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CUBA - Um giro por Havana

Em 1958, Cuba tinha uma renda per capita maior do que a de metade dos países da Europa, a menor taxa de inflação do Ocidente e uma classe média maior do que a da Suíça, e isso é perfeitamente observável no esplendor de Havana e em como sua beleza é ampla, um testemunho de quão rica (e sofisticada) a sociedade que produziu deve ter sido. O esplendor de Havana, longe de estar confinado a apenas um pequeno bloco da cidade, se estende por quilômetros.


Um giro por Havana
por Theodore Dalrymple, domingo, 20 de setembro de 2015



Old_Havana_Cuba.jpg

A decadência, quando não levada ao extremo, tem lá seu charme arquitetônico. Ruínas são coisas românticas. Tão românticas, aliás, que os cavalheiros ingleses do século XVIII construíam ruínas em seus jardins para servirem de lembranças agradavelmente melancólicas da efemeridade da existência terrena.
Fidel Castro, no entanto, não é nenhum cavalheiro inglês do século XVIII, e Havana não deveria ser seu imóvel privado para ser usado como um memento mori pessoal. As ruínas que ele produziu em Havana são, na realidade, a moradia de mais de 1 milhão de pessoas, cujo desejo coletivo não tem, como atestam essas ruínas, o mesmo poder que o desejo de apenas um homem. "Comandante en jefe", diz um dos vários outdoors políticos que substituíram todos os cartazes publicitários, "o senhor dá as ordens". Desnecessário dizer que a obrigação de todo o resto da população é obedecer.

Havana não mudou quase nada desde a última vez em que estive lá em 1990. Os vastos subsídios soviéticos acabaram; a economia hoje depende do turismo europeu. Para melhor receber os turistas, a maioria em busca de férias baratas nos trópicos e gostosamente indiferente à política de Cuba, o governo vem permitindo um pequeno grau de flexibilidade. Pequenos restaurantes privados que funcionam dentro de casas de família, chamados de paladares, com não mais do que 12 cadeiras, já são tolerados — muito embora a contratação de mão-de-obra que não seja da família, algo considerado explorador pelo regime, não é permitida.

Nestes locais, apenas determinados pratos são permitidos. Peixe e lagosta são proibidos, pois são exclusivos dos restaurantes estatais. Os poucos paladares que se arriscam a driblar essas regras funcionam como aqueles locais clandestinos que vendiam bebida alcoólica nos EUA durante a Lei Seca: seus proprietários que servem peixe ou lagosta estão constantemente nervosos, sempre preocupados com a possibilidade da presença de informantes (os Comitês de Defesa da Revolução ainda estão ativos e operantes em todos os cantos.) O dono de um destes paladares que visitei — o qual não possuía nenhum sinal na rua avisando de sua existência — preocupadamente olhava através do olho mágico da porta antes de deixar qualquer pessoa entrar. Comer uma simples refeição em uma das três mesas parecia uma cena de filme de espionagem.

Pequenos mercados de pulgas também já são permitidos em Cuba. Neles é possível observar pequenas trocas envolvendo roupas usadas e itens domésticos. Em 1990, era inimaginável uma pessoa poder comprar ou vender alguma coisa ao ar livre, pois comprar e vender era um ato visto como sintoma de 'individualismo burguês', algo contrário à visão socialista de Fidel, para quem tudo deve ser racionado — e de maneira racional, por assim dizer — de acordo com as necessidades de cada um. (Na prática, é claro, isso significava racionar de acordo com o que havia, o que nunca era muito).

Períodos de abertura permitindo um comércio de pequena escala já haviam ocorrido em outros momentos do reinado de mais de quatro décadas dos irmãos Castro. No entanto, tais aberturas rapidamente eram revogadas e voltava-se ao período de "retificação", pois ficava muito aparente que os cubanos respondiam com muito mais vigor aos incentivos econômicos do que aos ditames "morais" louvados nas teorias adolescentes de Che Guevara.

Agora, no entanto, a atividade comercial está mais liberada, pois ela é essencial para a sobrevivência econômica do regime. Na última vez em que estive em Havana, mesmo um estrangeiro carregado de dólares não conseguia encontrar comida fora do seu hotel — um arranjo que dificilmente estimula o turismo em massa. Agora, por pura necessidade, já há um número satisfatório de cafés e bares para atender os visitantes.

