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SITUAÇÃO CONFLITANTE

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Comentários

  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Fernando_Silva disse: Do lado ocidental, a coisa foi exposta ao sol e desinfetada. Do lado oriental, as coisas ficaram congeladas por décadas e reviveram com a reunificação. Inclusive o nazismo.

    Há um tanto de exagero, talvez até salutar nisto.
    É preciso diferenciar "neonazismo" de Nazismo e entender porque esta diferença é decisiva.
    O caso brasileiro é extremado, já que aqui com frequência chamam de neonazistas movimentos apinhados de mulatos que não passam nem perto de pregar qualquer tipo de ideologia de superioridade racial, como é o caso dos Carecas do ABC.

    Qualquer macaco pode agitar uma bandeira com uma suástica, mas em sua grande maioria quem o faz é o tipo de macaco para quem Hitler torceria o nariz.

    A imagem que temos de Hitler é sempre a do fanático uniformizado, gritando, gesticulando e fazendo caretas, cercado de gorilas de roupa igual portando bandeiras e marchando ao som dos tambores.
    Mas parte do sucesso do Partido Nazista se deve ao seu outro lado da moeda, quando um Hitler de terno e gravata discursava para estudantes, empresários e líderes comunitários, frequentemente escoltado por médicos, professores, advogados e outros membros da elite intelectual nazista, que eram desprezados na alta cúpula, mas serviam prá dar uma imagem civilizada e elitista aos bárbaros quando queriam.

    Quando vemos os chamados movimentos neonazistas alemães orientais notamos que eles são uma cópia caricata dos nazistas originais, que já eram caricatos ao extremo, reproduzindo uma estética e um discurso que aprenderam em documentários, mas com um fundamentação ideológica da profundidade de um pires.

    Invertendo as bolas morais, mas mantendo a comparação, neonazistas estão para os nazistas originais como os fiéis da Organização Universal estão para os apóstolos cristãos.

    No geral movimentam mais forças em contrário do que em favor de sua causa, enquanto for assim, menos mal.



    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Percival disse: Uma pergunta idiota: por que esses Cientistas fugiram na época? A ideologia proibia o estudo de alguns campos científicos?

    Prá ficar nos exemplos mais célebres, Einstein fugiu porque era judeu e Enrico Fermi fugiu porque era casado com uma judia.
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Acauan disse: Prá ficar nos exemplos mais célebres, Einstein fugiu porque era judeu e Enrico Fermi fugiu porque era casado com uma judia.

    Tá explicado.

    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • NeotribalistaNeotribalista Membro
    edited janeiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: Não impossível, mas extremamente improvável.
    O grande fenômeno político-econômico-social-ideológico do momento é a ascenção da China como superpotência, sobre o que as previsões dos analistas são conflitantes e, no geral, limitadas.
    Pode ser que algo grande se avizinhe, mas não dá prá saber ainda o que será, embora é bem possível que já saibamos de onde virá.

    Estava me referindo apenas a parte inicial do filme, e não ao caminho que percorrerá. No cinema, Eurotrip e O Albergue começam basicamente idênticos, mas um é um besteirol de humor que tem um final feliz e o outro é um dos filmes de terror mais claustrofóbicos e com as cenas mais nojentas da década passada.

    O presidente alemão Weizsäcker chegou a dizer que a Alemanha teria que ceder para se reunificar, que seu posicionamento central na Europa era privilegiado e que já havia causado duas guerras, e que por isso deveriam aceitar o projeto do Euro, a total contragosto da população, que a cada dia que passa fica mais antipática a tal projeto.
    FAZ 13. April 1992. Weizsäcker, Richard von. 1992. Meilenstein Maastricht, in: Frankfurter
    Allgemeinen Zeitung at, April 13, 1992

    O presidente francês Miterrand chamou o marco de a bomba atômica alemã, e que esta deveria se desarmar para que houvesse a paz.
    Hannich, Die kommende Euro-Katastrophe, p. 22. Marsh, Der Euro, pp. 172-74

    O que ocorre atualmente é o endividamento das nações periféricas usando a riqueza alemã como garantia.

