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Comentários
Tradicionalmente a Teologia é chamada de Filosofia Primeira, uma interpretação racional da realidade que inclui o questionamento da razão última da existência ou da realidade.
A Teologia Ocidental é essencialmente Metafísica, podendo ou não acatar premissas doutrinárias em suas análises.
Spinoza, por exemplo, descreveu em A Ética uma teologia que desconsiderava os dogmas judaicos, sendo por isto expulso de sua congregação.
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A definicao do que e ciencia nem sempre esta livre de ambiguidades.
Na sua forma mais abrangente, ela compreende toda forma de conhecimento estruturado atraves do emprego de postulados e principios metodologicos conhecidos.
Aqui, o termo ciencia contrapoe-se ao misticismo. Enquanto na ciencia o conhecimento e em principio de acesso publico, atraves da aplicacao sistematica de uma metodologia divulgada, no misticismo, o conhecimento so pode ser alcancado por individuos especiais, iluminados ou iniciados em certas ordens ritualisticas. Certas coisas so podem ser sabidas por membros avancados na hierarquia mistica, e os outros devem curvar-se a autoridade e admitir sua condicao ignorante persistente.
A teologia pode ter um carater cientifico ou mistico, dependendo de como ela e empregada.
Quando os postulados e a metodologia sao explicitos, suas conclusoes sao de natureza cientifica, no sentido empregado acima.
Esse fato se evidencia pela existencia ao longo da historia de estudos e debates teologicos, calcados em uma metodologia metafisica, e dos quais surgiu grande parte do nosso entendimento atual de logica, e, ironicamente, o proprio metodo cientifico empirico moderno (William of Ockham e Roger Bacon eram frades e teologos).
Porem quando conclusoes teologicas sao decididas pela autoridade ritual, tida como essencialmente mais sabia, trata-se de um misiticismo.
Isso nao quer dizer que as conclusoes teologicas tenham que ter qualquer tipo de correspondencia imediata com fatos empiricos observaveis e reprodutiveis. Essa costuma ser uma definicao de ciencia tambem. Ela e valida tambem, mas e bastante restritiva.
Muito conhecimento consequente e pratico nao trata de fenomenos empiricos, mas de abstracoes. Mesmo para manipular e comunicar nosso entendimento a cerca das experiencias sensoriais e empiricas nos precisamos empregar abstracoes. Matematica, linguistica, semiotica, metafisica e teologia sao exemplos de campos de conhecimento concentrados sobre a analise de certos tipos de abstracoes.
Embora esse aspecto dualistico entre misticismo e ciencia fique claro no caso da teologia dentro de certas religioes dotadas de ordem hierarquica; ele tambem se manifesta por vezes dentro de outras areas academicas.
A academia possui uma hierarquia implicita, e muitas vezes essa hierarquia pode ser mais determinante na forma como o conhecimento sera estruturado do que a aplicacao sistematica da metodologia. Existe portanto um certo grau de misticismo mesmo em ramos tidos como puramente cientificos.
Um exemplo atual e a tendencia observada em certas arenas de se silenciar o debate apelando para uma nocao nao-metodologica de “consenso cientifico”. Ora, e completamente inconsequente alegar que existe consenso para silenciar um debate, ja que um debate e justamente a ausencia da percepcao do consenso.
Esse e um exemplo bastante eloquente de misticismo moderno.
2- Concordo com a definição.
3- Esse é o ponto, no que pude observar existem duas formas de teologia, aquela que é ensinada em faculdades e descreve as diferentes crenças humanas e sua influência ao longo da história que não vejo a razão de não ser considerada uma mera ramificação da antropologia e a outra sendo aquela financiada por instituições religiosas na formação de líderes como padres e pastores, essa claramente seguindo a linha da hierarquia mística que você descreveu.
Esta é uma definição restritiva de ciência.
A ciência experimental, como o próprio nome indica, é um ramo da Ciência em si, caso não fosse, não precisaria do qualifacativo que já lhe estaria implícito.
Boa parte da Física que se produz hoje é 100% teórica (ou alguém já testou empiricamente as p-branas?... talvez tenha testado, mas eu nunca soube) e nem por isto física teórica deixa de ser ciência ou só passa a ser ciência depois de experimentada.
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O Método Científico, ou, especificando melhor, os Métodos Científicos pertencem em última instância à área de trabalho da Filosofia.
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"Ciência experimental" é um pleonasmo e se existem filósofos que concordam com o termo, isso não o torna mais racional. Sim, certas teorias da física são, na realidade, teorias metafísicas. Todavia, algumas hipóteses muito provavelmente serão testáveis quando houver a disposição de instrumentos melhores. Outras hipóteses não se enquadram nessa categoria...Dessas, algumas provavelmente nunca serão testáveis (Solipsismo, por exemplo).
Sim, a Epistemologia da Ciência faz parte da Ciência. Isso mostra que uma parte da Filosofia faz parte da Ciência. Mas a Filosofia sozinha não é uma Ciência. Pelo menos, é assim o que eu penso.
