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Professor deve trabalhar por amor, não por dinheiro, diz Cid
O governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), mandou um recado nesta segunda-feira (29) para os professores da rede estadual de ensino em greve há 24 dias - eles querem aumento de salário. Para ele, quem desenvolve atividade pública deve colocar o amor pelo que faz na frente do retorno financeiro. “Quem entra em atividade pública deve entrar por amor, não por dinheiro”, disse o governador.
A afirmação já havia sido atribuída a Cid Gomes por professores que participaram de uma negociação pelo fim da greve. Há uma semana o governador teria dito. “Quem quer dar aula faz isso por gosto, e não pelo salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado".
A imprensa pediu um “tira-teima” e Cid disse praticamente a mesma coisa, mas de uma forma mais branda.
“Isso é uma opinião minha que governador, prefeito, presidente, deputado, senador, vereador, médico, professor e policial devem entrar, ter como motivação para entrar na vida pública, amor e espírito público”, declarou. "Quem está atrás de riqueza, de dinheiro, deve procurar outro setor e não a vida pública”, completou.
O Sindicato dos Professores do Ceará (Apeoc) diz que o governo do Ceará não cumpre a Lei Federal do Piso e o plano de cargos e carreiras dos professores. A categoria quer a aplicação do piso para os profissionais de nível médio, graduados e pós-graduados.
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Comentários
Pra que dinheiro?
Desejar, para si e para seus familiares, um pouco de dignindade, agora tem outro nome. E querem apostar como esse cara se reelege?
Mas professor que admite que ensina mal porque ganha pouco tinha que ir pro olho da rua.
Pedreiros, comparativamente dentro da mesma região, ganham menos que professores e nem por isto as casas que constroem caem.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Quanto?
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Algum professor escolheu a profissão sem estar ciente do mercado?
Se a resposta for sim, então merecem se ferrar porque quem escolhe uma profissão sem pesquisar o salário médio dela só pode ser retardado.
Se a resposta for não, professores já estavam ciente dos baixos salários e, mesmo assim, decidiram seguir a profissão.
Talvez pela necessidade intrínseca de alguns de reclamar.
Seguindo minha inevitável inclinação a sempre tentar compreender o ser humano, não posso deixar de observar que, um profissional, de qualquer área, não está imune às influências corrosivas de uma vida sem qualidade. Contas para pagar, filhos experimentando as mais diversas necessidades, aluguel, transporte, etc. Minha realidade não me permite nem imaginar como seria viver assim, então sou muito cauteloso ao emitir qualquer julgamento sobre essas pessoas. Acho bastante plausível que uma pessoa que dorme e acorda pensando em como vai pagar a prestação da geladeira, que vence em uma semana, tenha seu rendimento profissional prejudicado por tais preocupações.
O exemplo do pedreiro foi interessante e merece atenção. Eles também vivem essa mesma realidade e executam seu trabalho com (relativa) competência. Não estou oferecendo uma resposta pronta, mas é possível que o trabalho braçal funcione até como uma espécie de catarse, enquanto a atividade intelectual, que faz uso das mesmas ferramentas e capacidades agora comprometidas pelas preocupações, não tenha a mesma sorte.
Eu não consigo pensar assim. Eu não sei por quais motivos uma pessoa escolhe esta ou aquela profissão. Não sei sequer se foi escolha, falta de opção, falta de oportunidade. Eu simplemente não sei. Então evito qualquer especulação. Principalmente com um teor tão acusativo. Acho que a vida humana é complexa demais para ser delineada por meus caprichos. Sei lá...
Seria como um padre reclamando que não pode se casar.
Na verdade esse tipo de coisa acho q acontece em muitos aspectos da vida com muitas pessoas, é algo que realmente me incomoda, tomar decisões para ficar reclamando depois...
