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Brasileiro convertido ao islã afirma: 'Mundo precisa de apedrejamento'
Título original: Aprendiz de aiatolá
O paulistano Rodrigo Jalloul, 25, se converteu aos 18 e mudou-se três anos depois para o santuário iraniano de Qom, onde são formados os principais líderes do xiismo. De passagem por São Paulo, dá aulas na mesquita do Brás. Quer se tornar clérigo para ajudar a difundir o islã xiita no Brasil. Orgulha-se de já ter ajudado a converter quatro pessoas em 2010. Elas também estudarão no Irã.
Nasci numa família de comerciantes. Meu avô paterno era libanês muçulmano sunita, minha avó era brasileira.
A família da minha mãe é espanhola e brasileira. Fui criado num ambiente católico não praticante, sou batizado, mas não fiz comunhão.
Por causa do alcoolismo do meu pai, trabalho duro desde os 12 anos de idade. Já entreguei folheto em farol, vendi saco de lixo e trabalhei em feira. Cresci na Zona Leste de São Paulo.
Me converti ao islã num período de muita briga lá em casa. Precisava de algo que me acalmasse espiritualmente.
Tinha 17 anos e resolvi ir à mesquita do Brás, frequentada por muitos libaneses com que eu trabalhava na Santa Efigênia [bairro comercial no centro de São Paulo].
Gostei e comecei a ir às aulas de religião aos sábados. Aos 18 me tornei xiita. Xiita é quem segue a linhagem da família de Maomé, especialmente Ali, primo e genro do profeta. Os sunitas seguem os companheiros de Maomé, que não têm os mesmos laços com a família dele.
Aos 21 anos, decidi estudar fora para me tornar um religioso dedicado a ensinar o islã no Brasil. Há uma necessidade para atender o grande número de pessoas que vêm atrás da religião islâmica.
Em 2006 quis ir ao Líbano, mas veio a guerra contra Israel. Um xeque iraniano que visitava nossa mesquita sugeriu então que eu fosse para Qom, no Irã, coração dos xiitas do mundo inteiro.
A Embaixada do Irã no Brasil me deu o visto, mas não teve nenhum envolvimento na minha ida. Um amigo me deu a passagem e US$ 1.000 para passar um mês. Fui ver se gostava, sem compromisso, e acabei ficando.
Era a primeira vez que eu ia ao exterior. Não falava inglês nem farsi [idioma do Irã]. Ao chegar em Qom, a universidade me submeteu a entrevistas, testes de lógica, exames de sangue, urina etc. Fiquei um ano aprendendo farsi até começar os estudos.
Sou o único brasileiro no curso. Além dos iranianos, há russos, turcos, americanos, ingleses, indonésios etc.
A escola dá dormitório e comida. Recebo uma bolsa mensal de estudos de US$ 150. Parece pouco, mas no Irã tudo é muito barato.
Quando visito o Brasil, como agora, a universidade paga minha passagem. Em troca, dou aulas na mesquita. Há alunos católicos, evangélicos e até um judeu. Cheguei faz alguns dias e fico até o mês de setembro. Em 2010 quatro alunos se converteram. Eles vão comigo ao Irã.
Daqui a dois anos devo passar os exames para me tornar xeque. Gostaria de me tornar um aiatolá, nível mais alto dos estudos xiitas, mas é difícil e levaria décadas. Pretendo mesmo é retornar à mesquita do Brás.
Sim, o Irã está divulgando o xiismo no Brasil, e daí?
A Constituição de 1988 não estipula liberdade de culto? Vamos proibir universidades católicas por causa dos padres pedófilos? Por que outras religiões, incluindo o islã sunita, podem ser divulgadas e o islã xiita, não?
É um problema político. Se eu estivesse no Líbano, ninguém ligaria para o que faço.
Fiquei chocado com a matéria da "Veja" [de abril de 2011, que o citava] falando que o Irã divulgava ideias terroristas no Brasil.
Conheço o Moshen Rabbani [acusado de ser mentor de atentados contra alvos judaicos em Buenos Aires nos anos 90], ele tem escritório na nossa universidade. Já fui à casa dele, mas não somos amigos.
Ele ficou irritado com a matéria e botou a culpa em mim.
Discutimos, mas não acredito que ele tenha cometido aquilo. Na única vez em que tocou no assunto, ele chorou e disse acreditar que um dia acabará inocentado.
Não há nada no Corão ou no islã que estimule bombas e mortes, são pessoas desviadas que cometem isso.
Muita gente fala mal do Irã. Algo como o apedrejamento é, para nós, brasileiros, algo cruel. É uma regra dura, sim, mas o mundo precisa disso. O Brasil tem assassinatos, estupros etc. No Irã a segurança é total, já que as leis são temidas. Além disso, ninguém fala que nos EUA existe pena de morte com tortura.
