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Alguns mitos e mentiras sobre Israel e os conflitos do Oriente Médio

2»

Comentários

  • Spider,
    A pressão internacional sobre os terroristas do Hamas pouco pode fazer. Contudo, sobre os PAÍSES que apoiam o Hamas (Síria, Irã, etc.) pode ter algum efeito! Um pacote de sanções econômicas poderia pesar nas decisões daqueles malucos. Aliás, a Siria ja está devastada por uma guerra civil. A última coisa que eles querem são mais problemas.
    Abraços!
    PS: gosto de ler seus posts, você vai direto ao ponto e é coerente. Diferente de meu "irmão gêmeo", o Criaturo (certo Sybok?;)
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited agosto 2014 Vote Up0Vote Down
    A situação no Oriente Médio mudou completamente. Está todo mundo em guerra com todo mundo:

    - Sunitas x xiitas
    - Sunitas x sunitas
    - Fundamentalismo x autoritarismo laico.

    A única coisa estável, atualmente, é a guerrinha Israel x Palestina. Há países torcendo por Israel, como Egito e Arábia Saudita, e outros torcendo pelos palestinos, como Turquia e Qatar.

    Mais detalhes:
    http://oglobo.globo.com/opiniao/nenhuma-guerra-uma-ilha-13424232#ixzz38yBZzaED
    Post edited by Fernando_Silva on
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    sybok disse:
    Agora é a vez de Airton Soares, um dos fundadores do PT, que definiu os “1000 mísseis” (na verdade, são mais de 2.000) lançados pelo Hamas contra Israel como “inofensivos”. Na cabeça dele, devem servir apenas como fogos de artifício.
    Teve gente no Facebook dizendo que "os mísseis do Hamas são obsoletos".
  • Ótimo vídeo , comentários perfeitos !

    A nossa realidade é moldada pelo que acreditamos ou preferimos não acreditar.
    Eu quero a Verdade .
    A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
    Pqp ! Eu já fui de esquerda !
    Click aqui :
    http://31.media.tumblr.com/tumblr_m4pmpbh3H11qlvp0oo1_250.gif
  • Azathoth disse: Spider,
    A pressão internacional sobre os terroristas do Hamas pouco pode fazer. Contudo, sobre os PAÍSES que apoiam o Hamas (Síria, Irã, etc.) pode ter algum efeito! Um pacote de sanções econômicas poderia pesar nas decisões daqueles malucos. Aliás, a Siria ja está devastada por uma guerra civil. A última coisa que eles querem são mais problemas.
    Abraços!

    - Pode ser, parece sensato, mas não tenho muito conhecimento sobre os apoiadores do Hamas para avaliar melhor.

    Azathoth disse: PS: gosto de ler seus posts, você vai direto ao ponto e é coerente.

    - Valeu! - Obrigado! - Procuro postar com mais cuidado aqui, se vacilar a borduna do dono pesa, hehehe

    Abraços,
  • CameronCameron Membro
    edited agosto 2014 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: E é uma tremenda bobagem dizer que os Estados Unidos foram atacados pelos árabes que treinaram contra os comunistas. Não seria correto mesmo que estivesse falando dos afegãos, que é sobre quem geralmente se diz aquilo
    Por que não seria correto se estivesse falando dos afegãos? O apoio americano aos grupos do tipo do Bin Laden é conversa fiada?

    Post edited by Cameron on
    Come with me if you wanna live.
  • Cameron disse: Acauan disse: E é uma tremenda bobagem dizer que os Estados Unidos foram atacados pelos árabes que treinaram contra os comunistas. Não seria correto mesmo que estivesse falando dos afegãos, que é sobre quem geralmente se diz aquilo
    Por que não seria correto se estivesse falando dos afegãos? O apoio americano aos grupos do tipo do Bin Laden é conversa fiada?

    Post edited by Cameron at 10:55
    Sim, é verdade!

    Foram os americanos que armaram e treinaram os afegãos - mujahedins, eu acho - na guerra contra os russos. Um dos líderes era um tal de Osama Bin Laden... aquele dos atentados contra o World Trade Center, em 11/09/2001.
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited agosto 2014 Vote Up0Vote Down
    Azathoth disse:
    Cameron disse:
    Acauan disse: E é uma tremenda bobagem dizer que os Estados Unidos foram atacados pelos árabes que treinaram contra os comunistas. Não seria correto mesmo que estivesse falando dos afegãos, que é sobre quem geralmente se diz aquilo.

