Origens babilônicas do mito de Adão e Eva
Grande parte da Bíblia, principalmente o Gênesis, se baseia em uma mistura de mitos babilônicos. Em lugar de começar do zero, os hebreus os adotaram como se fossem um fato da vida, mas, em repúdio ao politeísmo dos mitos originais, eles os reinterpretaram e, em muitos casos, inverteram o contexto e o significado das narrativas.
No mito sumeriano original, por exemplo, os deuses maiores (Anunnaki) escravizaram os deuses menores (Igigi) e os forçaram a trabalhar a terra para produzir comida para eles. Um deles (We-ila) se revoltou e foi morto. Sua energia vital foi aplicada ao barro e dele foi criado o homem, que passou a cultivar a terra no lugar dos Igigi, e estes tiveram então direito à ociosidade junto aos Anunnaki.
Desta forma, os sumerianos explicavam a rebeldia, a desonestidade e a luxúria do homem: eram características herdadas dos deuses, que o haviam criado, e não culpa dele, criado à imagem divina.
Os hebreus adotaram este mito, mas inverteram as coisas: Deus era um ser perfeito e criou o homem perfeito, mas este, por iniciativa própria, se rebelou, mentiu, pecou. A culpa seria então do homem, não de Deus.
Para os sumerianos, o homem era vítima dos deuses e não perdeu a inocência porque nunca a teve. Para os hebreus, o homem, criado inocente, torna-se o vilão e a vítima é Deus.
Para os sumerianos, os deuses viviam em cidades como Uruk, cercada de terras cultivadas que produziam os alimentos. As terras selvagens que ficavam além eram denominadas eden ou edin e eram habitadas por animais selvagens, sem língua e sem cultura. Para a cultura sumeriana, a vida nas cidades era o ideal, não a selvageria do eden. Em outras versões, eden/edin era o local onde a humanidade trabalhava sem parar para alimentar os deuses. Para os antigos, o atual desejo dos cristãos e mussulmanos de voltar para o Eden pareceria loucura.
O épico de Gilgamesh mostra uma das visões do eden/edin: Enkidu, criado por uma deusa, vivia como um animal, comendo capim e bebendo água do rio junto com os animais. Um caçador queixou-se aos deuses que Enkidu destruía suas armadilhas e então Shamhat, uma prostituta do templo, foi enviada para seduzí-lo. Enkidu nunca tinha visto uma mulher e se apaixonou por ela, esquecendo-se dos animais. No caminho para Uruk, Shamhat lhe deu pão e vinho (ou cerveja) para beber. Acostumado a comer capim e beber água, ele a princípio recusou, mas acabou convencido. Depois de comer, tornou-se humano e então aceitou as roupas que Shamhat lhe deu. Enkidu foi viver em Uruk e, com o tempo, tornou-se como um irmão para Gilgamesh.
Ao inverter este mito, os judeus transformaram o eden num lugar ideal, onde o homem foi posto por Deus para cuidar de seus jardins, vivendo em paz com os animais. Após o pecado, ou seja, após comer da fruta proibida, percebeu que estava nu, foi expulso e teve que cultivar a terra.
Numa outra versão, Anu, o deus principal, proíbe que os Anunnak, deuses secundários, ensinem segredos aos homens, que devem ser mantidos ignorantes e trabalhando na lavoura. Os Anunnak, entretanto, concluem que os homens serão mais úteis se aprenderem os segredos do pão, do vinho, da cerveja e das roupas. Com este conhecimento, os homens passam a produzí-los para si e para os deuses. Inicialmente, os homens não consomem o pão e as bebidas, pois Ea, o deus que criou o homem, lhes disse que morreriam se o fizessem, mas outro deus - Enki, apelidado "ushumgal" ("A Grande Serpente", embora ele tivesse forma de homem) - lhes explica que não haveria problema. O curioso é que Enki parece ser uma outra versão de Ea, o que significa que Javé e o Diabo/Serpente são, na verdade, Ea/Enki, mas os hebreus recusaram a idéia de terem sido enganados por seu próprio deus e transformaram Ea/Enki num simples animal.
Há também uma versão em que o homem vivia no reino celestial e o deus principal, Anu, lhe oferece o alimento que lhe daria vida eterna, mas ele o recusa porque Ea/Enki lhe dissera que o alimento o mataria. O homem é então expulso do reino. Mais uma inversão, portanto, já que aqui é Deus que quer lhe dar vida eterna e é a serpente que o engana.
