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Por que será que os aliados permitiram que a Alemanha se rearmasse após a 1° Grande Guerra Mundial?

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Comentários

  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited dezembro 2011 Vote Up0Vote Down
    Fabi disse: Isso! Igual fizeram com o Japão, que não ia se render a não ser que fosse completamente derrotado, e isto aconteceu, jogaram aquelas bombas em Hiroshima e Nagasaki... Hoje choram as pitangas por causa disso, os EUA tem peso na consciência mas na época essa era a única opção.

    A maioria das censuraa aos ataques nucleares ao Japão é motivada mais por antiamericanismo ideológico do que por qualquer análise da situação real na época.
    Nem os próprios japoneses viram qualquer motivo para reclamar imediatamente após a guerra, uma vez que não tinham a menor sombra de dúvida de que se tivessem tal arma não hesitariam um segundo caso pudessem jogá-la em Nova York ou Washington.
    Posteriormente correntes revisionistas japoneses adotaram Hiroshima como imagem do Japão vítima, para contrapor aos massacres que o exército imperial promoveu na China, em nada diferentes dos perpetrados pelos alemães na Rússia.

    Para o presidente Truman simplesmente não havia opção.
    Ter em mãos a arma definitiva para acabar com a guerra e não utilizá-la, optando por uma invasão cujas baixas americanas ficariam - no mínimo - na casa das centenas de milhares poderia levar o comandante em chefe a ser acusado de alta traição.

    Os que lamentam as mortes de civis estão certos do ponto de vista humanitário, mas fora da real quando não situam seu humanismo no contexto da Segunda Grande Guerra, conflito que matou em média 150.000 seres humanos por semana, cuja necessidade de término exigia ações drásticas. A morte e o sofrimento que recaíriam sobre os japoneses sem o uso das bombas seria imensamente maior caso a única alternativa fosse a invasão. Para se ter idéia, entre os malucos nacionalistas japoneses havia quem convocasse o povo para a gloriosa morte dos cem milhões. E falava sério.



    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
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    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Nunca tinha pensado o assunto em termos de honra.

    Gostaria de saber a opinião do Rapha sobre as bombas nucleares.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Acauan disse: Posteriormente correntes revisionistas japoneses adotaram Hiroshima como imagem do Japão vítima, para contrapor aos massacres que o exército imperial promoveu na China, em nada diferentes dos perpetrados pelos alemães na Rússia.

    Alguém que visitou no Japão um museu dedicado à II Guerra comentou que nada ali sugere ressentimento contra os americanos. A ideia que a exposição passa é "Entramos numa guerra e perdemos. Simples assim".

    Talvez a única retaliação tenha sido a má vontade em aprender inglês.

  • Acauan disse: A maioria das censuraa aos ataques nucleares ao Japão é motivada mais por antiamericanismo ideológico do que por qualquer análise da situação real na época.
    Que é uma idiotice, esse antiamericanismo deturpa as coisas e esconde as realidade dos fatos. Aquela história da doutrina Monroe de "América para os americanos" transforma os EUA num monstro dominador que queria a América inteira para eles. Tá, eles podem ter se intrometido em Cuba, Nicarágua e afins.

    Mas eu estava lendo sobre fatos históricos e a situação na época, e na verdade o nosso continente tinha colônias europeias, e foi nesse contexto que nasceu a "América para os americanos" a intenção era expulsar os europeus e acabar com essas colônias. É claro que os EUA não é santo, e teve aquele massacre dos nativos americanos etc e tal...mas omitir (falando de professores de história) o contexto e as coisas que aconteceram na época, isso é muito errado.

    Eu tive um professor de História do Brasil que não falou da questão Christie, pra fazer parecer que o Brasil era o vilão da história e que nós destruímos o pobre Paraguai que não fez nada, só estava tentando conseguir uns rios pra nevegar até o Atlântico. E a Inglaterra malvada ajudou nesse plano diabólico, porque o Paraguai era mais desenvolvido que os ingleses. Mas pelo menos ele teve que falar de Solano Lopes, pena que ele também esqueceu de comentar que o Brasil não ficou com as terras paraguaias...

    Odeio ideologias que atrapalham o ensino sobre um assunto.