    Por que não seria correto se estivesse falando dos afegãos? O apoio americano aos grupos do tipo do Bin Laden é conversa fiada?

    Sim, é verdade!

    Foram os americanos que armaram e treinaram os afegãos - mujahedins, eu acho - na guerra contra os russos. Um dos líderes era um tal de Osama Bin Laden... aquele dos atentados contra o World Trade Center, em 11/09/2001.

    Sim, Cameron. É conversa fiada o apoio americano aos grupos do tipo Bin Laden.

    Este é um daqueles mitos sobre História recente que, de tão repetidos, poucos param para procurar sua origem e o aceitam como verdadeiro.
    Se procurarmos a origem deste mito, por mais inacreditável que isto pareça a fonte (ou uma das fontes) dele é o filme Rambo III, cujo grau de realismo é auto-explicativo.

    Procurem nas fontes da época da invasão soviética ao Afeganistão, 1979 - 1989, referências ao Taliban ou a milícias fundamentalistas islâmicas lutando contra os soviéticos.
    Simplesmente não existem estas referências.
    O que, claro, não implica que tal milícias não existiram, apenas que sua atuação passou despercebida na época.

    A ideia de que os americanos armaram e treinaram as milícias Taliban contra os soviéticos foi estabelecida em retrospecto.

    O fato foi que os americanos deram dinheiro e armas aos líderes tribais do Afeganistão para que combatessem os soviéticos. Não há nenhuma dúvida sobre este fato porque era uma tática padrão da Guerra Fria. Um dos lados ocupava um território sobre sua influência e o outro apoiava os grupos rebeldes locais. Foi assim do Vietnã à Nicarágua.

    No caso do Afeganistão os líderes tribais eram uma opção óbvia. Tratava-se de Senhores da Guerra que comandavam grupos armados e controlavam os territórios interiores do país. Conheciam muito bem o terreno e tinham uma reputação de competência em guerrilha, tendo sido vitoriosos até contra os ingleses em sua primeira incursão colonial no país. Ou seja, um bando armado com séculos de experiência em expulsar intrusos não deixava muitas dúvidas sobre quem o Departamento de Estado escolheria como aliado na situação.

    E por quais cargas d'água este Departamento de Estado apoiaria o Taliban?
    No começo dos anos 80, quando os Estados Unidos iniciaram sua intervenção anti-soviética no Afeganistão, o mulá Omar era pouco mais que um molecão e o Taliban nascente nada mais que um bando de muçulmanos devotos que passavam o dia estudando o Corão e discutindo a Tradição Islâmica.
    Qualquer agente da CIA que os visitasse concluiria que eram um tipo de monges barbudos meio malucos que não saberiam o que fazer com um fuzil.

    Certamente ao longo dos dez anos da resistência Afegã à invasão soviética, muitos do Taliban veriam sua oportunidade de participar da Jihad e possivelmente tenham se destacado em combate por não temerem a morte, como é típico naqueles fanáticos.

    O resto é o sabido.
    Como sempre nestes casos, após os soviéticos saírem do Afeganistão os Senhores da Guerra locais passaram a lutar uns contras os outros e o Taliban aproveitou o caos reinante para se apresentar como única esperança de unidade e ordem para o país.

    E deu no que deu, mas não foi do jeito que dizem.


    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • NyarlathotepNyarlathotep Banido, Membro
    edited agosto 2014 Vote Up0Vote Down
    Do site da revista "Galileu": revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT938495-3029-4,00.html
    Em entrevista exclusiva, o jornalista do "The New York Times" James Risen, co-autor do livro "O Grande Inimigo - A história secreta do confronto entre CIAe KGB", lembra das batalhas secretas entre os serviços de inteligência das superpotências mundiais


    divulgação

    Na toca do lobo
    O agente da CIA Milt Bearden (esq.) em 1987 no Afeganistão
    Durante o meio século de paz tensa, a "Guerra Fria" entre URSS e EUA, as informações sobre suas forças armadas permitiam elaborar políticas e estratégias.
    Vôos de aviões-espiões como o U-2 puderam mostrar, por exemplo, que os soviéticos tinham bem menos bombardeiros do que se imaginava.

    Muito do esforço da espionagem acaba se concentrando, porém, em combater os espiões inimigos - a "contra-espionagem". Foram raros os espiões de carne e osso que deram informações úteis na Guerra Fria. O acesso a informações ultra-secretas costuma ser para poucos, e a maioria dos espiões ocupa cargos menos importantes na burocracia.

