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Comentários
Toda a minha participacao nesse debate tem sido a de defender o meu direito de ver e descrever o homossexualismo da mesma forma que vemos o tabagismo e a obesidade.
Nos nao consideramos amigos fumantes e/ou gordos como pessoas subhumanas dotadas de menos direitos que os demais.
Mas entendemos que eles incorrem em certos defeitos morais brandos. Como todo mundo alias.
Isso nao nos impede de conviver e aceitar esses defeitos. O que nao quer dizer que educaremos nossos filhos para considerar esses comportamentos como normais ou aceitaveis, e que nao tentaremos corrigir caso eles venham a apresenta-los.
E apenas isso que eu estou dizendo. Alias e assim que a maioria das pessoas pensa, mas parece que o politicamente correto tornou esse lugar comum algo incrivelmente absurdo de ser explicitado.
Agora imagine que o governo estivesse subsidiando big macs nas escolas, ou impedindo que criancas gordas sofressem as sancoes sociais corretivas, que hoje recebem o nome de "bullying".
Obviamente ha algo de podre a ser denunciado.
Nao foi o que eu disse.
Eu nao discordo que processos evolutivos tanto biologicos quanto sociais tenha feito a cooperacao animal se transformar nas regras morais humanas.
Mas e preciso aceitar que isso e um entendimento muito escasso e vago de um processo extremamente complexo.
Dizer que voce pode extrapolar e identificar o mecanismo neurobiologico especifico responsavel pela natureza humana e de uma arrogancia cientificista absurda.
Porque a natureza humana e um agregado complexo e variado de informacao biologica e social cuja descricao completa e para todos os efeitos impossivel.
Regras morais por exemplo existem e persistem por razoes que nem sempre sao completamente claras para aqueles que as conservam.
Apenas quando essas regras sao abolidas em experimentos sociais temporarios e que essas razoes se tornam evidentes nos desastres subsequentes.
Por vezes racionalistas radicais acreditam que o fato deles nao compreenderem a finalidade de alguma coisa e sinal de que essa coisa nao possui finalidade e que pode ser eliminada sem maiores consequencias e esse erro arrogante costuma produzir consequencias fatais.
Isso e um ponto mais complicado do que parece.
E ate dificil descrever a natureza do problema sem criar um tratado acidental.
Mas eu vou tentar esbocar a ideia.
O ponto e que a faculdade moral humana nao e a contemplacao racional ex-ante das consequencias da acao individual. Isso e a visao consequencialista da moral e ela e errada.
Isso porque as consequencias da acao humana, sejam sobre o agente, sejam sobre as demais entidades morais, sao multiplas e diversas, e em sua maior parte nao sao diretamente perceptiveis no momento da acao.
A propria distincao entre acao de consequencia privada ou coletiva e menos obvia do que exemplos cuidadosamente selecionados (como suicidio vs homicidio) podem sugerir.
A obesidade de um individuo, por exemplo, poderia ser considerada uma ofensa grave a outras pessoas, grave o suficiente para justificar sancoes morais ou mesmo judiciais contra gordos.
E o cigarro alheio era considerado apenas um incomodo olfativo ate que um entendimento maior acerca dos riscos de saude do fumo passivo surgisse (nao que esse entendimento nao seja ele mesmo contestavel, mas isso nao importa aqui).
A miseria do consequencialismo esta na impossibilidade para um individuo de afetar medidas racionais precisas para consequencias subjetivas de suas acoes sobre todos outros individuos envolvidos. Um criterio consequencialista jamais poderia ser empregado de maneira eficaz na tomada de decisoes morais.
Assim, ao contrario do que preconiza o consequencialismo, a faculdade moral humana e a adesao a um conjunto de preceitos adquiridos, respeitados e transmitidos sem que os individuos necessariamente compreendam qual a sua "funcionalidade social" por assim dizer.
Nos aprendemos o que e certo e errado na infancia sem entender porque algo e certo ou errado. E provavelmente nem nossos pais tem uma ideia aprofundada. Apenas por condicionamento e educacao.
