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Uma das regras básicas da propaganda é vender apenas o que lhe interessa. Você vê o produto lindo, maravilhoso, pronto para ser consumido como se fosse a oitava maravilha do mundo – isto vale tanto para o iogurte que pode parar na sua geladeira quanto para o candidato que pede seu voto, entre tantas outras possibilidades. A boa propaganda (sob o ponto de vista mercadológico) usa dos mais variados artifícios para capturar sua atenção, do humor às belas imagens que expõem felicidade contínua, mesmo que para tanto se aproprie de subterfúgios para enganar o espectador incauto. Este é o caso de Deus Não Está Morto, um filme que manipula uma proposta até interessante para atingir um objetivo explícito: a glorificação do cristianismo, custe o que custar.
Os inimigos do filme são expostos com muita facilidade: ateus, pessoas de outras religiões, a imposição de omitir sua crença pessoal. Todos abordados com o máximo de maniqueísmo possível, de forma que sejam demonizados perante ao público, seja através de falas arrogantes ou atos bruscos. Por outro lado, os cristãos são sempre calmos e serenos. É fácil gostar deles, são pessoas simpáticas e humildes, mesmo que não se tenha qualquer predileção pela religião que sempre ressaltam. Assim se constrói uma narrativa tendenciosa, onde o que menos interessa é a suposta proposta original do filme: discutir a existência de Deus, tendo como palco o âmbito acadêmico.
Gancho principal de Deus Não Está Morto, a tal discussão nasce a partir de um professor de filosofia que vocifera acusações contra o “ditador celestial” de um “conto de fadas útil”, com frases cuidadosamente selecionadas para ofender o bom cristão que assiste o espetáculo. O redentor é um jovem aluno que aceita o desafio de enfrentar o mestre e, em seu púlpito, argumenta também usando falas de pensadores, que deem algum embasamento às suas ideias. O júri é o restante da turma, que acompanha com atenção ao julgamento de Deus em plena sala de aula.
Fosse um filme sério, Deus Não Está Morto seria palco de um interessante debate sobre a questão da religião e sua influência na civilização, levando em conta não apenas o aspecto da razão mas também a emoção inerente a quem, simplesmente, tem fé. Entretanto, não é este seu objetivo – é apenas a propaganda que vende ao espectador. Ao manipular seus personagens principais, ressaltando o desprezo e a falta de respeito de um lado e a bondade e a luta pelo que acredita no outro, a decisão já está tomada. Mas, pior ainda, é acompanhar o suposto debate científico onde questões como o criacionismo são defendidas a partir uma tese absurda, comparando bananas com maçãs. Pior do que dourar a pílula, é justificá-la a partir de mentiras.
Diante de tamanha falta de honestidade, Deus Não Está Morto torna-se um mero filme de louvação, daqueles que têm por objetivo também catequisar ovelhas desgarradas – leia-se chineses e muçulmanos, vítimas de um radicalismo travestido na narrativa. Pelo que representa nas entrelinhas, trata-se de um filme extremamente nocivo por alimentar preconceitos que desrespeitam o mesmo livre arbítrio que o próprio filme exalta para os cristãos. O que seus realizadores não entendem é que a resposta à proposta levantada pelo título é muito maior do que um mero sim ou não, envolvendo questões bem mais complexas do que uma mera crença. E, pior ainda, que valores morais sobre a vida em sociedade não são sinônimo de acreditar em Deus – ou em qualquer outra religião, algo que o filme sequer considera.
Contraditoriamente, Deus Não Está Morto torna-se aquilo que mais combate: a imposição de uma crença, usando todo e qualquer subterfúgio para tanto.
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-226390/criticas-adorocinema/
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Comentários
http://www.planocritico.com/critica-deus-nao-esta-morto/
― Winston Churchill
o filme retrata que a maioria dos ateus são de ex crentes revoltados contra Deus, ou seja pediram por algo e aparentemente não foram atendidos.
sem nenhuma consciência sem existências
― Winston Churchill
- É preocupante ver lixo Gospel avançando mais um pouco na cultura de massas.