    Me parece o que pelo menos no início, o filme é o mesmo. Desarmamento e repasse de gastos desenfreados à Alemanha.

    Duvido muito que algo como o nazismo ressurgirá logo na Alemanha, mas a presunção do europeu que são um povo civilizado demais para sucumbir à pura selvageria não contribui com a fiscalização contínua que a paz exige. Se não me engano, foi você mesmo que escreveu certa vez que guerras na Europa eram historicamente entre parentes de sangue, que ambas as partes já esperavam certo cavalheirismo. Os líderes europeus, com exceção de Churchill, sempre ele, achavam que Hitler também seria um gentleman, mesmo com todas as ameaças explícitas, até que este passou a bombardear ostensivamente cidades inteiras.

    Na Grécia, o partido neonazista teve uma votação expressiva na última eleição e já fazem bonecas de Angela Merkel com bigodinho a la Hitler.

    Diferenças pontuais podem existir, mas não acredito que um povo seja essencialmente selvagem ou civilizado, seja o alemão, o brasileiro, o canadense, o finlandês ou o japonês, e que na hora que a coisa aperta, "povão é povão" e vai demonstrar os instintos mais primitivos no homem, que não são nada bons.

    E se a coisa ficar preta na Europa? Será que serão todos gentlemen & ladies?
    Post edited by Neotribalista on
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • NeotribalistaNeotribalista Membro
    edited janeiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: Prá não falar dos físicos alemães e europeus, que fugiram para os Estados Unidos para fazer a bomba atômica, que poderia ter sido dos alemães se fossem um pouquinho flexíveis e admitissem pelo menos aqueles cientistas como exceções. Nem isto.

    ie2q9l.jpg
    Já viu?
    Post edited by Neotribalista on
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Acauan disse: É preciso lembrar que as articulações políticas de Hitler foram tão decisivas para levar o Partido Nazista ao poder quanto as condições sociais, talvez mais.

    Não deixa de ser verdade. Se fossem apenas um bando de palhaços sem nenhuma organização não conseguiriam tomar o poder nem em uma tribo homens da caverna, quanto mais da Alemanha.

    Mas também é fato que quanto mais desesperadora a situação, mais as pessoas ficam tentadas a adotarem soluções revolucionárias, milagrosas e até sem-sentido. Basta ver o público típico de um Valdemiro Santiago.
    Acauan disse: O Partido Nazista explorou habilmente esta situação e eventos para promover o revanchismo alemão, mas a ascenção de Hitler poderia ter sido evitada se os grandes partidos alemães tivessem formado uma coalização neste sentido, mas acabaram lutando entre si em estratégias desastradas que enfraqueceram a República de Weimar ao limite. Aí, para os nazistas, foi só dar um chute na porta podre (como dizia Galbraith sobre revoluções).

    Pelo que sei, o partido social-democrata, então no poder, até tentou diálogo com outros partidos para impedir a ascensão nazista. Entre os comunistas, a ordem veio direto de Moscow. Social-democratas são traidores e nenhum tipo de aliança é permitida.
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Apatico disse: Mas também é fato que quanto mais desesperadora a situação, mais as pessoas ficam tentadas a adotarem soluções revolucionárias, milagrosas e até sem-sentido. Basta ver o público típico de um Valdemiro Santiago.

    Por isso meu medo de algo tão ruim ou pior acontecer.
    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • emmedradoemmedrado Membro
    edited fevereiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Este tópico está bem interessante.
    Vi um filme nos anos 90 se não me engano, de um jornalista Judeu que se infiltrou nos movimentos neonazistas e descobriu que em várias partes do mundo, pessoas doavam dinheiro aos chefes da organização pela "causa".
    O filme é baseado em fatos reais e faz uma denúncia ao silêncio do governo Alemão na época ,ante as provas apresentadas pelo jornalista Judeu que tinha inclusive uma lista de nomes.
    Infiltrador - Em Busca da Verdade é o nome do filme, excelente por sinal.
    O ator que interpreta o jornalista Judeu é o Oliver Platt.
    Post edited by emmedrado on
    A nossa realidade é moldada pelo que acreditamos ou preferimos não acreditar.
    Eu quero a Verdade .
    A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
    Pqp ! Eu já fui de esquerda !
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  • Acauan disse: (ao contrário do que muita gente pensa, Hitler não teve nada a ver com o fim da hiperinflação).