    Acauan disse: Para o presidente Truman simplesmente não havia opção.
    Ter em mãos a arma definitiva para acabar com a guerra e não utilizá-la, optando por uma invasão cujas baixas americanas ficariam - no mínimo - na casa das centenas de milhares poderia levar o comandante em chefe a ser acusado de alta traição.
    Quando os japoneses atacaram Pearl Harbor, os EUA ficaram p.. da vida mas mesmo assim pensaram nos japoneses, e até jogaram bilhetes pra avisar do ataque. Quando eles decidiram sobre as bombas atômicas parece que eles queriam jogar umas nove bombas atômicas no Japão mas só tinham duas.
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited dezembro 2011 Vote Up0Vote Down
    Fabi disse: Eu tive um professor de História do Brasil que não falou da questão Christie, pra fazer parecer que o Brasil era o vilão da história e que nós destruímos o pobre Paraguai que não fez nada, só estava tentando conseguir uns rios pra nevegar até o Atlântico. E a Inglaterra malvada ajudou nesse plano diabólico, porque o Paraguai era mais desenvolvido que os ingleses. Mas pelo menos ele teve que falar de Solano Lopes, pena que ele também esqueceu de comentar que o Brasil não ficou com as terras paraguaias...

    É inacreditável que professores de História ainda repitam este pastiche ideológico disseminado pelo Chiavenatto em "Genocídio Americano". Vá lá que fossem na onda na época do regime militar para posar de oposicionistas, mas hoje é simplesmente ridículo defender aquelas bobagens.
    Dois dados desmontam toda esta patacoada:
    Solano Lopez encomendou da Inglaterra uma frota de encouraçados fluviais, mas estupidamente começou a guerra antes que os navios fossem entregues, se tivesse esperado a história poderia ser outra e o fator decisivo teria sido o fornecimento britânico de armas ao Paraguai.

    Antes do conflito o Paraguai tinha uma população de 400 mil habitantes e um exército de 80 mil homens, enquanto o Império do Brasil tinha 9 milhões de habitantes e um exército de 20 mil homens.
    Não precisa fazer conta prá ver quem tinha intenções agressivas no continente.

    Fabi disse: Quando eles decidiram sobre as bombas atômicas parece que eles queriam jogar umas nove bombas atômicas no Japão mas só tinham duas.

    Os americanos nunca assumiram, mas parece que blefaram quanto à ameaça de jogar mais bombas. As dificuldades de produzir material físsil e construir os artefatos exigiam tempo.

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  • Acauan disse: É inacreditável que professores de História ainda repitam este pastiche ideológico disseminado pelo Chiavenatto em "Genocídio Americano". Vá lá que fossem na onda na época do regime militar para posar de oposicionistas, mas hoje é simplesmente ridículo defender aquelas bobagens.
    Dois dados desmontam toda esta patacoada:
    Solano Lopez encomendou da Inglaterra uma frota de encouraçados fluviais, mas estupidamente começou a guerra antes que os navios fossem entregues, se tivesse esperado a história poderia ser outra e o fator decisivo teria sido o fornecimento britânico de armas ao Paraguai.

    Antes do conflito o Paraguai tinha uma população de 400 mil habitantes e um exército de 80 mil homens, enquanto o Império do Brasil tinha 9 milhões de habitantes e um exército de 20 mil homens.
    Não precisa fazer conta prá ver quem tinha intenções agressivas no continente.
    Eles não podem mais esconder Solano Lopez, mas o problema é não falar da questão Christie, que mostra que a Inglaterra e o Brasil tinham rompido relações.

    Quase iniciaram uma guerra, a Inglaterra até mandou uma esquadra que bloqueou o porto do rio de janeiro, a Bélgica teve que intervir pra mediar a briga. Fora o fato de que o Brasil ainda tinha escravos e a Inglaterra não queria mais o escravismo e sabotava o tráfico de escravos, impôs uma lei... e os brasileiros odiavam os britânicos.

    Então não tem como existir a conspiração entre o Brasil e Inglaterra pra derrubar o super desenvolvido Paraguai.

    Nem sei como a Inglaterra foi parar nessa história(ajudando o Brasil), principalmente depois de quase declarar guerra ao Brasil.

  • Inglaterra quase declara a guerra ao Brasil, usa e abusa deste e o desdém dos brasileiros vai para o malvado colonizador português. Tudo é culpa dos malvados exploradores da riqueza do Brasil.

