FONTE
http://www.publico.pt/mundo/noticia/milhares-em-paris-contra-legalizacao-do-casamento-gay-1580560
Milhares em Paris contra legalização do casamento gay
Ana Fonseca Pereira
13/01/2013 - 18:01
Organizadores reclamam 800 mil pessoas num protesto para exigir ao Presidente François Hollande que recue na lei.
Organizações próximas da Igreja Católica e Jean-François Copé, líder da oposição de direita, ajudaram na mobilização Benoit Tessier/Reuters
Dezenas de milhares de pessoas marcharam este domingo à tarde por Paris contra o projecto do Presidente francês para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e permitir-lhes a adopção de crianças.
Com o apoio explícito da Igreja Católica e da direita, a “manifestação para todos” — slogan que responde à promessa de “casamento para todos” feita por François Hollande —, quis mostrar ao Eliseu a oposição que há na sociedade ao diploma. O Governo reagiu, reafirmando que a lei será alterada.
Ao final da tarde, quando os três cortejos que partiram de diferentes pontos da capital desaguaram no Campo de Marte, os organizadores anunciavam a participação de 800 mil pessoas. A polícia apontava para 340 mil, ainda assim três vezes mais do que no primeiro protesto, em Novembro, contra a anunciada alteração ao Código Civil.
A capacidade de mobilização foi a grande aposta dos organizadores que não escondiam a pretensão de equiparar o protesto ao que em 1984 juntou nas ruas de Paris mais de um milhão de pessoas em defesa do ensino privado, forçando o então Presidente François Mitterrand a desistir de um projecto para unificar o ensino.
“François Hollande tem de escutar a rua, senão temos um grave problema de democracia”, disse ao Le Monde Thibaud Louvel, um estudante de 18 anos que saiu à rua em defesa da “instituição do casamento”, mas também para contestar os planos – já adiados pelo Governo – de alargar a procriação medicamente assistida aos casais homossexuais.
Na tribuna montado aos pés da Torre Eiffel, Frigide Barjot, nome de palco da humorista católica que se tornou o rosto da contestação, reclamava o sucesso da iniciativa, dizendo que os milhares que saíram à rua provaram que “não é apenas a direita reaccionária e os católicos contra os outros”. O movimento que lidera fez questão de afirmar o protesto como apartidário, interconfessional e anti-homofóbico: as siglas políticas e os símbolos religiosos foram desaconselhados e homossexuais que se opõem à legalização do casamento gay foram chamados a intervir.
Mas por trás da máquina que levou milhares a Paris (foram fretados cinco comboios e 900 autocarros) estiveram organizações próximas da Igreja Católica e Jean-François Copé, o líder da oposição de direita, encabeçou uma das marchas. O arcebispo de Paris, André Vingt-Trois, foi ter com os manifestantes para os “encorajar”. E na cauda da maior manifestação seguiu um cortejo mais pequeno onde desfilaram católicos integristas e nacionalistas.
O Governo apressou-se a desvalorizar o primeira grande protesto contra Hollande e o primeiro-secretário dos socialistas, Harlem Désir, disse que o partido “irá até ao fim com a grande reforma de progresso que os franceses desejam”. As últimas sondagens mostram que 56% dos franceses apoiam a legalização do casamento gay, menos 10 pontos percentuais desde que a direita começou a mobilizar-se.
Comentários
Parece um número muito grande mas comparem com as passeatas gays e verão que esse número é bem tímido.
Nunca entendi o porquê da direita ter essa ideia de limitar os direitos de homossexuais, para mim a direita sempre foi mais a ver com questões econômicas e sociais.
O Governo está certo, isso não é da conta de vocês e não tem o direito de interferir.
Isso não é democracia é Ditadura da Maioria. É tentar submeter a "minoria" por estar em menor número. A instituição do casamento é algo subjetivo que cada um vê a sua maneira.
Ainda que fossem 99% contra o casamento, isso é assunto particular dos homossexuais e que não diz respeito aos manifestantes.
Assistindo a reportagem ontem pela Record News, as autoridades disseram que teve aproximadamente 350 mil manifestantes.
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No parágrafo seguinte você cita as Paradas Gays. Considera que são tentativa de submeter outras pessoas ao que os gays consideram certo ou acha que estão expressando livremente suas posições em uma sociedade democrática?
Poderia dizer que a causa de um é do bem e a do outro do mal, mas isto nada mais é que partidarismo.
Não é não. Os organizadores das Paradas Gays mentem escandalosamente quando incham o número de participantes para milhões.
O Datafolha avaliou metodicamente o número de participantes na última parada em São Paulo em 270 mil, contra quatro milhões reivindicados pelos organizadores:
Parada Gay reune 270 mil pessoas, afirma Datafolha.
E só lembrando, em um país como a França que tem um terço da população brasileira, 800 mil pessoas (se é que este número também não é engordado) é muita gente mesmo!
Em primeiro lugar a Direita, no uso vulgar do termo, é um Bicho Papão conveniente para invocar demônios ideológicos imaginários que visam fazer o outro lado parecer um bando de puros de coração quando comparados.