Também fala-se muito da rixa entre o presidente Mahmoud Ahmadinejad e o líder supremo Ali Khamenei. São coisas de política, acontece em todo o mundo.
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Comentários
Poderíamos começar por ele.
Pois é. Mas eu ainda não vi notícias de assassinos e estupradores sendo apedrejados. Essa corja gosta mesmo é de matar mulheres que se desviam levemente dos padrões morais e religiosos distorcidos e primitivos que eles cultuam. Em geral, eu procuro ser tolerante com religiosos, mas esses assassinos deveriam receber um pouco mais de atenção do mundo civilizado.
Eu ateh aceitaria, se fosse ladrões, assassinos, bandidos, politicos... mas até onde sei parece que eles fazem isso mais com pessoas "inocentes", mas que no caso segundo a religiao retrograda deles podem ser "bandidos"...
O Brasil tem assassinatos e estupros. Em muitos países islâmicos, assassinatos e estupros são permitidos por lei, portanto pode-se dizer que as leis são respeitadas.
Bem...
Em alguns países islâmicos as autoridades podem fazer vista grossa para casos de estupro quando a motivação é entendida de algum modo como punição por um ato que o Islã condena, mas em nenhum destes países o estupro é permitido por lei, mesmo porque isto violaria diretamente ordenamentos do Corão.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Nalguns países existe um problema de incapacidade do Estado garantir a lei, o que é bem diferente do que você diz. Nestes casos, existe um tipo de governação primitivo, prevalece o senhor da aldeia em mestre absoluto.
Noutros países, existe punição excessiva para o adultério e até o estupro. Traficar droga, roubar também é punido de forma dura.
Se, como já aconteceu, a Shariah permite - ou decreta - que uma mulher seja estuprada por todos os homens de uma família só porque o irmão dela namorou uma mulher dessa família, então eu entendo que a lei, seja ela em que âmbito for, permite o estupro, nem que seja apenas como uma forma de punição (e não no sentido de que quem quiser pode sair estuprando por aí).
Se, como acontece no Irã, prostitutas são mortas e o governo fecha os olhos, entendo que assassinatos são permitidos por lei, ainda que não explicitamente. Pode até haver uma lei contra isso, mas a cultura é mais forte e, na prática, a lei não vale.
Se, como acontece no Irã, mulheres são condenadas à morte por apedrejamento com base em acusações vagas de adultério, entendo que o assassinato é, não apenas permitido, mas previsto por lei. Claro, pode-se dizer que há pena de morte nos EUA, mas, neste caso, a discussão muda para aquilo que é considerado crime em cada lugar.
Não esquecendo que apedrejamentos estipulam um certo grau de sofrimento antes da morte (as pedras não podem ser grandes demais para que a vítima não morra logo), o que se procura evitar nos países ocidentais com pena de morte.
E aí começam discussões do tipo "temos que respeitar a cultura deles".
A dureza da pena é uma coisa. O que se pune é outra.
Onde? Quais as fontes que comprovam semelhante dito?
Vivemos numa época onde cada um diz o que bem entende, tomando por veracidade a mera opinião. Não irei definir o que é verdade, limito a evocar a necessidade de cuidado.
Não existe unanimidade entre os muçulmanos a respeito da shariah. Não serão os não muçulmanos a pretender o contrario - podemos exercer a critica com rigor, salvaguardando-nos de generalizar - Vejo no exercício critico o entreabrir da porta reformadora, invés de querer tudo demolir de uma vez, muitas vezes contraproducente. A consciencialização é um processo moroso - isto, a existir algo a ser mudado.
Fernando,
A Sharia não permite e muito menos decreta o estupro. Ocorrências do tipo são interpretações feitas por Brucutus muçulmanos de algum fim de mundo ou sentenças proferidas por algum clérigo filho da puta.
A lei islâmica tem muitas brutalidades, mas esta não é uma delas.
Como disse, vista grossa é uma coisa...
No Brasil se faz vista grossa à corrupção, ao jogo do bicho, a muitas modalidades de tráfico de drogas, o que não implica que a lei brasileira os permita.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Não temos que respeitar a cultura deles porra nenhuma e nem a cultura de qualquer bando de bárbaros que viole a dignidade humana, mesmo que os bárbaros em questão não saibam o que é isto.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
O Islã é um sistema e nenhum elemento deste sistema pode contrariar o Corão, seja em pontos específicos, seja em seu todo contextual.
Ordenar estupros viola frontalmente o todo contextual do Corão e nenhuma Escola Fiqh referenda esta interpretação da Sharia, o que para os muçulmanos tem autoridade religiosa. Não existe sola scriptura no Islã.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Creio que livros ditos 'sagrados' dificilmente permanecem compreensíveis fora da época e do contexto no qual foram escritos e acabam requerendo interpretação, seja ela centralizada em papas ou califas, ou dispersa por rabinos, mulás, ministros etc. Ou até mesmo uma interpretação individual por cada fiel. Na prática, a interpretação acaba sendo individual, mesmo que a pessoa acredite que está sendo ortodoxa.
