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Caro ateu-sério, como você acha que os crentes percebem o Criador?

Parece que quando os crentes falam, dão a entender de um Deus como um papai noel de barbas brancas. Coloque aqui como você percebe o conceito dos Deus dos crentes...

Se começar com palhaçada, não dá, pois esse é um conceito fundamental para continuarmos o debate.

Paz.
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Comentários

  • 149 Comentários sorted by Votes Date Added
  • Parece que quando os crentes falam, dão a entender de um Deus como um papai noel de barbas brancas. Coloque aqui como você percebe o conceito de Deus dos crentes...
    Sem generalizações acho que esse vídeo mostra o conceito de Deus de uma parcela expressiva dos crentes:



    Come with me if you wanna live.
  • http://www.minhavida.com.br/saude/temas/esquizofrenia

    O que é Esquizofrenia?


    A esquizofrenia é um transtorno mental complexo que dificulta:
    •Fazer a distinção entre as experiências reais e imaginárias
    •Pensar de forma lógica
    •Ter respostas emocionais normais
    O ENCOSTO
    Onde houver fé, levarei a dúvida!
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Cameron disse: Sem generalizações acho que esse vídeo mostra o conceito de Deus de uma parcela expressiva dos crentes:

    Este vídeo é um exemplo do que comentei em outra discussão sobre a pobreza do debate religião x ateísmo que circula pela Internet.

    O narrador fala em um tom cheio de certezas, mas o texto contém três erros lógicos que deveriam ter sido detectados pelos filtros intelectuais que os autores declaram implicitamente possuir:

    01) Ateus não são as pessoas mais odiadas: Esta é um conclusão tirada de pesquisas direcionadas e postagens de Facebook, como as mostradas no vídeo. E , por Monã, sugerir acuracidade científica ao que se escreve no Facebook é o fim da picada.

    Todo argumento baseado no "Estudos mostram que..." aplicado a questões sócio-culturais devem ser confrontados com nossa própria experiência. Se vejo "estudos provando que... o Brasil é o país mais homofóbico do mundo" e toda minha experiência pessoal mostra que por aqui a viadagem grassa livre, leve e solta por tudo quanto é parte, é fácil concluir que escolha fazer entre a pesquisa do Grupo Gay da Bahia e a realidade da qual sou testemunha ocular.

    Com os ateus a mesma coisa. Fora uma ou outra situação absurda, como um relato pessoal de um antigo membro do Fórum que foi agressivamente discriminado pela família da namorada por ser ateu, a realidade verificada é que ninguém tá nem aí se eu ou você acreditamos em Deus ou não, mesmo que ao falar do assunto expressem o contrário. Notem que não damos o mínimo crédito quando crentes propagam suas virtudes, acreditamos que é balela autoenaltecedora. Discursos anti-ateístas fazem parte desta balela e no geral não resultam em nenhuma ação sensível contra indivíduos ateus.

    02) No geral Teorias Freudianas variam da literatura elegante para bobagem pura, sem um pingo de fundamento científico, mas se alguém vai citar um conceito desta área que o faça com conhecimento do que tá falando.

    Quando o cara do vídeo iguala Deus e Ego, apenas prova ter ignorado os conceitos de Ego e Superego. Por definição, é o Superego que remete direta e necessariamente a uma associação crítica com o conceito Deus. Mesmo que Superego seja bobagem, que se cite a bobagem tal qual é.

    03) E finalmente, quando o texto do vídeo define "acreditar" como efeito de argumentos, evidência e confiança. Oras, bolas, basta um exame sincero de nossas próprias crenças, mesmo quando céticos e não religiosos, para verificar que a maioria delas são intuitivas e estas intuições tem origens que nada tem a ver com argumentos, evidências ou confiança.


    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
    Lutar com Bravura, morrer com Honra!
  • CameronCameron Membro
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: 01) Ateus não são as pessoas mais odiadas...
    O autor do vídeo é americano, pode ser só impressão minha mas o ateísmo não é muito bem visto por lá, principalmente em questões políticas, a maioria do eleitorado diz que não votaria em candidado(a) ateísta de jeito nenhum, talvez isso aconteça por associarem ateísmo a comunismo.

    Achei interessante a descrição de crença em Deus como um diálogo da pessoa consigo mesma, isso explica tantas interpretações pessoais e variedades de crença mesmo que supostamente elas teriam a mesma base, e como a "vontade dos deuses" são parecidas com a de quem acredita neles.


