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Cantor diz que tortura que sofreu foi 'merecida'

Entrevistado pela apresentadora Marília Gabriela, no SBT, na madrugada do domingo, 26, o cantor Amado Batista comparou a tortura que sofreu durante a ditadura militar a um "castigo de criança" e disse ainda que não achou errada a decisão dos repressores de tê-lo torturado.
"Eu acho que quando uma criança cospe na sua cara, chuta sua canela, o que o pai deve fazer? Não deve corrigir? Então, eu estava fazendo a mesma coisa, que não era uma coisa correta", afirmou. Em seguida, o cantor disse que considerou a tortura um bom corretivo.
Amado Batista afirmou ter sido torturado porque, na época, trabalhava em uma livraria e permitia que professores procurados pelos militares lessem livros proibidos naquele período. O cantor contou na entrevista que tomou choque e foi ameaçado de morte.
"Eu acho que eu não tinha de estar contra, brigando contra o governo. O governo estava nos defendendo de pessoas que estavam querendo tomar o País à força, com armas nas mãos."
A resposta do cantor causou espanto à entrevistadora. "Você está louco, Amado?", disse Marília Gabriela. "Você está louco. Você saiu perdido, sofreu tortura física..."
Mas eu estava errado", respondeu o cantor. "Eu acho que estava errado. Eu estava acobertando talvez pessoas que estavam querendo tomar esse País à força", reforçou o cantor.
Amado declarou que não vai acionar a Comissão da Verdade , instaurada desde abril do ano passado para investigar os casos de repressão na ditadura militar, para tentar encontrar quem o torturou. O cantor foi procurado, mas não se pronunciou sobre suas declarações.

http://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2013-05-28/cantor-diz-que-tortura-que-sofreu-foi-merecida.html
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Comentários

  • 73 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Lisandro disse: "Eu acho que eu não tinha de estar contra, brigando contra o governo. O governo estava nos defendendo de pessoas que estavam querendo tomar o País à força, com armas nas mãos."

    O governo queria evitar que outros fizessem aquilo que ele mesmo tinha feito...
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited maio 2013 Vote Up0Vote Down
    Resumo do livro “A NAÇÃO QUE SE SALVOU A SI MESMA”, de autoria do jornalista Clarence W. Hall. Texto completo publicado na revista Seleções do Reader’s Digest de novembro de 1964,

    http://www.averdadesufocada.com/index.php/contra-revoluo-de-1964-notcias-106/8169-150213-a-nao-que-se-salvou-a-si-mesma

    Trecho:
    A nação que se salvou a si mesma

    Contra Revolução de 1964
    A história inspiradora de como um povo se rebelou e impediu os comunistas de tomarem conta de seu país.


    Raramente uma grande nação esteve mais perto do desastre e se recuperou do que o Brasil em seu triunfo sobre a subversão vermelha. Os elementos da campanha comunista para a dominação – propaganda, infiltração, terror – estavam em plena ação.
    A rendição total parecia iminente.... e então o povo disse: NÃO

    A Nação que Salvou a si Mesma - A história secreta da legítima revolução do povo brasileiro

    O palco estava completamente armado e determinado o cronograma para a primeira fase da tomada de posse pelos comunistas. Nos calendários dos chefes vermelhos no Brasil – assim como nos de Moscou, Havana e Pequim – as etapas para a conquista do poder estavam marcadas com um circulo vermelho: primeiro, o caos; depois, guerra civil; por fim domínio comunista total.

    Havia anos que os vermelhos olhavam com água na boca o grande país, maior que a parte continental dos EUA e que então continha 80 milhões de habitantes, aproximadamente metade da população da América do Sul. Além de imensamente rico em recursos ainda não aproveitados, o Brasil se limita com 10 países – toda a América do Sul, exceto Chile e Equador – seu domínio direto ou indireto pelos comunistas ofereceria excelentes oportunidades para subverter um vizinho após o outro. A captura deste fabuloso potencial mudaria desastrosamente o equilíbrio de forças contra o Ocidente. Comparada com isso, a comunização de Cuba era insignificante.