    Eu pensava assim, o que justificaria muito sua ascensão.
    A nossa realidade é moldada pelo que acreditamos ou preferimos não acreditar.
    Eu quero a Verdade .
    A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited fevereiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Apatico disse: O que ocorre atualmente é o endividamento das nações periféricas usando a riqueza alemã como garantia.
    Me parece o que pelo menos no início, o filme é o mesmo. Desarmamento e repasse de gastos desenfreados à Alemanha.

    Na verdade o filme é o oposto.
    Hitler explorou politicamente a humilhação do povo alemão, muito mais do que sua situação econômica, mesmo porque os alemães são historicamente estóicos quando enfrentam a penúria material, mas bastante sensíveis às questões do orgulho nacional.

    Por isto a situação atual é inversa. Os alemães podem estar sendo de certo modo explorados economicamente, mas o fazem da condição de potência econômica hegemônica da Europa continental, o que deve doer mais nos franceses do que nos teutônicos.

    Apatico disse: Duvido muito que algo como o nazismo ressurgirá logo na Alemanha, mas a presunção do europeu que são um povo civilizado demais para sucumbir à pura selvageria não contribui com a fiscalização contínua que a paz exige.

    Os Europeus parecem acreditar que sua civilização é blindada contra o colapso pela experiência dos séculos, tanto quanto os americanos acreditam no mesmo por julgarem seu país sob a proteção de Deus. E é aí que mora o perigo, pois como disse Ronald Reagan, apenas uma geração separa um civilização do seu fim, basta que esta geração esqueça seus valores fundamentais e os europeus estão indo por este caminho.
    Apatico disse: Na Grécia, o partido neonazista teve uma votação expressiva na última eleição e já fazem bonecas de Angela Merkel com bigodinho a la Hitler.

    É preciso sempre cautela com o que se chama de "neonazista", em geral uma alcunha depreciativa incentivada pela Esquerda para qualquer coisa à Direita deles próprios. Não chequei as características do tal partido, mas os gregos sofreram horrores durante a ocupação alemã (menos que uns, mais que outros...) e duvido que a idéia de neonazismo soe minimamente popular por lá.
    Apatico disse: E se a coisa ficar preta na Europa? Será que serão todos gentlemen & ladies?

    Nestas horas as coisas tendem para os extremos, só que um extremo possível na Europa atual é a capitulação.
    Apatico disse: Já viu?

    Não vi (e olha que sou atraído como imã para estes filmes), mas pareceu muito interessante. Já ouvi falar da operação de falsificação, mas nunca atentei aos detalhes.
    Apatico disse: Pelo que sei, o partido social-democrata, então no poder, até tentou diálogo com outros partidos para impedir a ascensão nazista. Entre os comunistas, a ordem veio direto de Moscow. Social-democratas são traidores e nenhum tipo de aliança é permitida.

    É comum ouvir que a alta burguesia industrial alemã encheu os nazistas de dinheiro para que contivessem os comunistas, acreditando que poderiam manipular Hitler depois.

    Não foi bem assim.
    Durante quase toda sua existência antes de chegar ao poder o Partido Nazista foi uma organização financeiramente deficitária porque os empresários se recusavam a apoiá-lo, preferindo representantes da Direita Conservadora Tradicional. O magnata Thyssen (que dá nome a muitos elevadores brasileiros) foi uma exceção, não a regra.

    Assim, a Direita Tradicional tinha o apoio do empresariado, maior poder de articulação e falava a língua da classe média educada alemã melhor que o Partido Nazista. Bastava um mínimo de competência para que estes recursos derrotassem os nazis. Não tiveram esta competência.
    Chegaram perto em alguns momentos, quando derrotas eleitorais enfraqueceram os nazistas e Hitler teve alguns de seus projetos pessoais barrados, o que ameaçou seriamente sua posição no jogo político. Mais alguns golpes bem dados neste momento em que o Dito Cujo estava nas cordas e a História teria sido diferente. Não deram os golpes e deu no que deu.