E nos obedecemos a uma variedade de leis sem que haja necessidade de compreensao no nivel individual da justificativa racional consequencialista dessa lei.
Isso nao quer dizer que as consequencias das acoes nao sejam relevantes no processo de evolucao moral.
Preceitos morais que produzam sociedades mais robustas, prosperas e capazes de articular recursos acabam prevalecendo no longo termo. Mas esse nao e o "objetivo racional" de um agente ou de um sistema moral.
Um conceito de moral que me parece bem mais simples e sólido é chamado de regra de ouro, faça aos outros o que gostaria que fizessem com você ou sua versão negativa não faça aos outros o que não gostaria que fizessem com você.
Pelo seu critério (caso o tenha entendido corretamente) a escravidão ou genocídio seriam atitudes morais desde que tais assim fossem considerados pela maioria da sociedade ao qual a pessoa estivesse inserida.
Você citou "processo evolutivo biológico" como se esse fosse um conceito relativamente distinto de "processo evolutivo social". Acontece que não existe "processo evolutivo social abiológico". Nada em cultura e sociologia faz sentido, exceto à luz da psicologia; e nada em psicologia moral faz sentido, exceto à luz da evolução biológica. Muitos dos nossos supostos valores morais "transcendentes" são meras petições de princípio baseadas em intuições que se assemelham a temas evolutivos (ou variações de temas evolutivos) de auto-avaliadores comportamentais já presentes em animais não-humanos (amor e amizade incluídos). E existe sim necessidade de mecanismos biológicos de prazer e dor associado a um determinado evento para o desenvolvimento do entendimento moral.
Finalizando, deixo a observação de que você não respondeu a pergunta do Wallace. Se é verdade que “não existe qualquer necessidade de um mecanismo biológico de prazer e dor associado a um determinado evento para o desenvolvimento do entendimento moral”, então dê uma resposta à pergunta sublinhada na citação abaixo. E, se você for dar a sua própria resposta moral, não se esqueça de mencionar qual é a justificativa baseada no fundamento racional e abiológico de "essência transcendente" ...
Fonte: http://ateus.net/artigos/miscelanea/o-mito-do-altruismo/
Aprendizagem por associativismo só ocorre SE E SOMENTE SE a evolução permite fazer tal associação, algo que nem sempre acontece:
“(...) teóricos da aprendizagem descobriram que animais e pessoas são preparados pela seleção natural para aprender prontamente sobre alguns relacionamentos (tais como fobias e aversão a certos sabores) e completamente despreparados para aprender sobre outros (como gravuras de flores acompanhadas de um choque elétrico).”
Fonte: SELIGMAN, Martin E. P. Felicidade autêntica: usando a nova psicologia positiva para a realização permanente. Objetiva, 2009, p. 199. Edição de Bolso.
(Martin Seligman é ex-presidente da American Psychological Association)
A possibilidade de aprendizagem por condicionamento para certos traços psicológicos não traz automaticamente a implicação que a homossexualidade exclusiva também se enquadra nessa possibilidade.
Você está tão somente mencionando a existência de um programa de afeto aberto para dizer que outro programa de afeto não é fechado. Se prestar atenção bem, seu argumento acima carrega uma ideia tão falha que você poderia estar usando-o se estivesse tentando convencer que qualquer humano pode aprender a adorar fazer sexo com um avestruz. Você está raciocinando como quem acha que a possibilidade de aprendizagem por condicionamento para certos traços psicológicos traz automaticamente a implicação da mesma possibilidade para outros.
Nossa avaliação de apreciação visual sexual é formada com base em esquemas básicos gerais que ultrapassam fronteiras culturais. Veja que eu me referi a ESQUEMAS, e não a um ESQUEMA. Perceba que você dizer que uma população masculina humana pode passar da apreciação de corpo de pin-up de 1950 para corpo de top model ao longo da história não prova que qualquer homem é capaz de aprender a se sentir atraído sexualmente por um avestruz. Portanto, seu argumento não causa qualquer dano à ideia de que existem REGRAS GERAIS estéticas responsáveis pelos processos emotivos automáticos da sexualidade:
“Por todo mundo, as pessoas consideram os mesmos rostos bonitos e atraentes. Devido ao processo evolutivo, a noção de beleza tem certas universalidades.”