A economia cubana está hoje amplamente dolarizada, um curioso e irônico desfecho para décadas de ardente nacionalismo. Quando perguntei em meu hotel como fazia para trocar dólares por pesos, disseram-me que eu não precisaria de pesos. E estavam corretos. As poucas e empoeiradas lojas que aceitavam vender seus bens em troca de pesos — a moneda nacional — anunciavam este fato extraordinário em suas janelas, como se estivessem efetuando um milagre, muito embora os bens à venda fossem poucos e da mais baixa qualidade imaginável.

Na última vez em que estive em Cuba, a posse de um dólar por um cubano comum era crime, uma prova de deslealdade e de desafeição. Dependendo do humor de Fidel, o "criminoso" podia até ser acusado de estar planejando uma sabotagem econômica da revolução. Dólares eram manuseados como se fossem nitroglicerina, prestes a explodir na sua cara ao mais mínimo solavanco. Agora, no entanto, eles são meramente unidades monetárias, as quais qualquer pessoas pode manusear.

Embora os lobbies dos hotéis ainda sejam patrulhados por seguranças com walkie-talkies, que têm a função de garantir que nenhum cubano não-autorizado adentre o recinto, o crescente número de turistas em Cuba significa que as relações entre cubanos e estrangeiros estão mais relaxadas e abertas do que antes. Hoje, um cubano falar com um estrangeiro não é mais visto como um sinal de infidelidade política; conversas não mais têm de ser feitas às escondidas, em becos escuros ou atrás de paredes, sempre com um olho nervoso à procura de espiões e bisbilhoteiros pró-regime. Eu cheguei até mesmo a receber pedidos para que enviasse remédios da Inglaterra, dado que não havia nenhum disponível nas farmácias locais — uma confissão, impensável há apenas alguns anos, de que o tão propalado sistema de saúde cubano não é aquela oitava maravilha.

As pessoas frequentemente falam sobre lo bueno e lo malo da revolução — quase sempre acrescentando que lo malo foi muito, muito ruim. Um cidadão, criado na década de 1970, disse-me que, em sua adolescência, havia sido contagiado pelo fervor do romantismo revolucionário, tendo Che Guevara e John Lennon como seus heróis (ele me contou orgulhosamente que Havana era uma das três cidades com memoriais para John Lennon, sendo as outras Liverpool e Nova York). Segundo ele, naquela época ele imaginava que um novo mundo estava sendo construído; mas agora sabia que não mais havia perspectivas de progresso.

Um fato curioso em Havana é que as pessoas mais idosas tendem a murmurar jabón (sabão) quando você passa por elas, na esperança de que você possa ter um pouco desta rara e preciosa mercadoria para doar. Quando a primeira senhora se aproximou de mim e murmurou jabón, pensei que ela fosse louca. Só depois é que constatei que ela havia sido apenas a primeira de várias.

Por outro lado, já há sinais de uma pequena abertura intelectual. Em La Moderna Poesía, uma livraria que fica em uma construção de estilo art déco na Calle Obispo, encontrei uma tradução em espanhol de A Sociedade Aberta e Seus Inimigos, de Karl Popper. O preço em dólares, no entanto, dificilmente atrairia compradores cubanos. Talvez o livro estivesse ali apenas para enganar turistas quanto à tolerância intelectual do regime; ou talvez fosse uma armadilha para flagrar insurgentes, de modo que qualquer cubano que tentasse comprá-lo seria delatado às autoridades. Mas mesmo assim, a simples presença de uma obra tão contrária à filosofia do regime seria algo inimaginável há doze anos.

Em contraste, os jornais Granma e Rebelde não mudaram absolutamente nada: lê-los hoje é o mesmo que tê-los lido há 40 anos e será o mesmo que lê-los daqui a 10 anos, caso o regime continue de pé. A incessante repetição de que está havendo um amplo progresso social em Cuba mesmo em face das adversidades e das horrendas desintegrações sociais ocorrendo em todos os outros países do mundo (especialmente, é claro, nos EUA) é algo que certamente deve entediar até mesmo o mais ardoroso crente do regime. Logo, não foi surpresa nenhuma eu não ter visto absolutamente nenhum cubano lendo um jornal ou sequer dando confiança para os já idosos vendedores itinerantes, cada um com aproximadamente 5 cópias para vender. Quando me aproximei de um deles e demonstrei interesse em comprar um jornal, o velho aproveitou a oportunidade para abertamente me pedir dinheiro. Vender jornal era apenas um pretexto para se aproximar de alguém e mendigar. A pergunta "quanto custa o jornal?" sempre era respondida com "o valor que o senhor quiser pagar".

