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Comentários
E apenas uma pequena parte do povo vai se interessar em se manifestar, contra ou a favor.
Para comprovar isto, basta comparecer a uma reunião de condomínio em qualquer prédio de apartamentos: trocentos moradores, mas só aparecem uns 20 ou 30, que acabam aceitando a opinião de um ou dois que entendem deste ou daquele assunto.
Não importa o que decidirem, o resto vai ficar resmungando pelos corredores. Que tal fazer uma consulta popular sobre a redução dos salários e benefícios dos funcionários públicos a apenas 1/10 do valor atual?
Aposto que vai ser aprovada.
Acho que a coisa deveria vir de baixo para cima: os moradores de uma rua decidem sobre a rua, um conselho de moradores de um bairro decidem sobre o bairro e assim por diante, com pessoas cada vez mais capazes de administrar, sempre assessoradas por experts em cada assunto.
Grande parte dos funcionários públicos realiza apenas controle sobre os indivíduos com o fim de manter as estruturas do poder inabaláveis. Ou seja são atividades parasitárias que sempre existem nos sistemas de dominação. Com a implantação da democracia direta as atividades burocráticas acabam, pois elas não são úteis ao povo. Então médicos e professores seriam os profissionais em maior número dentro do funcionalismo e acredito que a população não iria querer pagar mal a estes profissionais.
Mesmo que seja uma pequena elite a nos governar, ainda assim, esta elite é melhor do que os políticos profissionais que temos hoje. Uma elite disposta a elaborar as leis, divulgá-las e ainda votar nelas, e tudo isto voluntariamente, é muito, mas muito melhor do que políticos.
Entretanto, acredito que o aumento do nível educacional das pessoas fará cidadãos mais participativos politicamente como vemos hoje nos países desenvolvidos.
Você crê Claudio, que com a inércia que os jovens possuem hoje, somado à tecnologia que leva ao comodismo (videogames, TV, Internet).. . ainda assim você acredita que vá melhorar? Quanto tempo faz que você não assiste um noticiário ou lê um jornal decente?
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2417630
OS pais estão cada vez "menos interessados" em acompanhar os filhos (estudos) ou quando fazem, o fazem de maneira totalitária que acaba sendo mais um desestímulo do que o contrário. E a cada ano vai ficar mais complicado forçar uma educação estrutural e botar a culpa do erro na educação cultural
Claudio,
Isto é uma utopia impossível, por várias razões.
Algumas:
1. Não existe o sujeito "o Povo", exceto nos discursos políticos.
O Povo é uma mistura heterogênea de pessoas cujos interesses pessoais e de grupo raramente convergem para um consenso, logo não existe "interesses da população", principalmente quando falamos de uma massa de centenas de milhões de pessoas.;
2. Em uma sociedade heterogênea onde os interesses de indivíduos e grupos são conflitantes, o único modo de se obter consensos é pela política ou pela força bruta. Se há política, há políticos. Pode-se imaginar sociedades complexas nas quais os políticos sejam melhores que os atuais, mas não alguma em que os possamos "tirar da jogada";
3. Na sociedade os indivíduos colocam seus próprios interesses e os de seu grupo como prioridade em comparação aos dos demais. Mesmo que assim não fosse e por alguma mágica as pessoas abrissem mão de seus próprios interesses em pró de interesses maiores, ainda não existiria um mecanismo que definisse que interesses seriam considerados maiores. Mesmo em uma utópica sociedade em que todos quisessem o BEM comum, as opiniões sobre como este BEM deve ser concretizado variariam.
4. Nenhum sistema complexo de governo sobrevive a um regime plebiscitário, simplesmente porque as massas ignoram a Lei do Débito e Crédito. Todos, obviamente, iriam querer que todos os problemas fossem resolvidos e poucos se preocupariam sobre de onde viriam os recursos. Mesmo neste regime, demagogos incitariam as massas a pedir o que não pode ser dado e as incitariam contra quem os chamasse à realidade. Uma vez no poder estes incitadores fariam o que quisessem.