Explique que ramo da Ciência experimental define o que é ciência ou que ciência define as regras para se estabelecer uma afirmação como verdadeira?
Um dos fundamentos mais básicos da Ciência é o Princípio da Não Contradição, uma regra filosófica aristotélica e não científica experimental.
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Ou seja, os limites entre ciência e filosofia não são fronteiras rígidas.
Um dos objetivos básicos de qualquer experimentação científica é fazer afirmações verdadeiras ou potencialmente verdadeiras sobre um experimento. Não há como definir, dentro da ciência experimental, os conceitos de verdadeiro e falso, estes são conceitos filosóficos.
Do mesmo modo, a linguagem das ciências exatas, a matemática, é filosofia abstrata. Sem a filosofia a ciência experimental não teria sequer como se expressar.
No mais, o conceito de ciência como método para estabelecer teorias falseáveis é Popperiano, muito aceito hoje, o que não implica que Popper tenha a palavra final sobre a questão.
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Sendo realista, o que funciona é o que vale, se formos inteligentes (aliando a experiência a teoria), é totalmente possível reduzir esses conflitos e torná-los desprezíveis, a questão não está em justificar a ausência ou não de Deus com base em fatos isolados (mesmo porque claramente isso nada é esclarecedor e muito menos algo banal e específico, pois todos estamos sujeitos a isso), no entanto, como simples experiência, é válido pensar que a todo o momento ficamos a mercê de circunstâncias (seja essas de cunho pessoal, violência, doenças ou o que seja) e, os fatos simplesmente ocorrem por mero acaso, sem a necessidade de assim o ser, claro, os efeitos dadas as circunstâncias, ganham um padrão de inevitáveis, no entanto, tal configuração é realizada ao acaso, por mais que argumentações religiosas tentem justificar o sofrimento humano, o fato é que ele é injustificável, a única justificativa para a dor humana é um parâmetro de sobrevivência, mais nada.
Qualquer sistema moral ou teológico só existe socialmente e dentro de nossas cabeças, as consequências dessas, também rendem favorecimento, mas esse não ultrapassa e não possui influência alguma para além do âmbito humano.
Pergunto novamente, por que dar a teologia o Status de ciência? Qual o padrão de conhecimento objetivo derivado dela?
Acauan,
Não entendi aonde você quer chegar. Quem define as regras para se estabelecer uma afirmação como verdadeira é a Filosofia. Não sei onde foi que eu neguei isso. O fato de a Ciência não funcionar sem uma peça da Filosofia, não quer dizer que a Filosofia sozinha pode ser enquadrada como Ciência. O fato de vários órgãos que estão fora do sistema nervoso não funcionarem adequadamente sem o cérebro, não indica que o cérebro pode ser definido como pertencente ao sistema digestivo, sistema respiratório, etc.
O argumento “se retirar essa peça, então o resto não funciona” é uma faca de dois gumes. Se por um lado a Ciência é nada sem o racionalismo da Filosofia, por outro a Ciência é nada sem o Empirismo. Como já declarava Hume, todo o conhecimento deriva da experiência, não havendo portanto ideias pré-existentes na mente humana. Até para saber por que um bolo queimou, depende-se da bendita experiência captada pelos sentidos, os dados do mundo físico. E é a presença dos dois elementos (Racionalismo e Empirismo) o que torna a Ciência o instrumento mais sofisticado na busca pela verdade. O Lamarckismo mostra um exemplo de que um paradigma racionalmente fundamentado não necessariamente gerará um paradigma empiricamente fundamentado.
A cruzada da fronteira existente entre a Ciência e a Filosofia é representada pela incorporação do Empirismo. Da mesma forma que a Ufologia pode virar Ciência se for encontrado um chip ou nave extraterrestre, uma hipótese filosófica virará Ciência se alguém encontrar suporte empírico para a mesma. (Esse argumento não diz que qualquer Metafísica convencional é racionalmente equivalente a Ufologia).
Acho que concordamos nos mesmos termos que eu teria usado.
Ciência e Filosofia formam um todo orgânico.
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O Empirismo está presente nas origens mesmas da Filosofia, da observação do mundo e na especulação sobre o porquê das coisas serem como são.
Aristóteles é considerado o pai da biologia, que o filósofo estudava usando critérios rigorosos de identificação, descrição e catalogação.
Se o empirismo Aristotélico era cheio de falhas - e de fato era, uma vez que Aristóteles nunca se deu ao trabalho de contar os dentes de algumas mulheres antes de afirmar que elas tem menos que os homens - a Ciência moderna também nem sempre é tão empírica quanto se supõe.
Muito da física atual é pura modelagem matemática, psicologia é estatística aplicada (quando muito) e só Deus sabe qual a fundamentação empírica de algumas ciências sociais.
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Isto não é realismo, é pragmatismo, o que é diferente.
Podemos buscar a verdade até onde nossas descobertas ajudem a resolver problemas cotidianos ou podemos ir além.
