Parece que você é novo por este pedaço. Se você quer se envolver, clique em algum destes botões!
Direitos reservados de acordo com cada publicação, 2001 ~ 2014, Fórum Religião é Veneno.
As opiniões expressas e o conteúdo publicado neste fórum por seus usuários são de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores e não representam as opiniões dos administradores e moderadores do "Religião é Veneno".
Desenvolvido e mantido pela Administração e Moderação.
Comentários
Pois é.
Algumas pessoas desenvolvem certos vícios comportamentais e passam a considerar que eles são parte integrante da sua “personalidade”. E essas pessoas limitam o seu desenvolvimento ao fazer isso.
Embora aceitação dos próprios defeitos seja um primeiro passo, não deve ser o último.
O ponto é que muitas pessoas tem valores conflitantes, e nem sequer sabe disso, já que a maioria das pessoas é apenas marginalmente consciente dos valores que as orientam. A tragédia da dissonância cognitiva é o seu aspecto auto-ilusório. A pessoa é consciente apenas do seu mal-estar mas não consegue identificar a fonte dele, já que não dispõe dos instrumentos cognitivos para acessá-la.
O exercício de redigir seus valores prioritários e julgar seus hábitos e os valores que são de fato revelados por eles não é tão fácil quanto parece. É preciso bastante coragem para acessar seus medos reprimidos e para reavaliar todas as desculpas esfarrapadas que foram criadas de maneira a não enfrentá-los de frente. Para usar um termo freqüente, desvencilhar-se das muletas psicológicas. E o hábito de rever seus valores freqüentemente, seja na forma de afirmações, de orações ou de qualquer instrumento de repetição emocional pode parecer maluco para quem não o pratica, mas é extremamente poderoso como ferramenta para alinhar sua conduta com os seus princípios e formar o seu caráter.
O fato é que esse mal-estar é uma condição existencial persistente. Não somos nem podemos ser perfeitamente alinhados aos nossos valores. Sempre surgem novos níveis de compreensão e consciência, antes inacessíveis e inimagináveis. Esse é o caráter transcendente da existência.
A sua personalidade não é um snapshot de comportamentos e vícios atuais que você se indulge. A sua personalidade é um processo quadridimensional de evolução, potencialmente ilimitada. E a consciência dessa condição pode ser empregada como um fator de estímulo a essa própria evolução. Desvencilhar comportamentos adquiridos de princípios de caráter fundamentais é um passo primordial.
Insane boy,
As conclusões que eu articulei não são tão óbvias quanto elas parecem. Elas me escaparam durante muito tempo para que eu possa concordar com isso, já que afinal eu não me considero um idiota.
O ponto é que elas fazem sentido e talvez não sejam difíceis ou complexas demais quando expostas de uma maneira geral e abstrata, mas quando elas são de fato aplicadas aos casos e circunstâncias particulares da nossa vida elas costumam ser esquecidas ou incompreendidas muito frequentemente.
O poder individual está justamente em forçar-se a materializar essas abstrações em comportamentos práticos. E isso nenhuma quantidade de literatura pode fazer por si só.
Eu posso escrever 500 laudas azuis sobre os efeitos de uma rotina de nutrição/musculação/repouso no seu crescimento muscular e desempenho físico geral, mas você não ficará mais forte apenas por concordar racionalmente com o que foi escrito.
Toda a sensatez e obviedade do que foi escrito se dissipará quando você se deparar com as dificuldades de empurrar 40 kg supino. Apenas quando você atropelar as resistências físicas e psicológicas que ocorrerão e internalizar a rotina de exercícios como parte integrante da sua disciplina pessoal de aperfeiçoamento é que você poderá dizer que entendeu o que foi dito.
Descartar algo que parece simples ou óbvio demais antes de avaliar seus comportamentos de acordo com o que foi dito é uma atitude de defesa comum. Agora se algo é simples e óbvio mas por alguma razão não está sendo feito é porque talvez não seja tão simples ou óbvio assim, e exija alguma reflexão adicional e sobretudo alguma iniciativa prática.