    Por fim estava tudo preparado. A inflação piorava dia a dia; a corrupção campeava; havia inquietação por toda a parte – condições perfeitas para os objetivos comunistas. O governo do presidente João Goulart estava crivado de radicais; o Congresso, cheio de instrumentos dos comunistas. Habilmente, anos a fio, os extremistas de esquerda tinham semeado a idéia de que a revolução era inevitável no Brasil.

    Dezenas de volumes eruditos foram escritos acerca da espiral descendente do Brasil para o caos econômico e social; a maioria concordava em que a explosão que viria seria sangrenta, comandada pela esquerda e com um elenco acentuadamente castrista. Os brasileiros em geral olhavam o futuro com a fascinação paralisada de quem assiste impotente à aproximação de um ciclone. Uma expressão brasileira corrente era: “A questão não é mais de saber se a revolução virá, mas de quando virá.”

    O país estava realmente maduro para a colheita. Os vermelhos tinham introduzido toneladas de munições por contrabando, havia guerrilheiros bem adestrados, os escalões inferiores das Forças Armadas estavam infiltrados, planos pormenorizados estavam prontos para a apropriação do poder, feitas as “listas de liquidação” dos anticomunistas mais destacados. Luiz Carlos Prestes, chefe do Partido Comunista Brasileiro, tecnicamente ilegal, mas agressivamente ativo, vangloriava-se publicamente: “Já temos o Poder, basta-nos apenas tomar o Governo!”

    Amadores contra Profissionais

    E então, de repente – e arrasadoramente para os planos vermelhos – algo aconteceu. No último instante, uma contra-revolução antecipou-se à iniciativa deles. A sofrida classe média brasileira, sublevando-se em força bem organizada e poder completamente inesperado, fez sua própria revolução – e salvou o Brasil.

    Sem precedentes nos anais dos levantes políticos sul-americanos, a revolução foi levada a efeito não por extremistas, mas por grupos normalmente moderados e respeitadores da lei. Conquanto sua fase culminante fosse levada a cabo por uma ação militar, a liderança atrás dos bastidores foi fornecida e continua a ser compartilhada por civis. Sua ação foi rápida (cerca de 48 horas do início ao término), sem derramamento de sangue e popular além de todas as expectativas.

    Uma vitória colossal para o próprio Brasil, ela foi ainda maior para todo o mundo livre. Pois, como comentou um categorizado funcionário do Governo em Brasília: “Ela marca a mudança da maré, quando todas as vitórias pareciam vermelhas, e destrói completamente a afirmação comunista de que a “história está de nosso lado”.
    Post edited by Fernando_Silva on
  • Fernando_Silva disse: A nação que se salvou a si mesma

    O grande erro dos militares foi ter permitido que sementes permanecessem ativas para vingar no futuro. Agora esses criminosos estão no poder, instaurando comissão de meia verdade, para investigar os crimes cometidos só de um lado. Dizem que a história é escrita pelos vitoriosos. No Brasil temos a rara oportunidade de ver a história ser reescrita pela escória que foi escorraçada no momento certo, e se reergueu do limbo de onde nunca deveria ter saído.

    Espaço reservado para tolos, idiotas úteis e afins, postarem suas respostas indignadas.

  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited maio 2013 Vote Up0Vote Down
    Ayyavazhi disse: O grande erro dos militares foi ter permitido que sementes permanecessem ativas para vingar no futuro.
    No Chile, foi o contrário: a militância ficou, os cabeças foram eliminados. Eles ainda têm uma esquerda, mas não é como aqui.

    Post edited by Fernando_Silva on
  • Ayyavazhi disse: O grande erro dos militares foi ter permitido que sementes permanecessem ativas para vingar no futuro.

    A questão não é tanto eles permitirem ter sobrevivido e sim ter cessado o controle sobre suas ações. E como disse o Fernando não ter calado seus líderes foi um grande erro, no final sambaram na nossa cara.

    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill


  • - Os militares também não eram nenhum primor de direitismo, foram estatistas, nacionalistas, ditatoriais, censores e centralizadores prá caralho, a culpa de nosso esquerdismo é deles também.