Quase meio século de ditadura totalitária deixou a cidade de Havana — uma das mais belas do mundo — suspensa em uma situação peculiar, indecisa entre a preservação e a destruição. Para mim, que considero a ausência de determinados aspectos esteticamente feios do comercialismo algo agradável, a cidade tem seu charme: logotipos do McDonald's (e semelhantes) teriam arruinado o cenário de Havana de forma tão intensa quanto os Castros o fizeram. E a relativa ausência de trânsito em Havana tem seu lado positivo: caso Havana tivesse se desenvolvido "normalmente", suas ruas estreitas estariam hoje entupidas de tráfego e poluição, um inferno sufocante como a cidade da Guatemala ou de San José, Costa Rica, locais onde respirar é ficar sem ar, onde o nível de poluição sonora faz seus ouvidos cintilarem e os pensamentos saírem correndo.

capitool-in-Havana.jpg

Por causa dessas características quase bucólicas, as ruas de Havana são agradáveis para uma caminhada. Não há fumaça de veículos e não há barulho de buzinas. Dos poucos carros que trafegam, a maioria são relíquias americanas da era Batista, surrados mas, na medida do possível, restaurados. Eles trepidam e sacodem ruidosamente como burros de carga que se impulsionam sob um esforço tremendo. Alguns parecem andar como caranguejos, não para a frente mas de lado. E com toda a ferrugem acumulada, estes veículos — que em outros cenários pareceriam produtos banais descartados por uma sociedade industrializada — adquiriram uma aura romântica, quase uma personalidade própria. Eles são adorados e estimados como velhos amigos insubstituíveis; e, quando você olha para eles, é impossível não pensar em como todos os objetos que hoje tomamos como corriqueiros podem um dia vir a se tornar relíquias inestimáveis. Isso ajuda você a encarar o mundo de outra forma.

Em 1958, Cuba tinha uma renda per capita maior do que a de metade dos países da Europa, a menor taxa de inflação do Ocidente e uma classe média maior do que a da Suíça, e isso é perfeitamente observável no esplendor de Havana e em como sua beleza é ampla, um testemunho de quão rica (e sofisticada) a sociedade que produziu deve ter sido. O esplendor de Havana, longe de estar confinado a apenas um pequeno bloco da cidade, se estende por quilômetros.

Não há palavras que possam fazer justiça à genialidade arquitetônica de Havana, uma genialidade que se estende desde o classicismo da Renascença do século XVI — com casas sérias e perfeitamente proporcionadas contendo quintais com colunatas refrescados e suavizados por arbustos e árvores tropicais — à exuberante art déco das décadas de 1930 e 1940. Os cubanos, ao longo de sucessivos séculos, criaram uma harmoniosa arquitetura praticamente sem par no mundo. Dificilmente se encontra em Havana uma construção que seja errônea ou que tenha um detalhe que seja supérfluo ou de mau gosto. A multicoloração ladrilhada do prédio Bacardi, por exemplo, que poderia ser considerada extravagante em outros locais, é perfeitamente adaptada — de maneira natural — à luz, ao clima e ao temperamento de Cuba. Os arquitetos cubanos certamente entendiam a necessidade de ar e sombra em um clima como o de Cuba, e eles proporcionaram suas construções e seus espaços de acordo. Eles criaram um ambiente urbano que, com suas arcadas, colunas, varandas e sacadas, era elegante, sofisticado, conveniente, jovial e prazeroso.

Atualmente, todo esse esplendor praticamente já se foi. A cidade parece hoje um grande arranjo de variações de Bach sobre o tema da decadência urbana. O estuque e o reboco deram lugar ao mofo. Os telhados elegantes já não existem mais, tendo sido substituídos por chapas de ferro corrugadas. Venezianas se esfacelaram e viraram serragem. As pinturas são um mero fenômeno do passado. Escadarias desembocam em precipícios. Não há vidros nas janelas. As portas se soltaram de suas dobradiças. As paredes nos interiores das casas desabaram. Estacas de madeira sustentam, sem nenhum grau de segurança, todos os tipos de estruturas. Fios elétricos antigos são visíveis nas paredes, como vermes em um queijo. As sacadas de ferro forjado estão severamente oxidadas. O gesso e o reboco se descascam como uma doença de pele maligna. As pedras de pavimentação das calçadas são arrancadas para outros propósitos.