5. A Alemanha Nazista legalizou seu Estado Totalitário a partir de um sistema plebiscitário.
O que implica apenas em trocar um tipo de representatividade por outro.
Com a diferença que na democracia representativa o acesso ao poder é universal, enquanto neste modelo se implantaria uma ditadura da tecnocracia.
E o que o faz crer que médicos no poder seriam melhores que os políticos de hoje?
Os políticos que são médicos (como o prefeito atual de minha cidade e o anterior) foram melhores gestores da saúde pública por conta disto?
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Santa ingenuidade!!!
Justamente o oposto do ocorre hoje. O nível educacional está aumentando, pelo menos no que se refere a títulos, mas a proficiência da população está a desabar.
De certa forma isso já ocorre. Políticos populistas que prometem o que não pode ser dado têm ganhado muitas disputas eleitorais.
Mas venhamos e convenhamos, um plebiscito ou outro até que seria interessante. Que tal um sobre a redução da maioridade penal, coisa que, segundo me consta, tem apoio da maioria esmagadora da população e os políticos fingem não ouvir.
Na Suécia surgiu um movimento chamado demoex que prega uma democracia líquida como defende o Loredo, mas como diz o próprio nome, seria puramente experimental. Na Itália e Alemanha também há grupos que defendam idéias parecidas.
Já eu desconheço alguma representação mais direta do que o mercado.
É possível obter uma maior adesão da juventude numa democracia direta, basta mudar o sistema educacional. Criar uma educação voltada para os novos tempos.
O texto que você indicou, mostra os jovens como egoístas e insensíveis ao sofrimento alheio. Eles são assim porque foram moldados para serem assim, mas poderiam ser moldados para serem de outra forma.
Até o segundo grau, o jovem só aprende a decorar as matérias para passar no vestibular. A educação é voltada para formar operários de fábricas, assim como era há 100 anos atrás. Não há como um jovem atual gostar da escola.
Somente na faculdade é que o jovem aprende a filosofar. Uma vez livre da obrigação de passar no vestibular e com mais liberdade dentro da sala de aula, o jovem pode enfim ampliar seus horizontes.
Então, nosso sistema educacional foi feito para formar empregados de fábricas. Pessoas que só obedecem ordens, só olham para o superior, mas não olham para quem está ao lado.
É necessário construir um novo sistema educacional voltado para os novos tempos. Com pessoas criativas, questionadoras, colaborativas e éticas.
De certa forma concordo, até por própria vivência escolar que tive. E isto foi comentado por um professor que eu tive uma vez na faculdade.
― Winston Churchill
Com a abundância de recursos naturais e tecnológicos que temos hoje não existe mais necessidade da violência para conseguir o que queremos. Além disto as pessoas dependem uma das outras. Enquanto mais educação e bem-estar as pessoas tiverem, menos violentas elas serão. Eu não consigo imaginar uma violência maior do que as cometidas pelos políticos e sabemos que o poder corrompe, mas se o poder é distribuído não haverá corrupção.
Sim, é claro, por isso vence a maioria. Lembrando que as minorias devem ter seus direitos preservados por lei. A democracia direta deve ser assim. E com certeza não são os políticos os sabedores do que é o bem comum. É melhor a sociedade como um todo decidir isto.
A democracia direta tem sido aplicada com sucesso nos cantões da Suiça. Permitiu a Grécia antiga atingir seu apogeu. Hoje plebiscitos são realizados com bastante frequência e sucesso em muitos países desenvolvidos. Há dois países com democracia semi-direta e que objetivam chegar a direta.
Para evitar risco a democracia basta ter uma constituição e juristas encarregados de defende-la. Estes juristas decidiriam quais projetos de lei poderiam ou não ser votados. Um exemplo de uma constituição simples para impedir erros pode ser vista nesta página: http://www.freeworldcharter.org/pt/charter
Assim como poderia ter legalizado o Estado Totalitário de outras formas. O erro do povo alemão foi entregar o comando da nação a um psicopata. Se não houver concentração de poder nas mãos de poucos e o poder for distribuído, eu afirmo que não haverá violência.