A Árvore do Conhecimento hebraica tem origem no pinheiro, cuja pinha a deusa Inanna (a "Senhora do Éden") comeu para adquirir conhecimento e a Árvore da Vida se origina do "pão da vida" que Anu oferece ao homem.
Querubins guardam a Árvore da Vida no Gênesis assim como querubins a guardavam na mitologia assíria.
Os deuses babilônicos eram mortais e precisavam comer 2 vezes ao dia e, para isto, exigiam sacrifícios de alimentos nos templos.
Javé também exige sacrifícios 2 vezes por dia no monte Sinai e, mais tarde, no templo de Jerusalém, o que é estranho, já que não é mortal nem material e não precisa de alimentos.
A criação de Eva a partir de uma costela de Adão deve ter vindo do mito sobre a deusa Nin-Ti, criada para curar a costela de Enki.
Se o texto acima parece confuso, é porque ele realmente é. Os mitos babilônicos tinham muitas versões, onde os deuses trocavam de nomes e de papéis, se fundiam em um só deus ou se dividiam em dois, onde cada "fato" era narrado de formas diferentes em contextos diferentes. E foi desta confusão que nasceu a Bíblia...
Mais sobre o assunto aqui:
http://www.bibleorigins.net/
Meio confuso porque o autor despejou fatos sem muita organização.
Um texto em português:
http://www.pauloliveira.com/MySiteOLD/Zigurate/Zigurates.htm
Paralelos entre os mitos hebreus e sumérios:
http://www.world-destiny.org/a14para.htm
Este aqui é mais organizado e bem documentado, com muitas fotos:
http://www.dhushara.com/book/orsin/origsin.htm
O defeito é que o cara acredita na Deusa Mãe e o objetivo do site é detonar as religiões patriarcais, mas vale pela quantidade de material pesquisado.
Comentários
Ele tem certeza de que a Bíblia foi o primeiro livro sagrado e que todos os outros copiaram dela, portanto danem-se os fatos.
Por mais crédulo em sua fé, ele não recusaria um FATO que estivesse embasado historicamente, como datação de documentos por exemplo. Aí seria burrice mesmo.
não duvide do erivelton <g> <g>
Além de ignorar, fala que nada daquilo é veridico e que a biblia esta 100% certa.
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― Winston Churchill
mais ainda???
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Pelo pentateuso os semitas eram mais antigos e ainda diz que os babilônicos eram povos bem mais novos.
Veja a cronologia semítica:
Estas, pois, são as gerações dos filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé; e nasceram-lhes filhos depois do dilúvio.
E os filhos de Cão são: Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã.
E os filhos de Cuxe são: Sebá, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá; e os filhos de Raamá: Sebá e Dedã.
E Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra.
E este foi poderoso caçador diante da face do SENHOR; por isso se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do SENHOR.
E o princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar.
Desta mesma terra saiu à Assíria e edificou a Nínive, Reobote-Ir, Calá,
E Resen, entre Nínive e Calá (esta é a grande cidade).
E Mizraim gerou a Ludim, a Anamim, a Leabim, a Naftuim,
A Patrusim e a Casluim (donde saíram os filisteus) e a Caftorim.
E Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e a Hete;
E ao jebuseu, ao amorreu, ao girgaseu,
E ao heveu, ao arqueu, ao sineu,
E ao arvadeu, ao zemareu, e ao hamateu, e depois se espalharam as famílias dos cananeus.
SE COMPARADO A CRONOLOGIA DOS DESCENDENTES DE SEM ELES FORAM POVOS QUE SURGIRAM BEM ANTES DOS BABILÔNICOS.
Porque fernando tem que forçar a barra para afirmar algo sem provas?
http://eriveltonoprofeta.blogspot.com.br/
Sob o título de “A Bíblia, reescrita pela ciência”, a matéria dá início com um subtítulo que no mínimo não agradou aos cristãos: “Pesquisas arqueológicas criam polêmica ao desmentir as versões mais aceitas dos relatos bíblicos”. A transcrição dos parágrafos mais importantes segue abaixo:
“Episódios como a fuga do Egito, a conquista da Terra Prometida e o reinado de Davi e Salomão compõem a obra essencial do mundo ocidental. É ela que deu o fundamento religioso ao judaísmo, e assim consolidou as aspirações de um povo. Sob o nome de Antigo Testamento, é ela que também deu início a uma religião revolucionária, com base nos ensinamento de Jesus. Muitas pessoas hoje lêem esses textos sagrados como se fossem livros de História – ou seja, relatos ao pé da letra sobre o que aconteceu em determinada época. Outras afirmam justamente o contrário, que quase nada do que está escrito na Bíblia realmente ocorreu. O texto, segundo elas, consistiria simplesmente em uma pregação feita em linguagem figurada e poética, própria de seu tempo, e sem relação com a História factual”. [...]