    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
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  • NeotribalistaNeotribalista Membro
    edited fevereiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: Na verdade o filme é o oposto.
    Hitler explorou politicamente a humilhação do povo alemão, muito mais do que sua situação econômica, mesmo porque os alemães são historicamente estóicos quando enfrentam a penúria material, mas bastante sensíveis às questões do orgulho nacional.

    Historicamente, todo povo está habituado à penúria material porque esta é a condição natural.

    Será que quem elegeu Hitler não estava cansado das imposições dos vencedores da primeira guerra e também das perdas materiais provenientes de tais imposições? Pode-se argumentas que as perdas começaram bem antes da ascensão nazista, mas também isso pode indicar que as pessoas só resolveram adotar a solução nazi depois de esgotadas as alternativas e da falta de esperança de alguma melhora por outros meios.

    Hoje em dia, eleição é decidida mais pelo bolso que qualquer outra coisa. Uma análise política mais completa passa longe da questão.
    Acauan disse: Os Europeus parecem acreditar que sua civilização é blindada contra o colapso pela experiência dos séculos, tanto quanto os americanos acreditam no mesmo por julgarem seu país sob a proteção de Deus. E é aí que mora o perigo, pois como disse Ronald Reagan, apenas uma geração separa um civilização do seu fim, basta que esta geração esqueça seus valores fundamentais e os europeus estão indo por este caminho.
    Exatamente!


    Acauan disse: É preciso sempre cautela com o que se chama de "neonazista", em geral uma alcunha depreciativa incentivada pela Esquerda para qualquer coisa à Direita deles próprios. Não chequei as características do tal partido, mas os gregos sofreram horrores durante a ocupação alemã (menos que uns, mais que outros...) e duvido que a idéia de neonazismo soe minimamente popular por lá.

    Confesso que nunca tinha parado para pesquisar a respeito.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Aurora_Dourada
    http://en.wikipedia.org/wiki/Golden_Dawn_(Greece)

    Saudações e suásticas não são originalmente nazistas, então isso torna-os mais idiotas do que qualquer outra coisa.

    Ironicamente tiveram votação mais expressiva entre imigrantes, mas como já dito, neonazistas em geral são mestiços que seriam desprezados por nazis originais.

    É esperado que movimentos ultra-nacionalistas surjam quando uma força política está tentando destruir a autonomia das nações, como denunciado recentemente pelo presidente da República Tcheca.


    Acauan disse: Não vi (e olha que sou atraído como imã para estes filmes), mas pareceu muito interessante. Já ouvi falar da operação de falsificação, mas nunca atentei aos detalhes.

    Sem spoilers, o filme é muito interessante pela abordagem diferente do que geralmente se vê em filmes da Segunda Guerra, que focam em estratégias militares, líderes dos governo, heróis, batalhas, refugiados, etc.

    Engraçado é que hoje as próprias nações se auto-sabotam, sem precisar de um Hitler para isso.
    Acauan disse: Chegaram perto em alguns momentos, quando derrotas eleitorais enfraqueceram os nazistas e Hitler teve alguns de seus projetos pessoais barrados, o que ameaçou seriamente sua posição no jogo político. Mais alguns golpes bem dados neste momento em que o Dito Cujo estava nas cordas e a História teria sido diferente. Não deram os golpes e deu no que deu.

    Sei que tratando-se de história, o "e se..." não passa de um exercício mental, mas quais hipóteses Índio Velho acredita que seriam mais prováveis caso Hitler tivesse simplesmente morrido (como aconteceu o "quase" várias vezes) ou não houvesse uma ascensão nazista?
    Não haveria o conflito? Não haveria bombardeamentos aéreos ostensivos sobre áreas civis? Os comunistas tomariam o poder na Alemanha e seria ainda pior?


    Apatico disse: (...)europeu que são um povo(...)