    Post edited by Cameron on
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  • CameronCameron Membro
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: 03) E finalmente, quando o texto do vídeo define "acreditar" como efeito de argumentos, evidência e confiança. Oras, bolas, basta um exame sincero de nossas próprias crenças, mesmo quando céticos e não religiosos, para verificar que a maioria delas são intuitivas e estas intuições tem origens que nada tem a ver com argumentos, evidências ou confiança.
    Aqui sou obrigada a discordar, as pessoas céticas baseiam suas crenças nas evidências, razão pela qual você não acha pessoas céticas que acreditam em cristais de energia ou horóscopo...

    Post edited by Cameron on
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    docdeoz disse: Parece que quando os crentes falam, dão a entender de um Deus como um papai noel de barbas brancas. Coloque aqui como você percebe o conceito dos Deus dos crentes...

    O conceito Deus entre os crentes estabelece-se dentro de uma hierarquia:

    1) O teológico;
    2) O doutrinário;
    3) O apologético;
    4) O pessoal.

    A esmagadora maioria dos crentes não entende bulhufas de teologia, logo o conceito teológico de Deus, fundamentado na Filosofia não é o padrão entre aquele povo.

    O conceito doutrinário de Deus é comprometido pela fragmentação do protestantismo. Instituições religiosas históricas tem conceito melhor definido, mas no geral os crentes não entendem sequer uma definição clara da fronteira entre o conceito Calvinista e o Arminianista de Deus, o que implica em que tudo que resulta da mistura é confusa.

    Crentes no geral, começam a entender Deus a partir do conceito Apologético, que é, por definição, propaganda.

    Finalmente, quase todo crente forma um conceito pessoal de Deus, que acredita vir de sua Sola Scriptura inspirada pelo Espírito, mas na verdade é uma dosagem variável dos conceitos acima, conforme o grau de instrução e conhecimento do tema, mas predominantemente sentimentalismo romântico, que facilmente escorrega para aspectos ideológicos como a fusão moderna entre crença evangélica e auto-ajuda.



    Acauan dos Tupis
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  • Eu ainda acho que rola uma esquizofreniazinha.
    O ENCOSTO
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  • Acauan disse: Com os ateus a mesma coisa. Fora uma ou outra situação absurda, como um relato pessoal de um antigo membro do Fórum que foi agressivamente discriminado pela família da namorada por ser ateu, a realidade verificada é que ninguém tá nem aí se eu ou você acreditamos em Deus ou não, mesmo que ao falar do assunto expressem o contrário.

    Tem o caso do Menino do MEP, que apanhou no ônibus.
    O ENCOSTO
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    ENCOSTO disse: Tem o caso do Menino do MEP, que apanhou no ônibus.

    Deve ser um daqueles casos que o cara não sabia porque tava batendo, mas ele sabia porque tava apanhando.
    Acauan dos Tupis
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  • Parece que quando os crentes falam, dão a entender de um Deus como um papai noel de barbas brancas. Coloque aqui como você percebe o conceito dos Deus dos crentes...

    vejam como os ateus veem o papai noel (Deus):
    http://religiaodeuslivre.wordpress.com/2010/08/29/ateu-o-homem-que-matou-o-papai-noel-inicio-i/
    sinto logo existo!
    sem nenhuma consciência sem existências
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Cameron disse:
    Acauan escreveu:
    03) E finalmente, quando o texto do vídeo define "acreditar" como efeito de argumentos, evidência e confiança. Oras, bolas, basta um exame sincero de nossas próprias crenças, mesmo quando céticos e não religiosos, para verificar que a maioria delas são intuitivas e estas intuições tem origens que nada tem a ver com argumentos, evidências ou confiança.
    Aqui sou obrigada a discordar, as pessoas céticas baseiam suas crenças nas evidências, razão pela qual você não acha pessoas céticas que acreditam em cristais de energia ou horóscopo...
    Acontece que os que se consideram céticos não são 100% rigorosos e coerentes. Mesmo sem perceber (ou justamente por não perceber...), acabam favorecendo certos conceitos porque simpatizam com eles e não devido a uma rigorosa análise.
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Cameron disse:
    Acauan disse: 03) E finalmente, quando o texto do vídeo define "acreditar" como efeito de argumentos, evidência e confiança. Oras, bolas, basta um exame sincero de nossas próprias crenças, mesmo quando céticos e não religiosos, para verificar que a maioria delas são intuitivas e estas intuições tem origens que nada tem a ver com argumentos, evidências ou confiança.