Entre as histórias da Bíblia, uma das mais contadas e recontadas é aquela em que Moisés, à frente do povo escolhido, desafia os poderes de um faraó egípcio, lançando-o numa viagem de 40 anos pelo deserto rumo à Terra Prometida e o resto você já conhece.
Agora, a arqueologia procurou indícios do Êxodo. Encontrou sinais de que habitantes de Canaã – de onde os hebreus seriam originários – podem ter migrado gradualmente para o Egito. Mas uma inscrição egípcia do século XIII a. C. faz a menção mais antiga conhecida de um povo chamado Israel, num contexto completamente inverso ao da Bíblia – diz que o povo foi dizimado em uma campanha do faraó Meneptah. Não há nenhuma prova concreta da existência de Moisés, embora fosse de esperar que um jovem criado pela família do faraó, envolvido em brigas políticas, fosse citado em algum lugar. Não há nenhum indício palpável de que tenha havido um grande êxodo pelo deserto. Um povo numeroso, viajando por uma região de pouca vegetação, deveria deixar diversos vestígios arqueológicos, mas eles não existem. “Eu diria que Moisés pode ser considerado como uma figura arquetípica de grande líder”, diz o teólogo Luciano José de Lima, da Universidade Metodista de São Paulo.
A história de Davi e seu filho Salomão, com suas manobras políticas e intrigas dinásticas, pareceu durante séculos uma descrição exata do que realmente havia acontecido em Judá e Israel. No entanto, nova luz sobre essa época, entre os anos de 1005 a.C. e 930 a.C., aponta para um mundo bem diferente. É certo que pelo menos Davi realmente existiu, devido à descoberta de uma inscrição do século IX a.C. que cita o nome de sua dinastia. No entanto, seu reinado não chegou a unificar as 12 tribos israelitas, nem foi tão vasto como diz a Bíblia. “Quando olhamos para os padrões de assentamentos em Judá nessa época, só encontramos algumas pequenas aldeias, e não há nenhuma evidência de um comércio exterior de porte ou mesmo a capacidade para construções monumentais”, comenta Silberman. O Templo de Salomão, descrito na Bíblia como tendo dimensões internas de 10 metros de largura por 30 metros de profundidade, era de fato grande para os padrões do Oriente Médio daquele tempo, mas não era o maior (esse ponto cabe a um templo em Alep) e não pode nem de longe ser comparado aos templos gregos que seriam construídos alguns anos depois.
Os arqueólogos Finkeltein e Silberman queriam descobrir como um exército em andrajos, viajando com mulheres, crianças e idosos, emergindo do deserto depois de décadas, poderia montar uma invasão efetiva. A resposta, segundo eles, é que a ocupação se deu de uma forma muito diferente do contado na Bíblia. Para começar, muralhas como as de Jericó – que teriam sido derrubadas com o soar das trombetas – simplesmente não existiam, nem ali nem nas outras cidades da região. Aparentemente por motivos econômicos, as grandes e médias civilizações do Mediterrâneo, como Canaã, começaram a se desagregar entre os séculos XIII a.C. e XII a.C. “Esse foi um dos períodos mais dramáticos e caóticos da História, com velhos impérios caindo e novas forças chegando para substituí-los”, dizem os arqueólogos. Silberman calcula que os israelitas, povos nômades e pastoris das redondezas, passaram a se fixar em Canaã por volta de 1200 a.C., após o colapso da civilização mais antiga ter transformado várias localidades em cidades quase fantasmas. “É viável que a maioria das pessoas que mais tarde se tornaram israelitas tivesse ancestrais cananeus”, diz Silberman. “Assim, a distinção entre israelitas e cananeus não é tão aguda quanto a Bíblia faz crer”.
http://revistaepoca.globo.com/Epoca/0,6993,EPT649000-1653,00.html
Daí, quando a midia apresenta fatos, aparecem os "DETENTORES DA VERDADE" e pregam que amidia está contra deus, cristo e o que mais valha (http://archelogosethostelos.blogspot.com.br/2010/10/midia-ateria-parte-ii.html)
1- Davi reinou 40 anos – 2 Sm 5.4; 1 Rs 2.11;
2- Joás reinou 40 anos em Jerusalém – 2 Rs 12.1; 2 Cr 24.1;
3- Salomão reinou 40 anos em Jerusalém – 1 Rs 11.42;
4- O dilúvio durou 40 dias – Gn 7.17; 8.6;
5- Jesus jejuou 40 dias e noites – Mt 4.2; Lc 4.2;
6- Israelitas comeram maná 40 anos no deserto – Êx 16.35;
7- Moisés permaneceu na nuvem 40 dias e noites – Êx 24.18; Dt 9.9;
8- Filhos serão pastores no deserto durante 40 anos – Nm 14.33;
10- Infligir 40 açoites – Dt 25.3;
11- Nínive será destruida em 40 dias – Jn 3.4
Vamos por etapa, senão tudo vai virar uma salada só.