    Abraços,
  • Fernando_Silva disse: os cabeças foram eliminados

    Idiotas úteis, sem comando, são apenas idiotas. Não representam perigo.

  • Percival disse: A questão não é tanto eles permitirem ter sobrevivido e sim ter cessado o controle sobre suas ações. E como disse o Fernando não ter calado seus líderes foi um grande erro, no final sambaram na nossa cara

    É muito difícil manter um controle como esse. Comunista é como erva daninha: Quando você pensa que se livrou, eles voltam. Sei lá, deveriam ter criado uma lei bem severa, que prevenisse esse mal. Se é que isso é possível. É arriscado dizer isso, mas, em algumas situações, não há como evitar o uso da força.

  • Aranha disse: Os militares também não eram nenhum primor de direitismo, foram estatistas, nacionalistas, ditatoriais, censores e centralizadores prá caralho, a culpa de nosso esquerdismo é deles também.

    Os militares cometeram erros, e ninguém há de dizer o contrário. Nenhum desses erros, porém, desviou a nação de sua vocação democrática. Muitos que, hoje, expõem suas opiniões, mesmo que contrárias e eivadas de críticas, não se dão conta que estão exercendo uma liberdade que lhes foi garantida.

    Aranha é o Abmael?

  • Aranha disse: - Os militares também não eram nenhum primor de direitismo, foram estatistas, nacionalistas, ditatoriais, censores e centralizadores prá caralho, a culpa de nosso esquerdismo é deles também.

    Abraços,

    Vascaíno é você ? O Abmael ?
    A nossa realidade é moldada pelo que acreditamos ou preferimos não acreditar.
    Eu quero a Verdade .
    A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
    Pqp ! Eu já fui de esquerda !
    Click aqui :
    http://31.media.tumblr.com/tumblr_m4pmpbh3H11qlvp0oo1_250.gif
  • Ayyavazhi disse:É muito difícil manter um controle como esse. Comunista é como erva daninha: Quando você pensa que se livrou, eles voltam. Sei lá, deveriam ter criado uma lei bem severa, que prevenisse esse mal. Se é que isso é possível. É arriscado dizer isso, mas, em algumas situações, não há como evitar o uso da força.

    A melhor idéia tem que prevalecer com fundamentos fortes, a pior idéia tem que ser combatida com argumentos igualmente fortes. Deveria ser assim.

    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • Percival disse: A melhor idéia tem que prevalecer com fundamentos fortes, a pior idéia tem que ser combatida com argumentos igualmente fortes. Deveria ser assim.

    A eca é que hoje temos o chamado politicamente correto.
    A nossa realidade é moldada pelo que acreditamos ou preferimos não acreditar.
    Eu quero a Verdade .
    A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
    Pqp ! Eu já fui de esquerda !
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  • Os militares cometeram erros, e ninguém há de dizer o contrário. Nenhum desses erros, porém, desviou a nação de sua vocação democrática. Muitos que, hoje, expõem suas opiniões, mesmo que contrárias e eivadas de críticas, não se dão conta que estão exercendo uma liberdade que lhes foi garantida.

    Aranha é o Abmael?

    - Como não? - Eu citei o estatismo, por exemplo, ele não esta aí até hoje nos desviando de nossa "vocação democrática"?

    - Sim, sou eu mesmo, mas pare de revelar minha identidade secreta FilhoDaPuta!

    Abraços,

  • Forista Spider-Mormon, seja muito bem vindo.

    Saiba que todos nós sentimos sua falta, FilhoDaPuta!

    Abrçs

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    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Grande AbAranha. Fez falta aqui nop forum. Seja Re-benvindo.
    Eu sou o Doutor. Venho do planeta Gallifrey da constelação de Kasterborous. Com a minha nave, a TARDIS (Time And Relative Dimensions In Space (Tempo e Dimensões Relativas No Espaço) eu viajo por varios mundos e épocas combatendo as injustiças em minhas explorações. Eu o convido para me acompanhar em minhas aventuras, a maioria delas perigosas. Voce quer me acompanhar?

