O ato em si é mal, mas ele tirando um merda potencialmente perigoso da sociedade é bom.

    Um pastor safado abrir uma igreja de fundo de quintal para lucrar com os trou digo, fieis é mal, mas para alguem que esteja necessitado de uma palavra para anima-lo, para livra-lo de algum vicio, ou até inadvertidamente, recuperar um criminoso, suas ações podem sair como boas.

    Aliás, o que pode ser considerado bom ou mal? Os foristas aqui citaram a questão humana, mas em relação aos animais, tais regras de comportamento tambem funciona. Por exemplo...certas especies de macacos tem seus pares, mas por desejo, as femeas podem transar com outros macacos, mas se for pego pelo seu par, ela é morta.
    Eu sou o Doutor. Venho do planeta Gallifrey da constelação de Kasterborous. Com a minha nave, a TARDIS (Time And Relative Dimensions In Space (Tempo e Dimensões Relativas No Espaço) eu viajo por varios mundos e épocas combatendo as injustiças em minhas explorações. Eu o convido para me acompanhar em minhas aventuras, a maioria delas perigosas. Voce quer me acompanhar?

    Total de Mensagens:
    8609 + aquelas que tenho agora. ):-))
  • isso significa que não passamos de um grande macacada...ua..uauauaauaaaaaa!
    sinto logo existo!
    sem nenhuma consciência sem existências
  • Cameron disse: Em uma discussão que tive em outro fórum usei argumento semelhante.

    O preceito moral aceito por muitos de que matar um boi pelo prazer de matar é errado e matar para comer é certo, seria aceito por bovinos se tais estivessem em condições de opinar?

    É claro que não.

    Voltando ao valor moral "A vida humana tem mais valor moral que a de um cachorro.", se ao invés de primatas sapientes a evolução tivesse tomado outro rumo e o planeta fosse habitado por felinos racionais esse valor moral seria "A vida felina tem valor moral maior que a de um roedor." ou "Matar ratos para comer não é imoral."?

    Se os preceitos morais dependem das circunstâncias então eles são circunstanciais, relativos a essas circunstâncias, logo, não vejo como a moral, que ao que tudo indica, são padrões abstratos e arbitrários influenciados por essas circunstâncias poderiam ser absolutos.

    - Vejo uma valor moral absoluto na sua divagação: "A vida de um semelhante tem mais valor que a de um diferente".

    Beijos,


  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited junho 2013 Vote Up0Vote Down
    Cameron disse: 1- A evolução "segue" (na falta de um termo melhor) um referencial que eu não diria absoluto mas objetivo, a sobrevivência, os que não evoluem ou se adaptam se extinguem.

    Sobrevivência é o meio, mas não o fim da evolução. A Seleção Natural define que formas de vive seguirão adiante, pouco importando que formas de vida serão estas. Amanhã podemos ser extintos para que algum vírus sobreviva.
    Cameron disse: O que seria o "aparelho de TV absoluto"? Quais seriam suas especificações? Não haveria a menor possibilidade de tais características serem superadas?

    Algo é absoluto quando contém em si sua própria identidade.
    Um círculo ideal é absoluto. O risco que fazemos com o compasso é apenas a representação de um círculo, portanto é relativo, pois sua identidade se define por comparação, semelhança e aproximação.
    Para que se possa conceituar algo como "aparelho de TV absoluto" temos que definir qual é a identidade de uma TV. Se esta identidade é reprodutor de imagens, este aparelho será absoluto quando as imagens que reproduzir forem visualmente indistinguíveis da imagem original reproduzida.

    Cameron disse: Se mudarmos a analogia de aparelhos de TV para meios de transporte um referencial absoluto poderia ser mais facilmente imaginado, diriamos que o meio de transporte absoluto seria aquele que conseguisse transportar com segurança pessoas e objetos na velocidade da luz, com um patamar tão alto nenhuma melhoria seria realmente relevante, esse sempre foi meu problema com modelos absolutos, principalmente em itens e eventos na escala humana.