    "Um alegado agente americano no Kremlin revelou bem menos durante a crise dos mísseis de Cuba do que fotografias aéreas", afirma o cético David Kahn, sobre a tentativa soviética de instalar mísseis com armas nucleares na ilha caribenha em 1962.

    Espiões, seres humanos que agem por ideologia ou por dinheiro, são falíveis. Mas um agente bem colocado pode ter um papel importante.

    Mulas e mísseis
    AP

    Simples e letal
    Guerrilheiro afegão dispara míssil antiaéreo Stinger, guiado pelo calor do alvo
    Foi o caso da ajuda que os americanos deram aos rebeldes muçulmanos do Afeganistão durante a ocupação soviética do país. Um agente da CIA, Milt Bearden, participou da crucial fase final dessa ajuda, que incluiu entregar aos guerrilheiros dois produtos bem contrastantes, mas que tiveram forte impacto na guerra - mulas e mísseis.

    No montanhoso terreno afegão, as mulas eram o melhor meio de transporte para os rebeldes levarem morteiros, metralhadoras pesadas, munição e comida. Já os mísseis antiaéreos Stinger, apoiados no ombro, arrasaram a força aérea soviética. Os Stinger eram a arma ideal para destruir os até então invulneráveis e bem-armados helicópteros de ataque russos, e também forçaram os aviões a voar em altitudes altas.

    Bearden escreveu um livro sobre os últimos anos da espionagem da Guerra Fria - "O Grande Inimigo - A história secreta do confronto entre CIA e KGB" -, junto com o jornalista James Risen, que cobre a área de segurança internacional para o "The New York Times", e foi um dos ganhadores do prêmio Pulitzer pela cobertura dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA. Risen falou com exclusividade à GALILEU.

    GALILEU: Vinte anos depois das grandes perdas de agentes da CIA em 1985, pode-se dizer que o episódio está todo entendido? Ou ainda restou um dos agentes-penetradores soviéticos ou "toupeiras", à solta?
    James Risen: Sim, eu acredito que ainda existe uma "toupeira" russa em algum lugar, que ainda não foi capturado. Nós enfatizamos isso no livro, de que existiu um "quarto homem" além de Aldrich Ames, Robert Hanssen e Edward Lee Howard.

    GALILEU: Quais na sua opinião foram os golpes mais importantes da CIA e da KGB no meio século de Guerra Fria que afetaram o resultado do conflito?
    Risen: Eu acho que o maior caso da CIA durante os últimos anos da Guerra Fria foi o de Adolf Tolkachev. Tolkachev deu aos EUA os projetos de quase todos os aviões avançados da União Soviética. Isso não só ajudou a força aérea americana a ganhar supremacia sobre os soviéticos, como também sobre todos os outros países que dependiam de aviões soviéticos. Creio que o sucesso soviético foi ter excelentes espiões nos EUA que podiam desmascarar os agentes americanos em Moscou, tornando difícil aos EUA obter inteligência da Rússia.

    GALILEU: O papel da CIA - e de Milt Bearden - no Afeganistão ajudou a derrotar a União Soviética. Mas de certo modo também ajudou a criar um mal maior - o Talibã e a Al-Qaeda -, e em último caso os ataques de 11 de Setembro. O que poderia ter sido feito para evitar isso?
    Risen: Eu acredito que o problema no Afeganistão foi o fato de os EUA terem se desengajado do país nos anos 1990, e basicamente esquecido dele depois de ter injetado ali bilhões de dólares em armas. Isso permitiu ao Afeganistão escorregar para o caos e o extremismo.

    GALILEU: De acordo com o estrategista Norman Friedman, uma revisão dos ataques de surpresa, de Pearl Harbor à guerra do Yom Kippur, mostra que, mesmo que a coleta de inteligência possa trazer as informações, a arrogância e a auto-ilusão dos políticos e generais pode conspirar para não usá-las. Há como corrigir isso?
    Risen: Eu acho que a verdade é que grandes fracassos de inteligência surgem de mudanças de um paradigma - coisas que acontecem e que representam uma quebra completa com a experiência histórica recente. Pearl Harbor e o 11 de Setembro foram semelhantes em parecerem impensáveis no momento. Mas em ambos os casos você vê que a informação estava lá para ser montada, mas ninguém pôde juntar as pistas porque o retrato formado parecia tão estranho.