    Opa, o européu é um povo.
    Post edited by Neotribalista on
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited fevereiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Apatico disse:
    Historicamente, todo povo está habituado à penúria material porque esta é a condição natural.

    Uma coisa é se habituar à penúria material sem nunca ter conhecido outro modo de vida, o que não era o caso dos alemães. Mesmo os mais prósperos se resignavam em tempo de guerra ou emergência nacional a viver muito abaixo de seu padrão e dedicavam-se integralmente aos esforços de interesse nacional. Ingleses também mostraram este estoícismo, a folclórica fleuma.
    Mas claro, no quesito aguentar o pior os russos são imbatíveis. Tá certo que a grande maioria dos russos de então nunca tiveram a mais mínima experiência de vida boa, só que quando a coisa baixava para além do insuportável, os caras continuavam lá. Parte da explicação vem das chibatadas dos czares Romanoves e Vermelhos, mas se só maus tratos garantissem grandes feitos, o Camboja do Khmer seria superpotência.

    Apatico disse: Será que quem elegeu Hitler não estava cansado das imposições dos vencedores da primeira guerra e também das perdas materiais provenientes de tais imposições? Pode-se argumentas que as perdas começaram bem antes da ascensão nazista, mas também isso pode indicar que as pessoas só resolveram adotar a solução nazi depois de esgotadas as alternativas e da falta de esperança de alguma melhora por outros meios.

    Isto também, mas é preciso lembrar do contexto histórico no qual alemães e franceses vinham se batendo há século. Quando a França ganhava os alemães passavam um tempo na pior e vice-versa. Basta lembrar as gravuras de franceses fazendo fila para caçar ratos nos bueiros durante o cerco de Paris pelos alemães sob o governo de Bismarck. Esta era a regra do jogo ao qual os dois lados estavam acostumados.

    Hitler explorou ideologicamente a humilhação imposta por Versalhes, muito mais do que os prejuízos econômicos. Note que isto era tão central na política e propaganda nazista que quando da derrota da França montaram um teatro detalhadamente preparado para humilhar os franceses e assim mostrar que Hitler cumpriu o prometido.

    Apatico disse: Sei que tratando-se de história, o "e se..." não passa de um exercício mental, mas quais hipóteses Índio Velho acredita que seriam mais prováveis caso Hitler tivesse simplesmente morrido (como aconteceu o "quase" várias vezes) ou não houvesse uma ascensão nazista? Não haveria o conflito? Não haveria bombardeamentos aéreos ostensivos sobre áreas civis? Os comunistas tomariam o poder na Alemanha e seria ainda pior?

    É muito divertido fazer estas especulações, mesmo porque não há como errar uma vez que ninguém saberá como seria de fato.

    A eterna questão do SE um dos atentados contra a vida de Hitler tivesse sido bem sucedido como seria a História.

    Depende do momento.

    Um dos primeiros - e mais bem preparados e com maiores chances de sucesso - foi ação solitária de um dissidente alemão disposto a cortar o mal pela raiz logo no início da guerra. O inacreditavelmente sortudo do Hitler, que sempre discursava durante horas, naquele dia por circunstâncias fortuitas falou rapidamente e saiu do local onde a bomba estava plantada, escapando por coisa de quinze minutos de certamente ir pro beleléu.

    Se a platéia tivesse gritado "mais um" e Hitler atendido, o führer teria morrido ali, seis meses ANTES da ofensiva ocidental, quando o grosso das forças alemãs estavam empenhadas em consolidar a conquista da Polônia.

    Neste cenário é possível que sem Hitler e sua autoconfiança maluca, que soava messiânica a seus comandados, os alemães talvez..., talvez..., não tivessem arriscado uma estratégia tão ousada como a Ofensiva das Ardenas, a França não teria caído de modo tão catastrófico e..., quem sabe, Stalin sentiria a fraqueza de uma Alemanha obrigada a deslocar suas últimas divisões na Polônia para a frente ocidental e resolvesse mudar de lado, rompendo o Pacto de Não Agressão.