    Há dois meios conceituais de transportar. Percorrer um espaço entre dois pontos ou eliminar o espaço entre dois pontos.
    Cameron disse: O que seria uma moral absoluta? Quais itens essa moral absoluta teria? Como teríamos a certeza de que nenhum desses itens precisaria ser corrigido ou que algo nos teria escapado devido as limitações de nossa experiência? Se não estivermos em condições sequer de determinar qual seria o sistema moral absoluto fica difícil (um verdadeiro ato de fé) acreditar que ele seria o guia de nossa evolução moral.

    Com toda nossa tecnologia somos incapazes de traçar um círculo perfeito.
    O que não nos impede de tirar muito proveito da Geometria.

    Esta é minha visão de Moral Absoluta, uma Moral Geométrica (é... plágio de Spinoza, confesso).

    Não entendemos porque existem axiomas geométricos, mas somos capazes de percebê-los, codificá-los simbolicamente e desdobrar seus axiomas em raciocínios lógicos demonstráveis.
    Se um Macro Universo inanimado e irracional é estruturado em Princípios Matemáticos racionalizáveis, ou seja, a essência da razão transcende o ser racional, a essência da Moral pode transcender o ser Moral, a saber, até agora, Nós.

    Cameron disse: É nesse ponto que eu discordo de você quando diz que a melhoria só ocorreria com um referencial absoluto, podemos dizer que uma sociedade de pessoas livres é melhor moralmente falando do que uma escravagista com base em uma serie de critérios que não seriam absolutos em si mas nem por isso necessariamente mentirosos ou errados. A empatia seria um desses critérios, se eu não gostaria de ser escravizada por empatia vejo que seria mal, perverso, mesquinho que outra pessoa fosse sujeita a isso.

    Um exemplo hipotético ilustrativo.
    Imagine uma comunidade primitiva e violenta cujos membros vivem na tal "guerra de todos contra todos" e por conta disto sobrevivem em condições miseráveis e de extremo sofrimento.
    Poderia muito bem existir empatia no ato de pela força obrigá-los a abandonar sua cultura e submetê-los aos nossos valores, sem entretanto dar-lhes liberdade, pois se o fizéssemos voltariam ao estágio de brutalidade generalizada.
    Mesmo que tal hipótese fosse conduzida em termos ideais e nenhuma opressão egoísta fosse imposta aos dominados, ainda assim seria uma escolha imoral.

    Porque a Liberdade é um bem em si. Um fato autoevidente e absoluto.

    O melhor que se pode dizer é que submeter pela força seres brutais a uma cultura pacífica é um mal menor, mas não um bem, pois não há BEM na submissão forçada.

    Cameron disse: A prosperidade seria outro desses critérios, uma sociedade de pessoas livres é melhor que uma escravagista por ser mais próspera e proporcionar qualidade de vida a um número maior de pessoas, tanto que a escravidão recebeu seu mais duro golpe com a revolução industrial. Nenhum desses critérios são absolutos, mas a soma deles pode aferir uma melhora moral mesmo sem um referencial absoluto.

    Os Romanos viviam em uma sociedade próspera por causa da escravidão, o que tornaria a escravidão moral naquelas circunstâncias. Mas não era.

    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • CameronCameron Membro
    edited junho 2013 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: Os Romanos viviam em uma sociedade próspera por causa da escravidão, o que tornaria a escravidão moral naquelas circunstâncias. Mas não era.
    Não quando comparamos com a prosperidade alcançada em sociedades livres, da mesma forma que consideramos inferior uma TV a válvula comparada com uma TV de LED, o critério da prosperidade aponta melhora realmente significativa nas sociedades livres, nesse argumento eu não estava julgando determinadas sociedades como morais ou imorais e sim se seria possível aferir melhora ou aperfeiçoamento moral com critérios relativos sem a necessidade de um referencial absoluto.

    Post edited by Cameron on
    Come with me if you wanna live.
  • CameronCameron Membro
    edited julho 2013 Vote Up0Vote Down
    Vou citar um exemplo do que eu consideraria uma moral absoluta.

    "Matar é imoral."

    Para ser absoluto esse preceito teria que abranger todas as circunstâncias sem exceções e sem depender das categorias dos seres.