Nossa natureza nos impele a ir além
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No dia-a-dia, mesmo as pessoas analfabetas também costumam aplicar pelo menos parte do que chamamos método científico. Basicamente, o que separa essas atividades do método usado na Ciência é o grau de cuidado e precisão utilizados para medir e controlar a experiência. Mas esse detalhe faz uma grande diferença.
Huxley, se envolve medicamentos então é psiquiatria e não psicologia, o mesmo quanto às interfaces com neurociência.
Psiquiatria é uma ramificação da ciência médica. Psicologia é... sei lá.
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Bem, os experimentos com medicamentos e placebos podem testar, respectivamente, o confronto “Psicoterapia (Terapia Comportamental-Cognitiva) x Remédios antidepressivos” e as teorias psicológicas sobre motivação:
http://www.escolapsicologia.com/quebrando-o-mito-dos-antidepressivos/
http://www.escolapsicologia.com/mude-as-suas-crencas-evolua-a-sua-mente-parte-i/
http://www.escolapsicologia.com/as-vantagens-da-auto-hipnose-nos-esportes/
Devido às descobertas mais recentes, a maioria dos psicólogos cognitivistas acredita que a consciência é uma "secreção" do cérebro (de forma parecida como se considera que a urina é uma secreção dos rins). Isso foi basicamente o que neurocientista, psicólogo e psiquiatra Richard Davidson disse nesse livro:
Devido a isso, creio que não se pode dizer que a Neurociência não se relaciona com a Psicologia.
Também é desprovido de sentido de dizer que o campo de estudo da Psicologia não se entremescla com o da Medicina (sobretudo o da Psiquiatria). Têm-se evidências a favor da existência de um vínculo fisiológico direto entre as emoções e o sistema imunológico, e foi isso o que gerou uma disciplina muito influente chamada Psiconeuroimunologia.
Também se sabe que os psicólogos querem usar a Neurociência para uma agenda científica de Fenomenologia:
http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v07/m31678.pdf
Eu nem sabia que essa polêmica de chamar Teologia de Ciência existia...Pensava que a comunidade científica (e talvez até a comunidade filosófica), em regra, concordava com essa opinião de Richard Dawkins:
http://ateus.net/artigos/critica/a-inutilidade-da-teologia/
Por lei, psicólogos não podem receitar medicamentos e não podem emitir pareceres técnicos sobre eles.
Quando muito, podem participar de pesquisas correlacionadas, mas que não envolvam decisões ou conclusões sobre o uso do medicamento em si.
Bem... Há muita contestação sobre a cientificidade da obra de Goleman e sinceramente, Dalai Lama?????
Independente disto, há um zona cinzenta disputada tanto pela psiquiatria quanto pela psicologia quanto aos fenômenos cognitivos, mas a julgar pelas referências disponíveis, os psiquiatras levam ampla vantagem no debate.
As origens da psicologia nos trabalhos de Sigmund Freud comprometem até hoje a classificação deste campo de estudos.
Creio que mesmo os acadêmicos de psicologia reconhecem que não se pode atribuir fundamentação científica às conclusões do médico austríaco e que sua propagação se deu por influências sócio-culturais mais do que por comprovação empírica.
O próprio campo de estudo da psicologia - a mente - ainda é uma entidade em discussão, enquanto o cérebro, sobre o qual não há discussão alguma, é necessariamente objeto de estudo da medicina.
De objetivo temos a psicologia comportamental, mas como disse anteriormente, toda sua fundamentação é estatística.
Não nego a elegância e sofisticação da psicologia e do universo de possibilidades de estudo sobre a realidade humana que ela abre, mas ainda é difícil engolir coisas como psicanálise e interpretação dos sonhos como ciência experimental.
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Cameron,
Tudo depende de qual definição de Ciência utilizada.
Obviamente Teologia não pode ser Ciência pelo paradigma Popperiano, pois é incapaz de produzir teorias falseáveis por experimentação.
Mas como dito, isto exclui também boa parte das Ciências Sociais.
Se considerarmos Ciência apenas como um método racional e analítico de aquisição de conhecimento sobre campos de estudo específicos, talvez possamos incluir a Teologia, embora ela se enquadre melhor na definição de Filosofia.
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As ciências humanas, são pré-paradigmáticas, não possuem um conjunto de princípios e teorias aceitos por toda uma comunidade científica, não há um consenso paradigmático como nas ciências naturais, visto que a experiência humana é radicalmente subjetiva.
Mas eu não consigo deixar de olhar com desconfiança tal base epistêmica, talvez os avanços das ciências exatas tenham nos mimado, ficamos acostumados com resultados práticos e verificáveis.
1 - Define-se a Ciência
2 - Define-se a Teologia
3 - Verifica-se
Tudo, independente da definição de Ciência escolhida. No fim, pode-se concluir, Teologia, ser ou não, Ciência, segundo as definições pré-estabelecidas.
Quem quiser ser levado a sério, sujeita-se à opinião dominante.