    O final da guerra poderia ter sido parecido com o real, mas sem o Holocausto e sem a participação dos Estados Unidos da America, o que desviaria o centro da Guerra Fria para a Europa.

    O melhor nesta realidade paralela é que Hitler jamais teria construído o mito de grande líder militar, pois teria morrido ANTES de sua vitória relâmpago na frente ocidental.
    Os alemães poderiam se lembrar dele como um aventureiro maluco. Claro que Hitler era isto e muito mais de coisa ruim, mas pelo menos não seria lembrado como mártir.

    E teve a Operação Walkiria, agora universalmente conhecida por causa do Tom Cruise.
    Por estranho que pareça, matar Hitler era a parte mais fácil do plano. O cara só escapou porque deveria ter parte com o demo mesmo.
    SE tivesse acontecido o que tinha que acontecer, mas sabe-se-lá como não aconteceu, os amotinados teriam que submeter as SS, a burocracia nazista que controlava todo o Estado alemão e ainda conquistar a lealdade dos demais comandantes da Wehrmacht, alguns pareciam ser nazistas desde criancinhas. E mesmo no povão tinha muita gente que iria chorar o Führer morto, que poderia se tornar mártir eterno do povo alemão.

    Claro que isto não faria nem um pouco bem ao desempenho militar alemão, com os russos deitando e rolando na frente oriental e, agora, os aliados ocidentais chegando pela França.

    Mesmo que, vá lá, os revoltosos conseguissem destruir o poder do Partido Nazista e deixar claro aos comandos militares que as opções eram a liderança deles ou a anarquia, um dos objetivos básicos do plano era tentar uma paz em separado com Americanos e Ingleses para tentar resistir como pudessem aos russos soviéticos.

    Só que Roosevelt e Churchill não aceitariam isto mas nem a pau e o resultado da guerra teria sido o mesmo, talvez mais rápido, talvez com os campos de extermínio desativados mais cedo, talvez com alguma reserva moral com que os alemães pudessem se apegar no fim.

    Mas o perigo era imenso.
    Uma coisa é os alemães virem Hitler comandar o país com poder total do começo ao fim da guerra, levar a nação ao desastre absoluto, material e moral e depois simplesmente dizer, "é pessoal, não deu, se virem aí sem mim..." e sair de cena com um tiro nos cornos.

    Outra coisa seria a construção de um revisionismo histórico no qual a Alemanha teria ganho a guerra se Hitler não tivesse sido covardemente assassinado pela conspiração dos judeus e comunistas auxiliada por generais traidores comprados pelo inimigo.
    Talvez, sempre talvez, neste cenário o mal nazista não morresse na Alemanha e o fantasma de Hitler assolasse até hoje.

    Como disse, especular é divertido.









    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
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  • Acauan disse: O cara só escapou porque deveria ter parte com o demo mesmo.
    Eh eh eh Acauam brincando... se tinha pacto não sei mas que foi usado isso foi.

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  • Acauan disse: Mas claro, no quesito aguentar o pior os russos são imbatíveis. Tá certo que a grande maioria dos russos de então nunca tiveram a mais mínima experiência de vida boa, só que quando a coisa baixava para além do insuportável, os caras continuavam lá.

    Desde que tivessem uma vodka para afogar as mágoas.
    Acauan disse: Um dos primeiros - e mais bem preparados e com maiores chances de sucesso - foi ação solitária de um dissidente alemão disposto a cortar o mal pela raiz logo no início da guerra. O inacreditavelmente sortudo do Hitler, que sempre discursava durante horas, naquele dia por circunstâncias fortuitas falou rapidamente e saiu do local onde a bomba estava plantada, escapando por coisa de quinze minutos de certamente ir pro beleléu.

    Antes mesmo de ser baderneiro e artista fracassado, quando ele era garoto de recados no campo de batalha, uma bomba estourou bem próximo dele e ele ficou cego por algum tempo. Não morreu por conta de pacto com o diabo mesmo.