    Aqui sou obrigada a discordar, as pessoas céticas baseiam suas crenças nas evidências, razão pela qual você não acha pessoas céticas que acreditam em cristais de energia ou horóscopo...

    Como Fernando disse, a grande maioria dos céticos o é para algumas coisas e não para outras. Para ficar no exemplo mais fácil, verifique as crenças político-ideológicas do grupo e verá que todo mundo no meio acredita que a crença dele é a única verdadeira - e baseada em evidências - enquanto todas as demais são falsas e baseadas em qualquer outra coisa pejorativa que inventam.

    Mas a coisa é um tanto mais complicado que o exemplo reconhecidamente fácil dado.

    Se você fizer uma lista daquilo no que acredita, repassando suas crenças filosóficas, morais, estéticas ou mesmo científicas, analisar imparcialmente aquelas que você estudou as evidências primeiro e adotou depois e separá-las daquelas que primeiro adotou e depois buscou as evidências, se seguir a regra verá que nem sempre a distinção é tão óbvia quanto parece a princípio.

    Fora isto, a vida humana exige um número exagerado de crenças, concretas e abstratas, sem as quais é impossível uma visão de mundo ou uma tomada de decisão. Se formos parar de crer para analisar cada uma de nossas crenças pessoais e só retomá-las após uma conclusão objetiva sobre sua veracidade, nossa vida prática simplesmente travaria.

    Além disto, são poucas as realidades humanas passível de julgamento lógico sem participação de alguma forma de intuição. Somente aquelas com características matemáticas se enquadram no quesito e o quanto do que vivenciamos diariamente, é efetivamente matemático em essência?



    Acauan dos Tupis
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  • ENCOSTO disse: •Ter respostas emocionais normais

    Levar-se emocionalmente por qualquer resposta seria um motivo principal para os Crentes acreditarem em Deus.


    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • CameronCameron Membro
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: Se você fizer uma lista daquilo no que acredita...
    É de fato impossível para qualquer pessoa repassar suas crenças pessoais pelo crivo da objetividade, faltaria competência para tal, por isso delegamos decisões sobre vários aspectos a terceiros, por acreditarmos que eles estariam em melhores condições de resolver determinados problemas, como um médico receitando um remédio, em geral, aceitamos suas recomendações ao invés de seguirmos nossa intuição sobre o assunto que não dominamos.

    Mas isso não é necessariamente um tiro no escuro, são apostas com as probabilidades, erros médicos são menores que erros de pacientes com auto medicação e tratamentos médicos são claramente mais eficientes que qualquer forma de curandelismo.

    Voltando ao tópico, o autor fez uma pergunta específica sobre uma crença específica, como os ateístas acham que crentes percebem o criador, ele não perguntou sobre o escopo de todas as crenças da vida de uma pessoa, e, nesse aspecto, concordo com a visão do vídeo postado, a forma e a dinâmica da crença no criador de uma parcela expressiva dos crentes é de uma relação consigo mesmo.

    Ateístas por definição não acreditam em Deus, se for para dar uma resposta sincera sem fazer média, diríamos que orações são monólogos aonde o crente fala consigo mesmo do que efetivamente esteja tendo um relacionamento espiritual com a divindade com a qual acredita, e a pergunta do tópico é essa.

    Se essa visão ateísta é a correta, se corresponde a verdade objetiva é outra história.

    Mas qual alternativa é a mais plausível? Que humanos sejam capazes de se auto iludirem com suas abstrações ou até mesmo estejam sofrendo de alguma condição clínica conhecida ou que efetivamente uma divindade ou um grupo de divindades goste(m) de se revelar(em) para determinados indivíduos e que coincidentemente compartilhem tantas características e predileções desses mesmos indivíduos?
    Post edited by Cameron on
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Cameron disse: É de fato impossível para qualquer pessoa repassar suas crenças pessoais pelo crivo da objetividade, faltaria competência para tal, por isso delegamos decisões sobre vários aspectos a terceiros, por acreditarmos que eles estariam em melhores condições de resolver determinados problemas, como um médico receitando um remédio, em geral, aceitamos suas recomendações ao invés de seguirmos nossa intuição sobre o assunto que não dominamos.