    GALILEU: O historiador John Keegan escreveu, no seu livro "Inteligência na Guerra" ("Intelligence in War"), que "em quase nenhuma das brilhantemente convincentes construções de John le Carré da vida de espião e contra-espião ele mostra um resultado objetivo para o que seus personagens fazem. Eles estão lutando a Guerra Fria, mas depois de todas as intricadas ilusões e enganações, a Guerra Fria continua". Esse tipo de raciocínio é injusto com o que fizeram a CIA e a KGB?
    Risen: Eu li o livro de Keegan e discordo de sua tese. Ele argumenta que a inteligência pouco importa na guerra, mas eu acho que as histórias que ele conta no livro provam que não é esse o caso. Inteligência militar é informação sobre o seu inimigo, e sem ela você não pode lutar. Eu acho que isso é ainda mais verdadeiro hoje do que em qualquer outra época da história.

    GALILEU: E por falar em romances de espionagem, qual você sugeriria como mais próximo do trabalho real de espionagem?
    Risen: Eu acho os romances de Le Carré os melhores sobre espiões. "Casa da Rússia" ("The Russia House") parece ser vagamente baseado em casos reais.
    Então o autor da matéria também assistiu o filme "Rambo III", Acauan? Ou realmente a CIA armou e treinou os guerrilheiros? Falando em filmes: em "Fahrenheit 11 de setembro", Michael Moore descreve o papel dos americanos na Guerra do Afeganistão (o "Vietnã" russo) e seu papel junto a um certo Osama Bin Laden. Então, mesmo descontando 50% do documentário de Moore, alguma coisa tem aí. Onde há fumaça, há fogo...
    Post edited by Nyarlathotep on
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited agosto 2014 Vote Up0Vote Down
    Azathoth disse: Então o autor da matéria também assistiu o filme "Rambo III", Acauan?

    Talvez.
    Se você ler atentamente o que está escrito verá que o conteúdo mais confirma do que contesta o que eu disse.

    Primeiro:

    Foi o caso da ajuda que os americanos deram aos rebeldes muçulmanos do Afeganistão durante a ocupação soviética do país.

    Rebeldes muçulmanos não significa Taliban. Os Senhores da Guerra aos quais me referi também eram muçulmanos.

    Depois, compare a pergunta e a resposta abaixo:
    GALILEU: O papel da CIA - e de Milt Bearden - no Afeganistão ajudou a derrotar a União Soviética. Mas de certo modo também ajudou a criar um mal maior - o Talibã e a Al-Qaeda -, e em último caso os ataques de 11 de Setembro. O que poderia ter sido feito para evitar isso?
    Risen: Eu acredito que o problema no Afeganistão foi o fato de os EUA terem se desengajado do país nos anos 1990, e basicamente esquecido dele depois de ter injetado ali bilhões de dólares em armas. Isso permitiu ao Afeganistão escorregar para o caos e o extremismo.

    Note que o tal Risen não estabelece nenhuma correlação direta entre a intervenção americana e o Taliban ou Al Qaeda. Esta correlação foi insinuada na pergunta e não confirmada na resposta.

    Aliás, se lembrar o que escrevi notará algumas semelhanças literais com o que o tal agente respondeu:

    Como sempre nestes casos, após os soviéticos saírem do Afeganistão os Senhores da Guerra locais passaram a lutar uns contras os outros e o Taliban aproveitou o caos reinante para se apresentar como única esperança de unidade e ordem para o país.

    No mais, como eu disse, em retrospectiva vão surgir milhares de fontes associando Taliban e governo americano.

    Estou na espera de uma fonte contemporânea à época dos acontecimentos, uma que seja, que tenha estabelecido tal relação. Quem encontrar, me avise.
    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Azathoth disse: Falando em filmes: em "Fahrenheit 11 de setembro", Michael Moore descreve o papel dos americanos na Guerra do Afeganistão (o "Vietnã" russo) e seu papel junto a um certo Osama Bin Laden. Então, mesmo descontando 50% do documentário de Moore, alguma coisa tem aí. Onde há fumaça, há fogo...

    Se é do Michael Moore, pode descartar 100%.
    Acauan dos Tupis
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited agosto 2014 Vote Up0Vote Down
    Uma sugestão a quem pretende analisar eventos históricos recentes é entender o contexto no qual aqueles eventos se deram.

    A intervenção soviética no Afeganistão se deu dentro do contexto da Guerra Fria.
    Mais que isto, se deu na fase final do Império Soviético, tanto que, dois anos depois de os russos desistirem do país a poderosa e temida União das Repúblicas Socialistas Soviéticas virou fumaça.

    E, finalmente, se deu em sua maior duração enquanto corriam os dois mandatos do presidente Reagan.