    O ponto mais engraçado é que chegam a insultar os próprios antepassados.

  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Fabi disse: Nem sei como a Inglaterra foi parar nessa história(ajudando o Brasil), principalmente depois de quase declarar guerra ao Brasil.

    Parte do mito da conspiração britânica se vale do périplo do diplomata Edward Thornton pela região às vésperas, criando a teoria de que se um representante inglês circulou por aqui antes da guerra só podia ser para instigá-la.
    Além de não existir a mais mínima evidência documental de que Thornton foi de algum modo protagonista nas decisões que levaram à guerra, há farta documentação provando o contrário, inclusive deixando claro que a América do Sul estava longe léguas de ser prioridade da política internacional britânica.
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Mig29 disse: Inglaterra quase declara a guerra ao Brasil, usa e abusa deste e o desdém dos brasileiros vai para o malvado colonizador português. Tudo é culpa dos malvados exploradores da riqueza do Brasil. O ponto mais engraçado é que chegam a insultar os próprios antepassados.

    Como viu, se o revisionismo esquerdista inventou um movimento para denegrir a memória de brasileiros que lutaram e morreram sob nossa bandeira para defender o Brasil de um inimigo agressor, não dá prá esperar deles muita honestidade no trato de nossa herança portuguesa.

    Mas gente mais honesta reconhece tal herança, como Gilberto Freyre, que destaca que Portugal foi a primeira nação européia a criar um modelo de colonização bem sucedido nos trópicos. E difícilmente seríamos um país continental hoje se não fosse este modelo de colonização. Vide a América espanhola, fragmentada em pedaços logo após a independência.




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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    sybok disse: Se nenhuma fonte de informação é aceita por esse cara, de onde diabos ele tirou informação para escrever esse livro? A resposta também é obvia... da própria cabeça infestada de minhoca.

    Chiavenatto é um farsante mentiroso.
    A certa altura do livro lança sobre Caxias a acusação gravíssima de ter contaminado o Prata com cadáveres com cólera, usados como arma bacteriológica contra os paraguaios.
    Como prova cita uma carta que nunca ninguém viu em lugar nenhum, muito menos no lugar onde Chiavenatto disse que a tal carta estava.
    E a história é absurda por si só. Contaminar a bacia do Prata afetaria a Argentina e parte do Brasil, fora o fato óbvio de que nada, absolutamente nada na biografia de Caxias permite atribuir a ele ações do tipo.

    E até hoje tá cheio de gente repetindo esta invenção e se achando esperta por isto.

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  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Mig29 disse: Inglaterra quase declara a guerra ao Brasil, usa e abusa deste e o desdém dos brasileiros vai para o malvado colonizador português.
    Cada país faz piada com algum outro país. Os franceses fazem com os belgas, por exemplo e os brasileiros, com os portugueses. Um dos motivos é que recebemos muitos imigrantes portugueses e eles eram pobres e ignorantes, com um forte sotaque e uma lógica peculiar.

    Mas sua disposição para o trabalho acabava lhes dando algum patrimônio, o que deu origem a músicas como a que dizia "Vou largar você e casar com um português".
  • Mig29Mig29 Membro
    edited dezembro 2011 Vote Up0Vote Down
    Amigos, se o Brasil fosse malvado teria concretizado a abertura de um corredor para o Pacifico.

    No resto, o Brasil limitou-e a defender a sua fronteira e fê-lo com o sucesso que todos deviam reconhecer.
    Post edited by Mig29 on
  • Acauan disse: O namoro entre o povo alemão e Hitler terminou quando as bombas aliadas começaram a incinerar suas cidades, mais e mais famílias eram notificadas que seu filhos nunca voltariam para casa vivos e inteiros e, finalmente, quando se tornou certeza que mais dia menos dia teriam um soldado russo batendo em sua porta.

    Ta aí algo que eu gostaria de saber.

    A guerra era um caminho sem volta que só teria seu fim na vitória ou na derrota definitiva da Alemanha, mas o quanto a população realmente apoiou Hitler até o amargo fim (pra eles) seria uma informação interessante pra entender melhor o aspecto cultural e político do fenômeno do nazismo.