    Cameron, ótimo que você própria tenha apresentado o ponto da delegação como fundamento de crença, pois é bastante ilustrativo do que eu disse antes.

    Veja, uma parcela considerável dos adeptos do ceticismo moderno alegam que suas opiniões são baseadas na Ciência ou no método científico.
    Mas praticamente ninguém que defende tal posicionamento, diante de uma proposição qualquer, checa as evidências e analisa a aplicação do método, como por exemplo dos testes de repetibilidade e reprodutibilidade, mesmo porque isto é impraticável na grande maioria dos casos.

    Geralmente as posições se definem em torno de uma entidade imaginária chamada "Comunidade Científica", que frequentemente é apontada como sujeito de ações cujos protagonistas reais são desconhecidos por quem aponta tal comunidade como mentora de suas opiniões.

    Um exemplo claro é que todo mundo ou quase entre os céticos tem opinião formada, a favor ou contra, as teses do Aquecimento Global.
    Um teste interessante é pedir a qualquer um destes céticos o nome de um único climatologista cujas pesquisas influenciaram suas crenças e dificilmente, muito dificilmente, teremos uma resposta antes que o cara corra ao Google e pince de lá alguma pesquisa com número suficiente de citações para lhe dar credibilidade.

    Note que nestes casos, tudo que temos é um sistema baseado em Fé.
    Não porque as pesquisas ou o método científico não sejam confiáveis, mas que as evidências que lhe dão confiabilidade ficam restritas a um círculo de especialistas que frequentemente se tornam anônimos e são diluídos em uma massa amorfa arbitrariamente denominada de Comunidade Científica.

    Cameron disse: Voltando ao tópico, o autor fez uma pergunta específica sobre uma crença específica, como os ateístas acham que crentes percebem o criador, ele não perguntou sobre o escopo de todas as crenças da vida de uma pessoa, e, nesse aspecto, concordo com a visão do vídeo postado, a forma e a dinâmica da crença no criador de uma parcela expressiva dos crentes é de uma relação consigo mesmo.

    E aí eu te pergunto. Que evidência o autor do vídeo tem de que a dinâmica da crença religiosa é uma relação consigo mesmo?

    Esta dinâmica se dá em foro íntimo e a única evidência dela é o testemunho de quem a presencia pessoalmente.
    No entanto, os céticos consideram tais testemunhos inválidos.
    Logo, a conclusão imparcial é que tais fenômenos estão fora da alçada do julgamento objetivo.
    Podemos acreditar que crentes são um tipo particular de maluco, mas esta é a nossa opinião.

    Podemos provar objetivamente que determinadas alegações de milagres tem explicações naturais, mas não podemos entrar na mente de alguém e avaliar se suas alegadas experiências transcendentais são verídicas ou não, apenas podemos analisar e medir eventuais sinais exteriores destas experiências, o que é inconclusivo para uma afirmação taxativa sobre a essência da questão.



    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
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  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Acauan disse: Fora isto, a vida humana exige um número exagerado de crenças, concretas e abstratas, sem as quais é impossível uma visão de mundo ou uma tomada de decisão. Se formos parar de crer para analisar cada uma de nossas crenças pessoais e só retomá-las após uma conclusão objetiva sobre sua veracidade, nossa vida prática simplesmente travaria.
    Eu diria que, quando o juiz apita, temos que bater o pênalti, estejamos preparados ou não, e chutar com base em informações bastante incompletas. Não existe, em muitos casos, a opção de não batermos o pênalti.
  • CameronCameron Membro
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: apenas podemos analisar e medir eventuais sinais exteriores destas experiências, o que é inconclusivo para uma afirmação taxativa sobre a essência da questão.
    Seria mesmo necessário?

    Quando uma adepta da Teologia da prosperidade berra a plenos pulmões que "Deus já determinou que eu vou comprar minha casa própria." não há motivos mais do que suficientes para presumir que ela está apenas expressando sua própria vontade com jargões para seus pares ao invés de pensar que ela tenha realmente conversado com Deus que teria revelado suas determinações para o futuro próximo? Os exemplos semelhantes poderiam ser citados indefinidamente, por isso disse, sem generalizar uma parcela expressiva de crentes percebem deus na forma descrita no vídeo.