    Todos os elementos para se entender o conflito estão aí:
    - Guerra Fria;
    - Derrocada do Império Soviético;
    - Política de Ronald Reagan de elevar a corrida armamentista com a União Soviética até levá-la à exaustão econômica.

    Isto é o que a diplomacia chamava de Big Game e que pode ser explicado como briga de cachorro grande.

    Nesta briga, o Taliban era quando muito uma pulga no rabo do cachorro. Circunstâncias levaram esta pulga a ser fonte de problemas maiores, mas naquele momento, era o rabo do cachorro que balançava a pulga e não o contrário.

    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited agosto 2014 Vote Up0Vote Down
    Azathoth disse: GALILEU: De acordo com o estrategista Norman Friedman, uma revisão dos ataques de surpresa, de Pearl Harbor à guerra do Yom Kippur, mostra que, mesmo que a coleta de inteligência possa trazer as informações, a arrogância e a auto-ilusão dos políticos e generais pode conspirar para não usá-las. Há como corrigir isso?
    Risen: Eu acho que a verdade é que grandes fracassos de inteligência surgem de mudanças de um paradigma - coisas que acontecem e que representam uma quebra completa com a experiência histórica recente. Pearl Harbor e o 11 de Setembro foram semelhantes em parecerem impensáveis no momento. Mas em ambos os casos você vê que a informação estava lá para ser montada, mas ninguém pôde juntar as pistas porque o retrato formado parecia tão estranho.

    Este é outro exemplo onde a pergunta contém uma indução não confirmada na resposta.
    Risen, que certamente entende muito mais do assunto do que o cara da Galileu, em nenhum momento concorda que "a arrogância e auto-ilusão dos políticos e generais" foi um dos motivos do desastre em Pearl Harbor.

    O cara da Galileu faz as perguntas com base em ouvi falar e tenta parecer que sabe alguma coisa do assunto.

    Como Risen bem colocou, é muito fácil analisar em retrospectiva e concluir que evidências apontavam para um ataque japonês iminente, mas basta que estas mesmas evidências sejam analisadas sob a perspectiva da época para se concluir que a coisa não era tão óbvia assim.

    Como no caso do muito que se fala do tal aviso que chegou a Pearl Harbor pouco depois do ataque como se fosse a salvação da frota caso chegasse a tempo.
    Bobagem completa.
    Era domingo, toda a esquadra estava ancorada, com os motores desligados e sem as tripulações de serviço.
    Fazer aqueles navios acionarem os motores, levantar âncora, manobrar no porto e escapar para lugar seguro levaria horas.
    O máximo que se poderia fazer era evacuar os navios e diminuir o número de baixas, evitando a tragédia do USS Arizona.


    Post edited by Acauan on
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  • Sim, o repórter da "Galileu" tentou coloca o Riden numa "saia justa", mas não conseguiu. Mas veja, Acauan, que o FATO de que os americanos armaram, financiaram e treinaram os guerrilheiros afeganes contra os russos não se pode questionar - aconteceu de verdade! Menos claro é a relação entre o Taleban do Afeganistáo, o Taleban do Paquistão e a organização Al Qaeda:

    http://www.estadao.com.br/noticias/geral,os-dois-taleban-e-a-al-qaeda-tem-diferencas-fundamentais,458110

    Ou você acha que a Al Qaeda iria recrutar pacíficos cameleiros, pastores de cabras e ovelhas no Afeganistão? Não, Acauan, os "senhores da guerra" que você mencionou foram armados, financiados e treinados pela CIA. SE a Al Qaeda iria buscar terroristas por lá, mesmo sem intervenção americana, é um ponto questionável. Aquele avião da Malaysian Airlines foi abatido por um lança mísseis russo, que estava nas mãos dos separatistas ucranianos, treinados por adidos militares russos. Talvez, sem a intervenção americana no Afeganistão, não haveria naquele país "mão de obra qualificada" que chamasse a atenção da Al Qaeda. Agora, que HAVIA uma relação entre Talibãs e Al Qaeda, se boa ou ruim, isto também é FATO:
    http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR50137-6013,00.html
    Então, se é incorreto afirmar que "a CIA criou Bin Laden", não podemos desconsiderar os "efeitos colaterais" do treinamento que os mujahedins receberam. O resto fica fácil imaginar: soviéticos e americanos saem do Afeganistão; dez anos de guerra civil devastaram o país; pobreza, desespero, militantes armados até os dentes, reduzidos à condição de "rebeldes sem causa"... se não fosse o Bin Laden, seria outro oportunista qualquer para APROVEITAR DAQUELA SITUAÇÃO. Deu no que deu.
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited agosto 2014 Vote Up0Vote Down
    Azathoth disse: Mas veja, Acauan, que o FATO de que os americanos armaram, financiaram e treinaram os guerrilheiros afeganes contra os russos não se pode questionar - aconteceu de verdade!