    Mas talvez um cenário onde o nazismo terminasse antes da Alemanha ser completamente derrotada, embora isso fosse aparentemente impossível sob qualquer perspectiva, não tivesse sepultado de vez os ideais que motivaram a coisa toda...
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited dezembro 2011 Vote Up0Vote Down
    Darkside disse: A guerra era um caminho sem volta que só teria seu fim na vitória ou na derrota definitiva da Alemanha, mas o quanto a população realmente apoiou Hitler até o amargo fim (pra eles) seria uma informação interessante pra entender melhor o aspecto cultural e político do fenômeno do nazismo.

    Depois da derrota em Stalingrado o apoio fanático da população a Hitler declinou, não se extingiu, mas foi o fim das grandes ovações espontâneas a cada aparição pública do führer, pixações de protesto começaram a ser vistas pelas cidades e tanto Goebbels quanto Himmler começaram a se preocupar em como conter a insatisfação popular, cada qual usando suas respectivas especialidades ou seja, propaganda maciça e repressão violenta.
    Após o desembarque na Normandia, com a intensificação dos bombardeios sobre as cidades alemãs e as notícias do avanço contínuo dos russos na frente oriental, o que mantinha os civis alemães obedientes ao regime era tanto o medo da Gestapo quanto a certeza de que deixaram Hitler ir longe demais e agora não havia mais volta.


    Darkside disse: Mas talvez um cenário onde o nazismo terminasse antes da Alemanha ser completamente derrotada, embora isso fosse aparentemente impossível sob qualquer perspectiva, não tivesse sepultado de vez os ideais que motivaram a coisa toda...

    É uma questão muito interessante.
    Se a fracassada Operação Walkiria tivesse sucesso, Hitler morresse no atentado, os militares golpistas desarmassem as SS com a adesão do Alto Comando no Front, há duas hipóteses a considerar:

    1. Talvez conseguissem um acordo de paz imediato, que tal como foi com os japoneses seria formalmente uma rendição incondicional, mas incluíria concessões dos aliados em troca de a Alemanha depor as armas enquanto suas divisões ainda ofereciam poder de resistência.
    Os bombardeios parariam, soldados destinados à morte voltariam para casa e os russos, talvez, fossem menos violentos do que foram ao invadir o território alemão.
    Neste cenário os alemães comuns poderiam apoiar o golpe e iniciar um processo espontâneo de desnazificação, satisfeitos por terem sido poupados de mais meses de sofrimento e morte inúteis, pois sabiam que a derrota era certa de qualquer modo;

    2. Os militares golpistas tentam a paz em separado com os aliados ocidentais - a idéia da cúpula militar - com o argumento de que o apoio alemão era indispensável para impedir que os comunistas dominassem a Europa do pós-guerra. Certamente Roosevelt e Churchill rejeitariam o acordo, a guerra continuaria, a liderança dos militares golpistas enfraqueceria, os nazistas reconquistariam algum apoio popular e propagariam de novo que a Alemanha foi traída, que só o führer sabia como inverter os rumos da guerra, que os golpistas foram cooptados pelos comunistas e judeus para outra vez apunhalar o Reich pelas costas. Isto abriria a possibilidade de uma resistência nazista no pós-guerra e seu retorno futuro como força política institucional.

    Difícil dizer quais das duas hipóteses teria mais chance.




    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
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  • A hipótese de um mundo na Guerra Fria assombrado pela alma penada não devidamente exorcizada do nazismo dá medo só de pensar.

    Talvez o "deu no que deu" tenha sido o melhor dessa vez Acauan, hehe.
  • Coisas idas e passadas nem sempre são simples de se entender.
    No caso do rearmamento alemão, cabe notar que Hitler era pragmático: ele dava um passo e se não encontrasse obstáculo, ia em frente. Ordenou um boicote às lojas de propriedade judia e o povo não reagiu. Foi em frente então com suas leis antissemíticas.
    Ocupou a região desmilitarizada da Renânia com apenas três batalhões, engrossados até por bandas militares devido à falta de homens. Como o General Keitel mesmo disse quando entrevistado no Julgamento de Nuremberg: _ Apenas com a guarda fronteiriça francesa, seríamos obrigados a sair de lá com o rabo entre as pernas.
    Mas Hitler sabia escolher o momento: havia eleições na França na ocasião e aí ninguém em disputa quis se comprometer com uma guerra (afinal tinha ali a Linha Maginot para protegê-los).
    E assim foi indo em frente até que invadiu a Polônia. Só então a coisa fedeu.