Acabamos nos afastando e/ou sendo afastados em alguns casos, com certeza. Isso só me afeta se atrapalha as pessoas que considero como familia e amigos e nestes casos tendo a me controlar. Não tenho interesse em tentar mudar o mundo pois ele está fortemente preparado para o Darwinismo social e cansei de dar murro em ponta de faca.
Parei de me preocupar com isso quando assumi essa postura, e ainda não tenho resposta.
Um mentor que eu tive no trabalho me disse uma vez algo do tipo.
Que a maioria das pessoas faz críticas públicas a outras pessoas como uma forma de auto-gratificação instantânea, distanciando-se retoricamente delas. Sobretudo quando essas outras pessoas se encontram em situações difíceis. E eventualmente aquelas pessoas que criticavam cometem os mesmos erros que tinham criticado.
Isso porque elas andam pelo mundo tentando mudar nos outros aquilo que parece ser a causa externa dos problemas, embora mais freqüentemente se satisfaçam apenas em transferir a responsabilidade e culpa quando percebem que nada podem alterar neles, ou quando o desastre já ocorreu.
Uma perspectiva mais eficaz consiste em perceber e corrigir em você defeitos que costumam ser mais aparentes nas outras pessoas, pois provavelmente eles estão lá, escondidos, iludindo a você assim como iludiam a eles.
É fácil parecer inteligente emitindo julgamentos retrospectivos sobre a conduta dos outros. O difícil é ser igualmente crítico ao avaliar nossas próprias decisões prospectivas. A maior vulnerabilidade das pessoas está na vaidade que alimenta a crença de que elas estariam imunes as vulnerabilidades que são tão aparentes nos outros.
Isso é a minha paráfrase e generalização do que ele me disse, mas foi mais ou menos isso, num contexto mais específico.
Estando indisposto a ser surpreendido, tudo parece desinteressante. Torna-se fácil encontrar desculpas para nos confortarmo-nos na passividade.
Não lhe posso dar conselhos, nem ensinar nada, pois ainda não aprendi o que digo muitas vezes.
Deixo-lhe este pensamento: O melhor que encontrei nos outros foi a mim mesmo.
P.S. Tenho um habito que venho cultivando, parado, vejo as pessoas, tento mesmo ver as pessoas.
Sim, mas procuro minhas novidades onde me parece mais provável que vá encontrar algo de bom. Afinal, como disse alguém, "de onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada".
Já convivo o dia todo com os mais diversos tipos de gente, dos mais variados níveis sociais e de cultura. Quando largo o trabalho, quero algo de bom, não mais do mesmo. Já tive a minha dose de convivência com o 'diferente'.
Além disto, o que você e o Cabeção disseram faz sentido teoricamente e deve fazer sentido na prática para muita gente, mas as pessoas são diferentes. Deixar-nos surpreender, conviver com o novo? Beleza, mas a qual preço? Suponho que aprenderia muito após passar alguns anos na prisão ou na guerra, mas ... estou disposto a pagar o preço por esse conhecimento?
Além disto, as pessoas mudam. Eu já fui diferente - e achei que nunca mudaria, mas meus interesses mudaram, minhas prioridades mudaram. Não vou desperdiçar minha vida e meu pouco tempo livre me forçando a fazer coisas que não me agradam, tipo conviver com gente que não me interessa, só porque vou aprender algo de novo. Entre vários tipos de aprendizado disponíveis, fico com aqueles que me interessam.
Eu desconfio que não, mas não sei dizer porque nunca me interessei muito em estudar essa corrente de pensamento. Minha impressão é a de que ela não tem muito o que oferecer.
Eu sei que ela consiste em negar a existência de propósito ou sentido último para as coisas.
Isso me parece em princípio uma atitude legítima para se encarar o universo, mas o que eu não consigo entender é como operar decisões se os valores contra os quais as decisões são julgadas são completamente arbitrários. Qualquer lógica decisional seria igualmente válida.