    Também ameaçou se matar quando sua sobrinha se suicidou deixando acusações sobre a monstruosidade dele e quando estava sendo julgado pela tentativa de golpe. Quando finalmente se matou, não teve nem tempo de ameaçar suicídio.
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  • emmedradoemmedrado Membro
    edited fevereiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Apatico disse: Também ameaçou se matar quando sua sobrinha se suicidou deixando acusações sobre a monstruosidade dele e quando estava sendo julgado pela tentativa de golpe. Quando finalmente se matou, não teve nem tempo de ameaçar suicídio.

    Vi um filme que não era explícito mas que deixava a impressão que ele era apaixonado por esta sobrinha.
    Isso é vero ?Segundo aqui:
    http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/0,,EDG78263-7855-193-3,00-O+MAIOR+SEGREDO+DO+III+REICH.html é .
    Post edited by emmedrado on
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited fevereiro 2013 Vote Up0Vote Down
    emmcri disse: Vi um filme que não era explícito mas que deixava a impressão que ele era apaixonado por esta sobrinha.
    Isso é vero ?

    Hitler teve uma relação estranhíssima com a sobrinha, com lances doentios de aparente paixão e ciúme, mas pouco se sabe sobre o que de fato faziam na intimidade. A jovem se suicidou em circunstâncias suspeitas, mas os historiadores especialistas entendem que não há evidências de envolvimento direto de Hitler na morte dela.

    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
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  • Acauan disse: Hitler teve uma relação estranhíssima com a sobrinha, com lances doentios de aparente paixão e ciúme, mas pouco se sabe sobre o que de fato faziam na intimidade. A jovem se suicidou em circunstâncias suspeitas, mas os historiadores especialistas entendem que não há evidências de envolvimento direto de Hitler na morte dela.

    Na busca que fiz na Internet a maioria que achei defende que ele teve um caso com ela e ela se apaixonou por outro Homem e que o nazista proibiu o relacionamento, alegando que ela tinha que estudar, daí então o suicídio.
    Mas depois do criacionismo acho a internet muito suspeita para pesquizas.
    A nossa realidade é moldada pelo que acreditamos ou preferimos não acreditar.
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  • A nossa realidade é moldada pelo que acreditamos ou preferimos não acreditar.
    Eu quero a Verdade .
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  • NeotribalistaNeotribalista Membro
    edited fevereiro 2013 Vote Up0Vote Down
    A sobrinha chegou a escrever pouco antes do suicídio que ele era um monstro e que as coisas que ele a obrigava a fazer eram inenarráveis.

    Para o público, ele vendia sempre a imagem de estar solteiro e de austeridade sexual e material.

    Nada me tira da cabeça que o sujeito era uma BI-CHO-NA frustrada.
    Post edited by Neotribalista on
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  • Apatico disse: A sobrinha chegou a escrever pouco antes do suicídio que ele era um monstro e que as coisas que ele a obrigava a fazer eram inenarráveis.

    Para o público, ele vendia sempre a imagem de estar solteiro e de austeridade sexual e material.

    Nada me tira da cabeça que o sujeito era uma BI-CHO-NA frustrada.

    Na minha busca li algumas coisas a respeito das duas hipóteses.
    Li até de um psicólogo que associava a sua agressividade a segunda hipótese, sendo ele não assumido.
    A nossa realidade é moldada pelo que acreditamos ou preferimos não acreditar.
    Eu quero a Verdade .
    A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
    Pqp ! Eu já fui de esquerda !
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  • NeotribalistaNeotribalista Membro
    edited fevereiro 2013 Vote Up0Vote Down
    O fato é que devido ao isolamento que Hitler impunha sobre estas "amantes", elas tinham total confidencialidade com os diários e nenhuma chegou a escrever algo sobre a intimidade com Hitler, o que é pra lá de estranho.

    Sobre as coisas que obrigava a sobrinha a fazer, mesmo que sejam alguma perversão sexual, e acredito que seja, não quer dizer que Hitler participava ativamente.

    O que se sabe é que ele tinha fácil acesso a mulheres podendo montar um harém comparável ao de Gengis Khan, mas nenhuma aventura sexual concreta é sabida. Tampouco um herdeiro. Só se sabe que ele trancafiava as "amantes" em fins de mundo e as impedia de ter contato com o mundo exterior.