Havana-32.jpg

Todos os grandes e belamente proporcionados aposentos das casas — visíveis através das janelas ou dos buracos nas paredes — foram subdivididos com madeira compensada em espaços menores, nos quais famílias inteiras hoje moram. Roupas estão penduradas em janelas de casas que antes eram palácios. À noite, todas as vias são escuras e as luzes elétricas emitem apenas um brilho fraco e mortiço. Nenhum escombro ou ruínas são considerados severos demais a ponto de impossibilitar seu uso como moradia.

Havana é como uma cidade que foi destruída por um terremoto e cuja população foi forçada a sobreviver em meio aos escombros enquanto a ajuda não chega.

Após a revolução, poucos prédios foram construídos em Havana, o que é ótimo dado que estes poucos foram construídos naquele estilo de modernismo totalitário, arruinando toda a vizinhança. Na Plaza Vieja, um grande e antigo prédio colonial foi transformado em apartamentos de luxo para serem alugados por turistas, e há um excelente restaurante, só para turistas, no térreo (a própria ideia de um excelente restaurante em Cuba era impensável há 12 anos). A burguesia é um pouco como a natureza: por mais que você tente dizimá-la com uma revolução, no final ela sempre acaba voltando.

Embora esteja havendo alguns esforços de restauração no centro da cidade — que foi declarado pela UNESCO como patrimônio da humanidade —, tais esforços em nada se comparam ao tamanho da degradação da cidade. Uma das mais magníficas das várias magníficas ruas de Havana é conhecida como Prado, uma larga avenida que leva até o mar. Algumas da belas e bem proporcionadas mansões ao longo do Prado praticamente se desmoronaram em ruínas; outras estão com suas fachadas — tudo o que restou delas — sustentadas por escoras de madeira. Havana é como Beirute, mas sem ter passado por uma guerra civil para ser destruída.

No entanto, não se pode dizer que os habitantes de Havana pareçam infelizes. Crianças animadas jogam beisebol nas ruas com bolas de trapos comprimidos e tacos de canos de metal (curiosamente, o país da América Latina com a mais robusta tradição política anti-ianque tem no beisebol o seu esporte favorito); há muita interação nas ruas, muitos sorrisos e conversas. E não é raro se deparar com alguma pequena festa com música e dança.


Quando você olha para dentro dos lares que as pessoas fizeram em meio às ruínas, é possível notar aqueles pequenos e comoventes sinais de orgulho próprio e de dignidade que também vemos nas choupanas da África: flores de plástico cuidadosamente arrumadas e outros ornamentos baratos. Uma predileção pelo cafona entre os ricos é um sinal de empobrecimento espiritual; porém, entre os pobres, representa um esforço pela beleza, uma aspiração sem chances de ser realizada. São os mais velhos que demonstram maior abatimento: seus pensamentos naturalmente se voltam para o passado, e o contraste entre a Havana de sua juventude e a Havana de sua senilidade deve ser um espetáculo difícil de ser contemplado.

Esse contentamento de alguns e essa resignação de outros em meio às ruínas não reduzem a profunda tristeza de ver a destruição de uma obra de arte gerada pelo esforço humano ao longo dos anos. Como deve ser viver em meio às ruínas de sua própria cidade, ruínas estas que não foram causadas por nenhuma guerra ou desastre natural, mas sim pela mera adesão a uma ideologia? Não é difícil algum cubano querer mostrar voluntariamente para você as ruínas decrépitas onde ele mora, algo aliás que eles fazem com um sorriso; o fato é que viver nestas condições simplesmente se tornou algo natural para eles. O colapso das paredes e das escadas lhes parece tão natural quanto o tempo.


havana-01.jpg

Nas publicações oficiais (e todas as publicações em Cuba são oficiais), os únicos personagens positivos do passado são os rebeldes e os revolucionários, representando uma contínua tradição nacionalista da qual Fidel é a apoteose. Não há nenhum deus, mas apenas a revolução. E Castro é o profeta. O período entre a independência cubana e o advento de Castro é chamado de "a pseudo-república", e a ditadura de Batista, sua brutalidade e a "pobreza extremada" da época são as únicas coisas que se deve (ou que se permite) saber sobre a vida imediatamente antes de Castro.

Mas quem criou Havana e de onde veio toda a sua magnificência se, antes de Fidel, só havia pobreza, corrupção e brutalidade? Essa é a pergunta que os cubanos atuais não podem fazer.