Porra, Acauan! Onde é que eu assino?
Cristãos sofrem da mesma cegueira. O ser humano, por natureza, parece que só enxerga o que lhe é conveniente. Nunca li o Corão, a não ser umas poucas passagens que o colega Pug (como todos sabem, muçulmano) publicou neste fórum, tentando exatamente desfazer a idéia de violência e incitação ao terrorismo. O irônico é que o texto continha a expressão “matai-os” uma dez vezes, no mínimo. Seja lá quem foi que escreveu aquilo, exortou os muçulmanos a matarem os diferentes por onde quer que os encontrem. Alguém lembra desse tópico?
Mas, de acordo com o patrício aí, o Corão não estimula mortes.
Diria o que leva alguem a religião é a conveniencia mesmo, dpois que a pessoa se instala la, tudo é conveniente, incrivel como tudo que o Deus dela quer é o que ela quer...
As grandes religiões se mantém através do tempo sobre uma base formada pela revelação, rito, doutrina e teologia, que em combinado restringem muito as possibilidades de as interpretações de seus livros sagrados serem esticadas indefinidamente.
Isto não impede que a Ku Klux Klan use textos bíblicos para se autodefinir como organização cristã e usar o cristianismo para endossar o ódio racial, por exemplo.
Independente disto, nas grandes religiões as fronteiras definidas pelo rito, doutrina e teologia são razoavelmente claras e tudo que ultrapassa estas fronteiras é heresia.
Do ponto de vista histórico a Reforma Protestante não propôs mudanças drásticas no cristianismo católico e sua teologia e as diferenças entre o Islã sunita e xiita são mais políticas que teológicas. Além disto, séculos de sola scriptura podem ter produzido dezenas de milhares de denominações evangélicas, que por mais vigarices que produzam, como a Teologia da Prosperidade, entendem muito bem onde estão as fronteiras da heresia e evitam cautelosamente ultrapassá-las, mesmo que organizações como a Universal de Edir Macedo flertem descaradamente com o sincretismo herético.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Eu concordo com você, Reid, mas, repito: Não se trata de uma exclusividade religiosa, esse fenômeno é uma característica humana.
Acauan, pelo que sei, de facto, o Alcorão não permite essas atrocidades. Sempre fica a pergunta, porque ocorre?
A resposta simples deve ser a melhor - Tem doido para tudo.
So que eu poderia dizer que um religioso diante de qualquer problema eh so correr para "Deus", agora quem não tem esse tipo de crenças corre para uma "solução, alternativa, meios variados" de entender/resolver/contornar
Por outro lado, diferenças que parecem mínimas e irrelevantes a um observador externo, podem parecer heresias monstruosas aos que têm fé e causar muita violência entre seitas.
Memória seletiva? Você está falando sério?
Então é assim que funciona? A gente finge que não vê as ordens explícitas para que se cometam homicídios e se apega apenas às partes boas. E as centenas de milhões de seguidores farão a mesma coisa? Ou haverá uns aqui, outros ali, obstinados em cumprir a vontade de deus? Você já respondeu: “nem imagino o que vêem os doidos da religião”. Esses doidos vêem o mesmo que você e eu vimos: Matai-os onde quer que se encontrem. Alguém mais percebe o perigo aqui?
A Bíblia também é a palavra de deus (assim como todos os outros livros sagrados). E também manda matar os inimigos e estuprar suas mulheres. Mas, esqueçamos isso. Tem sempre umas partes boas.
No jornal de hoje, há um artigo sobre as conversões do catolicismo para o islamismo e vice-versa na Espanha.
Trecho aqui:
http://extra.globo.com/noticias/mundo/espanha-conversoes-inversas-na-terra-dos-reis-catolicos-2349157.html
Quando um católico, principalmente uma mulher, se torna islamita, é olhado como um maluco, um ET. As pessoas se afastam, mudam de assunto.
Quando um islamita se torna católico, tem que se esconder para não sofrer represálias da comunidade ou ser rejeitado pela família. Eles têm medo até de morrer e continuam indo aos cultos e celebrando o Ramadan, por exemplo, para disfarçar.
Cada entrevistado se justifica pinçando os detalhes de sua nova religião que parecem justificar sua escolha.
No Religião é Veneno conheci e travei produtivo contato com Maria Moreira e Muslima BR que eram brasileiras que se converteram ao Islã.
Maria Moreira é uma das personalidades mais marcantes e talentosas que conheci na web e Muslima..., bem..., estudou na Harvard.
Entender estas conversões é um desafio para o cético, mas quando nos esforçamos neste sentido afastamos as respostas fáceis que não devem combinar com nossas escolhas intelectuais.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!