    Os bombardeios das cidades EM NADA AJUDARAM a ganhar a Guerra. Arthur Harris achava que matando muitos civis alemães, quebraria o moral deles e haveria o desejo de por fim à Guerra. Isso NUNCA aconteceu. Os bombardeios das fábricas pouco ajudou. Inclusive os alemães usaram de um artifício: os prédios das fábricas estavam destelhados, mas a maquinaria estava intacta. Aí então os mantiveram assim, só ajeitando as máquinas para trabalharem sob uma cobertura de entulho e assim, vendo que as fábricas destruídas não foram reconstruídas, não as bombardeavam mais. Quando o exército americano invadiu o Rhur, encontrou várias das fábricas ainda funcionando. Harris matou mais de 600.000 civis alemães, mas os soldados que lutavam nas frentes de batalha só ficaram mais putos da vida ao saberem que seus parentes e seus lares se foram.

    A guerra só se prolongou devido à exigência da rendição INCONDICIONAL. Isso estimulou o povo e os soldados a continuarem lutando até o fim. O próprio Stalin achou que essa aí de rendição incondicional não era uma boa.

    Com o Japão foi a mesma coisa. O seu calcanhar de Aquiles era sua incompetência econômica: não tinham recursos para sustentar as forças armadas, nem tecnologia eficaz e assim foi ficando para trás enquanto os americanos faziam coisas melhores. O caça Zero, por exemplo, era o melhor do Mundo no início da guerra, mas tinha os seus defeitos (falta de blindagem principalmente) que não se fizeram sentir no início. Mas à medida em que os aviões americanos ficaram mais eficazes, o Zero ia perdendo cada vez mais sua eficácia. E os japoneses continuaram produzindo os mesmos aviões obsoletos do início da guerra. Motivo: era mais fácil, pois o parque industrial, as plantas industriais e a maquinaria já existiam.

    No fim, bloqueados de todos os lados, sua derrota era só uma questão de tempo. Mas como disse um político japonês na época: _ Nossos generais sabem que o Japão está derrotado, mas lutarão até o fim para manter as aparências. _ Exatamente por causa disso que Truman lançou as bombas. A Declaração de Postdan era a chance do Japão se render sem mais sofrimentos, mas ironicamente ela produziu o efeito inverso: exatamente por não ser radical, apostaram os líderes japoneses que os americanos estavam afrouxando por já não aguentavam mais a guerra. Deu no que deu.

    Quanto ao Paraguai, que gozado o modo de como os nossos grandes gênios intelectuais esquerdistas burros (com o perdão do pleonasmo) analisam a coisa. Afinal foram os ingleses que mandaram Solano López atacar o território brasileiro de Mato Grosso? O que invadisse Corrientes e Entre Rios na Argentina? ELE COMEÇOU A GUERRA e não nós. Só um esquerdista burro (com o perdão do pleonasmo) acredita em outra bobagem qualquer.

    Stroysser fez dele um herói (ficou muito comovido quando na inauguração de Itaipu, Figueiredo devolveu ao Paraguai o chicote e a espada de López). Mas que raio de heroi foi esse? Meteu o seu país numa guerra que não poderia ganhar. Liquidou mais da metade da população masculina do seu povo. Quando foi baleado na última batalha, era facílimo reconhecê-lo: além de ser o único adulto, era o único gordo...
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited dezembro 2011 Vote Up0Vote Down
    Darkside disse: A hipótese de um mundo na Guerra Fria assombrado pela alma penada não devidamente exorcizada do nazismo dá medo só de pensar.

    O nazismo ficou 'congelado' na Alemanha comunista, como se o tempo tivesse parado, enquanto que foi digerido e eliminado na Alemanha livre. Com a reunificação, os nazistas recomeçaram do ponto em que tinham parado há uns 50 anos e a alma penada voltou a nos assombrar, ainda que (espero eu) 'apenas' na forma de partidos radicais e grupos terroristas e xenófobos.
    Post edited by Fernando_Silva on
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Botanico disse: A guerra só se prolongou devido à exigência da rendição INCONDICIONAL.