Os terríveis estragos feitos por Fidel serão duradouros e irão sobreviver por muito tempo após o fim do seu regime. Vários bilhões em capital serão necessários para restaurar a bela Havana. Problemas legais envolvendo direitos de propriedade e moradias serão custosos, amargos e intermináveis. E a necessidade de se saber equilibrar considerações comerciais, sociais e estéticas na reconstrução de Cuba irá requerer enorme sabedoria e bom senso.

Mas, enquanto o regime não cai, Havana serve como um pavoroso alerta ao mundo — se algum ainda fosse necessário — contra os perigos de ideologias erradas e de monomaníacos que genuinamente acreditam conhecer uma teoria capaz de corrigir o futuro e o mundo.

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1793
O ENCOSTO
Onde houver fé, levarei a dúvida!
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Comentários

  • 358 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Cuba promove "limpeza social' para receber papa Francisco

    Havana escondeu mendigos e prendeu opositores para melhorar imagem

    O governo cubano maquiou partes das cidades de Havana, Santiago de Cuba e Holguín, que recebem a visita de do papa Francisco a partir de hoje. A capital cubana, conhecida pela decadência, ruas esburacadas e prédios em estado de total abandono, teve os arredores da Nunciatura Apostólica, no bairro la Playa, magicamente transformados. Prédios foram pintados, ruas consertadas e limpas. O mesmo havia sido feito para as visitas dos pontífices anteriores que estiveram na ilha, João Paulo II, em 1998, e Bento XVI, em 2012.

    Apesar da mensagem política de abertura que Havana busca transmitir ao mundo, outra maquiagem evidencia o caráter do regime. Segundo a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), milhares de mendigos, doentes mentais desabrigados e pedintes foram recolhidos e levados a um lugar não revelado. De acordo com a organização, o objetivo é manter essas pessoas longe da vista de peregrinos, jornalistas e turistas. Foram detidos também jornalistas independentes e pelo menos 17 membros das "Damas de Branco", grupo que reúne familiares de presos políticos e protesta pacificamente participando de missas aos domingos em todo o país.

    Havana anunciou o indulto de 3 552 presos por ocasião da visita, mas não mencionou os cerca de sessenta presos políticos e outros detidos sem julgamento. Em um comunicado publicado no jornal Granma, esclareceu que entre os libertados estão "pessoas com mais de 60 anos, jovens menores de 20 sem antecedentes criminais, doentes crônicos, mulheres e estrangeiros que serão repatriados" e que nenhum deles cometeu crimes graves como homicídios ou atentou contra a segurança do Estado.
    http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/havana-esconde-mendigos-e-doentes
  • ESCANDALOSA PROPAGANDA PATROCINADA PELA CIA!
  • Não é em Dubai não: é numa banlieue de Montreal, no verão.
  • CameronCameron Membro
    edited setembro 2015 Vote Up0Vote Down
    Daqui a pouco o Claudio aparece com um relatório arrasador da ONU e acaba com a brincadeira de vocês.
    Post edited by Cameron on
    Come with me if you wanna live.
  • ClaudioClaudio Administrador, Moderador
    Cameron disse: Daqui a pouco o Claudio aparece com um relatório arrasador da ONU e acaba com a brincadeira de vocês.
    Desta vez não precisa. A fonte não é confiável, então não vou me dar a este trabalho.
  • ClaudioClaudio Administrador, Moderador
    O texto que dá início a este tópico não é nada confiável. Foi escrito por um britânico que divulga ideologias conservadoras e foi publicado num site representante dos interesses neoliberais. Portanto, é um texto ideológico que tem como objetivo mentir sobre Cuba a partir de uma ótica puramente mercadológica.

    Os problemas econômicos de Cuba são devido ao bloqueio comercial dos EUA que dura mais de cinquenta anos e já causou mais de 100 bilhões de dólares de prejuízos. É claro que também há problemas no regime. Para se manter socialista, o povo cubano teve que pagar um alto preço. Se por um lado, o sistema conseguiu garantir saúde, educação e moradia para todos, por outro, os cubanos ficaram sem acesso a bens importados. As constantes ameças ao regime, devido a localização estratégica da ilha, criaram um Estado burocratizado que acabou impedindo grande parte do desenvolvimento da criatividade empreendedora dos cubanos que alavancaria a economia.

    O atual governo de Cuba já está no poder há 55 anos. Nenhum governo se mantém durante tanto tempo sem ter o apoio da maior da parte da população. Cuba agora precisa do apoio internacional para continuar resistindo ao capitalismo e ao mesmo tempo conseguir garantir liberdade para todos os seus cidadãos. É um desafio que o povo cubano vencerá. Assim como já venceu outros maiores.