Mas é justamente isto que precisamos ter. Um governo baseado na ciência, baseado na técnica, baseado no questionamento de indivíduos conhecedores das propostas a serem votadas. Sim um governo técnico. Onde para votar é necessário provar conhecimento do assunto. Um governo que use todo o conhecimento cientifico atual e decida tudo com base na ciência e não como é hoje onde as decisões são tomadas apenas para enriquecer ainda mais os mais ricos.
Eu sou favorável à redução da maioridade penal, mas sou temeroso que questões do tipo sejam submetidas a plebiscito, mesmo que o resultado possível resulte na vitória da causa que defendo.
Imagine uma situação hipotética na qual coloquemos em plebiscito a redução de impostos, a estabilidade no emprego ou aumento do salário mínimo acima da inflação.
É esperado que estas propostas fossem entusiasticamente aprovadas pelas massas que ignorariam os efeitos colaterais negativos destas medidas.
Leis tem que ter bases mais sólidas que os sentimentos das massas, dentre outros pelo fato de que tais sentimentos tendem a ser manipulados pelo safado de plantão.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Porque foi o poder que revelou que os políticos eram menos éticos que a média da população, a velha máxima "o poder corrompe". Antes de terem poder, a maioria dos políticos faziam parte desta "média da população".
A violência não tem a ver com necessidade e sim com intenções. Pode-se ter tudo, querer mais e estar disposto a usar de quaisquer meios para obter o que se quer.
Como você explica, então, a Alemanha Nazista, uma das nações mais educadas da História e também uma das mais violentas?
A violência dos políticos é maior na proporção direta de seu poder e na proporção inversa dos controles sobre este poder. A democracia representativa na qual três poderes controlam-se entre si é um meio de impedir que o poder político seja absoluto e gere mal aboluto.
E poder distribuído deixa de ser poder, por definição.
Se vence a maioria não há garantia de que os direitos da minoria serão preservados. Se os direitos das minorias são preservados, então a vontade da maioria não pode ser soberana.
Uma coisa é dizer como a "democracia direta" deve ser e outra é como de fato ela seria.
O Socialismo deveria ter sido um monte de coisas boas e foi um monte de coisas ruins.
Políticos podem não ser sabedores do que é o bem comum, mas sabem quando o bem comum os beneficia pessoalmente e é assim que as democracias funcionam.
E de novo, não existe "sociedade como um todo". Isto inclui do santo ao criminoso, do gênio ao estúpido e do milionário ao miserável. Não há uma média representativa possível deste universo.
Assim como tem sido aplicada com sucesso na Suíça os projetos de instrumentos de precisão e a fabricação de queijos finos, o que não significa que a experiência seja reprodutível no resto do mundo.
A Grécia Antiga que atingiu seu apogeu com a democracia direta era uma sociedade escravagista, na qual as mulheres não votavam e que acabou dominada pelos macedônicos, que de democráticos não tinham nada.
Algum deles tem população heterogênea de centenas de milhões de pessoas?
Ou seja, só dois.
Não basta. As ameaças à democracia são muitas. Basta checar quantos regimes democráticos foram derrubados por facções autoritárias contra as quais juristas encarregados são impotentes.
Em um fantasioso mundo perfeito, talvez. Na dura realidade, estes juristas e suas leis estariam a mercê do primeiro revolucionário que mobilizasse força suficiente para tomar o poder.
Se você alega que o poder deve pertencer ao povo, então, se o povo decidiu entregar o poder a um psicopata, tal delegação teria sido legítima.
Poder é o controle das forças impositivas. É contraditório que tal controle seja distribuído, pois neste caso não haveria controle nenhum.
Ocorre que as mesmas forças impositivas que sustentam o poder também garantem os direitos. Esta interdependência impede que utopias se concretizem.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Ciência e tecnologia são, por definição, amorais e governos amorais podem adotar ações completamente lógicas e ao mesmo tempo opressoras.