    Independente disto, Hitler tinha fechado questão que se os alemães não vencessem a guerra mereciam perecer como povo.
    Logo, para ele era vitória ou morte, dele próprio e do povo alemão.

    Acauan dos Tupis
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  • Darkside disse: A hipótese de um mundo na Guerra Fria assombrado pela alma penada não devidamente exorcizada do nazismo dá medo só de pensar.
    Igual acontece hoje com o comunismo, é uma alma penada que continua assombrando o mundo, diferente do nazismo que hoje é até crime pensar nisso

  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited dezembro 2011 Vote Up0Vote Down
    Botanico disse: Os bombardeios das cidades EM NADA AJUDARAM a ganhar a Guerra. Arthur Harris achava que matando muitos civis alemães, quebraria o moral deles e haveria o desejo de por fim à Guerra. Isso NUNCA aconteceu. Os bombardeios das fábricas pouco ajudou.

    Há que considerar o fenomenal aumento de produtividade da indústria bélica alemã depois de Albert Speer assumir o cargo de ministro dos armamaentos.
    Assim, não é que os bombardeios não surtiram efeitos e sim que os ganhos de produtividade superaram as perdas.
    Conclui-se que sem os bombardeios o aumento de produção seria ainda maior.

    Também é sabido que bombardeios a áreas industriais tinham baixo rendimento, uma vez que a maioria das bombas não atingia os alvos. Instalações estratégicas como refinarias de petróleo exigiam bombardeios de alta saturação e mesmo assim era comum saírem do ataque com danos mínimos.

    Mas o efeito sobre o moral da população era inegável.
    Quando os alemães começaram a encontrar somente escombros onde deveriam estar suas casas, o apoio fanático a Hitler declinou.


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  • ENCOSTOENCOSTO Membro
    edited dezembro 2011 Vote Up0Vote Down
    Acauan disseEstas especulações de como a História poderia ter sido "se" isto ou aquilo tivesse ocorrido diferente é chamado de ucronia, uma ótima e didática diversão prá quem gosta do assunto.

    E por quanto tempo mais a Inglaterra sustentaria suas posições sem a entrada dos EUA?

    Li pouco a respeito mas me parece que a Alemanha jamais conseguiu fazer um bloqueio naval completo da ilha e os ingleses obtiveram vitorias significativas, mesmo sem a entrada dos americanos no conflito.
    Post edited by ENCOSTO on
    O ENCOSTO
    Onde houver fé, levarei a dúvida!
  • Acauan disse: Independente disto, Hitler tinha fechado questão que se os alemães não vencessem a guerra mereciam perecer como povo.
    Logo, para ele era vitória ou morte, dele próprio e do povo alemão.
    Acauam
    Acha que o povo alemão ia concordar em morrer pelo seu líder e pelos ideais dele? Isso era lá um conceito que Hitler assumiu para si, mas se os militares alemães tivessem a opção de fazer um acordo razoável com os aliados, acham que iriam sustentar a Guerra até o fim? Só o fizeram pelo medo de Hitler e da Gestapo e, principalmente, por medo dos próprios aliados, que exigiam essa tal rendição incondicional.
    Na Primeira Guerra Mundial levaram o maior passa-moleque, pois entendiam que os fundamentos sobre a paz seriam sobre aqueles "14 pontos" que o presidente Wilson, dos EUA, apresentou. Mas na hora de assinarem o Tratado de Versalhes, os tais pontos foram tão emendados que simplesmente sumiram. Tudo porque os franceses queriam se desforrar da derrota de 1870.

    Deu no que deu.

  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited dezembro 2011 Vote Up0Vote Down
    ENCOSTO disse: E por quanto tempo mais a Inglaterra sustentaria suas posições sem a entrada dos EUA?

    Este é um cenário complexo.
    Como a RAF venceu a Batalha da Inglaterra, Hitler decidiu atacar a Rússia antes que a America entrasse na guerra. A idéia era destruir o poderio soviético em uma nova blitzkrieg que duraria no máximo seis meses e então, com as fronteiras do leste seguras e de posse dos imensos recursos estratégicos conquistados, voltar todas as baterias do Terceiro Reich de novo contra os ingleses.
    Hitler estava certo que uma vitória rápida contra Stalin destruíria as esperanças dos britânicos e os forçaria a pedir uma paz negociada.

