Método do primeiro colocado do Enem remete ao século 19, diz especialista da USP
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
12/09/2011 | 17h21 | Educação
Com uma mensalidade de até R$ 2.140 mil e recusando a matrícula de meninas, o Colégio São Bento, na capital fluminense, ficou pela quarta vez na primeira colocação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova é aplicada pelo Ministério da Educação e avalia o desempenho de estudantes da rede pública e privada em todo o país.
Administrado por monges beneditinos, o colégio ficou cerca de 300 pontos à frente do último colocado no estado - uma escola pública. A Supervisão Pedagógica atribui o bom resultado ao ambiente de ensino "com excelente professores" e à dedicação dos alunos, que têm aulas entre às 7h30 e às 16h30, durante a semana e, aos sábado pela manhã, longe de meninas.
No entanto, a receita de sucesso do São Bento, que só aceitou professoras na escola a partir da década de 1960, gera polêmica. Para a professora da Universidade de São Paulo (USP), Cláudia Vianna, especialista em gênero e educação, "não é possível desenvolver a personalidade integral do aluno onde há segregação". Para ela, o método do São Bento remete ao século 19.
"É muito complicado dizer que a segregação garante qualidade. Vivemos num mundo misto que aliás, mostra que as meninas têm mais sucesso que os meninos. Que desenvolvimento é esse que só dá certo quando eu separo? Qual a mensagem que você passa? Como se propõe a prepará-los para o mundo que é misto? Que principio é esse que não trabalha com o heterogêneo?", questionou.
A supervisora do São Bento, a professora Maria Eliza Penna Firme Pedrosa disse que aceitar meninas significaria alterar a identidade do colégio e isso não está nos planos. "Os alunos e os pais estão satisfeitos. Os meninos acham o ambiente confortável e não identificamos prejuízo nenhum, já que os rapazes podem conviver com as meninas na sociedade".
Os alunos também não reclamam da jornada de estudos, da proibição do uso de adornos como piercings e acreditam que à dedicação os levará para as universidade públicas, como é o caso do estudante de odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eduardo Maroun. Para ele, o São Bento ofereceu uma boa educação, com forte preocupação no caráter do aluno.
"Claro que as mulheres distraem um pouco os homens", declarou. "Se você tem uma namorada no colégio, fica com ela no recreio, vai para aula pensando nela, normal para o ser humano. Mas o colégio não tendo isso, ele [o aluno] fica mais focado. Isso é positivo porque você pode ter contato com as garotas fora do colégio, no clube ou na faculdade".
O Colégio São Bento funciona há mais de 150 anos e já teve entre seus alunos os compositores Heitor Villa-Lobos, Pinxinguinha e Noel Rosa, o teatrólogo João Procópio Ferreira, o jornalista Paulo Francis, e o escritor e humorista Jô Soares.
Da Agência Brasil
FONTE: http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20110912172102&assunto=21&onde=Brasil
PBAgora
"In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
Comentários
Rigor acadêmico e regime integral levam São Bento de volta ao topo do Enem
http://noticias.terra.com.br/educacao/enem/noticias/0,,OI5343822-EI8398,00-Lider+pela+vez+escola+diz+que+receita+e+ensinar+e+cobrar.html
Enquanto isso: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gilbertodimenstein/973786-usp-deveria-morrer-de-vergonha.shtml
ONDE ESTÁ SEU DEUS AGORA, PROGRESSISTINHA?
Que merda é essa?? De onde ela tirou isso?
Estou quase me convencendo de que é dever cívico jogar ovo e tomate podre nessa gente e mandar à merda.
Não sei se têm mais sucesso, mas o último censo mostrou que as mulheres atualmente têm mais escolaridade que os homens (57% do total de universitários no país). Há 15% de mulheres com nível superior contra 12% dos homens.
Ainda ganham menos, mas seu salário subiu mais que o deles (25.6% de aumento contra 15,1% dos homens).
Nào sei se foi isto que ela quis dizer.
Também queria saber...
Especialista em gênero e educação?????
Pagam esta mulher com dinheiro público prá isto?????
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Acho que a diferença de performance gerada pela segregação não se dá porque garotos são mais inteligentes que garotas, mas porque em ambientes segregados eles se concentram mais do que em ambientes mistos, sobretudo no período turbulento da adolescência que corresponde ao ensino médio.
Eu falo por experiência própria, já que tive a oportunidade de fazer o ensino médio em colégios civis mistos e depois em um escola preparatória militar. É bastante evidente que em colégios mistos a maior prioridade da maioria dos garotos é chamar a atenção das garotas, com deboches e uma atitude de descaso com a autoridade (professores e inspetores). Em colégios segregados o foco é bem mais direcionado na perfomance acadêmica e esportiva.