    É fato que os americanos armaram e financiaram os guerrilheiros, mas não que os treinaram.
    Pelo contrário. Aqueles insurgentes eram profundos conhecedores do terreno e praticantes de técnicas de guerrilha há gerações. Era mais fácil eles treinarem os agentes da CIA naquela situação que o contrário.
    Quanto aos armamentos, os americanos podem ter dado alguns lança foguetes e mais algum outro armamento pesado pros insurgentes, mas nunca botariam tecnologia de ponta nas mãos daqueles bandoleiros, que certamente correriam para vendê-la para os russos ou para quem pagasse mais.

    Azathoth disse: Menos claro é a relação entre o Taleban do Afeganistáo, o Taleban do Paquistão e a organização Al Qaeda:

    Os pontos principais são conhecidos.
    A fonte ideológica do Taliban são as Madrassas (Escolas Islâmicas) do Paquistão.
    O movimento emigrou para o Afeganistão aproveitando o momento político criado pela invasão soviética e assumiu o poder no vácuo criado pela retirada dos russos e da luta entre os senhores tribais.

    Quanto à Al Qaeda, como o próprio nome - A Base - indica, é uma organização formada por estrutura de redes, onde não há um comando central, mas interligações entre diversos grupos unidos por uma ideologia e objetivos comuns.
    A fonte de inspiração deste tipo de terrorismo precede Bin Laden e pode ser rastreada à... Casa de Wahhab, o maior poder da Arábia Saudita depois (talvez) da família real.

    Azathoth disse: SE a Al Qaeda iria buscar terroristas por lá, mesmo sem intervenção americana, é um ponto questionável.

    A união entre Taliban e Al Qaeda foi um casamento de conveniência no qual o Taliban oferecia um território seguro para as operações terroristas e Bin Laden prometia acesso às suas fontes de financiamento e fornecimento de armas.
    Deu no que deu. Quando os americanos invadiram o país, o esquema não resistiu mais que algumas semanas e boa parte dos militantes e líderes dos dois movimentos acabaram em Guantánamo

    Azathoth disse: Talvez, sem a intervenção americana no Afeganistão, não haveria naquele país "mão de obra qualificada" que chamasse a atenção da Al Qaeda.

    O próprio registro da intervenção americana no Afeganistão mostra o nível da mão de obra qualificada que havia lá. A maioria dos combates se deu contra bandos armados de fuzis Kalashnikov, o esquema clássico da guerrilha do século XX, mas que não ofereciam a mais mínima resistência a forças dotadas de apoio aéreo e logística de última geração.

    Azathoth disse: Então, se é incorreto afirmar que "a CIA criou Bin Laden", não podemos desconsiderar os "efeitos colaterais" do treinamento que os mujahedins receberam.

    E o que estou fazendo desde o começo desta discussão é tentando traçar a dinâmica deste efeito colateral.
    Azathoth disse: reduzidos à condição de "rebeldes sem causa"...

    Bem... causa eles tinham, por pior que fosse.

    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Bom dia, Acauan!

    Sim, acho que você esclareceu o seu ponto de vista: fica explicado o papel da CIA no treinamento dos mujahedins - se eles não precisaram de treinamento para "guerra de guerrilhas", certamente precisaram para operar os lança mísseis Stinger e outras armas que não conheciam. Não fica explicada a relação - SE houver - da CIA com o Bin Laden. Quando muito, foi uma relação INDIRETA.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited agosto 2014 Vote Up0Vote Down
    sybok disse: Relação que foi resultado da guerra fria que é de responsabilidade da URSS.
    Esse é outro fato que costumam omitir, pois querem fazer parecer que é tudo culpa dos EUA que tem seus tentáculos "imperialistas" no mundo todo.
    A URSS sim era um império de fato, mas ninguém fala nada.
    Sim. Foi a Rússia que anexou à força dezenas de países para formar a URSS, enquanto que os EUA, apesar de intervenções questionáveis em vários lugares, nunca os declarou parte do território americano.

    Sendo que boa parte dessas intervenções era uma reação à intervenção da URSS ou China.
    Post edited by Fernando_Silva on
  • Come with me if you wanna live.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Exatamente. Acontece que as esquerdas sofrem de indignação seletiva e se deixam facilmente enganar pela propaganda do Hamas (ou fingem acreditar nela).