    Como todo mundo sabe no que deu a invasão da Rússia, fica a questão de como seria o cenário se no lugar dela os nazistas iniciassem uma Segunda Batalha da Inglaterra.
    Para isto seria necessário concentrar os recursos do Reich na expansão da Luftwaffe e das matilhas de submarinos, para depois tentar uma invasão da Ilha.
    Como os britânicos vinham superando o choque inicial da derrota em Dunquerque, se mobilizando rapidamente e demonstrando competência no uso do radar e outras tecnologias do combate aéreo é possível que conseguissem resistir até os Estados Unidos entrarem.
    Mesmo porque uma mobilização alemã concentrada no Ocidente seria uma tentação para Stalin atacar o Reich pelo leste, arriscando-se em uma Barbarossa às inversas.

    O grande perigo para a Grã Bretanha seria se os alemães aumentassem a produção de submarinos até uma quantidade capaz de inviabilizar o recebimento de recursos externos pelo mar, mas isto não podia ser feito no curto prazo e Hitler estava certo de que teria que em breve enfrentar os americanos ou soviéticos.

    Qualquer cenário que consideremos deve levar em conta que aquela foi a guerra em que o impossível aconteceu várias vezes. Era impossível a França ser derrotada em poucas semanas. E foi. Era impossível um poderio militar gigantesco como o soviético ser varrido como poeira na primeira leva da invasão alemã. E foi. Era impossível para os soviéticos se recuperarem do golpe inicial que fez milhões de prisioneiros e destruiu ou capturou a maior parte de seus aviões e tanques. E se recuperaram. E, claro, Midway.

    Post edited by Acauan on
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited dezembro 2011 Vote Up0Vote Down
    Botanico disse: Acha que o povo alemão ia concordar em morrer pelo seu líder e pelos ideais dele?

    Após a queda da França os alemães passaram um cheque em branco para Hitler. Afinal, no verão de 1940 o ex-vagabundo de Viena cuja carreira militar não o levou sequer ao posto de sargento havia se transformado no genial herói conquistador que esmagou e humilhou os inimigos da Alemanha, exatamente como havia prometido. Hitler usou e abusou deste cheque em branco, angariou para si poder absoluto e inquestionável e quando o fim chegou os alemães só puderam assistir.
    Botanico disse: Isso era lá um conceito que Hitler assumiu para si, mas se os militares alemães tivessem a opção de fazer um acordo razoável com os aliados, acham que iriam sustentar a Guerra até o fim?

    Quando ficou claro que seria impossível sustentar uma guerra em duas frentes, o alto comando alemão passou a considerar a possibilidade de uma paz em separado com os aliados ocidentais para concentrar suas forças contra os soviéticos. Hitler nunca concordou e nem Churchill e Roosevelt concordariam. A certa altura os generais estavam de saco cheio do führer, mas pouquíssimos estavam dispostos a se arriscar a ir para forca por traição e a rígida centralização do comando militar no próprio Hitler dava pouco espaço de manobra aos conspiradores.
    Botanico disse: Só o fizeram pelo medo de Hitler e da Gestapo e, principalmente, por medo dos próprios aliados, que exigiam essa tal rendição incondicional.

    Uma das máculas eternas para Alemanha é como sua aristocracia marcial prussiana abandonou a Honra Guerreira e aceitou servir a gangstêrs assassinos que os caprichos da História puseram no poder.
    A famosa declaração do comandante von Manstein - "marechais de campo prussianos não se amotinam", hoje parece apenas desculpa esfarrapada para disfarçar o medo de pôr o dele na reta quando foi chamado a agir.
    Manstein e outros generais alemães (quase todos os da frente oriental) fizeram coisas muito piores que conspirar contra seu chefe.

    Botanico disse: udo porque os franceses queriam se desforrar da derrota de 1870. Deu no que deu.

    Pois é..., erraram na mão quando humilharam a Alemanha.

    Post edited by Acauan on
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  • Acauan disse: Para se ter idéia, entre os malucos nacionalistas japoneses havia quem convocasse o povo para a gloriosa morte dos cem milhões. E falava sério.

    Lembrei deste tópico quando vi este trailer (filme brasileiro):

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