Esse tipo de raciocínio parece levar alguns niilistas a contemplar o suicídio. Mas mesmo esse tipo de decisão só seria prioritária numa escala de valores que atribuisse um valor negativo a existir, algo que me parece contraditório com a proposta de que nenhuma escala de valores é real.
No final me parece que a conclusão do niilismo é a negação da razão e da possibilidade de conclusões, pois essas se extraem confrontando valores lógicos ou estéticos de alguma natureza.
E se a conclusão racional do niilismo é a impossibilidade de conclusões racionais, ele me parece falido como princípio filosófico.
Ainda que a atitude niilista possa ser trivialmente coerente (quando não há sentido estabelecido para nada, tudo faz sentido), ela não pode ser racionalmente acessada, pois em particular ela nega o sentido da própria razão.
A vida é uma inconstância, onde apenas o nosso empenho pode ser constante. Não existe proposito outro, viver é o proposito.
O que é viver?
Por diversos motivos, fui abandonando a vida, por não ver proposito algum, cheguei até a adotar nova religião. Havia mergulhado numa espiral de desconstrução do mundo. Tudo perdeu o sentido, e daqui a perder interesse por tudo foi um passo.
Olhei a morte, centrado na respiração, observava o que era viver, junto com o que seria morrer, um sopro separava um do outro.
Resumo a vida a, viver é respirar. Nisto, hoje, continuo a sentir a minha respiração, nela me refugio.
Não é esforço encontrar interesses, pelo menos no meu caso. Sempre os tive e não preciso me violentar ao me por em situações desagradáveis, em companhia de gente que não me interessa, para tentar encontrar coisas novas.
O que me falta é tempo para explorar meus interesses a fundo. Há muito tempo que não preciso parar para pensar "O que eu vou fazer agora?"
ou
Pergunte, o que estou a fazer agora?
Tenha um bom dia, Fernando.
Estou me prostituindo para ganhar o meu pão de cada dia.
Eu costumo dizer que ninguém tropeça em uma pedra grande; são as pequenas que nos derrubam. A analogia parece estar invertida pois a pedra grande é o obstáculo óbvio, e não a pequena. Mas podemos olhar por um outro prisma. O óbvio, neste caso, é a atitude de menosprezar as coisas simples, que julgamos poder resolver ou superar sem o devido esforço e atenção. O risco, quando superestimamos nosso potencial, está muito bem delineado em seu sempre preciso texto: nos transformamos num amontoado de palavras; muito discurso bonito que as atitudes desmentem logo em seguida.
Eu consegui perceber isso muito cedo, graças ao hábito de observar (que eu costumo mencionar aqui, vez ou outra). Ainda na adolescência, constatei que as pessoas acusavam nas outras aquilo que elas mais precisavam mudar em si mesmas. Daí em diante fiquei bastante atento a essa característica humana. Posso dizer que ela é onipresente, resguardadas umas raríssimas exceções. Não é à toa que dizem “o bom julgador, por si julga”. É como se uma programação especial nos impedisse de apontar a artilharia para o próprio peito. Impedidos assim de eliminar aquilo que (inconscientemente) nos incomoda, enxergamo-lo nos outros e apertamos o gatilho. Mais do que uma redenção, este artifício da mente cria uma sólida convicção de que estamos acima das fraquezas humanas e nos inocenta dos pecados mais íntimos.
Eu nem vou comentar, para não macular o brilhantismo desse parágrafo.
Você já provou o quanto tem a oferecer. Não se convença do contrário, não reduza suas perspectivas.
Já ouvi isso muitas vezes. E acho que até já falei.