    Ha, neném, bichona ginofóbica.
    Talvez até fosse assexuado, mas acredito mais na hipótese de bicha mesmo.

    Artigo não relacionado com Hitler, escrito por um jornalista gay esquerdista britânico: http://www.cacp.org.br/movimentos-fascistas-europeus-sao-liderados-por-homossexuais/
    Post edited by Neotribalista on
    "In any case, what westeners call civilization, the others would call barbarity, because it is precisely lacking in the essential, that is to say a principle of a higher order." - René Guénon
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Trecho de "Oitenta anos depois, Alemanha tenta entender ascensão de Hitler"

    http://oglobo.globo.com/ciencia/oitenta-anos-depois-alemanha-tenta-entender-ascensao-de-hitler-7472003
    - Hitler estava em um dilema em 1932. O apelo de seu nome diminuiu com os sinais de recuperação da crise econômica. Na bolsa de Frankfurt, as ações subiram 30% entre maio daquele ano e o início de 1933 - comenta Bauerkämper, que acaba de lançar o livro “Das Umstrittene Gedächtnis” (“A memória controvertida”, em tradução livre), sobre como o regime nazista é visto desde 1945.

    Afetado por embates com seu adversário Gregor Strasser, que acabou deixando o Partido Nacional-Socialista (NSDAP), Hitler sofreu derrotas nas eleições de novembro de 1932. Alguns jornais falavam sobre a “ascensão e queda de Hitler”. No dia primeiro de janeiro de 1933, Joseph Goebbels escreveu em seu diário sobre “1932, o ano do azar”. O jornalista Julius Elbau registrou no jornal “Vossische Zeitung” que “a república foi salva no último momento”.

    Em janeiro de 1933, no entanto, o NSDAP foi o partido mais votado em uma eleição regional no pequeno estado de Lippe-Detmold, o que devolveu a Hitler sua autoconfiança.

    Entre os que observavam com preocupação o político austríaco estavam Kurt von Schleicher, chanceler alemão desde o fim do ano anterior; e o comandante do Exército, Kurt von Hammerstein. O militar teria dito: “Se os nacional-socialistas chegarem ao poder legalmente, pode ser direito para mim. De outra forma, vou atirar”. A confissão está na biografia do general, assinada pelo filósofo e historiador Hans Magnus Enzensberger.

    O futuro da Alemanha, porém, foi selado em 4 de janeiro de 1933, durante um encontro na cidade de Colônia entre Hitler e Franz von Papen. Retirado da chancelaria dois meses antes, Papen tentou derrubar Schleicher, seu sucessor. Formou a aliança com Hitler para voltar ao poder como vice-chanceler.

    - Os últimos dias de janeiro foram momentos dramáticos. Enquanto uns pensavam que seria possível “domesticar” Hitler, outros, que conheciam melhor sua face real, fizeram tudo para evitar a sua indicação - lembra Bauerkämper.

    Hammerstein e Schleicher tentaram até o último momento advertir o presidente Hindenburg, já com 85 anos de idade, a não oferecer a chefia do governo a Hitler. Em vão. Boatos de um golpe orquestrado pela dupla apressaram Hindenburg a convidar o nacional-socialista. Hitler passou a ser apoiado por quase todos os partidos, ajudado pelo temor da burguesia de “sovietização” da Alemanha.

    - Hitler não foi inevitável, e sim desejado pelas velhas elites, que queriam a transformação da república em um Estado autoritário - assinala o historiador Norbert Frei, da Universidade de Jena.
  • emmedradoemmedrado Membro
    edited fevereiro 2013 Vote Up0Vote Down
    Fernando_Silva disse: - Hitler não foi inevitável, e sim desejado pelas velhas elites, que queriam a transformação da república em um Estado autoritário - assinala o historiador Norbert Frei, da Universidade de Jena.

    Pesado isso... assim como quase tudo na ascensão nazista.
    Post edited by emmedrado on
    A nossa realidade é moldada pelo que acreditamos ou preferimos não acreditar.
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  • UP
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