    Poderia colocar aqui textos de pessoas que viajaram a Cuba e ficaram encantadas com o país. Existem pessoas que amam Cuba e outras que ficam desapontadas. Depende do ponto de vista do visitante e do que ele procura. Se alguém for a Cuba procurando ver pobreza e ruínas, verá, mas se for procurando encontrar uma sociedade altamente desenvolvida, encontrará.
  • ClaudioClaudio Administrador, Moderador
    Deixarei aqui um link para um texto sobre uma viagem a Cuba, escrito por uma amiga minha que visitou a ilha no início deste ano e ficou muito encantada com o país.
    http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/09.100/5615
  • HuxleyHuxley Membro
    edited setembro 2015 Vote Up0Vote Down
    Contra fatos, não há argumentos:

    hong-kong-cuba.jpg
    Post edited by Huxley on
  • HuxleyHuxley Membro
    edited setembro 2015 Vote Up0Vote Down
    O embargo é a desculpa esfarrapada da esquerda para a miséria socialista em Cuba

    Cuba é uma ilha miserável, e um dos países mais desiguais do mundo, pois a casta no poder vive como os nababos, enquanto o povo sofre com falta de tudo, inclusive remédios básicos e o item mais precioso que existe: a liberdade. Tudo isso é fruto do socialismo, de um regime opressor coletivista que sempre impediu o livre comércio, a propriedade privada, o lucro pessoal.

    Mas a esquerda precisava de uma desculpa, de um bode expiatório. E o embargo americano imposto após empresas serem encampadas pela ditadura e mísseis soviéticos serem apontados para as principais cidades dos Estados Unidos caiu como uma luva: era ele o responsável pela pobreza generalizada no pequeno pais caribenho.

    A incrível contradição da esquerda nunca foi motivo de embaraço para seus membros, apesar de ser deliciosa para os liberais. A esquerda, que condena o livre comércio, a globalização e ainda chama as trocas comerciais com os ianques de “exploração” estava clamando justamente por mais comércio com os americanos e pela globalização como solução para a miséria cubana.

    Notem que Cuba já pratica comércio com vários outros países, como os latino-americanos, o Canadá, a Espanha, etc. Os hotéis nas belas praias voltadas apenas para turistas, pois os locais sequer podem frequentar, são administrados por empresas espanholas. O Brasil tem investimentos lá. A Venezuela doa bilhões em petróleo. Mas a esquerda dizia que toda a miséria era pela falta do consumismo burguês dos estadunidenses, impedidos de praticar negócios com a ilha. Não é hilário?

    Nesse contexto, o fim do embargo, que depende agora do Congresso americano após ser proposto pelo esquerdista Obama, pode até fortalecer a ditadura no curto prazo, injetando escassas divisas tão em falta por lá; mas no médio e longo prazos significaria o fim do pretexto mais ridículo usado pelos defensores de Fidel Castro para justificar a completa falência do socialismo.

    Duda Teixeira, na Veja desta semana, escreveu um ótimo resumo da situação toda, e mostra como a situação em Cuba está desesperadora, para o povo (como sempre foi), mas também para os líderes, afoitos por dólares:

    Duda-Teixeira.png

    Portanto, vejo a possibilidade de fim do embargo com bons olhos, mesmo vindo de Obama e mesmo sabendo que pode, no primeiro momento, beneficiar o regime comunista. As mudanças verdadeiras só virão quando Raúl e Fidel morrerem, provavelmente. Mas sem o embargo, a esquerda jurássica latino-americana fica sem sua desculpa para explicar o retumbante fracasso de seu modelo. Como, aliás, já é o caso na Venezuela, que vende bilhões para os “malditos” consumistas americanos todo ano…

    Rodrigo Constantino

    Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/socialismo/o-embargo-e-a-desculpa-esfarrapada-da-esquerda-para-a-miseria-socialista-em-cuba/

    Post edited by Huxley on
  • ClaudioClaudio Administrador, Moderador
    Saiu na revista Veja, então é mentira.
  • Kkkkk Claudio sempre bem humorado
    O ENCOSTO
    Onde houver fé, levarei a dúvida!
  • Deixarei aqui um link para um texto sobre uma viagem a Cuba, escrito por uma amiga minha que visitou a ilha no início deste ano e ficou muito encantada com o país.
    http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquiteturismo/09.100/5615