Ao contrário do que a uspióloga parece sugerir, a escola não deve preparar o aluno "para a vida". A escola deve prepará-lo com os conteúdos canônicos das disciplinas que tradicionalmente fazem parte do curriculo escolar.
A maior parte das "coisas da vida" o aluno aprenderá com a sua família, cículo de amigos e outras atividades sociais. Se a escola cumprir seu papel ensinando matemática e gramática corretamente ela terá sido bem-sucedida.
Taí mais uma prova de que esta corja não vale o sal que come.
Diante de um sucesso retumbante como o Colégio São Bento, que faria qualquer pessoa bem intencionada? Obviamente elogiar e usar como exemplo.
E o que faz a especialista em gênero e educação? Bota defeito!
É..., o Colégio São Bento não deve desenvolver bem o aluno, quem deve fazer isto melhor é a tal escola pública que ficou trezentos pontos atrás no ENEM e que deve seguir a risca as receitas pedagógicas de gente como esta Cláudia Vianna.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Duvido que os beneditino considerem "segregação" como ingrediente de sua receita pedagógica.
Isto é coisa da corja invejosa que em sendo incompetente e cínica demais para reconhecer seu erros, se recusa a ver que o segredo do sucesso é a tradição.
Fazer parte de um ambiente tradicional, que remete a séculos de educação e cultura, que está ligado a grandes nomes e à própria História da cidade (em São Paulo o Mosteiro de São Bento foi tão relevante na formação da identidade paulista quanto o Colégio dos Jesuítas) reforça a motivação de fazer parte de algo maior do que você próprio.
Este culto à tradição está presente em cada canto de Harvard, Oxford ou Cambridge e quero ver quem é cara de pau em dizer que isto afeta em alguma coisa o sucesso destas instituições.
Neste contexto, a manutenção da escola como exclusivamente masculina é apenas um ítem da tradição, provavelmente sequer de grande relevância no conjunto.
A corja de fracassados que comanda a educação pública brasileira tem horror à tradição e querem porque querem associá-la ao obscurantismo, atraso e tudo que é de ruim, mas quando a realidade mostra escolas tradicionais com sucesso retumbante, enquanto as modernosas seguidoras dos últimos modismos pedagógicos chafurdam no analfabetismo funcional, a reação da tal corja é a esperada, dar de ombros e criticar com desdém as uvas que estão muito longe do alcance de suas capacidades.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Toda vez que ouço professor falando coisas como "preparar para a vida" ou "formar o cidadão" meu radar detector de vagabundos apita.
Não existe negócio melhor prá professor que não quer nada com o batente do que defender a tese de que o trabalho dele é "formar cidadãos" ou qualquer outro objetivo abstrato que é impossível de ser traduzido em metas mensuráveis pelas quais ele possa ser cobrado.
Professor de matemática do ensino básico tem que habilitar seus alunos na tabuada, nas quatro operações, no domínio do conceito dos conjuntos e demais conteúdos aplicáveis à série;
Professor de português do ensino básico tem que ensinar seus alunos a ler e interpretar textos simples, escrever com correção ortográfica e gramatical e ( por que não?) caligrafia legível.
Professor de geografia..., tá, já me entenderam.
Se no fim do ano os alunos não sabem o que é propriedade distributiva, não sabem soletrar "interruptor" e vá imaginar que ignorância expressam em geografia, então os professores fracassaram, a escola fracassou, o sistema fracassou e algo tem que ser feito. Se necessário cabeças devem rolar.
Agora, se o objetivo é formar o cidadão, no fim do ano toda comunidade escolar pode simplesmente dizer que fez o que pode com os recursos que tinha, que a escola não pode fazer tudo e saem alegres para suas férias para repetir o fracasso no ano seguinte sem nenhum tipo de preocupação ou sentimento de responsabilidade.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Acauan,
Eu não discordo que o fator de segregação sexual se insira num contexto maior de respeito a tradição que é globalmente eficaz para o aprendizado.
Mas em primeiro lugar há a própria razão de se existir uma tradição em separar meninos e meninas em ambientes escolares.
Eu especulo que essa tradição evoluiu da experiência pedagógica destilada ao longo dos séculos, que serviu para identificar que a formação das identidades sexuais na adolescência tornava alunos e alunos nessa fase de desenvolvimento mais sujeitos às distrações causadas pela presença mútua, sendo mais eficaz para os propósitos do estabelecimento de ensino mante-los separados durante as aulas.