    Um trecho do texto abaixo:
    Veja o ataque no bairro de Beach Camp, na Cidade de Gaza. Militantes do Hamas culparam um ataque israelense; Israel afirmou que o Hamas disparou acidentalmente um morteiro contra o bairro. Crianças morreram.

    No meio da estrada, onde as crianças foram mortas, havia uma pequena poça de sangue. A primeira sensação é de tristeza e indignação. Quando olhei mais de perto, notei uma sandália de criança no meio do sangue. O chinelo estava intacto. Não havia manchas de sangue. E, ao lado do chinelo, uma arma de brinquedo de plástico preto.

    Mais uma vez, pude realizar um cinegrafista atraído para esta imagem poderosa. Segui em frente.

    No mesmo dia, mais cedo, no Hospital Shifa, na Cidade de Gaza, enquanto mortos e feridos eram carregados rapidamente para dentro do prédio, vi uma menina, com não mais do que 7 anos, com um vestido amarelo e azul, falando na frente de uma câmera de televisão.

    — Traga de volta meu irmão e meu pai — disse ela, chorando, visivelmente triste.

    A mãe dela, sentada ao lado, sussurrou no ouvido da criança e a cutucou.

    — Eles eram crianças — continuou a menina, após a instrução da mãe. - Eles estavam apenas brincando. Qual foi o crime para Israel alvejá-los? Eles eram apenas crianças.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    O chinelo infantil na poça de sangue

    ‘Para ambos os lados, notícias na mídia estrangeira são uma arma de guerra’

    por Sudarsan Raghavan / Do “Washington Post”

    A cena era nítida. Eu tinha acabado de chegar aos escombros de uma grande mesquita, no centro da Cidade de Gaza. O prédio tinha sido pulverizado por um ataque aéreo israelense. Vidro e metal por toda parte. Mas, num pedaço de terra em frente ao entulho, visível para todo mundo ver, havia um pequeno carpete empoeirado. No topo dele, pilhas de cópias do Alcorão, livro sagrado do Islã, queimadas, rasgadas. O simbolismo era óbvio, quase demasiado perfeito. Estava claro que alguém os tinha colocado lá para atrair simpatia pela causa palestina. Uma equipe de televisão percebeu e filmou. Missão cumprida.

    Em praticamente todos os conflitos, cada lado tenta manipular jornalistas estrangeiros para cobrir suas queixas, para olhar a violência e destruição através das lentes deles. Mas israelenses e palestinos elevaram esta manipulação a um patamar totalmente novo. Para ambos os lados, notícias na mídia estrangeira são uma arma de guerra tanto quanto foguetes e ataques aéreos.

    Os israelenses são mais habilidosos. Da sala de guerra da mídia, empreendem uma das operações mais sofisticadas para persuadir jornalistas rumo ao ponto de vista deles. Todas as manhãs, um assessor de imprensa militar fornece a influentes organizações jornalísticas uma atualização dos eventos ocorridos à noite. E, durante o dia, uma grande equipe de porta-vozes pode responder a solicitações de mídia em meia dúzia de línguas, ou mais.

    O Exército de Israel traz generais, comandantes e oficiais de Inteligência para informar os jornalistas. Usa mídias sociais para disseminar mensagens. Durante a primeira incursão terrestre, em julho, militares publicaram tuítes ao vivo, prometendo esmagar o Hamas, fornecendo citações contundentes para os jornais publicarem. Todo mundo, desde as recepcionistas até o porta-voz do primeiro-ministro, parece estar ensaiado, como se todos recebessem memorandos diariamente sobre o que dizer à mídia estrangeira. Tenho quase certeza de que realmente fazem isso.

    Em Gaza, é um tipo diferente de manipulação, mais cru, mais visceral, ao mesmo tempo mais sutil do que a máquina de mídia de Israel. Veja o ataque no bairro de Beach Camp, na Cidade de Gaza. Militantes do Hamas culparam um ataque israelense; Israel afirmou que o Hamas disparou acidentalmente um morteiro contra o bairro. Crianças morreram.

    No meio da estrada, onde as crianças foram mortas, havia uma pequena poça de sangue. A primeira sensação é de tristeza e indignação. Quando olhei mais de perto, notei uma sandália de criança no meio do sangue. O chinelo estava intacto. Não havia manchas de sangue. E, ao lado do chinelo, uma arma de brinquedo de plástico preto.

    Mais uma vez, pude realizar um cinegrafista atraído para esta imagem poderosa. Segui em frente.