    Certeza, no sentido mais restrito do termo, e consequente afirmação taxativa sobre a essência da questão ou seja lá do que for, não dá para ter sequer sobre se o Sol irá ou não nascer no horizonte amanhã, só é possível analisarmos questões em termos de probabilidade e plausibilidade, não exigimos isso para a formação e comunicação de qualquer opinião a respeito do que quer que seja, por que haveríamos de exigir tal sobre a opinião das pessoas céticas em relação as práticas religiosas?

    Post edited by Cameron on
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  • Fernando_Silva disse: Acauan disse: Fora isto, a vida humana exige um número exagerado de crenças, concretas e abstratas, sem as quais é impossível uma visão de mundo ou uma tomada de decisão. Se formos parar de crer para analisar cada uma de nossas crenças pessoais e só retomá-las após uma conclusão objetiva sobre sua veracidade, nossa vida prática simplesmente travaria.
    Eu diria que, quando o juiz apita, temos que bater o pênalti, estejamos preparados ou não, e chutar com base em informações bastante incompletas. Não existe, em muitos casos, a opção de não batermos o pênalti.

    Esse é um conceito muito perigoso... Eu só estava obedecendo ordens. Assim que eu puder comprarei o livro Como Pessoas Comuns Tornam-se Assassinos de Massa...

  • Outrossim
    1-Muito boa a colocação do Acauan,
    2-O filme esquece que os ateus vão ser discriminados quando:
    a-não fazem parte do grupo social dos "teístas"... e portanto,
    b-representam um perigo para a estabilidade daquele grupo social.

    É mais simples entender assim. O resto é balela, pois também sou a EXTREMAMENTE CÉTICO- a minha opinião não muda o fato em si - o fato de um crente perceber ou não como Deus é não muda o fato de que a INFORMAÇÃO potencial para a FORMAÇÃO DESSE UNIVERSO deveria vir de algum lugar. Isso, sic, Hawking- é óbvio que minha interpretação de Hawking pode estar incorreta...

    Mesmo que houvesse 10 na 500ª potência universos, um deles poderia ter um Deus Onipotente. Ideia do Jim Holt.
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    docdeoz disse:
    Fernando_Silva escreveu:
    Eu diria que, quando o juiz apita, temos que bater o pênalti, estejamos preparados ou não, e chutar com base em informações bastante incompletas. Não existe, em muitos casos, a opção de não batermos o pênalti.
    Esse é um conceito muito perigoso... Eu só estava obedecendo ordens. Assim que eu puder comprarei o livro Como Pessoas Comuns Tornam-se Assassinos de Massa...
    Não se trata de obedecermos cegamente a uma autoridade e sim do fato de que a vida exige que tomemos decisões o tempo todo, algumas delas difíceis e com poucas informações para nos guiar.

  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Cameron disse:
    Acauan disse: ...apenas podemos analisar e medir eventuais sinais exteriores destas experiências, o que é inconclusivo para uma afirmação taxativa sobre a essência da questão.

    Seria mesmo necessário?

    Quando uma adepta da Teologia da prosperidade berra a plenos pulmões que "Deus já determinou que eu vou comprar minha casa própria." não há motivos mais do que suficientes para presumir que ela está apenas expressando sua própria vontade com jargões para seus pares ao invés de pensar que ela tenha realmente conversado com Deus que teria revelado suas determinações para o futuro próximo? Os exemplos semelhantes poderiam ser citados indefinidamente, por isso disse, sem generalizar uma parcela expressiva de crentes percebem deus na forma descrita no vídeo.

    Certeza, no sentido mais restrito do termo, e consequente afirmação taxativa sobre a essência da questão ou seja lá do que for, não dá para ter sequer sobre se o Sol irá ou não nascer no horizonte amanhã, só é possível analisarmos questões em termos de probabilidade e plausibilidade, não exigimos isso para a formação e comunicação de qualquer opinião a respeito do que quer que seja, por que haveríamos de exigir tal sobre a opinião das pessoas céticas em relação as práticas religiosas?

    Tomar como exemplo do pensamento religioso o que há de mais baixo nesta comunidade implica na redução do nível do debate, que venho citando.
    É como se algum teísta tomasse como nivelamento do pensamento ateu as babaquices vegans da ATEA ou as baitolagens militantes da LiHS.

    Se queremos um debate de alto nível neste tema temos que nivelar por cima. Algo como um estudo crítico das "Confissões" de Santo Agostinho ou um comparativo dos argumentos de G. K. Chesterton e os de Sam Harris, por exemplo.