Essa separação não é só observada em escolas de tradição religiosa, mas era uma regra mais ou menos geral até os meados do século XX, mesmo para escolas laicas.
E ela foi desmantelada na agitação decorrente dos movimentos de "emancipação feminina".
De certo o movimento tinha legitimidade em reivindicar direitos básicos iguais para homens e mulheres, assim como o movimento dos direitos civis em geral.
Mas certos mecanismos tradicionais passaram a ser interpretados como símbolos da opressão contra a qual se lutava, e um deles era a segregação, um termo que até hoje carrega uma conotação negativa.
Dos anos em que o São Bento não ficou em primeiro lugar, eles também ficaram bem colocados:
Seria interessante perguntar à direção desses colégios que já estão consagrados por boas colocações no ENEM o que acham da progpedagogia da USP.
Pois é. A persistente alegação de falta de verbas empregada como justicativa para praticamente qualquer fracasso pedagógico demonstra que esses profissionais são incompetentes na sua própria formação de expectativas e avaliação de recursos.
Ora, porque "falta de verbas" nunca pode ser um fator persistente numa instituição. Pode faltar verbas em um ano especialmente complicado, ou mesmo numa seqüência de anos ruim, mas se a sistuação persiste o planejamento financeiro precisa ser revisado de maneira a encompassar os recursos que de fato poderão ser empregados, e não os que gostaria-se que fossem.
Como a perfomance desses profissionais costuma ser avaliada de acordo com suas intenções declaradas e com seu alinhamento a uma doutrina politicamente correta, não tendo relação clara com qualquer resultado objetivo observado, uma situação trágica de inércia e inépcia se produz.
Falta de recursos para educação é outra desculpa esfarrapada.
Comparações das verbas brasileiras em proporção ao PIB com a de outros países emergentes mostra que até fins de mundo como o interior da Índia conseguem resultados melhores com muito menos do que se gasta aqui.
Uma experiência pessoal minha.
Até hoje voto na mesma escola fundamental onde fui alfabetizado.
Na minha época, tratava-se de uma escola pública modesta, basicamente composta de pátio e salas de aula com quadro negro, típica dos bairros operários do ABC paulista.
No que me diz respeito, sou grato ao bom trabalho que aqueles professores fizeram comigo e meus colegas.
Hoje o antigo bairro operário abriga vistosos condomínios de classe média alta, a cidade alcançou o mais alto IDH do Brasil e quando visito minha velha escolinha em dia de eleição a encontro equipada com ginásio de esportes, salas de aula com equipamento didático completo, incluindo recursos áudio-visuais, computadores prá todo lado e alunos que não sabem porra nenhuma, como evidenciam os resultados do ENEM.
Ou seja, os recursos se multiplicaram e os resultados desabaram e lá não é exceção.
É como eu digo a respeito do aumento de salários. Se você dá aumento para um incompetente, o resultado é um incompentente ganhando mais.
Se coloca mais recursos em mãos incompetentes, o resultado é que a incompetência pode ser exercida de modo mais eficiente.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Mais recursos não induzem necessariamente a mais resultados, se o processo de transformação desses recursos não for ele próprio submetido a escrutínio.
Professores no Brasil são uma categoria corporativa bastante coesa na opinião de que seus métodos não podem ser questionados com base em critérios claros de qualidade, que reduziriam a complexidade do quadro social em que eles trabalham.
Trocando em miúdos, eles aboliram a possibilidade de identificação do mau professor, exceto talvez em professores que decidam se distanciar do groupthink deles (o que incluiria em muitos casos os professores que efetivamente se ocupam de ensinar coisas aos alunos).
Essa atitude é um escólio de praticamente todo sistema que detém o julgamento exclusivo de sua própria perfomance ao empregar recursos obtidos de outros sistemas.
Eu não estou dizendo que a complexidade do cenário seja uma ficção útil, mas única maneira de abordar um cenário complexo é se concentrar naquilo que é primordial, de maneira a torná-lo mais simples.
Se alunos não sabem ler e escrever, eles devem ser apresentados as letras e palavras e submetidos a rotinas de exercícios que visem desenvolver neles essa capacidade, e isso é algo independente das complexidades de qualquer sistema sócio-cultural.