Como você pertence a outra cultura, vou familiarizá-lo com algumas peculiaridades cá da terrinha. Brasileiro é cheio de manias, como, por exemplo, o famigerado “Você sabe com quem está falando?”. Outra: “Quem é você para me dizer isso?”. Esta última parece um pouco com sua reflexão sobre não poder dar conselhos, já que ainda não assimilou os ensinamentos que tenta transmitir. A diferença é que uma é a expressão da arrogância e, a sua, a marca da humildade. O que eu penso sobre isso:
Em alguns casos, essa impossibilidade de orientar alguém sobre o que ainda não dominamos é verdadeira. Um cego não deve tentar guiar outro. Em outras situações, no entanto, isso é perfeitamente possível. É falsa a noção de que eu só posso ensinar se já tiver, em mim, consolidado o ensinamento. Minha experiência com o fracasso é um ótimo farol para o que não deve ser feito. Se eu sou um alcoólatra, ninguém melhor do que eu para aconselha-lo a não experimentar o álcool. Eu jamais desprezaria os conselhos de alguém que tenta me proteger de um mal que ele já experimentou ou ainda experimenta. Isto é apenas um exemplo e muitos outros, talvez mais próximos da tua realidade, poderiam ser empregados. O importante é: Sim, podemos ensinar, mesmo quando somos nós quem mais precisa aprender.
Cara, eu o admiro cada vez mais.
Como os outros animais não possuem pensamento abstrato para inventarem valores subjetivos não existem animais niilistas que os neguem.
Fernando,
Acho que o ponto aqui é que você adota um ângulo mais pessimista para encarar os mesmos fatos que eu.
Uma coisa que eu ouvi uma vez e acho bastante verdadeiro é que seja você um pessimista ou um otimista, você provavelmente confirmará sua posição.
A realidade responde a sua atitude geral e expectativas com relação a ela. Isso não necessariamente é um “woo-woo quântico esotérico”. Nossas crenças e expectativas são comunicadas na nossa forma de agir e se portar, que por sua vez são interpretadas por outras pessoas, positiva ou negativamente.
Pessoas com uma atitude geral positiva e otimista contaminam aqueles que as cercam de emoções positivas. Essas emoções são popularmente chamadas de “energias” ou “vibrações”.
Eu procuro ser extremamente otimista com relação a coisas que dependem da reação de outras pessoas. Em geral eu assumo que todo mundo será extremamente simpático e cooperativo comigo, e que todo mundo vai tomar o que eu tenho a dizer com bastante interesse, e que vai contribuir com algo interessante em troca. Se não for o caso, eu não perdi muito também.
Isso não quer dizer que eu seja necessariamente mais otimista que outras pessoas com relação a coisas fora de controle, como a loteria ou o risco da minha casa pegar fogo. Mas em entrevistas de emprego, ou situações sociais, eu não tenho qualquer problema em assumir que tudo vai ser extremamente proveitoso, porque em geral eu não tenho nada a perder caso não seja, e sobretudo porque as suas expectativas afetam o resultado, conforme eu expliquei anteriormente.
O efeito contrário também ocorre. Quem adota uma postura defensiva sempre e assume um certo pessimismo com relação a inteligência ou simpatia alheia provavelmente encontrará resistência da parte das pessoas com quem interage.
Ou seja, uma atitude pessimista é confirmada pois a experiência de realidade do pessimista é um mundo hostil e particularmente imbecil. Ele não só notará os aspectos negativos mais freqüentemente como condicionará seus resultados a terem um viés negativo ao estimular a hostilidade do ambiente ao seu redor.
Essas pessoas estarão constantemente se auto-sabotando, pois a confirmação que elas tem de suas expectativas negativas lhes confere algum payoff emocional secundário. Ao assumir uma atitude derrorista ex-ante elas se sentem intelectualmente vindicadas quando algo indesejado ocorre, e assim a burrice coletiva que os cerca se torna previsível, ainda que as previsões que elas façam sejam sempre ruins para elas. Desenvolvem uma atitude cínica e niilista com relação a tudo.
Eu estou apenas tentando dizer que eu já tive esse tipo de atitude negativa também com relação a algumas coisas, e que eu lembro o quanto essas noções pareciam se confirmar cotidianamente. Eu sinceramente me sentia cercado por imbecis que limitavam. Quando eu decidi parar de encarar as coisas dessa forma, não só eu passei a lidar com gente mais inteligente, como as antigas pessoas se tornaram magicamente mais competentes, compreensivas e reconhecedoras daquilo que eu lhes dizia.