    No mesmo dia, mais cedo, no Hospital Shifa, na Cidade de Gaza, enquanto mortos e feridos eram carregados rapidamente para dentro do prédio, vi uma menina, com não mais do que 7 anos, com um vestido amarelo e azul, falando na frente de uma câmera de televisão.

    — Traga de volta meu irmão e meu pai — disse ela, chorando, visivelmente triste.

    A mãe dela, sentada ao lado, sussurrou no ouvido da criança e a cutucou.

    — Eles eram crianças — continuou a menina, após a instrução da mãe. - Eles estavam apenas brincando. Qual foi o crime para Israel alvejá-los? Eles eram apenas crianças.


    Alguns dias depois, um ataque aéreo israelense destruiu a casa do líder do Hamas, Ismail Haniyeh. No momento em que jornalistas estrangeiros chegaram, homens leais tinha colocado o retrato de Haniyeh em cima dos escombros e fixaram firmemente uma bandeira verde do Hamas, evocando um sentimento de rebeldia.
    http://oglobo.globo.com/mundo/artigo-chinelo-infantil-na-poca-de-sangue-1-13504579#ixzz39jD7hasr
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited agosto 2014 Vote Up0Vote Down
    Um país legítimo

    Sócrates Nolasco

    Judeus não foram para a Palestina, eles já estavam lá. Em Israel há projetos que integram os dois povos

    O articulista da “Folha de S. Paulo” Ricardo Melo escreveu: “Inexiste solução para a crise do Oriente Médio, que não inclua o fim do Estado de Israel.” Porém, qualquer argumento está fadado ao fracasso se as análises que o sustentam partem de crenças e não de fatos. Quando isso ocorre, tem-se um texto com impressões pessoais, usadas como recurso para provar ao leitor que aquele que o escreveu está correto.

    Faltam informações a Melo sobre a origem do povo judeu. Vitimizar os civis de Gaza lhe serve como argumento, mas não resolve o problema dos palestinos submetidos ao Hamas. Para ele, o que garante a existência do Estado de Israel é o apoio dos EUA. Se for só isto, os índios brasileiros teriam um futuro melhor caso os EUA os apoiassem?

    Israel sobreviveu à Guerra de 1948 e se tornou um país democrático, do ponto de vista religioso, político e social. Dos países do Oriente Médio, é o que tem o IDH mais alto. Nele, homens e mulheres são iguais perante a lei, o casamento entre pessoas do mesmo sexo é reconhecido, há liberdade religiosa, representatividade dos árabes e minorias no parlamento e eleições livres, o que o distingue dos países da região. Nele há igrejas, mesquitas e sinagogas. É um dos países que mais investem em pesquisa e desenvolvimento em relação ao PIB, tem o maior número de autores publicados nos campos das ciências naturais, engenharia, agricultura e medicina. Até hoje, dez israelenses ganharam o Prêmio Nobel em diferentes áreas. É este país que Melo quer eliminar? Será que seus argumentos foram produzidos pelo desencanto de quem assiste à derrocada da esquerda no mundo, uma esquerda ineficiente para transformar as sociedades, mas eficiente, como a direita, para fomentar guerras?

    Sobre um solo duro e seco, construiu-se com otimismo e fé um país que não mede esforços para resgatar judeus, como foi o caso dos etíopes. A democracia israelense não incomoda só países que fazem parte do Oriente Médio, mas também políticos sul-americanos que se distanciaram das necessidades da população, para investirem na permanência no poder. O judeus começaram sua história como escravos fugidos do Egito que retornaram à terra de seus patriarcas para constituírem uma nação. Nela proclamaram um reino, posteriormente divido em dois. Um deles foi derrotado pelos assírios (722 AC) e o outro pelos babilônios (586 AC). Exilados pelos vitoriosos, retornaram à terra de seus ancestrais, criando nela um segundo Estado. Contudo, foram derrotados pelos romanos (70 DC) e, contrariando os precedentes, os vencidos sobreviveram em comunidades dispersas, ressurgindo dois mil anos depois pela terceira vez.

    Em 1948, Israel se tornou independente. Os judeus não foram para a Palestina, eles já estavam lá. Atualmente em Israel há projetos que integram árabes e judeus que se recusam a ser inimigos, como é o caso do “Hand in hand”, “Seed of peace” e Shalom Arshav (Paz Agora). É este país que se quer acabar?

    Sócrates Nolasco é psicólogo e professor da UFRJ
    http://oglobo.globo.com/opiniao/um-pais-legitimo-13515190#ixzz39jE5NwJq
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