O padre abraça o celibato (e meninos, claro) ao fazer sua escolha pelo sacerdócio. Essa é uma posição oficial da Igreja, onde não cabem negociações. Mas o voto de pobreza nunca foi um dogma do magistério. Isso acontece por incompetência, falta de vontade política, falta de vergonha na cara de pessoas como esse abnegado servidor público aí da foto, que deve ganhar muito bem, obrigado.
Sim, claro, os professores sabiam que estavam escolhendo uma profissão mal remunerada. Mas o que isso prova? O que sabemos de todo esse processo, desde sua tenra raiz até sua concretização, partindo de uma simples informação como essa? Sabemos muito pouco e concluímos demais. Sabemos que o problema é político e podemos ficar aqui durante horas, dias, meses, discutindo sem nunca esgotar o assunto. Deixando de lado o aspecto político – o obscuro e corrompido aspecto político –, resta-me a certeza de que meu medo de cometer uma injustiça inviabiliza qualquer possibilidade de que eu acompanhe os colegas em suas opiniões aqui expostas.
Eu não disse que professor deve ganhar mal. Eu disse que esta reclamação excessiva dos sindicatos soa como se o fato de eles ganharem mal fosse como se tivessem caído no golpe de um estelionatário: "Ele me prometeu muito dinheiro, mas acabou ficando com o pouco que eu tinha".
Apenas isso.
Fique tranquilo, Apáte, nem de longe eu pensei isso.
Mas Acauan, em casos como o do Ceará, onde o salário é baixo, se um professor quer ter alguma coisa na vida, ele terá de ter outro emprego. Quem já foi professor sabe que dá muito trabalho planejar aula, estudar a matéria, avaliar alunos e tentar dar alguma educação há nossas crianças e jovens.
Além da dificuldade financeira, tem de enfrentar o atual problema da falta de respeito dos alunos para com o professor, que passaram até mesmo para a agressão física.
Se um professor ganhasse um salário justo, para não ter que arrumar mais de um emprego, poderiamos cobrar sim dedicação exclusiva deste para que proporcione a melhor educação possível.
Infelizmente, os que aceitam ganhar pouco, na maioria das vezes são profissionais mediocres. É muito dificil encontrar bons professores de português e matemática nas escolas públicas, matérias básicas para a formação de um cidadão.
Agora, um governador falar um absurdo desses, é mostrar que não dá qualquer valor à educação.
E como disse o Ayyavazhi, ainda vai se reeleger.
"Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes" - William Shakespeare
P.S.: O conhecimento não garante sabedoria.
Acho que ja vi pedreiros ganharem ateh um pouco mais...
Eu entendi perfeitamente seu ponto de vista, assim como o do Acauan, e até concordo com vocês em parte. Não estou defendendo que um profissional tenha o “direito” de trabalhar mal porque ganha mal. Em hipótese alguma! Eu apenas tento compreender se uma qualidade de vida inferior não interfere, prejudicando, o desempenho de uma pessoa que se vê obrigada a dedicar tanto tempo à solução de problemas básicos do dia a dia. Eu sei que amanhã minha filha terá comida à mesa; esse fantasma nunca me assombrou. Mas assombra muita gente.
Outro ponto, que poderia surgir neste momento, é: “Se está tão ruim, por que não mudam de emprego?”.
Bem, se fosse tão simples assim, acredito que ninguém seria varredor de rua, estivador, etc., etc., etc... e nem professor. Eu sempre vou considerar que é uma tarefa muito complexa, chegando ao impossível, julgar as razões e motivações alheias, sem efetivamente viver aquela situação. Vou evitar, até para não me perder aqui, entrar no mérito filosófico de como o mundo funciona e porque esse funcionamento impõe que aconteçam situações como essas. Vou dar um salto nesse discurso filosófico e aterrizar lá na frente, em um ponto onde a claridade nos permitirá reduzir as distâncias: A sociedade precisa dessas pessoas exatamente onde elas estão. Não funcionaríamos sem elas. Então, o que essa sociedade pode e deve fazer, para além de qualquer debate, é dar a essas pessoas necessárias qualidade de vida. Estando em condições de dar o melhor, o melhor pode ser cobrado.
