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Comentários
Só para corrigir Conceitos aleatórios meio controversos...rsrs
Segue material agora sobre o ARDI...
http://3.bp.blogspot.com/-zJvj0au1V_A/UgRGD_zx_QI/AAAAAAAACX0/vOAoPbq_7Q4/s1600/20130808_100938.jpg
abraços fraternos a todos
da Silvana
Plano maligno do Mágico de Oz é esse.
Até os planos do Plâncton pra roubar a fórmula do Hambúrguer de Siri são mais inteligentes.
― Winston Churchill
MARCOS ARIEL MD
Declaração de conflito de interesses: nenhum.
I-INTRODUÇÃO
Esse é o primeiro de três ensaios sobre a ciência como produto humano, nem melhor ou pior
que a teologia, mas eivado de preconceitos e inserido no meio social, apoiando e justificando, como
muitas vezes a teologia fez, o poder dominante
II-A TEORIA DA EVOLUÇÃO COMO PRODUTO IDEOLÓGICO
Este tópico é baseado num escrito de Stephen Jay Gould, agnóstico, o Polegar do Panda,
Martins Fontes, p. 54-57.
“De acordo com a visão tradicional, Darwin descobriu esses tentilhões, inferiu corretamente
sua história e escreveu no livro de apontamentos as famosas linhas: “ Se existe algum fundamento
nessas observações, a zoologia dos arquipélagos merecerá exame atento; porque tais fatos
enfraqueceriam a estabilidade das espécies”. (...) Dawin certamente encontrou os tentilhões. Mas
não os reconheceu como variante de um tronco comum. De fato, ele nem sequer registrou em que
ilha muitos deles foram descobertos - algumas de sua etiquetas dizem apenas " Ilhas Galápagos".
Tanto pior para o seu reconhecimento imediato do papel do isolamento na formação de novas
espécies. E so reconstituiu a história evolutiva após seu regresso a Londres, quando um
ornitologista do Museu Britânico identificou corretamente todos os pássaros como tentilhões.”
Apos comentar sobre a viagem de Darwin a Austrália, o autor continua:
“Apesar disso, Darwin voltou para Londres sem uma teoria evolutiva. Suspeitava da
evolucão mas nao tinha qualquer mecanismo para explicá-la.”
Stephen Jay Gould, apos expor idéias inexatas sobre como originou-se a teoria da evolucão,
tece o seguinte comentário:
“Ao ler o relato pormenorizado de Schweber dos momentos que precederam a formulacão
da teoria da selecão natural por Darwin, fui particularmente tocado pela ausência de influências
decisivas a partir de seu próprio campo, a BIOLOGIA. (...)” GRIFO MEU
O autor do livro continua:
“De fato, acredito que a teoria da selecão natural deveria ser vista como uma analogia
ampliada - se consciente ou inconsciente de parte de Darwin, não sei - a economia do laissez-faire,
de Adam Smith. (...)”
“A teoria da seleção natural constitui uma transferência criativa, para a biologia, do
argumento básico de Adam Smith a favor de uma economia racional: o equilíbrio e a ordem da
natureza não surgem de um controle externo mais elevado (divino) ou da existência de leis
operando diretamente sobre o todo, mas sim a partir da luta entre individuos pelos seus proprios
benefícios (...)”
O autor, após fazer observacões de Marx sobre Darwin e a comparação com a sociedade
inglesa, coloca uma assertiva:
“Darwin pode ter ido buscar na economia a idéia de selecão natural, mas isto não a impede
de estar certa.”
II-TEORIA DA EVOLUÇÃO E O PRECONCEITO CULTURAL DA CIÊNCIA
Este tópico continua o assunto mas mereceu um aparte. Stephen Jay Gould, evolucionista de
carteirinha, expressa no Polegar do Panda, p. 202:
“Como acentuam varios outros ensaios, defendendo a posição de que a ciência não é uma
máquina objetiva e dirigida para verdade, mas uma atividade quintessencialmente humana, afetada
por paixões, esperança e preconceitos culturais. TRADIÇÕES CULTURAIS DE PENSAMENTO
influenciam fortemente as teorias científicas, dirigindo com frequência as linhas de
ESPECULAÇÃO, em especial (como neste caso) quando virtualmente não existem informações
para constranger a imaginação ou preconceito. No meu próprio trabalho (ver os ensaios 17 e 8)
fiquei muito impressionado pela poderosa e infeliz influência que o gradualismo exerceu sobre a
paleontologia por meio do velho mote natura non facit saltum (a natureza não dá saltos). O
gradualismo, a idéia de que toda a mudança deve ser suave, lenta e continua, NUNCA FOI LIDO A
PARTIR DAS ROCHAS. Constituiu um preconceito cultural comum, em parte uma resposta do
liberalismo do sec. XIX a um mundo em revolucão. Mas continua a colorir nossa
SUPOSTAMENTE OBJETIVA interpretacão da história da vida.”
