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Caro ateu-sério, como você acha que os crentes percebem o Criador?

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Comentários

  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Cameron disse: Falta de originalidade não é uma falha da Filosofia Cristã, a principal inovação nos primórdios dela, ou se preferir, uma sintonia mais fina no Judaísmo, seria o conceito da graça divina, a ideia de um Deus perfeito e infinito que não precisa de nada do ser humano, deixando-o em uma condição de não ter valor algum com o qual barganhar o favor divino, mas Deus amá-los individualmente que lhes concederia algum valor.

    E, é claro, a ideia da universalidade da fé e o consequente proselitismo sem fronteiras, antes o bairrismo reinava quase absoluto nas diferentes religiões.
    E, acho eu,a ideia do individualismo. De que somos, cada um de nós, únicos e especiais para Deus, em vez de apenas parte de um povo eleito, como no judaísmo.
    Mas não afirmo isto com certeza porque o zoroastrismo e a religião egípcia também tinham um lado individualista.
  • Cameron disse:
    Originalidade não é uma falha da Filosofia Cristã, a principal inovação nos primórdios dela, ou se preferir, uma sintonia mais fina no Judaísmo, seria o conceito da graça divina, a ideia de um Deus perfeito e infinito que não precisa de nada do ser humano, deixando-o em uma condição de não ter valor algum com o qual barganhar o favor divino, mas Deus amá-los individualmente que lhes concederia algum valor.

    E, é claro, a ideia da universalidade da fé e o consequente proselitismo sem fronteiras, antes o bairrismo reinava quase absoluto nas diferentes religiões.

    - Verdade Cameron, acho que não percebi isso antes, porque não considero as características que você citou positivas, apesar de reconhecer que realmente são originais, e que realmente foram decisivas para o sucesso do cristianismo.

    - Mas, embora tais características originais sejam positivas para garantir o sucesso de uma religião, não as vejo como benéficas para a vida em geral.

    Abraços,
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Spider disse: - Mas..., passado o espanto, vamos ao assunto, gostaria de saber o que você vê de tão original na Filosofia Cristã.

    Primeiro de tudo, a invenção intelectual do Indivíduo.

    Obviamente - preciso explicar para alguns - que não foi a Filosofia Cristã que inventou o Indivíduo, mas este conceito praticamente não existia nas Filosofias e Doutrinas Espirituais do Oriente. No Budismo e Hinduísmo, por exemplo, a ideia de Consciência Individual é quase que uma anomalia na Harmonia do Cosmos e o anseio principal da alma ao reencarnar é dissolver-se no Nirvana.

    No Civismo Romano, um Homem era a posição que ocupava na Sociedade. A única igualdade possível entre um Patrício Romano e um escravo era o fato de ambos serem mortais.

    Os Gregos Socráticos entendiam perfeitamente o conceito de Indivíduo, mas Platão se perdeu um tanto na Analogia da Caverna, onde o mundo que vemos são apenas sombras da Realidade, enquanto Aristóteles estava mais preocupado com Física e Metafísica, em entender o Universo externo a ele próprio.

    São a Escolástica e o Tomismo que reinterpretam a Filosofia de Platão de modo revolucionário.
    Ao invés de entender que tudo que percebemos são apenas sombras de um mundo real superior, a Filosofia Cristã dividiu esta Realidade em mundo material, apreensível pelos sentidos e um Mundo Espiritual, fora de nossa percepção.
    Até aí, em nada diferente de praticamente todas as Mitologias Religiosas.

    A novidade é que no centro destes dois mundos a Filosofia Cristã colocou o Indivíduo Humano, capaz de entender o Mundo Natural pela inteligência e o Mundo Espiritual pela Fé.
    Com isto, o Homem era reposicionado da periferia da Realidade, onde era apenas um observador iludido para quem a Verdade se situava em algum ponto inalcançável à consciência do mortais.
    O Indivíduo Humano passava a ser o ponto focal de toda Realidade, que ao olhar para baixo podia compreender por si as coisas da Terra e pela inspiração divina era capaz de vislumbrar os Céus.
    Daí o sentido da máxima de Santo Agostinho "Intellige ut credas, crede ut intelligas", entender para crer e crer para entender.