    Para que "Matar é imoral" fosse absoluto não poderiam haver exceções do tipo "Exceto se feito em legítima defesa", "Exceto seres de outra especie.", "Exceto para salvar um número maior de vidas.", "Exceto... algum item que eu tenha esquecido de mencionar."

    Se admite exceções não seria absoluto, pois estaria limitado por determinadas circunstâncias, desse modo até matar insetos seria imoral, esse exemplo ilustra bem como padrões morais ficam impraticáveis quando colocados em uma escala absoluta.

    Nesse ponto Acauan você argumentou que o absoluto não estaria nesse ou naquele item mas em um suposto sistema moral absoluto que admitisse graduações hierarquicas do qual sua totalidade ainda nos seria desconhecida do mesmo modo que absolutos geométricos seriam desconhecidos de sociedades primitivas.

    Ok, pode ser que sim pode ser que não, mas poderia citar algo absoluto conhecido por nós que seja um sistema de graduações e hierarquias? Não me ocorreu nenhum exemplo.

    Seu exemplo de absolutos geométricos é de itens absolutos e não um sistema absoluto de graduações com hierarquias.

    "A soma dos ângulos de um triângulo serão sempre de 180 graus." e não "A soma dos ângulos de um triângulo serão sempre de 180 graus exceto se estiverem dentro de um pentágono... ou a menos que..."

    P.S: Pode parecer que não mas minha opinião sobre o assunto já mudou, de não existe moral absoluta por padrões morais serem arbitrariedades humanas para talvez exista uma moral absoluta embora eu ache isso bastante improvável.

    Post edited by Cameron on
    Come with me if you wanna live.
  • Respondendo a pergunta do tópico "Por que é melhor fazer o bem do que o mal?", eu diria que de um modo geral é bem mais vantajoso ter amigos do que inimigos.
    Come with me if you wanna live.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited julho 2013 Vote Up0Vote Down
    Cameron disse: Respondendo a pergunta do tópico "Por que é melhor fazer o bem do que o mal?", eu diria que de um modo geral é bem mais vantajoso ter amigos do que inimigos.
    Exato. Você quer ter família e amigos ou viver fugindo dos inimigos e da polícia? Quer realizar seus sonhos, ter filhos e depois netos ou viver com medo e morrer de forma violenta?
    Post edited by Fernando_Silva on
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Cameron disse: Ok, pode ser que sim pode ser que não, mas poderia citar algo absoluto conhecido por nós que seja um sistema de graduações e hierarquias? Não me ocorreu nenhum exemplo. Seu exemplo de absolutos geométricos é de itens absolutos e não um sistema absoluto de graduações com hierarquias. "A soma dos âgulos de um triângulo serão sempre de 180 graus." e não "A soma dos ângulos de um triângulo serão sempre de 180 graus exceto se estiverem dentro de um pentágono... ou a menos que..."

    Cameron, acho que você própria se respondeu.
    A soma dos ângulos internos de um triângulo será sempre 180 graus em um sistema geométrico Euclidiano. Em um sistema Booleano o resultado seria outro.

    Sistemas geométricos são definidos por uma hierarquia de axiomas, dentro dos quais são igualmente absolutos.


    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Acauan disse: Cameron, acho que você própria se respondeu.
    A soma dos ângulos internos de um triângulo será sempre 180 graus em um sistema geométrico Euclidiano. Em um sistema Booleano o resultado seria outro.

    Sistemas geométricos são definidos por uma hierarquia de axiomas, dentro dos quais são igualmente absolutos.

    Isso não remete também à uma relatividade para as propriedades do triângulo?
    Relativo ao sistema Euclidiano produz um resultado.
    Relativo ao sistema Booleano produz outro.
    Etc.
    O ateísmo é uma consequência em mim, não uma militância sistemática.
    '' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Marcio disse: Isso não remete também à uma relatividade para as propriedades do triângulo? Relativo ao sistema Euclidiano produz um resultado. Relativo ao sistema Booleano produz outro.

    Não, porque o que define o sistema como absoluto são seus axiomas e não seus desdobramentos lógicos.

    Acauan dos Tupis
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