A Ciência e a Técnica poderiam muito bem decidir pela esterilização dos portadores de deficiência genéticas, pela obrigatoriedade da eutanásia para doentes terminais incuráveis ou pelo aborto compulsório nos casos em que as mães não tivessem condições de criar os filhos e estas proposições obviamente condenáveis também poderiam ser absolutamente lógicas e racionais dentro de um paradigma exclusivamente técnico e científico.
Nenhum fundamento técnico ou científico atesta a existência da dignidade humana porque seus postulados não reconhecem evidência que sustente tal conceito e sem o reconhecimento da dignidade humana, as piores barbáries poderiam ser técnica e cientificamente admissíveis, bastando que sua aplicação resulte em algum tipo de coerência intrínseca.
Você está sendo contraditório.
Defende uma democracia de "todo o povo" e ao mesmo tempo um regime elitista no qual só os doutos teriam direito ao voto.
Me cite quais fundamentos científicos impedem um governo que enriqueça mais os ricos?
Uma ditadura de cientistas não seria menos ditatorial que uma de militares e no fim, sejam cientistas ou militares, os ditadores usarão o poder para realizar seus propósitos.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Este tipo de lei não poderia ser votado por qualquer um. Teria que ser votado apenas por economistas e demais profissionais que tivessem pleno conhecimento sobre o assunto e assim entendessem os riscos.
Com a informática é possível saber quais cidadãos tem condições de votar em determinados assuntos. Leis que fossem muito gerais e não oferecessem riscos poderiam ser votadas por pessoas com no mínimo o segundo grau completo.
Neste sistema, o voto além de ser opcional, teria que ser algo a ser conquistado com provas de competência.
A Alemanha num curto espaço de tempo teve a guerra da unificação (final do século dezenove) e a primeira guerra mundial . A segunda guerra foi a continuação da primeira devido injustiças impostas ao povo alemão. Então já era um povo que vivia a guerra e o sentimento de vingança.
Para que atrocidades como as que ocorreram na segunda guerra não aconteça novamente, basta eliminar as causas que levaram a ela. A existência de políticos é uma das causas que levam à guerra. A divisão dos três poderes é uma farsa. Na realidade eles trocam favores entre si. Um corrompe o outro.
Para que exista poder é necessário que as pessoas concordem com ele. Se concordam em criar leis coletivamente. Então estas leis centralizam o poder e o poder continuia emanando do povo, só que ao invés de votar em pessoas, vota-se em ideias.
Quem não sonha nao chega a lugar algum. Se não visulizarmos algo melhor do que o sistema político atual, não sairemos dele e continuaremos sendo explorados.
Precisamos parar de votar em pessoas e passar a votar em ideias. Criar um sistema virtual para substituir os políticos atuais. A democracia representativa há mais de 200 anos atras para garantir o domínio de uma elite e dar a população a ilusão de escolha.
Democracia direta significa poder compartilhado. Compartilhado entre pessoas por categorias profissionais e compartilhado de acordo com a localização em milhares de assembleias legislativas virtuais. Os cidadãos mais preparados intelectualmente fariam as leis e votariam nelas e para ser um desses cidadãos basta estudar para isto.
Afinal o que os políticos são capazes de fazer que o povo não daria conta? Não dá para continuarmos onde estamos porque a ciência avança, a tecnologia avança, a cultura avança, mas a política continua presa ao século dezoito. A democracia direta é do que a ampliação da democracia que conquistamos com o iluminismo. É uma forma científica e justa de se fazer política.
Ou seja, os políticos deixam cair migalhas das mesas dos ricos para o povo comer. Fazem pequenos gestos de bondade para deixarem as pessoas felizes. A sociedade não quer mais isto. Queremos ter direito a riqueza em amplo sentido que a tecnologia nos possibilita ter. Não queremos mais continuar votando no menos pior, queremos nós mesmos decidirmos os rumos a tomar. Isto é evolução. Numa democracia direta o poder nunca pode pertencer a uma única pessoa. Tem que pertencer a todos. Como falei limites devem ser impostos por uma constituição. Um desses limites seria impedir os riscos a própria democracia direta.