III- TEORIA DA EVOLUÇÃO E O RACISMO NO SÉCULO XIX
Este tópico é baseado no livro de Eric Hobsbawn, filósofo ou historiador ateu, A Era do
Capital, Paz e Terra, 10 ed, 2004, e refere-se à aceitação do escopo racista da Teoria da Evolução
proposta por Charles Darwin.
“Na “luta pela sobrevivência” que forneceu a metáfora básica do pensamento econômico,
político, social e biológico do mundo burguês, somente os “mais capazes” sobreviveriam, sendo sua
"capacitaçâo" comprovada nao apenas por sua sobrevivência mas também por sua dominação. A
maior parte da população mundial tornou-se vítima daqueles cuja superioridade econômica,
tecnológica e consequentmente militar era inconteste e parecia indestrutível: as economias e
Estados da Europa central e setentrional e os paises estabelecidos alhures por seus imigrantes ,
especialmente os Estados Unidos.” p. 171
Apos falar sobre os milionários (robber barons) como Philip Armour, Andrew Carnegie, Jay
Gould e a sua motivacao por dinheiro, fez um comentário sobre a teologia nacional da época:
"Não era por acaso que o "darwinismo social", o dogma de que aqueles que subiam ao topo
de tudo eram os melhores porque mais capazes de sobreviver na selva humana, se transformou na
TEOLOGIA nacional no final do seculo XIX nos Estados Unidos."p. 209- GRIFO MEU
Falando sobre a ocidentalização do Japão no final do seculo XIX:
"Para alguns parecia implicar o abandono de tudo que fosse japonês, já que todo o passado
era atrasado e bárbaro: a simplificação e talvez mesmo o abandono da lingua japonesa, a renovação
da origem genética inferior japonesa pela miscigenação com a origem à sugestão, baseada na recém
digerida teoria do racismo social-darwinista, que aliás tinha apoio nas altas esferas do pais".p.217-
218. (Isso simplesmente é um dos comentários mais horríveis que já li sobre limpeza étnica....)
Agora, comentando sobre a burguesia na Alemanha, e comparações sobre as virtudes da
moderação e abstenção da ética puritana:
"Talvez o sentido da luta pela existência - uma selecão natural na qual a vitória ou mesmo
sobrevivência provavam tanto a capacitacâo quanto as qualidades essencialmente morais que
sozinhas poderiam proporcionar esta capacitação - reflita a adaptação da antiga ética burguesa a
uma nova situaçâo. O darwinismo, social ou de outro tipo, nao era apenas uma ciência, mas também
uma IDEOLOGIA, MESMO ANTES DE SER FORMULADA. Ser burguês nao era apenas ser
superior, mas implicava tambem ter demonstrado as qualidades morais equivalentes as antigas
qualidades puritanas.” p. 341- GRIFO MEU
IV- TEORIA DA EVOLUÇÃO E OS CIENTISTAS
Darwin e os Grandes Enigmas da Vida, de Stephen Jay Gould, Martins Fontes vem socorrer
os darwinistas:
"Fica claro que, neste caso {racismo}, não foi a ciência que influenciou as atitudes racistas.
Muito pelo contrário, foi uma crença a priori na inferioridade negra que determinou a seleção
preconceituosa de "provas". De um rico corpo de dados que poderia apoiar praticamente qualquer
asserção racial, os cientistas selecionaram fatos que corroboravam suas conclusões prediletas, se
gundo as teorias em voga no momento". p. 213
Como fica exposto na figura abaixo, não fica nada claro...
Fim da primeira parte[img]
― Winston Churchill