    Muito bonito o mar. Nossa... Assim até moçambique é lindo.
    O ENCOSTO
    Onde houver fé, levarei a dúvida!
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited setembro 2015 Vote Up0Vote Down
    Claudio disse: o sistema conseguiu garantir saúde, educação e moradia

    No aguardo de fotos de hospitais populares cubanos que não pareçam açougues e moradias populares cubanas que não pareçam cortiços.
    Escolas podem até ser boas, desde que os professores não exijam luxos ostensivos como ração extra de giz ou pia para lavar as mãos depois da aula.
    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited setembro 2015 Vote Up0Vote Down
    Defender Cuba é o triste fim da Esquerda Latino Americana depois que a União Soviética virou farelo de vodca.
    Por pior que fosse a vida na Mãe Rússia Comunista, e era ruim prá cacete, pelo menos por um tempo eles meteram medo no mundo, botaram aquele cara em órbita e treinaram umas meninas gracinhas na ginástica.
    Hoje, tudo que os socialistas tem prá exibir são os números cubanos, que sabe-se-lá por que milagre matemático fazem o país parecer muito mais pimposo do que se vê nas fotografias, filmagens e depoimentos.
    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • CameronCameron Membro
    edited setembro 2015 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: No aguardo de fotos de hospitais populares cubanos que não pareçam açougues e moradias populares cubanas que não pareçam cortiços.
    Xiiiiiiiii, espero que a cadeira seja confortável pois isso vai demorar...

    Post edited by Cameron on
    Come with me if you wanna live.
  • ENCOSTOENCOSTO Membro
    edited setembro 2015 Vote Up0Vote Down
    Claudio disse: Os problemas econômicos de Cuba são devido ao bloqueio comercial dos EUA

    Segundo os esquerdistas:

    Antes de 1959, o problema de Cuba era a presença de relações econômicas com os Estados Unidos. Depois o problema se tornou a ausência de relações econômicas com os Estados Unidos.

    http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1792

    Segue:

    O embargo americano é obsceno, mas não é a raiz da pobreza cubana. De fato, como indica Coutinho, os cubanos podem comprar produtos americanos pelo México. Podem comprar carros do Japão, eletrodomésticos da Alemanha, brinquedos da China ou até cosméticos do Brasil.

    Por que não compram? Porque não têm com o que comprar. Não é um problema contábil ou monetário — o governo cubano emite moeda sem lastro nem vergonha. O que falta é oferta. Cuba oferece poucas coisas de valor para o resto do mundo. Cuba é pobre porque o trabalho dos cubanos não é produtivo.

    Post edited by ENCOSTO on
    O ENCOSTO
    Onde houver fé, levarei a dúvida!
  • ENCOSTOENCOSTO Membro
    edited setembro 2015 Vote Up0Vote Down
    Claudio disse: O texto que dá início a este tópico não é nada confiável. Foi escrito por um britânico que divulga ideologias conservadoras e foi publicado num site representante dos interesses neoliberais. Portanto, é um texto ideológico que tem como objetivo mentir sobre Cuba a partir de uma ótica puramente mercadológica.


    O texto que abre o tópico é muito bom e com argumentação racional e você não tem condições de refuta-lo.

    Só isso.

    Tempo para isso você teria pois já escreveu uns 10 parágrafos sobre oq você imagina ser Cuba.
    Post edited by ENCOSTO on
    O ENCOSTO
    Onde houver fé, levarei a dúvida!
  • Acauan disse: Defender Cuba é o triste fim da Esquerda Latino Americana depois que a União Soviética virou farelo de vodca.
    Por pior que fosse a vida na Mãe Rússia Comunista, e era ruim prá cacete, pelo menos por um tempo eles meteram medo no mundo, botaram aquele cara em órbita e treinaram umas meninas gracinhas na ginástica.
    Hoje, tudo que os socialistas tem prá exibir são os números cubanos, que sabe-se-lá por que milagre matemático fazem o país parecer muito mais pimposo do que se vê nas fotografias, filmagens e depoimentos.

    Poxa. Você é colaborador do Mises Brasil?