    Quanto às certezas e o nível delas ao qual devemos nos conformar, esta é uma das questões filosóficas mais básicas em todos os tempos, que pode ser traduzida por até que ponto podemos apreender verdadeiramente a realidade.

    Quando lançamos a questão para este nível, entendemos que coisas como "acreditar com base em evidências" resulta em uma tautologia, pois a grande questão existencial é até onde o que nos é evidente é verdadeiro e vice-versa.

    O próprio método científico baseia-se no fato que a evidência muda conforme expandimos nosso poder de observação sobre ela (a raiz da palavra evidência remete a isto). O que é evidente ao microscópio eletrônico não o é ao óptico e o que é ao óptico não o é ao olho nu.

    Podemos nos contentar com uma expectativa baixa de nossas potencialidades e aceitar que o grau de evidência provido pelo nível tecnológico da época já é o suficiente para formatamos nossas concepções de vida.

    Mas como dito, esta é uma expectativa baixa.




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  • Fernando_Silva disse: Não se trata de obedecermos cegamente a uma autoridade e sim do fato de que a vida exige que tomemos decisões o tempo todo, algumas delas difíceis e com poucas informações para nos guiar.

    Exatamente. Afinal o Universo não vem com um manual de instruções pra gente.

    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • CameronCameron Membro
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: Tomar como exemplo do pensamento religioso o que há de mais baixo nesta comunidade implica na redução do nível do debate, que venho citando.
    Mas Acauan, esse pensamento religioso citado não corresponde a uma parcela expressiva deles? Não reduzi todo o pensamento religioso a isso, disse que uma parcela expressiva correspondia ao relatado no vídeo.

    Ou eles são irrelevantes estatisticamente e parecem não ser por fazerem mais barulho e propaganda?


    Acauan disse: Podemos nos contentar com uma expectativa baixa de nossas potencialidades e aceitar que o grau de evidência provido pelo nível tecnológico da época já é o suficiente para formatamos nossas concepções de vida.

    Mas como dito, esta é uma expectativa baixa.
    Ou sensata, já que a realidade não se molda aos caprichos de egos humanos, divindades, paraísos, vida após a morte e tantas outras não passarão a existir (ou deixarão de existir) porque queremos.

    Esse vídeo resume bem a ideia, posso dizer que essa é a minha concepção de realidade:




    Post edited by Cameron on
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Cameron disse: Mas Acauan, esse pensamento religioso citado não corresponde a uma parcela expressiva deles? Não reduzi todo o pensamento religioso a isso, disse que uma parcela expressiva correspondia ao relatado no vídeo. Ou eles são irrelevantes estatisticamente e parecem não ser por fazerem mais barulho e propaganda?

    Os ignorantes tendem a ser maioria em qualquer grupo, até pelas leis da Física, uma vez que a inteligência é entálpica e a burrice é entrópica.

    Mas a crítica a um sistema de pensamento só vale a pena quando se dirige ao que este sistema tem de original e intelectualmente relevante. Fora disto não é debate, é chutar cachorro morto.

    Cameron disse: Ou sensata, já que a realidade não se molda aos caprichos de egos humanos, divindades, paraísos, vida após a morte e tantas outras não passarão a existir (ou deixarão de existir) porque queremos.

    A Realidade que entendemos como tal hoje é muito diferente da que se entendia na Idade Média. Mesmo que desconsiderado o título pejorativo (e discutível) aplicado àquela era, vemos que nossa percepção da realidade e suas possibilidades é ditada pelo momento histórico.

    Assim, ou assumimos a pretensão que chegamos ao apogeu das possibilidades da consciência humana ou aceitamos que ainda há fronteiras a desbravar.

    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
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  • CameronCameron Membro
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: Assim, ou assumimos a pretensão que chegamos ao apogeu das possibilidades da consciência humana ou aceitamos que ainda há fronteiras a desbravar.
    Pelo o que entendemos hoje a respeito do universo indica que muitas das aspirações humanas sobre seus destinos e relevância não passam de ilusões, se no futuro descobriremos novas fronteiras e princípios que mudariam esse cenário eu não arrisco dizer, tomara que sim, eu gostaria muito de estar errada em minha visão da realidade, que a existência fosse mais que um acidente cósmico, que a vida não fosse uma mera luta insana e sem sentido pela sobrevivência e que exista um algo a mais que dê um propósito nobre a tudo isso.

    Só não deixo meus anseios deturparem minha visão dos fatos.
    Post edited by Cameron on
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