    Total de Mensagens:
    8609 + aquelas que tenho agora. ):-))
  • Aranha disse: Sim, sou eu mesmo, mas pare de revelar minha identidade secreta FilhoDaPuta!

    Perdoe minha indiscrição, caro Aranha. Terei mais cuidado. E, Ab..., digo, Aranha, não desapareça. Você já percebeu que todos querem sua presença aqui.

  • Esse deve ter apanhado muito :








    A nossa realidade é moldada pelo que acreditamos ou preferimos não acreditar.
    Eu quero a Verdade .
    A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
    Pqp ! Eu já fui de esquerda !
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  • O tal Clarence aí surpreendeu-me pelos seus conhecimentos geográficos (nossa! Um americano que sabe algo de geografia além do condado onde mora dos Estados Unidos! Esse aí é peça rara!), mas no final mostrou o mesmo desconhecimento dos americanos a respeito de outros países...

    Então disse ele que os nossos comunistas estavam esfregando as mãos de contente, pois tudo estava nas melhores e perfeitas condições para se implantar o comunismo, faltava só dar o golpe...

    Se o cara entendesse alguma coisa de povo brasileiro, saberia que o povo brasileiro, a ralé, bem entendido, sabia pouco e certo sobre o comunismo: era uma coisa muito ruim. Desde quando estava esse povão desejando a vinda do Comunismo?

    O estrago econômico do Brasil na época não foi resultado de um plano orquestrado pelos comunistas: foi resultado das burradas do JK, que gastou mais do que havia no caixa e aí, se um governo não tem controle de suas contas... Nos tempos do Figueiredo e Sarney, a inflação foi bem pior.

    Diria que a causa IMEDIATA para a dita revolução/golpe como desejem os fregueses foi a ANTA que governava o Brasil na ocasião. Goulart assinou o atestado de óbito do seu governo quando apoiou a revolta e indisciplina de marujos. Qualquer bando de generais e almirantes sabe que não têm chances contra uma tropa inteira que não os respeita. Fora as bobagens esquerdistas as quais já tentava por em prática. O resto a gente já sabe.

    Porém esse golpe/revolução, apesar de seu componente militar, teve TOTAL apoio da sociedade civil. E os milicos sabiam e sentiam isso. O pessoal aí das esquerdas jamais primou pela coerência. A título de exemplo, vejam só o caso do Simonal. Por sua indisciplina, perdeu o patrocínio da Shell e logo se viu sem grana. Achou que o seu contador tinha metido a mão nela e chamou um conhecido do DOPS pra dar uma prensa nele. Quando o caso veio à tona, o policial não tinha como se explicar pelo uso das dependências do DOPS para resolver assuntos de amigos e ele o Simonal receberam orientação do advogado para dizer que se tratava de uma "cooperação com o regime". Os superiores não engoliram. Simonal só ficou preso um dia, mas sua carreira de sucesso foi pro lixo. A esquerda artística jamais lhe perdoou a condição de colaborador do regime que ele nunca foi. Ninguém quis entender que foi uma estratégia errada da defesa. Um boquirroto bobão se danou nas mãos dos nossos intelectuais. No seu funeral, houve só umas 60 pessoas presentes.
    Já o Flávio Cavalcanti, que conclamou pelo rádio a porem fogo no prédio da UNE (e aconteceu) e que NUNCA FEZ SEGREDO de ser a favor dos milicos, jamais foi execrado pela turma dos intelectualizados e sorbonizados e no seu funeral havia mais de 2000 pessoas. Vá entender essa esquerda artística...

    Uma coisa os milicos de 64 têm em comum com os grandes gênios intelectuais esquerdistas do Brasil e do Mundo: excesso de burrice. Exatamente por isso é que torturavam. Era tudo tão simples! Só precisavam por informantes no meio artístico e estudantil e se teria as informações e suspeitos certos, que poderiam ser vigiados sem precisar de mais complicações, poupando-se os inofensivos. Lembra-me um professor meu da USP, que era estudante e morava no CRUSP na época em que foi invadido, que dizia coisas assim:
    _ A turma dos esquedistas e revolucionários estava lá para agitar os estudantes. No início era apenas "abaixo a ditadura"; pouco antes da invasão, já pensavam em organizar um comando revolucionário que iria pros EUA e depor o governo Lindon Johnson...