Numa democracia representativa o poder pode ser entregue a um psicopata. E isto acontece direto. O que é praticamente impossível numa democracia direta. Os saberes ligadas a moral, como o Direito e a Filosofia, impedirão que tecnologia possa por em risco os valores morais. Então existirão cidadãos para olhar o lado moral também. Existirão muitos choques de opinião, mas a dialetica permitirá que o melhor para a humanidade vença. Qualquer um pode ser doutor. Basta estudar para isto. Principalmente se a educação for acessível a todos e será. Se eu vivesse numa democracia direta, eu não me interessaria em votar, por exemplo, em assuntos relacionados a transporte, pois não tenho conhecimento para isto. E nem me importaria em deixar outras pessoas com conhecimento maior do que o meu neste assunto decidirem por mim. Afinal não posso ter conhecimento de tudo, mas naquilo que detenho o conhecimento, eu quero votar e não quero que um Tiririca da vida vote por mim. O ser humano não nasceu para ser explorado.
Depois de garantir a sobrevivência por mais algum tempo, você pode cultivar suas relações sociais.
A vida mostra que grande parte das pessoas, talvez a maioria, prefere que alguém decida certas coisas por elas. Não sei onde você viu essa abundância. Além disto, tudo o que temos é conseguido com muito esforço - e muita gente prefere viver às custas dos outros. Grécia? Uma democracia primitiva em que mulheres, estrangeiros e escravos não participavam? Foi um avanço para a época, mas, na verdade, foi um oligopólio. Pessoas com habilidades gerenciais e técnicas ao mesmo tempo são raras.
Mais uma vez, o tal do "povo" é excluído das decisões porque alguém decidiu que eles não sabem votar. Adivinhe quantos vão se interessar em participar? E quais seriam esses mecanismos além da coerção e do sistema penal? Começando em Adão e Eva. O sistema político atual é o resultado de milhares de anos de evolução. Funciona bem alguns lugares e nem tanto em outros. A implementação de uma boa ideia depende da capacidade de quem está no comando. Num mundo ideal, onde todos tivessem as mesmas chances, ainda haveria ricos e pobres. As pessoas continuariam diferentes. Por que impossível? Isto é praticamente uma declaração de fé numa vontade superior que nos criou e nos guia.
A democracia direta não é uma utopia. Ela é um caminho natural para a humanidade. Já falei da experiência da Suiça, da islândia e da Grécia Antiga por 200 anos, mas esqueci de falar do principal. Da maior experiência de democracia direta. Ela durou mais de cem mil anos. Estou falando das sociedades de caçadores-coletores.
As sociedades de caçadores-coletores eram compostas de aproximadamente 100 membros. Eles decidiam tudo conjuntamente e colaboravam entre si. Planejavam juntos suas caças e trabalhavam juntos nas colheitas. Não havia um chefão para mandar em tudo. Cada um era lider nas suas habilidades. Assim existia o melhor nadador, o melhor cantador, o melhor guerreiro etc. Cada um tinha seu talento, era lider num assunto, e contribuia com a coletividade com seu conhecimento.
Então a democracia direta está gravada na nossa mente desde o nascimento. Outros sistemas políticos foram impostos de forma coerciva, mas a democracia direta não. Ela é natural. Se um avião cai num ilha deserta, estilo lost, será a democracia direta que eles irão usar para se organizar.
A democracia direta é o sistema de governo que está no nosso DNA. Compartilhar conhecimento, ideias e poder é da nossa natureza. E tudo que está sendo proposto pelos seus defensores, já era usado em menor escala durante a pré-história.
E permitiu que deficientes físicos tivessem uma função útil, o que não acontecia entre as tribos nômades (ainda hoje é comum índios matarem bebês deficientes porque serão incapazes de se sustentar).
Nem mesmo animais praticam a democracia direta. Não vai ficar satisfeito porque há trocentas opções, trocentos pontos de vista e quem tiver o maior poder de convencimento ou de manipulação vai acabar impondo o seu. O que finalmente será aprovado agradará a uns poucos e desagradará à maioria dos que não deram palpite.
No fim, haverá muita insatisfação com as decisões tomadas e uma divisão em grupos conforme as diferentes opiniões.