Enem 2012 | 26/11/2013 16:34
As 25 melhores escolas do Rio de Janeiro no Enem
Colégio São Bento, em 3º lugar no ranking nacional, permanece como a escola com maior desempenho no Enem na capital fluminense e no estado
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/as-25-melhores-escolas-da-cidade-do-rio-de-janeiro-no-enem
Por outro lado, parece que planejam aderir ao sistema misto a partir de 2015:
Colégio São Bento, no Rio, aceitará matrícula de meninas após 155 anos
Novidade foi anunciada nesta terça-feira (26) pela direção da escola.
Previsão é de que a matrícula para alunas comece a partir de 2015.
Depois de 155 anos, o Colégio de São Bento, um dos mais tradicionais do Rio, vai abrir suas portas para receber meninas. A novidade foi anunciada nesta terça-feira (26) pela direção da escola. A previsão é de que a matrícula para alunas comece a partir de 2015.
Os detalhes ainda estão sendo estudados, mas inicialmente seriam abertas vagas para meninas nas turmas do 1º ano do Ensino Fundamental e da 1ª série do Ensino Médio.
Nesta terça, o Ministério da Educação divulgou o ranking com resultados do Exame Nacional do Ensino Médio de 2012 e o São Bento foi o melhor colocado no Brasil nas notas de redação.
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/11/colegio-sao-bento-no-rio-aceitara-matricula-de-meninas-apos-155-anos.html
Parece que foi pedido dos pais de alunos e também de moradores da região. E já aboliram o teste de admissão para entrar no colégio. Vamos ver no que vai dar.
Isso já é uma “pré-seleção”. O que nos remete ao ponto em que trabalhar com alunos já pré-selecionados “facilita” gerando resultados potencializados... rs
Exato, o regime interno do Colégio deve ser respeitado. Eles têm direito de escolher sua clientela... Já se isso é questionável ou não, isso é outra história.
Claúdia, discordo de vc. Os alunos que selecionados foram para este colégio, fizeram sua escolha programada junto a uma estrutura familiar, elencaram seu próprio “projeto pedagógico”, isso é um direito que lhes é permitido por lei. Para esses alunos a integralidade não é pautada na visão do coletivo social imaginário da igualdade, mas sim na própria estrutura mental e, em seu micro universo familiar que no final é seu marco referencial, ou seja, esses alunos optam por buscar resultados em um mundo competitivo, pois no final o que conta é o CR.
Que se pararmos para pensar, esse sim é o grande “segregador” conforme o ponto de vista...
Questionável a afirmação... Porém, meninas que se destacam hj nas academias militares, seguem o modelo dos alunos do colégio supra-citado, estudaram em regimes seletivos. Então seguindo com a idéia das academias militares, lá já existe o ensino misto, e grande parte das meninas são as O1(zero hum) de turma... rs
Mas isso não serve como argumentação científica de que o cérebro das meninas é superior ao dos meninos, só mostra como na afirmação subentendida, que o sucesso faz parte de um conjunto de apropriações de aprendizagem e desenvolvimento pessoal...
Fernando, embora o que vc disse é a mais pura verdade, ela fala da personalidade do individuo, ou seja, ela afirmou que o ser integral passa por um conjunto de fatores que permitem uma desenvoltura social maior para aqueles que convivem nas diferenças...
Mas as diferenças não podem ser engessadas somente utilizando o parâmetro do perfil de gênero... Porém, o assunto da matéria destaca justamente essa diferença de resultado no Enem, ou seja, colocando a culpa nas pobres meninas, elas são as usurpadoras da atenção masculina... Embora saibamos que dependendo da idade influencia um pouco sim... Mas ainda assim não é um fator primordial de queda de rendimento tão drástico assim. Na verdade no caso do Colégio São Bento seriam outros os fatores, os principais para essa seleção... Mas isso não vem ao caso aqui.
Sim, creio que sua exposição é correta até pelo motivo que destaquei mais acima, o regime do colégio deve ser respeitado.
Mas concorda que se até os colégios militares já aceitam meninas... rs
Antes de sair do tópico e da publicação observei seu comentário...
Achei interessante a mudança.
Abraços fraternos a todos
Silvana
Estou convencida que o método conservador de ensino disciplinado (dããããã... capitão óbvio) terá resultados assombrosamente superiores que a "alternativa" que "forma cidadãos" ao invés de ensinar.
Mas tenho cá minhas dúvidas sobre esse desempenho ser resultado do colégio em questão não aceitar mulheres, me parece que o grande trunfo dele é a disciplina.
Ha sociedades tradicionais que os meninos e meninas sao separados ao chegarem na puberdade e so voltam a conviver juntos na idade adulta.
Se for só o colégio citado você há de convir que a amostragem é limitada.