    Campanhas internacionais contra a pobreza global se esquecem dos cubanos. Parece que o uniforme dos irmãos Castro tem o poder de camuflar a pobreza em meio a discursos de conquista social. Dizem que Cuba tem medicina e educação de ponta. Ainda que fosse verdade, isso seria bom apenas para o pesquisador de ponta. E triste para o resto da população que vive longe da ponta, sem acesso a informação aberta ou aos medicamentos mais básicos, como analgésicos e antitérmicos. É como na saudosa União Soviética. A engenharia era de ponta. Colocava gente no espaço e tanques na avenida. Só não era capaz de colocar carro nas garagens nem máquina de lavar nas casas.

    http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1792
    O ENCOSTO
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  • HuxleyHuxley Membro
    edited setembro 2015 Vote Up0Vote Down
    A densidade de celulares em Cuba é mais de oito vezes menor que a da Nigéria, que é o 36º país menos desenvolvido dos 187 que estão rankeados no IDH:

    http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_number_of_mobile_phones_in_use

    Ah, acho que o dinheiro para fez com que "o sistema conseguiu garantir saúde, educação e moradia" foi tanto que até desabastecimento de celulares eles têm.

    Cuba é tão bom que 2,2 milhões de pessoas tiveram de fugir de lá ("O Livro Negro do Comunismo" de seis historiadores europeus), equivalentes a 20% da população da ilha.
    Post edited by Huxley on
  • Acauan disse: e moradias populares cubanas que não pareçam cortiços.
    Ele vai citar um bairro que foi ou está sendo construído para habitarem militares e outros fiéis serviçais do Partido.
    Os prédios são equivalentes aos antigos BNH brasileiros, mas a zona é urbanizada em padrões simples porém modernos.

    Ressalto que nunca estive em Cuba: vi pela INTERNET...
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited setembro 2015 Vote Up0Vote Down
    Claudio disse: Se por um lado, o sistema conseguiu garantir saúde, educação e moradia para todos, por outro, os cubanos ficaram sem acesso a bens importados.
    Os ditadores têm acesso a todos os importados que desejam e nada falta aos turistas nos hotéis de luxo, longe da miséria.

    Há poucos anos, a ditadura resolver liberar a venda de eletrônicos e outros importados para o cidadão comum. Logo, logo as lojas se encheram de produtos. Poucos compraram, é claro, por falta de dinheiro, mas fica claro que o tal do embargo americano não afeta em nada.

    Se assim fosse, não haveria tantas firmas estrangeiras, inclusive brasileiras, fazendo obras em Cuba.

    Post edited by Fernando_Silva on
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Acauan disse: Escolas podem até ser boas, desde que os professores não exijam luxos ostensivos como ração extra de giz ou pia para lavar as mãos depois da aula.
    Melhor ainda se não perderem preciosas horas de aula enfiando besteiras sobre Che Guevara e a 'gloriosa revolução' na cabeça das crianças inocentes.
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    ENCOSTO disse: Poxa. Você é colaborador do Mises Brasil?

    Vou enviar prá eles a citação do farelo de vodca. Aposto que vão gostar...
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited setembro 2015 Vote Up0Vote Down
    Alguém já viu em alguma drogaria um medicamento desenvolvido em Cuba ou algum médico já lhe receitou um princípio ativo descoberto lá?
    Alguém já foi curado de câncer com aquela bruxaria de barbatana de tubarão?
    O Michael Jackson voltou à cor original ou quantos outros portadores de vitiligo foram curados ao se tratar em Havana?
    Quem é o Prêmio Nobel de Medicina cubano? Pelo que falam deve ter uma dúzia de laureados na ilha.
    Alguma notícia sobre a vacina contra câncer [sic] desenvolvida em Cuba em publicações médicas respeitadas?
    Algum fodão que teve câncer avançado e foi se tratar em Cuba, fora o finado Hugo Chavez?
    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • Acauan disse: Alguém já viu em alguma drogaria um medicamento desenvolvido em Cuba ou algum médico já lhe receitou um princípio ativo descoberto lá?
    Alguém já foi curado de câncer com aquela bruxaria de barbatana de tubarão?
    O Michael Jackson voltou à cor original ou quantos outros portadores de vitiligos foram curados por se tratar em Havana?
    Quem é o Prêmio Nobel de Medicina cubano? Pelo que falam deve ter uma dúzia de laureados na ilha.
    Alguma notícia sobre a vacina contra câncer [sic] desenvolvida em Cuba em publicações médicas respeitadas?
    Algum fodão que teve câncer avançado e foi se tratar em Cuba, fora o finado Hugo Chavez?[color]
    Detalhes, detalhes e detalhes.

    Como vocês gostam de aborrecer com detalhes.

    Come with me if you wanna live.
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