Abraços,
Na UFSCar já houve um caso que gerou protestos por parte dos acadêmicos por se aventar em ceder um auditório para uma palestra criacionista. Isso foi há alguns anos. A reação deveu-se ao fato de que, se um bando de pastores usassem o ambiente universitário para isso, daria a impressão de que a universidade estaria dando margem à crença criacionista. Mas tal como no filme (que não vi e nem vou ver), também foi lucro para a pastorada, pois pode vender a imagem de intolerância e medo de ver a evolução ser questionada em suas bases no ambiente acadêmico...
Detalhe a distribuição desse filme é da Graça filmes cujo é o dono é o fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, R.R.Soares.
― Winston Churchill
― Winston Churchill
- E se isso se tornar tão comum quanto filme espírita?
Abraços,
http://www.cineclick.com.br/tres-historias-um-destino
http://www.cineclick.com.br/criticas/tres-historias-um-destino
― Winston Churchill
- Esse que voce postou é direcionado a pùblico especifico Percival.
Abraços,
― Winston Churchill
- Aqui em Brasília vi publicidade em muitas paradas de ônibus.
Abraços,
Fala no final o aluno vence o debate fazendo o professor confessar que perdeu a fé em Deus por não ter um pedido atendido, um tipico ex crente.
sem nenhuma consciência sem existências
sem graça!
sem nenhuma consciência sem existências
Uma vez vi de passagem por alguns minutos um desenho do programa do R.R.Soares, era tosco e tendencioso ao infinito, eu duvido muito que alguém assista aquilo que já não seja uma ovelhinha dele.
― Winston Churchill
― Winston Churchill
- Assisti uma pregação do pastor Feliciano onde ele relata a estória de uma mãe que ressuscita no necrotério seus cinco filhos que tomaram veneno de rato acidentalmente.
- Fiquei imaginando, meu deus, como é que as pessoas acreditam nessa estória?!!?!?!? - Ele ainda diz "ninguém vai ver isso na Globo não!" como se a Globo não tivesse interesse de cobrir um mega-furo estrondoso desses.
Abraços,
o fato do carro do padre ter falhado varias vezes impedindo sua partida da cidade , também ja aconteceu comigo, logo é possível.
aponta para as logicas redundantes tão comuns em debates ateus x crentes e que a existência do sofrimento é justificada pelo livre arbítrio.
com tudo acho que poderia ter sido apresentado argumentos mais fortes de ambas as partes.
sem nenhuma consciência sem existências
Este tipo de filme é pura idiotice, só que tá cheio de ateu pela Internet querendo denunciar a bobagem como se fosse uma ameaça à civilização.
Obras deste tipo são apenas jogar prá torcida e pronto.
É como se alguém ficasse chocado porque a Gaviões da Fiel fez um filme onde os Corintianos são os heróis e os palmeirenses são os vilões.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
O que é outra bobagem.
Quase todo mundo que usa a expressão "a maioria dos ateus" apenas reflete a ideia que constituiu da militância ateísta na Internet.
Como não há pesquisas a respeito - e se houvesse, não levaria a conclusão nenhuma - ninguém sabe o que "a maioria dos ateus" realmente é, mesmo porque tal maioria tá pouco se lixando para ser caracterizada, pelo motivo óbvio que ateísmo não é uma forma de agremiação.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
sem nenhuma consciência sem existências
Logo se nota isso, até porque eles não fazem questão de tipo colocar uma sessão pra imprensa especializada. No caso do Cine Click só analisaram o Três Histórias Um Destino porque foi ingresso pago do autor da crítica.
― Winston Churchill
- Engraçado que esses ateus de internet não fazem a mesma coisa com filme espírita (que tem aos montes e faz até mais sucesso), será que é implicância com os crentes?
Abraços,