    Só não erra quem nada faz...
  • ClaudioClaudio Administrador, Moderador

    Se eu tivesse pelo menos vinte anos na época da ditadura militar brasileira, eu também seria contrário ao regime de exceção. Se necessário até pegaria em armas.
    Caso o Brasil acabasse caindo nas mãos dos comunistas, como costumam dizer, eu também lutaria contra o comunismo, defenderia meu país contra qualquer tirânia.
    Seria torturado tantas vezes quanto necessário e jamais acharia a tortura justa, pois lutar contra a ditadura é optar pela vida e pelo certo.
    O que eu jamais faria seria ficar do lado dos ditadores, seja de direita ou de esquerda. Não sou covarde e nem a favor de qualquer tipo de opressão.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited junho 2013 Vote Up0Vote Down
    Claudio disse:
    Se eu tivesse pelo menos vinte anos na época da ditadura militar brasileira, eu também seria contrário ao regime de exceção. Se necessário até pegaria em armas.
    A maior parte da minha família apoiou a revolução (e olhe que alguns parentes foram presos e exilados). Ainda lembro da minha vizinha chamando meu pai aos gritos, toda feliz: "O Jango fugiu! O Jango fugiu!".

    Você não viveu aquela época. A coisa estava muito ruim. De uma forma ou de outra, iria explodir. João Goulart escancarou: "Vou fazer e acontecer". Greves para todos os lados, luz cortada, gás cortado, comícios, passeatas de esquerdistas, rebeliões dentro das Forças Armadas das baixas contra as alta patentes.

    Quanto a pegar em armas, já havia guerrilhas de esquerdas lutando para repetir aqui a revolução cubana, já havia fazendas incendiadas.

    Ficar no poder por tanto tempo e torturar foi um erro que pode ter levado à atual situação, em que as crianças já recebem doutrinação comunista ao serem alfabetizadas sem que ninguém mais perceba ou ache estranho (a não ser os que são automaticamente tachados de 'conservadores', 'fascistas', 'neoliberais', 'anarcomiguxos', 'capitalistas' etc.).


    Post edited by Fernando_Silva on
  • Fernando_Silva disse: A maior parte da minha família apoiou a revolução (e olhe que alguns parentes foram presos e exilados). Ainda lembro da minha vizinha chamando meu pai aos gritos, toda feliz: "O Jango fugiu! O Jango fugiu!".

    Você não viveu aquela época. A coisa estava muito ruim. De uma forma ou de outra, iria explodir. João Goulart escancarou: "Vou fazer e acontecer". Greves para todos os lados, luz cortada, gás cortado, comícios, passeatas de esquerdistas, rebeliões dentro das Forças Armadas das baixas contra as alta patentes.

    Quanto a pegar em armas, já havia guerrilhas de esquerdas lutando para repetir aqui a revolução cubana, já havia fazendas incendiadas.

    Ficar no poder por tanto tempo e torturar foi um erro que pode ter levado à atual situação, em que as crianças já recebem doutrinação comunista ao serem alfabetizadas sem que ninguém mais perceba ou ache estranho (a não ser os que são automaticamente tachados de 'conservadores', 'fascistas', 'neoliberais', 'anarcomiguxos', 'capitalistas' etc.).

    Deve-se separar o golpe de 64 e os governos que surgiram durante o Regime.


    recorte-de-jornal-passeata-defende-regime.jpg
    Resumo do que penso sobre 1964

    Olavo de Carvalho
    Bah! (jornal universitário gaúcho), maio de 2004



    Como repercussão da matéria de capa da edição anterior, "40 anos da ditadura", o filósofo, jornalista e escritor Olavo de Carvalho gentilmente escreveu-nos um texto exclusivo com sua opinião sobre esse turbulento período de nossa história.
    * * *

    Tudo o que tenho lido sobre o movimento de 1964 divide-se nas seguintes categorias: (a) falsificação esquerdista, camuflada ou não sob aparência acadêmica respeitável; (b) apologia tosca e sem critério, geralmente empreendida por militares que estiveram de algum modo ligados ao movimento e que têm dele uma visão idealizada.