“O resultado dessas investigações é que não há parâmetros fixos para a sensualidade, mas existem, sim, regras gerais e princípios pelos quais julgamos a boa aparência. (...) Fica, porém, para estudos futuros a tarefa de determinar por que em certos lugares um pino atravessando o lábio, ou um lóbulo da orelha alongado ou um pescoço artificialmente encompridado são considerados especialmente atraentes. É possível que esses sejam métodos para acentuar os traços de beleza, como costuma acontecer no mundo da moda. Mas uma coisa é certa: alguns ideais de beleza específicos de certas culturas são influenciados pelas condições ecológicas circundantes. Ou seja, conceitos de beleza podem ser diferentes entre si, mas todos obedecem à norma que conseguimos lidar bem com as condições de vida existente.”
Fonte: Beleza Nota 10. BERNHARD FINK, KARL GRAMMER E PETER KAPPELER Scientific American Brasil (58) Mar/2007, pág. 80-87.
Não disse que a orientação sexual é um traço pré-definido. E eu não preciso dessa alegação para cumprir meus fins argumentativos. É com você que está o ônus da prova de demonstrar que a homossexualidade exclusiva é um traço modificável para toda e qualquer pessoa. A questão é que se você diz que nanismo é, necessariamente, imoralidade do nanico (ou da pessoa que foi responsável pela sua saúde durante o seu desenvolvimento), É VOCÊ que deve demonstrar que nanismo é algo evitável para toda e qualquer pessoa.
E mesmo que você demonstrasse isso em relação à homossexualidade exclusiva, ainda sobraria o obstáculo instransponível de demonstrar que sua estética de prazeres físicos sexuais é superior e que isso pode ser justificado racionalmente e objetivamente (ou intersubjetivamente). Algo impossível por que o conceito “moral de prazeres físicos sexuais predominantemente inatos cuja origem última de justificativa é racional e objetiva” é uma falácia por si só.
(EDIT: Cortei as duas citações que fiz; o que vem a seguir é uma argumentação mais prática e pragmática). Para entendimento melhor da questão do meu argumento acima, tente responder a pergunta de Robert Wallace no post anterior, e se for dada a sua própria resposta moral, mencione qual é a justificativa baseada no fundamento racional e abiológico de "essência transcendente".
Em seu famoso Report, Kinsey utilizou deliberadamente amostragens estatísticas pré-selecionadas para dar credibilidade científica às suas teses, teses estas que em última instância visavam demonstrar que todo mundo ou quase era tão pervertido quanto o próprio Kinsey.
Dentre outras aberrações, são chocantes as denúncias de como Kinsey obteve os dados sobre sexualidade infantil. Kinsey admitiu ter utilizado depoimentos de pedófilos, mas há evidências fortíssimas de que ele também era um pedófilo ativo, chegando a molestar sexualmente até bebês.
A coisa não para por aí, existindo um vasto cabedal de associações de Kinsey (e sua esposa) a todo tipo de safadeza conhecida, o que seria problema pessoal dele nos casos em que envolviam apenas adultos em relações consensuais privadas, não fosse o fato de sua tentativa de dar à safadeza respeitabilidade científica ter enganado tanta gente que se achava muito esperta por tanto tempo.
Muitos ainda se acham.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Dá pra explicar melhor como é que foi feita essa pré seleção?
E ainda mais como ela foi feita para... dar credibilidade científica às suas TESES? Eu pensei que a tese era o FINAL do trabalho, ou seja, tendo compilado resultados assim, assados, fritos e cozidos, conclui-se que... Que estranho ele já ter uma tese PRONTA antes mesmo de começar o trabalho.