    Temos aí a sacralização do Indivíduo, resumido na Teologia Cristã no Princípio do "Homem Sozinho Perante Deus". O Homem dotado de alma imortal própria, cujo conteúdo da alma é construído por suas decisões, independente de quaisquer fatores externos.

    O princípio da sacralização do Indivíduo Humano é a base de toda Moral do Ocidente e fundamento das Democracias Modernas. Os que negam este Princípio e apontam o Iluminismo, particularmente o Iluminismo Francês, como uma ruptura com os conceitos medievais desconhecem, ou fingem desconhecer, que a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão não fariam o menor sentido em uma sociedade na qual o reconhecimento do indivíduo já não estivesse arraigada em sua Cultura. Não por acaso o Iluminismo se deu na Europa e não na Índia, China ou Japão.

    Os que acham que as ideologias revolucionárias materialistas são moderninhas não entendem ou não querem entender que sua visão da condição humana nada mais é que um retrocesso de dois mil anos.
    Ao deslocar o Indivíduo do centro de convergência da Realidade e substituí-lo pela "Sociedade", "Classe", "Nação" ou "Raça", coletivos abstratos sem consciência, tudo que fazem é reduzir este indivíduo a nada mais ou melhor que um animal mais esperto que os outros ou a espécimes sobre os quais a evolução natural e social (História) atuam sem que cada espécime por si só tenha alguma importância em particular.

    Não é difícil concluir como este reposicionamento do Indivíduo leva inevitavelmente ao colapso moral, o que implica que, gostem ou não os Modernos, as possibilidades Humanas - sejam quais forem - ainda estão mais seguras se ancoradas na visão da Filosofia Cristã do que nas alternativas ideológicas disponíveis.
    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
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  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Cameron disse: Se eu estivesse sofrendo de uma doença grave como câncer eu deveria formar minha opinião e consequente decisão sobre o que fazer a respeito com base no que eu sei ou com base no que eu quero? Deveria escolher entre intervenção médica ou curandelismo de uma crença religiosa qualquer?

    Só para ilustrar, segue texto que publiquei aqui sobre o assunto há quase dez anos:
    Sobre a cura divina
    Publicado originalmente em 6/1/2005 14:22:55

    por Acauan Guajajara


    O tema cura divina e o modo como é explorada por diversas instituições religiosas exige uma abordagem cuidadosa.

    Num extremo da questão temos doentes terminais, suas famílias e amigos, para quem a última esperança reside num milagre. Gente a quem não faremos bem algum se tirarmos deles o que lhes restou para se apegarem, esgotadas as possibilidades da medicina.

    No outro extremo, vigaristas contumazes se aproveitam da fragilidade destas pessoas para obter proveito pessoal.

    Entre os dois extremos há uma zona cinzenta onde se misturam boas intenções e crenças sinceras de um lado e resultados que podem ir do inócuo ao desastroso do outro, ou ainda, combinações em diferentes graus de Fé verdadeira, desinformação e oportunismo, tudo isto fundido num cadinho perigoso onde a saúde do crente é, muitas vezes, reduzida a um instrumento de marketing para uso do proselitismo religioso.

    Um exemplo elucidativo são as inúmeras alegações de cura da AIDS, vindas tanto de católicos carismáticos quanto de evangélicos de diversas vertentes. Não vou tratar aqui de curas reivindicadas por curandeiros avulsos, místicos ou esotéricos vários, já que meu objetivo é observar como instituições oficialmente estabelecidas lidam com este problema.

    Nunca houve no mundo todo, um único caso de cura da AIDS comprovado, documentado e divulgado.

    Se houvesse, publicações especializadas como The New England Journal of Medicine, publicado pelo Massachusetts Medical Society, uma das mais respeitadas publicações médicas do mundo, dedicariam infindáveis páginas a esta ocorrência, despertando a atenção de toda a comunidade médica para a divulgada cura, o que tornaria o paciente protagonista desta recuperação o centro das atenções da medicina mundial.

    Alguém comprovadamente curado de AIDS seria certamente virado do avesso pelas equipes de pesquisa médica, que levantariam nos mínimos detalhes todos os fatores que poderiam ter sido as causas de tal cura como, medicação, D.N.A., alimentação, modo de vida, fatos incidentais correlacionáveis etc, até que estas causas fossem identificadas e seus mecanismos compreendidos.