A Direita Liberal é a favor do casamento gay e segmentos da Esquerda - como a Esquerda Católica ligada à Teologia da Libertação - podem ser contra.
Esta bobagem de transformar toda questão política em Direita isto Esquerda aquilo serve apenas para atiçar as militâncias, que são autômatas demais para ponderar além do branco e preto.
E em uma democracia, qualquer vertente de opinião tem o direito de se manifestar. Os "a favor" podem rotular a oposição pacífica ao casamento gay como "discurso de ódio", mas isto é apenas uma tática safada para calar quem pensa diferente.
Se fosse uma coisa subjetiva que cada um vê à sua maneira não seria instituição, por definição.
Ainda mais a instituição do casamento, que é Universal e Primitiva em todas as civilizações e culturas humanas de todos os tempos.
Voltando a este ponto, os homossexuais já têm o direito de viver e coabitar com quem quiser, ter relações conjugais estáveis ou instáveis com quem bem entender, partilhar seus bens por contratos civis como bem queiram e no geral ninguém liga a mínima para isto.
A sacanagem é a tentativa de confundir direitos iguais mediante uma instituição civil com mudar as instituições civis para atender a interesses particulares.
Não que mudar instituições seja por si só errado ou inadmissível, mas um debate honesto precisa estabelecer esta diferença.
A instituição do casamento está disponível a qualquer homem ou mulher dentro de regras iguais para todos. Homossexuais não são proibidos de casar, apenas não querem casar dentro das regras estabelecidas e querem mudar a regras.
Posto este fato, muita gente há de concordar que o modelo de casamento estabelecido não atende sequer as necessidades dos casais normais, que cada vez mais frequentemente recorrem aos pactos pré-nupciais e ao divórcio (É, casais normais sim. Um casal é um par de diferentes complementares. Um par de iguais é outra coisa).
Por quais cargas d'água seria problema simplesmente estabelecer ou facilitar contratos civis que definam as questões pendentes nos relacionamentos homossexuais como direito de herança, partilha de bens adquiridos em comum e dependência econômica?
As militâncias não querem igualdade de direitos, pois meios contratuais estabeleceriam tal igualdade civil nos últimos pontos em que há empecilhos burocráticos.
O que as militâncias querem é impor à sociedade a sua visão ideológica da questão, valendo-se para isto do estratagema usual de apresentar o urubu da visão ideológica deles como a pomba da paz dos direitos civis. E claro que quem for contra a pomba da paz...
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
Click aqui :
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Vai depender do motivo da parada e/ou manifestação. Colocá-las todas as manifestações no mesmo saco é no mínimo desonesto.
Esta por sua vez também foi inchada. A polícia calcula cerca de 340 mil pessoas
Estou levando em consideração o artigo apresentado, lá só se refere a direita, não faz distinção entre direita progressista e direita conservadora, por exemplo.
Claro que podem falar o que quiserem, qualquer um é livre de achar que os gays não tem direito de casarem e eu tenho o direito de achar e dizer que eles não deveriam tentar limitar direitos de outrem por se tratar de assunto pessoal dos homossexuais.
Qual delas? Aquelas em que um homem casa-se com várias mulheres? Ou mesmo em que várias pessoas casam-se com outras? Ou você se refere somente àquela que envolve somente um homem e uma mulher? Qual delas é universal?
A verdade é que alguém "definiu" que só pode ter um homem e uma mulher e acredite quem quiser.
Porque o casamento muda o estado civil das pessoas. E esses contratos não permitem essa mudança nem os direitos adquiridos com a mudança do estado civil.É por isso.
Toda manifestação política terá os a favor e os contra. Salvo extremismos violentos, a pior coisa é querer reprimir ou condenar a priori esta ou aquela manifestação pacífica e ordeira só porque tão defendendo as idéias do lado de lá.
Pois é. Este é um ponto em que tendem a ser farinha do mesmo saco.
Os homossexuais terem seus relacionamentos consensuais com maiores de idade como bem quiserem é um assunto pessoal.
Instituições sociais são um assunto público.
Este "alguém" que definiu o casamento entre homem e mulher é justamente o ponto universal e atemporal da instituição.
UAI... Se os contratos resolvem todas as questões práticas referentes ao estado civil, o que restaria seria o referendo social da união homossexual.
Só que, como você mesmo disse, uniões homossexuais são assunto pessoal. Ninguém tem que referendar ou deixar de referendar nada e, sinceramente, duvido que a grande maioria dos homosseuxais faça questão. Aposto que só querem viver sua vida sem serem incomodados e ter as facilidades burocráticas dos demais cidadãos.
Ah, antes que cite, o casamento normal (sim, normal) só recebe referendo social porque é o núcleo procriativo da espécie. Se fossem apenas relações sentimentais e associativas cada qual que cuidasse da sua vida.
E, de novo, antes que cite casais normais que não querem ou podem ter filhos, instituições se definem pela regra, não pela exceção.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
― Winston Churchill
Até onde é apenas afetiva, não se difere em nada da relação que entre homem e mulher chamamos de namoro.