Se fosse assim, ele poderia fazer igualzinho a Cyril Burt fez: ele era um psicólogo e fez uma ampla pesquisa usando gêmeos idênticos, que cresceram separados uns dos outros, em situações distintas de vida e COMPROVOU CIENTIFICAMENTE aquilo que Galton já dizia: a genética supera as adversidades da vida. Assim gêmeos que vieram de família de boa herança genética e cresceram em ambiente de pobreza, superavam as dificuldades e se tornavam pessoas produtivas e até ricas. Já aqueles que vieram com má herança gênica, mesmo educados em famílias ricas, com todos os recursos, resultaram em pessoas medíocres, sem expressão. Foram trabalhos AMPLAMENTE ACEITOS PELA COMUNIDADE CIENTÍFICA e Burt até ganhou o título de Sir! em 1971.
Após seu falecimento, um jornalista, em 1976, quis fazer uma matéria sobre a vida do cara. Mas logo ele já notou algo estranho. Gêmeos idênticos, mas separados e criados por famílias distintas são mercadoria MUITO RARA. Onde o cara teria encontrado 53 pares desses ditos gêmeos? Disse ele em seus trabalhos que contou com duas colaboradoras, mas o jornalista não conseguiu achar pista alguma delas. Foi só quando teve acesso ao diário do Burt é que a casa caiu: lá ele CONFESSAVA que tudo o que fizera era fraude do início ao fim.
Veja só, Acauan, como a fé é PODEROSA. A crença na Eugenia a la Galton estava tão solidamente estabelecida na comunidade científica, que NENHUM cientista desconfiou da malandragem.
O Kinsey poderia ter feito algo semelhante: receberia verba da universidade lá, montaria uma equipe fajuta, forjaria entrevistas e... bacana, lá está feito o relatório Kinsey. Muito mais simples do que fazer uma "pré seleção"...
Ué? Pelo que eu sei, fazer pesquisas sexuais DIRETAMENTE em crianças é coisa indigesta demais para não dar cadeia. Normalmente essas pesquisas são INDIRETAS. Por exemplo, lá pelos 1970, foi feita nos EUA uma pesquisa sobre a influência da pornografia na criminalidade sexual e o resultado foi que era NENHUMA. Mas que prejuízos terríveis a pornografia causaria nas crianças? Os pesquisadores não fizeram estudos nelas diretamente, mas perguntavam aos adultos se, quando eram crianças, tiveram acesso a material pornô e que efeito isso teve sobre eles? E de novo o resultado foi NENHUM PROBLEMA.
O PT aí tentou criminalizar a VEJA, por dizer que um dos seus jornalista o Policarpo (Quaresma?) estava metido com o Carlinhos Cachoeira. Isso não é nada incomum: um repórter quer escrever sobre crimes, que melhor fonte de informação senão os próprios criminosos? E o Kinsey foi na mesma balada: compilou informações sobre reações sexuais observadas em crianças de pessoas que conviviam com crianças: pais, professores, babás, tutores e ALGUNS pedófilos... Ou seja, os pedófilos não foram sua ÚNICA fonte de informação nesta espinhosa área da sexualidade humana.
E que evidências FORTÍSSIMAS são essas de que ele chegou a molestar bebês? Já vi certas historinhas gozadas (à falta de melhor qualificação) em sítios EVANGÉLICOS. Num deles até fiz um questionamento sobre as denúncias feitas, mas ele foi simplesmente apagado. Terá você uma fonte de informações de tais fortíssimas evidências que não tenha um viés tendencioso?
Como lá no caso do Cyril Burt, a gente muito esperta cita o Kinsey, mas HÁ OUTROS TRABALHOS feitos seguindo a mesma metodologia e que tenham chegado a resultados distintos ou semelhantes? Não? Então já estamos maus: citamos um porque é o único, e as alegações contra ele, são apenas de "ouvi dizer que..." já que nada semelhante foi feito para refutá-lo.
Assim é fácil.
Tanto o Relatório Kinsey quanto sua versão feminina, o Relatório Hite, são produtos de época e se tornaram célebres mais por sua repercussão na chamada Contracultura dos anos 60 e 70 do que pelo seu valor científico.
