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Comentários
Tudo bem que Edir Macedo é talentoso. Como diria Maxwell Smart, se tivesse usado seu talento para o bem e não para o mal..., mas independente de seu poder hipnótico sobre a plebe ignara, o cara tem a profundidade intelectual de um pires, a coerência de uma metamorfose ambulante, além claro de ser um híbrido do Paulo Maluf com o Belzebu.
Como e por quais cargas d'água, aquela maluquice não-teológica que o Macedo inventou e comanda fez e faz o sucesso que fez e faz em um segmento da população conservador até a medula?
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
- Acho que já te disse isso antes, esse público é conservador mas não tanto quanto você pensa.
Abraços,
Com a diferença que Paulo era um conhecedor do pensamento clássico grego e um escritor elegante.
Uma comparação entre as Cartas Paulina e "Orixás, Caboclos e Guias" dá ideia do tamanho do abismo entre os dois.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
E você confunde o que penso com o que eu cito.
O conservadorismo do brasileiro é uma unanimidade entre os estudiosos, de Gilberto Freyre a Roberto DaMatta.
E para explicar melhor, dentro de meu usual pedantismo didático, o Consevadorismo Brasileiro é... brasileiro. Muito diferente do conservadorismo americano na mesma proporção em que a religiosidade sincrética nacional difere do protestantismo tradicional de lá prá cima do Rio Grande.
Um exemplo expressivo, prá além dos academismos, é a folclórica cautela das classe pobres quanto a "trocar o certo pelo incerto". O oposto da disposição empreendedora ao risco que impulsiona os protestantes do norte e também uma frase popular que mede o quanto associam continuidade com segurança.
E prá não me estender ainda mais, fechamos no resumo que brasileiros são revolucionários na forma, mas conservadores no conteúdo. Mulheres que vão à praia de bunda de fora podem ser extremamente rigorosas ao julgar o decote da colega de trabalho e coisas assim.
Como em tudo mais, temos um conservadorismo tropicalizado, mas é melhor que revolucionarismo de qualquer clima.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
- Em nenhum momento neguei o conservadorismo brasileiro.
- Mas não há como negar que também é de nossa índole a síndrome da solução mágica, o popular “jeitinho brasileiro” que vai contra um princípio básico do conservadorismo que é o respeito ás regras e à ordem, acerca disso poderia citar também as leis que “pegam” e que “não pegam”.
- Outro ponto que nossa índole fere o conservadorismo é a tolerância moral quase absoluta, que permite freqüentar missa aos domingos e terreiros na sexta, ou trocar de pastor toda semana, ou votar em políticos sabidamente ladrões, até mesmo os julgados e condenados.
- Também admiramos a “malandragem” e odiamos o sucesso, há até quem se envergonhe dele, o que demonstra que nossos valores “conservadores” estariam com pólo trocado.
- E nossa tradicional hospitalidade, tão cantada em verso e prosa por Gilberto Freyre, que tem sua contrapartida em nossa brutal hipocrisia, que permite que a frase “passa lá em casa qualquer dia” signifique exatamente o contrário.
- E por fim, em conseqüência de tudo, temos a disposição de crer em libertadores de cavalo branco que resolverão as coisas com uma caneta mágica, basta esse pingo de revolucionarismo pra botar tudo a perder.
Abraços,
A moral católica condena a riqueza e nos faz sentir culpados quando temos um pouco mais de conforto na vida, como se tivéssemos causado a miséria dos outros. A tal "cordialidade" do brasileiro é, na verdade, sua tendência a ignorar as leis para favorecer amigos e parentes.
como voce sabe disto ?
vai dizer que soberba é exclusividade dos crentes ?
sem nenhuma consciência sem existências
sem falar dos apresentadores da filosofia dos outros.
sem nenhuma consciência sem existências
Quer dizer que basta um idiota sair repetindo trechos da Bíblia que ele nem entende para provar que tem "capacidade espiritual"?
E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco.
E Jesus lhe disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é por nós.
Lucas 9:49,50
sem nenhuma consciência sem existências
Esta e suas demais colocações esbarram num "sim, mas...".
O que caracteriza um conservador essencialmente?
Resposta: A crença em uma continuidade de princípios que evoluem sem uma ruptura brusca.
Se checar um por um, verá que todos os contra-exemplos que citou são exemplos de continuidade uma vez que representam aspectos folclóricos da alma brasileira desde os tempos de colônia.
O que você fez foi sugerir uma ausência de continuidade da experiência brasileira com base nos princípios americanos, continuidade esta que não tem motivo nenhum para existir.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Caro amigo Indígena,
- Baseado em sua definição, que povo você chamaria de não-conservador ou revolucionário?
Abraços,
Em circunstâncias normais, nenhum...
Nenhum povo é revolucionário na sua identidade, mesmo porque esta identidade é forjada por um processo secular e se define dentro da continuidade deste processo.
Revolução é por definição ruptura, inclusive a ruptura da identidade do povo que cede ao movimento revolucionário.
Vide o exemplo por excelência, a Rússia.
A identidade e a própria alma da Rússia era indistinguível da religião cristã ortodoxa, que não por acaso foi o primeiro alvo dos bolcheviques, que empenharam toda sua violência para destruir esta identidade histórica, sem a qual o novo homem comunista não poderia ser criado.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
- Logo, classificar o povo brasileiro de conservador ou não, segundo sua conceituação, não quer dizer nada.
Abraços,
Quer dizer sim, pois vivemos uma realidade na qual o conceito de conservador foi deturpado pela propaganda ideológica esquerdista.