Essas atitudes no final das contas tratam-se apenas de profecias auto-realizantes. E quando lidamos com elas, o melhor a se fazer é profetizar os melhores cenários possíveis.
Eu inclusive li algo sobre o papel do Reticular Activating System (http://en.wikipedia.org/wiki/Reticular_activating_system) no processo de cognição que é pertinente colocar aqui. Não sei dizer se esse tipo de teoria é cientificamente consensual, mas mesmo que não seja, eu não me importo muito, pois faz bastante sentido e é útil como forma de estrutura o pensamento, memso que seja biologicamente inexata.
Eu não sou neurocientista, e acredito que a fonte onde eu vi isso também não era exatamente um paper de neurociência, então um monte de equívocos podem estar inseridos.
O ponto é que existiria uma estrutura na morfologia cerebral que se ocuparia de filtrar a informação sensorial recebida, essa estrutura é o tal do RAS.
O RAS seria calibrado para detectar nos padrões de informações coletados as assinaturas mais compatíveis com aquilo que você costuma pensar mais a respeito, seguindo o princípio de que essas coisas seriam mais importantes e prioritárias para você no momento.
Por exemplo, se você estivesse com fome, você estaria mais calibrado cognitivamente para detectar o cheiro ou a imagem de uma fruta do que se você estivesse satisfeito, diante de um mesmo estímulo visual-olfativo.
Isso talvez se estenda para interpretações mais abstratas das coisas. Pessoas otimistas e positivas estariam calibradas para detectar oportunidades e ângulos vantajosos para as circunstâncias que se apresentam, e procurariam operar a partir deles. Pessoas negativas perceberiam apenas os aspectos ruins das coisas, e se concentrariam em confirmá-los.
Diante de situações análogas as duas atitudes seriam portanto confirmadas pelo fato do próprio cérebro se encarregar de filtrar partes diferentes do mesmo estímulo ambíguo. O RAS seria uma espécie de firewall mental, que bloquearia malwares e daria acesso a informação útil, se calibrado corretamente.
Eu não sei, talvez seja bullshit, mas me parece uma framework razoável para explicar o modus operandi das pessoas.
Esse tipo de linguagem ilustra bem os aspectos da atitude que eu venho discutindo.
Eu não vou tentar te convencer da falsidade dessa frase, porque ela não é falsa em si. Ela depende de como você interpreta o seu trabalho e o ato de prostituição.
Imagino que você trabalhe com TI, e os comentários que eu vejo você postar sobre o assunto parecem mostrar que esse é um tema que te estimula. Se não fosse, você dificilmente usaria do seu tempo livre para falar a respeito, sem ser pago por isso. Imagino que prostitutas não ofereçam serviços sexuais gratuitos a quem demandar no seu tempo livre. Elas provavelmente destestam sua situação profissional e o fazem apenas por precisarem de dinheiro para pagar por sua adicção às drogas, uma condição bastante miserável de existência.
Talvez o seu trabalho não seja o que você idealizava. Poucos trabalhos são ideais. Mesmo para trabalhos proverbialmente excelentes, digamos, um fotógrafo da Playboy, existem vários wannabe que no fim precisam se contentar em fotografar casamentos ou pornografia homossexual.
É preciso saber colocar as coisas em perspectiva. Comparar, entre a variedade de cenários plausíveis, qual é o verdadeiro status da sua situação atual. Talvez ela pudesse ser melhor, e nesse caso, valha à pena arriscar.
Mas dificilmente ela seria ruim ao ponto de ser interpretada como prostituição.
E ao usar esse tipo de linguagem depreciativa você pode acabar tornando-a real.
É preciso estar consciente do poder que as descrições verbais que fazemos das coisas tem na nossa percepção e condicionamento das coisas em si. Nossa linguagem afeta a plasticidade da nossa concepção de realidade, que por sua vez afeta a plasticidade da própria realidade ao determinar nossas atitudes.