Estudos posteriores sobre o tema também foram influenciados por chavões ideológicos, como a idéia corrente de que a função Sexologia era "quebrar tabus", mais do que levantar padrões de comportamento segundo metodologias reprodutíveis.
Este viés ideológico ainda influencia as discussões sobre o assunto, basta verificar o quanto é repetida a estimativa de Kinsey de que 10% da população é homossexual, sem que apareça um bendito de um especialista para questionar as bases amostrais e metodológicos segundo as quais este número foi levantado.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
E se quer fazer amostragens que representem o universo total da população tem que estabelecer estratos representativos, coisa que Kinsey nunca fez, pelo contrário, manipulou estes estratos de modo que os resultados fossem aqueles que ele queria, como por exemplo ponderar muito acima de sua representatividade as respostas obtidas de criminosos detentos, o que obviamente inflou os números referentes às experiências homossexuais, sem que tal vício de amostragem fosse explicitado na apresentação do Relatório, dentre outros tantos.
Por isto que eu disse que o cara era um charlatão pervertido. A parte do charlatão tá explicada no seu parágrafo.
A pretensão do Relatório Kinsey era apresentar um modelo comportamental de TODA a sociedade quanto ao sexo, o que não seria aceito sem algum tipo de pesquisa ampla documentada. Neste caso é mais difícil inventar dados, mas não tão difícil manipular amostragens, já que como evidenciado, pouca gente pareceu interessada em checá-las.
E teria dado se o que se soube posteriormente sobre os "métodos" de Kinsey tivesse vindo a público na época.
Defensores de Kinsey, a começar, obviamente, do Kinsey Institute, sustentam que as acusações contra o autor do Report provém de conservadores e religiosos melindrados com as conclusões do estudo, sem entrar no mérito de que importa menos quem faz as acusações do que as evidências que as sustentam.
E evidência há de monte, como as admissões de gente muito próxima a Kinsey, que não teria nenhum interesse em difamá-lo como Wardell Pomeroy e John Gagnon, assim como as ligações perigosas do "pesquisador" com militantes prá lá de suspeitos como Rene Guyon e Harry Benjamin, além das várias biografias que retratam Kinsey como um charlatão pervertido baseado em fontes consideráveis. Uma rápida pesquisa na Internet nos leva invariavelmente a uma opção entre duas hipóteses: ou o cara era mesmo um charlatão safado ou existe uma conspiração para difamá-lo.
Como disse no post anterior, o Relatório Kinsey só se tornou célebre por seu impacto na época, sua difusão como instrumento da contracultura, seu papel na Revolução Sexual e o uso de seu conteúdo por militâncias interessadas em construir uma moral sexual mais adequada aos seus apetites particulares.
Ainda hoje há interesses ideológicos às pencas protegendo algumas informações do Relatório - como o dado nunca provado estatisticamente de que 10% da população é homossexual - e pouco interesse verdadeiramente científico em remexer temas que pouco interessam à uma sociedade que reformou seus costumes sexuais há cinquenta anos.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Cameron e sybok
Existe uma diferenca entre o que constitui o entendimento moral e a ideia que voces formam a respeito do que "racionalmente" deveria ser considerado valores morais.
O entendimento moral e o conjunto de regras e valores a respeito do que e certo e errado e que sao transmitidos de geracao para geracao.
Esse conjunto obviamente nao e o mesmo para todo mundo, mas ele e bastante coerente, o suficiente para que o comportamento das outras pessoas seja suficientemente previsivel e uma sociedade aberta seja possivel.
Alguns principios gerais ate podem ser detectados a respeito dos padroes das regras morais mais importantes e aceitas.
Mas acreditar-se capaz de discernir exatamente os axiomas fundamentais da moral e aplica-los a cada circunstancia decisional possivel e maluquice. O que nos temos e um entendimento escasso formado de exemplos praticos e algumas nocoes mais abstratas.