Não seria necessário lembrar que o conservadorismo é uma condição natural e esperada em qualquer civilização ou sociedade, porém as doutrinas revolucionárias tentam inverter a realidade, apresentando a si próprias - a ruptura - como a ordem natural, enquanto a continuidade - que é o que define uma civilização - é mostrada como uma anomalia.
Não preciso lembrar que alertei que de novo seria pedantemente didático, logo, tá explicado.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
- Ok, falha minha então por não atentar para seu alerta.
- O que eu quis dizer a princípio é que o brasileiro médio não é tão fã do liberalismo econômico e do estado mínimo quanto se apregoa por aí, na verdade, para nós o estado é uma vaca grande e gorda cheia de tetas, cujo leite nunca acaba, e todos devem lutar para pegar a sua e mamar o máximo possível.
- Então todos lutam para engordar a vaca e ter mais leite, e nem percebem que já estão comendo a carne dela, porisso idéias de esquerda florescem aqui.
Abraços,
Educação, saúde e segurança pública vão de mal a pior e sem qualquer perspectiva de melhora, mas um monte de gente não quer saber de outra coisa senão ser um parasita.
Liberalismo Econômico e Conservadorismo Político são doutrinas distintas entre si.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
- Realmente, o liberalismo não casa com esse tôpico e, como você bem lembrou, é distinto de conservadorismo, embora as duas coisas andem juntas nos EUA.
- Então voltemos a questão do tôpico que levantou essa lebre, a tradição brasileira em termos de religião sempre foi ser tolerante e, não muito fiel, é velho o costume de ir na igreja domigo e no centro na sexta, ou se consultar com uma cigana quando a ansiedade aperta, ou dar uma passadinha no centro espírita pra tomar um passe, conheço inclusive catôlicos que vão a igrejas evangêlicas quando sentem necessidade de se "espiritualizar" mais, o brasileiro está mais focado nas sensações e no show que na doutrina.
- Só que eu acho essas igrejas evangêlicas estão tirando essa tolerância de nossa índole, e acredito que isso não seja nada bom.
Abraços,
Veja, isto tem que ser proporcionalizado em cada lugar e tempo.
O Brasil, no todo, não era a Bahia de Jorge Amado. E mesmo na Bahia de Jorge Amado havia limites muito claros no que se refere até onde um membro conhecido da sociedade branca (aquilo que no Brasil e na Bahia chamam de branco) podia - termo em uso, então - "se misturar".
E muitas das primeiras missões evangélicas no Brasil foram hostilizadas por estes interiorzões afora. Algumas violentamente.
Se a Bahia era aquele oba-oba, e ainda assim com limites, o interior de Minas Gerais tava mais prá Santo Ofício do que prá Preto Véio.
Tanto que as manifestações Afro em Minas são muitíssimo mais discretas e revestidas de um catolicismo aparente bem mais grosso que o verniz das imagens de santos usadas nos ritos baianos.
Vide os tradicionais Reisados, cujos aspectos Afro são quase imperceptíveis a quem não tá procurando, até as Congadas, onde fica mais óbvio, mas ainda muito comportadinho.
Ou seja, a tolerância sincrética dos brasileiros era muito maior que a dos protestantes do norte, mas não era ampla, geral e irrestrita como as vezes se pensa por aqui.
O que vi até agora foi uma meia dúzia de três ou quatro, quase sempre ligados à Universal, sendo que a maior bagunça raramente passou disto.
Lembrando que falamos de um universo de dezenas de milhões de crentes.
Não serei eu o primeiro acusado de morrer de amores pela crentaiada, mas... no geral a agressividade do discurso deles é atenuada por uma tolerância na... práxis. Toda igreja evangélica mete o pau na viadagem (sem trocadilho). E toda igreja evangélica tem seus viados de estimação. Alguns viram pastores. O cara chega lá no púlpito, segura a Bíblia com uma mão e com a outra desmunheca mais que o Clóvis Bornay bêbado em festa de Carnaval no Scala, nos momentos mais intensos do sermão solta uns gritinhos e os irmãos fingem que não percebem, afinal, ele deu um testemunho de que o Senhor Jesus o fez virar macho e quem desacreditar pode estar dando ouvidos ao demo (vide Pequeno Manual para Entender os Crentes: Capítulo 4 - A Hierarquia Espiritual).
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
- O catolicismo é mais tolerante, ou, melhor dizendo, não demoniza outros credos tão veementemente quanto os evangêlicos, além disso, ele esteve conosco no processo de formação de nossas tradições, acredito que ele teve grande participação no traço tolerância religiosa de nosso caráter, óbvio que há gradações de uma região para outra, mas prevejo tempos difíceis para a Bahia se o evangelismo mantiver algum crescimento significativo em seu rebanho (coisa que espero sinceramente que tenha estagnado).
- Nesse ponto sou mais pessimista que você, tenho convivido mais de perto com a crentaiada, com os mais próximos da normalidade, diga-se de passagem, nada de gente do Waldomiro ou do Macedo, pra ficar bem claro.
- O que tenho visto é um festival de intolerância, seja com músicas "do mundo", seja com outras religiões "não-evangêlicas" em geral (tipo nem ir a missa de sétimo dia de um amigo), seja com viados, com esses reina a hipocrisia, fingem não se importar por etiqueta social, mas, no íntimo, lavam o pé se pisarem na sombra da pessoa.
Abraços,
Por outro lado, sincretismo não é o mesmo que tolerância. Em todo o mundo, há essa tendência a se adotar uma mistura de práticas e crenças de várias religiões. A pessoa não faz isto porque é boazinha, mas porque, na cabeça dela, é mais garantido apelar para todos os deuses.
Nos EUA isso não aconteceu pois, sendo proibido o culto às imagens já que o país era de maioria protestante, não teve como os escravos fazerem o seu sincretismo.