    Toda essa bibliografia, somada, não tem valor intelectual nenhum. Serve apenas de matéria-prima, muito rudimentar, para um trabalho de compreensão em profundidade que ainda nem começou.

    Para esse trabalho, a exigência preliminar, até hoje negligenciada, é distinguir entre o golpe que derrubou João Goulart e o regime que acabou por prevalecer nos vinte anos seguintes.

    Contra o primeiro, nada se pode alegar de sério. João Goulart acobertava a intervenção armada de Cuba no Brasil desde 1961, estimulava a divisão nas Forças Armadas para provocar uma guerra civil, desrespeitava cinicamente a Constituição e elevava os gastos públicos até as nuvens, provocando uma inflação que reduzia o povo à miséria, da qual prometia tirá-lo pelo expediente enganoso de dar aumentos salariais que a própria inflação tornava fictícios. A derrubada do presidente foi um ato legítimo, apoiado pelo Congresso e por toda a opinião pública, expressa na maior manifestação de massas de toda a história nacional (sim, a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” foi bem maior do que todas as passeatas subseqüentes contra a ditadura). É só ler os jornais da época – os mesmos que hoje falsificam sua própria história – e você tirará isso a limpo.

    O clamor geral pela derrubada do presidente chegou ao auge em dois editoriais do Correio da Manhã que serviram de incitação direta ao golpe. Sob os títulos “Basta!” e “Fora!”, ambos foram escritos por Otto Maria Carpeaux, um escritor notável que depois se tornou o principal crítico do novo regime. Por esse detalhe você percebe o quanto era vasta e disseminada a revolta contra o governo.

    O golpe não produziu diretamente o regime militar. Este foi nascendo de uma seqüência de transformações – quase “golpes internos” – cujas conseqüências ninguém poderia prever em março de 1964. Na verdade, não houve um “regime militar”. Houve quatro regimes, muito diferentes entre si: (1) o regime saneador e modernizador de Castelo Branco; (2) o período de confusão e opressão que começa com Costa e Silva, prossegue na Junta Militar e culmina no meio do governo Médici: (3) o período Médici propriamente dito; e (4) a dissolução do regime, com Geisel e Figueiredo.

    Quem disser que no primeiro desses períodos houve restrição séria à liberdade estará mentindo. Castelo demoliu o esquema político comunista sem sufocar as liberdades públicas. Muito menos houve, nessa época, qualquer violência física, exceto da parte dos comunistas, que praticaram 82 atentados antes que, no período seguinte, viessem a ditadura em sentido pleno, as repressões sangrentas, o abuso generalizado da autoridade. O governo Médici é marcado pela vitória contra a guerrilha, por uma tentativa fracassada de retorno à democracia e por um sucesso econômico estrondoso (o Brasil era a 46ª. economia do mundo, subiu para o 8º. lugar na era Médici, caindo para o 16º. de Sarney a Lula). Geisel adota uma política econômica socializante da qual pagamos o prejuízo até hoje, tolera a corrupção, inscreve o Brasil no eixo terceiro-mundista anti-americano e ajuda Cuba a invadir Angola, um genocídio que não fez menos de 100 mil vítimas (o maior dos crimes da ditadura e o único autenticamente hediondo -- contra o qual ninguém diz uma palavra, porque foi a favor da esquerda). Figueiredo prossegue na linha de Geisel e nada lhe acrescenta – mas não se pode negar-lhe o mérito de entregar a rapadura quando já não tinha dentes para roê-la.

    É uma estupidez acreditar que esses quatro regimes formem unidade entre si, podendo ser julgados em bloco. Na minha opinião pessoal, Castelo foi um homem justo e um grande presidente; Médici foi o melhor administrador que já tivemos, apesar de mau político. Minha opinião sobre Costa, a Junta Militar, Geisel e Figueiredo não pode ser dita em público sem ferir a decência.