A resposta é fácil: restrição de opções.
Varredores de rua e profissionais similares até podem estar insatisfeitos (ou não) com seu salário e seu trabalho, mas eles não possuem especialidade técnica para desempenhar outras funções.
Eu já vi muito professor, principalmente na Universidade, esnobando seus alunos com coisas do tipo: "Eu leciono apenas para repassar meus conhecimentos aos alunos. Financeiramente eu ganho muito mais com minhas consultorias e blablablá."
Bosta nenhuma! Quem leciona por amor à profissão você saca logo nos primeiros 5 minutos de aula, o que não acontecia com professores esbanjadores. Quem é rico, e quer mostrar, é ainda mais fácil, e um cara que tem um carrinho ferrado e mora na periferia definitivamente não ganha essa grana toda. Ou se ganha, não é do tipo que gosta de expor.
A verdade é que eles nunca conseguiram desempenho profissional satisfatório fora da Academia, dependem do salário (segundo eles mesmos uma mixaria) da Universidade pra viver e sentem-se profundamente envergonhados e frustrados diante disso.
Sim, e você tocou num ponto interessante, que não me animei muito a abordar. Há realmente pessoas que gostam de lecionar. Esses professores precisam escolher entre a atividade que amam desempenhar ou ter uma vida digna fazendo algo que odeiam (se mudarem de profissão). Ainda insisto que a solução decente, para este problema, é o Brasil reconhecer o valor desses profissionais. Em minha humilde opinião, o professor é a categoria profissional mais importante em qualquer sociedade. Explico:
Precisamos de médicos, precisamos de advogados, engenheiros, arquitetos, contadores, administradores, etc. Todos são úteis e necessários, sustentando a parte que lhes cabe na complexa estrutura social. E todos, sem exceção, foram um dia alunos. Eles não existiriam sem o professor.
Os baixos salários de professores não são irrestritos, algo inerente na profissão. Exitem advogados também que ganham uma verdadeira ninharia, inclusive optam por dar aulas em uniesquinas ao invés de advogar por questões meramentes financeiras, sem vocação alguma pra lecionar.
Bons professores não devem se preocupar com a questão salarial, assim como bons profissionais de qualquer outra área, uma vez que as melhores escolas vão fazer de tudo para preservá-los no seu quadro de funcionários, aumentando seus salários.
Isto não se aplica a vilarejos perdidos no meio do nada, onde às vezes as crianças têm que andar quilômetros até a escola mais próxima, escola essa caindo aos pedaços com apenas uma professora.
Uma coisa é desempenhar um mau trabalho por falta de condições adequadas, outra muito diferente é deliberadamente fazer menos do que poderia como vingança por achar que não é justamente remunerado.
Há professores que entram na sala de aula e não fazem absolutamente nada, passam uma atividade qualquer para os alunos e ficam enrolando todo tempo. Outros não dominam o mínimo dos conteúdos que deveriam lecionar, há professores de inglês que não sabem a diferença de uso entre "good night" e "good evening".
E já testemunhei pessoalmente um professor declarando com cínico orgulho para os colegas que havia acabado de dar uma aula de R$ 5,00, ou seja, na impossibilidade de aumentar o ganho para o que uma aula vale, decidiu reduzir a qualidade da aula ao valor do pagamento.
Estes realmente devem ir para rua.
Imagine um bombeiro parando o combate a um incêndio na metade, um frentista enchendo o tanque de seu carro com o combustível errado ou a tua faxineira varrendo a sujeira para baixo do tapete propositalmente porque ganham pouco.
Obviamente tais atitudes são intoleráveis e professores não podem ser considerados exceção, mesmo porque quem procede de tal forma evidencia a covardia de se vingar na parte mais fraca do conflito, que são os alunos, que obviamente não decidem quanto os professores devem ganhar.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Por jornada integral, quarenta horas-aula semanais?
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
A renda nesses vilarejos perdidos no meio do nada é baixa para todos.