Note que este tipo de relação não é objeto de interesse institucional, simplesmente porque suas intenções declaradas se limitam ao domínio privado.
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― Winston Churchill
Seria tão mais simples se as pessoas deixassem de cuidar da vida dos outros e deixassem os gays queimarem a rosquinha do jeito que eles querem. Se eles querem casar e ter filhos, qual o problema? Eles que sejam felizes com a vida que escolheram.
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Concordo. Temos coisas mais importantes a debater do que casamento gay, como a transcendencia cientifica, a distribuição de renda, a miséria e a fome, etc.
Isso é mais uma ideia religiosa querendo nos impor.
"A razão dos cães terem tantos amigos, é que movem suas caudas mais que suas línguas." (autor desconhecido)
"Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta." (Albert Einstein)
"O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade." (Albert Einstein)
É por essa e outras que dizemos: Religiao é Veneno.
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Pode crer!!!
"A razão dos cães terem tantos amigos, é que movem suas caudas mais que suas línguas." (autor desconhecido)
"Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta." (Albert Einstein)
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Poderiam ser classificados como parceiros de união estável, o que aliás já são.
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Ter filhos?????
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Adotados.
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Ou você não entendeu ou finge não ter entendido. Casamentos diferentes existem em tempos diferentes. Casamentos com várias mulheres eram comuns nos países muçulmanos mas agora está caindo em desuso. Casamentos grupais existem em alguns lugares na África.
Como você vê o casamento é algo que muda dependendo do tempo e lugar, tornando-o nem universal e nem atemporal.
E, ainda que fosse. Por que deveríamos mantê-lo imutável? Por que não poderíamos mudá-lo? O que mudaria para você que é contra a mudança?
É o que eu prego. O fato de mudarem a instituição do casamento que é tão criticada por Acauã não muda em nada a vida dele e nem de outras pessoas que são contra, parece mais um capricho do que outra coisa qualquer.
Que tal mantê-los? A Igreja Católica criticou a decisão de um juiz que manteve a guarda de uma mãe que é lésbica.
O Vaticano e seus integrantes que vão pra puta que o pariu (com todas as letras). Se eles querem ter preconceito, o problema é deles, mas a partir do momento que eles querem interferir na vida das pessoas por causa de caprichos homofibicos, então quero que vá a merda. Se eu fosse essas mulheres mandaria uma nota no jornal perguntanto: "Por acaso é o papa e seus asseclas que pagarao minhas contas? O material escolar de meu filho? A sua alimentação? A sua educação? Não? Então não tem que meter o bico, pois somente quem se envolve diretamente na educação e criação da criança podem falar alguma coisa!".
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E filhos são importantes porque garantem a continuidade da família, de certa forma eternizam os pais e ainda herdam suas propriedades, sua autoridade, seu prestígio etc.
Tão importantes que é necessário deixar bem claro quem são os pais através de leis, rituais, mandamentos religiosos etc.
Nem uma coisa e nem outra.
Obviamente toda instituição varia com a cultura, mas o que o define como instituição é justamente um núcleo central de características se preservar por milênios em todas as civilizações conhecidas. E o que define universalmente o casamento é a união conjugal, familiar e social entre homem e mulher. Estranho ter que explicar o óbvio.
Como você mesmo observou, a instituição não é imutável, mas há diferença entre mudança da instituição e sua descaracterização.
E desde quando a medida do que é certo ou errado, devido ou indevido, util ou prejudicial é definida pelo que mudaria para mim?
É como dizer que quem não era judeu na Alemanha Nazista não tinha porque ser contra as leis raciais pois para eles nada mudaria.
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Será que passa pela cabeça de quem tem estes pensamentos simplistas que mudanças institucionais podem ter impacto de longo prazo na sociedade, que não afetam diretamente a geração que as promulgou, mas pode afetar as gerações futuras?
Por que combater o aquecimento global ou mudança climática ou seja lá o que for se tudo indica que os efeitos mais nocivos destas mudanças só se darão após minha morte, então?
É o tipo de pensamento binário que não consegue escapar à prisão ideológica do quem pensa diferente de mim só pode ter motivos mesquinhos ou odiosos...
Nós, Indios.
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Interessante que você só respondeu a minha primeira pergunta no post anterior. Por quê não deveríamos permitir a mudança? Mas respondeu agora. Porque as coisas podem mudar. Mas não diz se é para pior, melhor ou apenas diferente.
Como você mesmo parece ter aceito no post anterior, o casamento não é imutável, ele atende as necessidades, e, por que não, os interesses das pessoas em tempo e locais diferentes. Sendo assim... ele seria mudado para atender novos interesses.
Observa-se que você usa como exemplo o aquecimento global, algo notadamente nocivo às pessoas, mas não esclarece o porquê do casamento homossexual ser também nocivo.
A verdade é que até agora você não apresentou uma razão realmente forte para justificar a sua oposição perante essa mudança, dando margem a interpretações equivocadas.
Não considero que tenha algum motivo odioso ou, menos ainda, mesquinho.
― Winston Churchill