A maioria das vezes nos adotamos comportamentos baseados em preceitos morais conhecidos para aquele tipo de situacao, e nao por efetuar uma longa cadeia de deducoes e analises de consequencias.
Nao que a analise de cenarios consequentes nao seja importante, sobretudo nas circunstancias onde o entendimento moral for menos claro.
Em geral decisoes racionais sao tomadas fazendo-se um balanco entre o que voce na sua posicao particular julga saber e poder concluir como consequencias e o que o entendimento moral existente agrega como informacao para esse tipo de cenario.
Mas como eu disse isso e um tema muito dificil.
Nao se preocupem tanto se nao for tao claro o que eu quero dizer. Essa e uma discussao filosofica extremamente longa, so a lista de filosofos morais que eu teria que explicar e mostrar os erros seria maior do que esse post.
Esse e um problema so comecou a ser compreendido pelos filosofos escoceses do seculo XVIII (Hume, Smith, Fergunson), mas ainda sim muito besteira foi dita depois.
Regras completamente abstratas como a "regra de ouro" ate podem capturar caracteristicas comuns a valores morais robustos, mas estao longe de serem de utilidade pratica consequente em tomadas de decisao.
Qualquer um que vivesse estritamente pela regra de ouro morreria ou causaria algum tipo de desastre e uma sociedade totalmente baseada na regra de ouro nao funcionaria, pois algum nivel de incomodo alheio e impossivel de ser evitado.
Pessoas podem ter codigos mais ou menos explicitos, e segui-los mais ou menos estritamente dependendo de suas disciplinas pessoais, mas tentar reduzir comportamento moral complexo a alguns caracteres logicos e pouco razoavel.
Um mesmo codigo de honra marcial, por exemplo, produziria um entendimento completamente diferente em pessoas que ja viveram situacoes de decisoes extremas e tiveram seu carater forjado no fogo do inimigo e aqueles que passaram suas vidas confortavelmente protegidos dessas situacoes.
Off topic, qual é o código da cor de suas postagens? Sempre cito você com color=blue...
{color=#0080ff} e {b}
Não sei se Sexologia tem alguma função, mas sei que o sexo é coisa tão cheia de tabus graças à moral cristã evangélica, que qualquer estudo que revele algo diferente do que é proposto por tal moral, inevitavelmente será uma "quebra de tabu".
Talvez esse tenha sido o grande mérito de Kinsey: foi o ÚNICO até agora que, junto com colaboradores, pôs os dedos nas brasas de tal assunto tão imoralmente quente... Tanto que nem os cristãos fizeram qualquer estudo sério para demonstrar que havia erro no serviço do Kinsey... Tudo o que fazem é só atacar o homem. É a tal falácia ade homem, né?
Se homossexualidade era CRIME na sua época, onde mais Kinsey ia achar homossexuais certos, senão os encanados? Só por acaso ele obteria entre seus entrevistados "insuspeitos" alguma confissão de envolvimento homossexual... Mas parece que o seu problema é só quanto ao número, né?
Bem, Acauan, acho que nenhum moralista cheio de dedos e de muita fé cristã jamais se daria ao trabalho de fazer o que Kinsey fez, a menos que tivesse certeza da tese de que a moral cristã evangélica era adotada e aplicada plenamente pela sociedade americana... Uma prima minha, que foi professora e diretora de uma escola da prefeitura de São Paulo por mais de 20 anos, teve um problema: ia ser dada uma aula sobre reprodução humana e, inevitavelmente, ter-se-ia de falar sobre sexo. Ela e outra professora iam dar essa aula para duas classes da sexta série, mas... A outra professora, evangélica, já veio dizendo que sua boa moral cristã não lhe permitia falar desses assuntos tão escabrosos e depravados. Como as duas classes iam ter a mesma aula no mesmo horário, o jeito foi a minha prima juntar as duas turmas. E antes tomou o cuidado de mandar uma mala direta aos pais, falando da aula e da temática a ser abordada, solicitando-lhes PERMISSÃO e, caso algum pai ou mãe discordassem, os seus filhos poderiam ser dispensados de assistir à tal aula. Seis alunas tiveram de sair, pois seus pais, testemunhas de jeová, não aceitaram que suas filhas ouvissem falar das coisas obscenas sobre o sexo... Talvez seja justamente do fato de Kinsey estar disposto a fazer tal trabalho, com mente aberta, sem pressa de julgar ou opinar, que venha a acusação feita pela gente cristã de que ele foi um charlatão pervertido. Estou surpreso: você dando crédito aos argumentos dos evangélicos!
