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Comentários
Moralidade é uma abstração, existe apenas como uma convenção feita por e para humanos e nessa condição o absoluto é inatingível como praticamente tudo na nossa experiência.
Apelar para argumentos transcendentes e supostos seres sobrenaturais, sejam tais divinos ou não, como fonte dessa suposta moralidade absoluta me parece a ideia da pessoa que quer escapar da areia movediça puxando seus próprios cabelos, ou seja, quer se conceder a um conjunto de abstrações e convenções uma condição objetiva e absoluta tendo como base outras abstrações e convenções.
Todo absoluto é abstrato.
Significa que um determinado ente se define em si próprio.
Entes que dependem de outros para se definir são relativos.
Um triângulo é uma abstração - NÃO EXISTEM TRIÂNGULOS CONCRETOS - que se define em si próprio, uma figura geométrica plana formada por três segmentos de reta e três ângulos que necessariamente somam 180 graus.
Temos aí uma realidade absoluta e abstrata por definição.
Até onde a Moral pode seguir o modelo é um desafio.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Sem restrição, completo, sem limites ou condições.
No caso da temperatura, 0⁰K significa que as moléculas estão imóveis, portanto não podem ficar mais imóveis do que já estão.
Acho que deveriam ter usado "zero real" (para diferenciar de 0⁰C ou 0⁰F) em vez de "zero absoluto".
Sem restrições é irrestrito, completo é autoexplicativo, sem limites é ilimitado.
Nada disto especifica o absoluto.
O que define o absoluto seria o "sem condições". É porque é.
Porque um círculo é um círculo?
Um círculo é um círculo porque não depende de condições para se definir. Em qualquer condição, uma sequência infinita, contínua e unívoca de pontos equidistantes de um ponto central é um círculo.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Obviamente!
Zero Absoluto é uma medição.
E medições são quantificações - logo abstrações - de um fenômeno físico.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Ayyavazhi, eu defendo que uma moral que não é absoluta, não é moral.
Exemplo: É imoral matar bebês humanos sob quaisquer circunstâncias.
Eu não posso demonstrar o absoluto desta regra, mas defendo que é impossível relativizá-la.
Relativizar esta regra implica demonstrar que em determinada circunstância, matar bebês humanos pode ser moral.
Eu entendo esta hipótese como autocontraditória, e defendo o absoluto da regra pela impossibilidade da relativização.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Seria imoral matá-los?
Taí uma verdade.
― Winston Churchill
Sim, seria imoral. Como o Fernando colocou, seria no máximo uma opção pelo mal menor e mesmo assim só seria mal menor por uma interpretação utilitarista.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Note que no caso não se trataria de tirar uma vida para salvar duas, já que os bebês morreriam da doença de qualquer maneira, nada nesse mundo é mais difícil para um pai ou uma mãe, ao menos para as pessoas dignas de serem chamadas de pai e mãe, do que matar seus próprios filhos, e teriam feito isso para preservar outros bebês e outras mães e pais de sofrerem o mesmo destino terrível que estariam enfrentando.
A última coisa que eu chamaria as pessoas que fizessem tamanho sacrifício contra todos os seus mais básicos instintos em uma situação extrema dessas em prol de outras pessoas seria de imorais.
Concordo EM PARTE com seu ponto de vista. Certamente, nem todos os males que assolam a humanidade têm sua origem na religião. Entretanto, as Cruzadas, Jihads, o Santo Ofício são fatos históricos! Infelizmente, o mandamento "ama o teu próximo como a ti mesmo" não se aplica aos fieis de outras religiões ou aos ateus e agnósticos...
Há uma polêmica dizendo que se for comparar os julgamentos feitos durante a Inquisição com outros da mesma época ela teria sido uma grande revolução jurídica, já que proporcionava ao réu mais mecanismos de defesa e julgamentos com métodos mais rigorosos.
O que leva a uma discussão sobre a Natureza da Moral.
Uma Moral relativista se fundamenta no princípio que BEM e mal, certo e errado são definidos conforme a circunstância.
Na Moral Absoluta, BEM e mal, certo e errado se definem a partir de uma hierarquia de valores que são imutáveis. As circunstâncias podem, no máximo, estabelecer atenuantes, mas não alterar a hierarquia de valores.
Pegando uma carona no seu exemplo, imagine qualquer circunstância que estabeleça um atenuante para a escravidão, algo do tipo - uma opção de ser escravo de senhores brutais ou de senhores benevolentes. Obviamente os atenuantes circunstanciais não tornam a escravidão menos imoral.
O valor moral da Liberdade não muda de posição na hierarquia por conta da circunstância atenuante.
Se o valor Liberdade não tem mobilidade na hierarquia moral, não é a vida de bebês que deveria ter.
É este ponto justamente que cria um problema moral insolúvel para o aborto em caso de gravidez decorrente de estupro ou que ponha a vida da mãe em risco. Quem defende o Absoluto Moral tem que se posicionar em um conflito de direitos sem solução dentro de sua hierarquia de valores. É obviamente fácil criar justificativas relativistas ou identificar os atenuantes, mas...
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Não há espaço na prática da escravidão para situações pontuais aonde não se deseja praticá-la e a pessoa ou grupo de pessoas se veja(m) obrigadas a isso a fim de evitar algo ainda pior, já circunstâncias de vida e morte que forcem escolhas entre o horrível e o ainda mais horrível ocorrem eventualmente.
Se existissem circunstâncias aonde a única alternativa, única mesmo sem qualquer outra, para que um grupo de pessoas não submetessem a escravidão mil pessoas fosse escravizar cem pessoas a segunda escolha não seria imoral, ficaria claro que nessas circunstâncias elas escolheram livrar 900 do destino terrível, mas não vejo nada parecido na prática que pudesse ser citado.
Pelo contrário. Entre tantos exemplos possíveis, imagine um caso numa sociedade escravagista que não permite a alforia de um homem que se apaixonasse pela escrava de outro. O único modo de salvá-la seria comprando-a e mantendo-a como sua própria escrava. Mesmo que não a tratasse como tal, seria para todos os efeitos o dono e senhor da mulher comprada e estaria pactuando com o escravagismo, mesmo que contrariamente à sua vontade.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Também, pelo contrário. Os repetidos comentários anteriores sobre atenuantes deixam claro que esta questão já foi colocada. Além do que, já foi dito que o Absoluto Moral é uma hierarquia de valores, dentro da qual é possível estabelecer gradações, não é um arbítrio entre duas situações extremas conflitantes.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Na minha opinião o verdadeiro nome disso seria heroísmo.
O problema desse exemplo é que o indivíduo não estaria de fato praticando a escravidão de modo a evitar algo pior, ele estaria fingindo praticar a escravidão por causa das circunstâncias.