    Em 1964 eu estava na esquerda. Por vinte anos odiei e combati o regime, mas nunca pensei em negar suas realizações mais óbvias, como hoje se faz sem nenhum respeito pela realidade histórica, nem em ocultar por baixo de suas misérias os crimes incomparavelmente mais graves praticados por comunistas que agora falseiam a memória nacional para posar de anjinhos.

    FONTE: http://www.olavodecarvalho.org/textos/resumo_1964.htm
    OlavodeCarvalho
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Sobre Amado Batista.

    Sozinho, com quase nenhum apoio midiático ou subsídio estatal, vendeu mais discos do que todos os chatos de galocha da Bossa Nova juntos. O mesmo pra Agnaldo Timóteo.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • ClaudioClaudio Administrador, Moderador
    Fernando_Silva disse: Você não viveu aquela época. A coisa estava muito ruim. De uma forma ou de outra, iria explodir. João Goulart escancarou: "Vou fazer e acontecer". Greves para todos os lados, luz cortada, gás cortado, comícios, passeatas de esquerdistas, rebeliões dentro das Forças Armadas das baixas contra as alta patentes.

    O medo de uma ditadura não justifica uma outra ditadura. Por pior que estivesse a situação no Brasil na época, haviam outras alternativas como por exemplo a eleição de JK no ano seguinte ao ano do golpe.

    Então se na época eu tivesse idade para isto, eu participaria da luta armada para derrubar o governo militar. Eu preferiria morrer lutando do que viver cercado pelo medo e pelo covardia, sentimentos que reinavam na sociedade brasileira dos anos de chumbo. É melhor morrer como um lobo do que viver como um cordeiro.

    Se hoje ocorresse um golpe de Estado, independentemente de ser um golpe dado por setores da esquerda ou por setores da direita política, inicialmente eu sairia as ruas para protestar, mesmo tendo que apanhar da polícia. Se o governo proibisse as manifestações, eu não pensaria duas vezes e entraria num grupo guerrilheiro e participaria da luta armada.

    Felizmente não vivi aquela época, mas se as coisas se repetissem hoje, eu ficaria do lado contrário à ditadura.


  • Loredo,

    As guerrilhas já existiam antes do Golpe de 64. O Golpe em si foi muito pouco sangrento, ainda mais se levar em consideração que o país poderia ter caído em guerra civil. Aliás, comparado com as outras ditaduras (principalmente ditaduras comunistas), o Regime o teor de violência de todo o Regime foi insignificante.

    Não havia alternativa simplesmente porque a democracia tinha falido, o povo estava descrente nas instituições democráticas.

    Ao entrar num grupo guerrilheiro, você inevitavelmente estaria defendendo um regime muito mais tirano e sangrento do que foi o Regime Militar. Faz tanto sentido quanto dizer que se houvese um grupo nazista combatendo os militares no Brasil, vocẽ se alistaria pra combater por este grupo.

    Dos males, o menor.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • ClaudioClaudio Administrador, Moderador
    Apatico disse: Ao entrar num grupo guerrilheiro, você inevitavelmente estaria defendendo um regime muito mais tirano e sangrento do que foi o Regime Militar. Faz tanto sentido quanto dizer que se houvese um grupo nazista combatendo os militares no Brasil, vocẽ se alistaria pra combater por este grupo.

    Em 1964, eu primeiro entraria na luta armada para derrubar a ditadura de direita. Se esta ditadura fosse derrubada e no lugar dela surgisse uma ditadura de esquerda, então novamente eu entraria na luta armada para derrubar a ditadura de esquerda e assim sucessivamente até me matarem.

    Penso que não vale a pena viver numa ditadura. É melhor morrer. Se é para morrer, é melhor morrer lutando.

    Jamais entraria num grupo nazista, pois eles pregam uma ditadura. Eu entraria apenas em grupos de guerrilha que defendessem a democracia.


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