Deve ser gozado imaginar como é que se chega ao comportamento sexual de TODA uma sociedade... E mais gozado ainda é, sendo um trabalho tão polêmico, ninguém o refutou cientificamente... Como eu disse, ataca-se o homem.
Ah sim... Entrevistar pedófilos. Isso é crime? Então os repórteres entrevistarem bandidos também deve ser.
O co-autor e o Gagnon disseram o que afinal? Eles DESMENTIRAM o relatório? Disseram que tudo era fraude? O que encontrei sobre eles foi justamente em sites EVANGÉLICOS. A dona Marta Ex-Suplício nunca disse nada desse cara? E os pedófilos aí eram o que? Amigos pessoais do Kinsey? Ou apenas fontes de consulta? Ah! Kinsey teve a sorte ou azar de ser biografado por pessoas ABSOLUTAMENTE HONESTAS, interessadas APENAS NA VERDADE. Se encontrar alguma pessoa assim, guarde-a como uma raridade.
Sabe, Acauan, certas coisas, quando interessam MUITO, encontram MUITOS interessados nela. Se essa tal "cultura ou revolução sexual" fossem de fato coisas assim TÃO REAIS, então várias pessoas teriam o maior interesse em refazer os trabalhos de Kinsey, até para CONFIRMAR o que ele disse. Mas cadê os interessados? Falou você em um mágico número de 10% de bichas loucas... Bem, numa tribo de tupis, quantas bichas loucas será que vou encontrar lá? É, porque suponho que os nossos indígenas, não TODOS é claro, desfrutam de uma sexualidade mais livre (até que chegam lá os pastores evangélicos...). Suponho haver então poucas bichas loucas por lá... Agora qual seria a porcentagem de bichas loucas num convento católico onde mulher não entra?
O relatório do Kinsey aí pode ter os seus defeitos, mas fico no aguardo de ver se aparece coisa melhor em algum momento. Só sei que da minha parte darei pouco crédito aos conservadores e evangélicos, especialmente enquanto apresentarem argumentos emotivos e não técnicos.
Pois e.
Mas as nossas nocoes de "bom", "correto" e "adequado" sao em grande parte derivadas do que aprendemos por meio de tradicoes e costumes.
Ate por que se nao fossem seriam o que?
E um mito ultra-racionalista bastante bobo o de que podemos por metodos de razao pura acessar a enunciados morais eternos, sem contaminacao de "tradicoes irracionais". Esse e o erro central do progressismo.
Nao. Nao e possivel e um programa falido desde o comeco. E a arrogancia racional que eu tanto denuncio.
Pode-se acreditar na existencia absoluta do bem e do mal. Eu acredito.
Alias, essa e a crenca que mais faz sentido, a luz da natureza similiar das conclusoes morais que individuos de sociedades distantes no tempo e no espaco chegam.
Mas e preciso entender que da perspectiva que nos nos encontramos so e possivel uma apreciacao limitada e baseada nas experiencias vividas, tanto por nos quanto aquelas codificadas nas tradicoes.
Pode ate ser que a parte da moral existente que ainda normatiza aspectos de identidade sexual em criancas seja algo que eventualmente deixara de existir e que se mostrara desnecessario.
Pode ate ser.
O ponto e que eu nao sei, voce nao sabe, o movimento gayzista nao sabe.
A ideologia politicamente tenta dar a falsa impressao de que essa parte do nosso entendimento moral e logicamente ultrapassada e deve ser suprimida, mas isso e parte de um processo de sabotagem civilizacional intencional.