Podemos dar por encerrado que a arqueologia não tem provas que o mito semítico foi copiado dos babilômicos, ou alguém ainda quer continuar o assunto?
Assim que encerrarmos esta discurssão passaremos para outra questão.
Por mim ela está encerrada e irei refutar o documentário da revista época e da nemerologia bíblica na qual argumentou.
http://eriveltonoprofeta.blogspot.com.br/
Pessoas sensatas se baseiam nas evidências arqueológicas e não em mitos primitivos.
Pessoas sensatas não 'interpretam', investigam e aceitam os fatos.
E os fatos dizem que a mitologia das tribos judaicas veio depois.
Você NÃO PODE usar a Bíblia como evidência de nada. A cronologia da Bíblia NÃO TEM nenhum valor.
Você está totalmente errado.
A bíblia é um livro histórico como qualquer outro livro que pertença a outros povos primitivos. Cabe agora a arqueologia trazer evidencia que provem que os semitas não eram mais antigos que os egípcios e babilônicos.
Você precisa entender que os semitas não eram ainda tribos de judeus. Semitas pertenciam a aldeias semitas que eram descendentes de Sem.
As aldeias hebraicas começaram a surgir das descendências semíticas e que muito mais tarde surgiram os judeus através dos descendentes de Judá. Muitas das nações existentes hoje ali no oriente médio eram descendentes dos semitas.
Portanto pesquise que os povos mais antigos desde o fim da idade da pedra eram os semitas, os cananeus que deram origem à antiga Canaã (hoje Israel).
http://www.umavisaodomundo.com/2009/01/origem-povo-judeu.html
http://eriveltonoprofeta.blogspot.com.br/
Ah, sei...
Desde que não contrarie a Bíblia nem diga que outros deuses é que são verdadeiros.
Se você realmente acredita nisto, não há muito o que debater.
O site que você citou:
http://www.umavisaodomundo.com/2009/01/origem-povo-judeu.html
considera a Bíblia como fonte confiável. Vou ignorá-lo.
A pergunta foi pro Erivelton, mas me senti compelido a responder...
Pela Cabala, 40 – É o número da provação, do castigo, da espera e da preparação. Moisés passa 40 dias no Monte Sinai, Jesus prega por 40 meses e ressuscita depois de 40 horas no sepulcro, Noé enfrenta 40 dias e 40 noites de dilúvio. Medida de quarentena, do resguardo e da quaresma. Existem 40 cartas numeradas dentro do Baralho Cigano, durante 40 anos os israelitas vagaram pelo deserto à procura da Terra Prometida.
http://www.girafamania.com.br/historia_arte/cabala.htm
Quero ver ele dizer se isso é certo ou tá errado.
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Os hebreus são povos de origem semita Não é o caso de contrariar alguma coisa e sim aceitar que ele é um documento histórico. Em qualquer livro de história que fale dos hebreus voce irá ler que muitos povos das primeiras civilizações eram descendentes de semitas.
http://www.infoescola.com/historia/hebreus/
Os hebreus são povos de origem semita.
http://eriveltonoprofeta.blogspot.com.br/
Antigos eles são, mas não eram a civilização mais antiga e nem sua mitologia era a mais antiga e sim cópia de outras.
Traga provas que condenem a cronologia do livro histórico do pentateuco.
Ele é livro histórico que afirma que os semitas surgiram primeiros que os babilônicos. Fora disto a arqueologia não pode provar que voce está querendo que seja.
http://eriveltonoprofeta.blogspot.com.br/
Traga provas que condenem a cronologia do livro histórico Enuma Elish.
Idem do livro Popol Vuh.
Ou o Livro dos Mortos egípcios.
http://eriveltonoprofeta.blogspot.com.br/
Eles contam histórias diferentes sobre a criação do mundo. Alguns são até mais antigos que a Bíblia. Por que só a Bíblia estaria certa?
http://eriveltonoprofeta.blogspot.com.br/