Eles sabem que criancas sao sexualmente influenciaveis e que seu desenvolvimento futuro depende dos exemplos aos quais elas sao expostas, e que a familia e outras entidades que eles se opoe sofreriam revezes se suas criancas fossem obrigadas a aderir a uma agenda educacional de propaganda hedonista e transviada.
Trata-se de uma guerra cultural declarada, uma guerra que estamos perdendo.
Não vejo nada além da esfera humana e mais abrangentemente dos seres vivos desse planeta algo que tenha caracteres que possam ser aferidos de padrões morais, em outras palavras, a natureza e o universo me parecem indiferentes a qualquer padrão de entidades ou agentes morais, uma vez que os conceitos de bem e do mal se restrinjam (pelo menos até aonde é possível saber) a experiência humana tais conceitos não podem ser absolutos, pois seriam relativos e dependentes de nossa existência.
A questão é, por que raios precisariam ser? Por que essa obsessão por absolutos?
O valor do dinheiro é absoluto? Não, uma maleta com milhões de reais com uma vítima de naufrágio em uma ilha deserta teria tanto valor como um conjunto de revistas velhas que só serviria para fazer fogueira, o fato do dinheiro ter um valor relativo e circunstancial faz com que seja uma abstração inútil? Claro que não, o dinheiro administra interesses diversos na sociedade humana e por isso é muito útil.
A moral, os conceitos de bem e mal tem características análogas, não passam de abstrações humanas que conseguem administrar interesses diversos e tornam a vida em sociedade possível, o fato de serem relativos e abstratos não muda o fato de devermos a tais as maiores conquistas de nossa espécie.
Grande parte da educacao moderna consiste na supressao do instinto reflexivo, que e substituido por certos espasmos programados.
Somos condicionados a produzir respostas pre-selecionadas a determinados estimulos semioticos, muito antes do cortex ser capaz de interpreta-los e processar seu conteudo contextual.
Algumas palavras ja bastam para acionar esse efeito. Uma delas e o adjetivo "absoluto".
A sua reacao a sugestao de um carater absoluto para a moral e tao tipica das sensibilidades esquerdistas prevalecentes atualmente que chega ate a ser engracadinha.
Quando alguem filosoficamente educado fala de um carater absoluto para moral, na maioria das vezes, ele nao esta dizendo que existe qualquer aspecto moral na formacao das galaxias, no movimento dos planetas, na chuva ou na cadeia alimentar.
O fato da moral ter um carater absoluto nao equivale a dizer que todas as coisas do mundo manifestam uma componente moral.
Isso e uma interpretacao idiota e distorcida da palavra "absoluto".
Quando alguem fala de carater absoluto da moral, ele esta dizendo que o processo de descoberta moral nas sociedades humanas (ou de outros seres dotados de capacidade moral) e marcado pelos mesmos padroes fundamentais, e os fenomenos morais sao da mesma natureza.
Que por tras de enunciados morais ha um substrato de verdade essencial a ser revelada cuja natureza e a basicamente a mesma de uma lei da natureza para o movimento de particulas.
Essa e uma proposta que desafia a nocao popular de que o entendimento moral e completamente relativo e arbitrario. Que as regras da sociedade poderiam ter qualquer padrao ou estrutura imaginavel e que o padrao observado atualmente e apenas uma manifestacao possivel das milhoes de combinacoes potenciais. Que, por exemplo, uma sociedade onde filhos institucionalmente estupram suas maes aos 18 anos e igualmente provavel a nossa.
O "absolutista moral" acredita que existe uma logica governando o processo de aquisicao moral, mas cuja razao e funcionamento pode escapar a percepcao consciente de todos.
O relativista ve na diversidade cultural e no variado grau de entendimento moral das distintas sociedades "prova" de que valores esteticos e morais sao construcoes completamente arbitrarias.
Ja o absolutista se assombra nas semelhancas encontradas uma vez que os mecanismos essenciais sao isolados e bem compreendidos.