    Que fique claro que a definição médica para cura da AIDS é a total e completa eliminação do vírus HIV do organismo até então infectado. Como Síndrome de Imuno-Deficiência Adquirida, a AIDS se manifesta na forma de infecções oportunistas, sendo que a cura destas infecções ou mesmo variações nos quadros sintomáticos não significam a cura da doença.

    Não obstante as questões colocadas acima, relatos de cura divina da AIDS obtidas por igrejas são mais comuns que pipoca em cinema, sendo que estes abundantes casos parecem passar completamente despercebidos da comunidade médica internacional, que por desinformação asinina, conspiração ateísta ou ação do diabo, continua acreditando que até hoje ninguém foi curado.

    As alegadas curas de AIDS são um exemplo notório da discrepância gritante entre as alegações de curas e os fatos médicos registrados.

    Mas existem outras muitas situações menos dramáticas, mas igualmente esclarecedoras, como a profusão de aleluias por conta das inúmeras “curas milagrosas” de cistos de ovários, que teriam desaparecido sem deixar vestígios, mostrando o poder de um Deus tremendo para embasbacados médicos ímpios.

    Não consigo imaginar um médico de verdade, ímpio ou crente, ficando embasbacado com o desaparecimento de um cisto, já que, na maioria dos casos, é natural e esperado que eles desapareçam por regressão espontânea, seja a paciente uma serva de Deus, de outro ou de ninguém.

    E temos também as curas de câncer. Quase sempre citadas pelo seu nome genérico, muitas vezes sem entrar em detalhes como se o câncer curado era um melanoma inicial, curável, com tratamento correto, em quase 100% dos casos ou uma metástase cerebral.

    Quanto a este último caso, gostaria muito que alguma igreja comprovasse uma única ocorrência de cura. Sinceramente ficaria feliz se alguém provasse que é possível fazer desaparecer cinco tumores do tamanho de uma laranja do cérebro de alguém (e o paciente continuar vivo, óbvio).

    O resumo da ópera é que há evidências mais que suficientes para se concluir que as alegações de cura divina por igrejas são, no mínimo, exageradas.

    Mesmo assim, várias delas exibem um caudaloso aparato de provas dos milagres e graças obtidos por suas orações, das quais sempre constam atestados médicos, cadeiras de rodas abandonadas ou radiografias de antes e depois. O engraçado é que a opinião circulante nestes meios, trombeteada ou à boca miúda, é que só os “nossos” atestados médicos, cadeiras de rodas ou radiografias são provas incontestes da ação divina. Os atestados médicos, cadeiras de rodas e radiografias da igreja concorrente são sempre falsificações grosseiras destinadas a enganar os ignorantes.

    É isto ou existe algum evangélico que acredita que Nossa Senhora Aparecida curou alguém? Se relíquias dos supostos curados valem, aquela basílica enorme perto da Via Dutra está abarrotada delas.

    E os atestados médicos? Alguém aqui sabe o que é Xantogranuloma juvenil?

    Pois é, também não sei, mas sei que esta doença, seja lá o que for, “freqüentemente regride espontaneamente”, segundo quem entende. Sem conhecimento especialista para avaliar atestados médicos que digam que alguém se curou de Xantogranuloma ou de qualquer outra coisa, eles nada provam. E é óbvio que qualquer médico que se dispor a levantar a veracidade destes milagres será imediatamente taxado de escarnecedor ateu ou algo que o valha antes de ter chance de fazer a primeira pergunta. Por que algum médico sério pagaria este mico?

    É nesta hora (talvez antes) que alguém diz – E o que você tem com isto? Se não acredita que estas pessoas são curadas o problema é seu, deixe-as em paz.

    Não acredito e nem deixo de acreditar. Mesmo porque não é o que se acredita que está em jogo aqui, mas a saúde de pessoas que podem deixar de procurar tratamento médico adequado por crerem que foram ou serão curadas por Deus com a ajuda de seus representantes, ou servos, ou seja lá como chamam a si mesmos.

    Igrejas tradicionais e clérigos esclarecidos costumam orientar seus fiéis a não trocar o tratamento médico pela espera de um milagre. Mas igrejas tradicionais são minoria. Clérigos esclarecidos, verifiquem. Quem duvidar que conte o número de esquinas em que se acha uma porta de igreja anunciando curas milagrosas no varejo, inclusive com dias e horários especiais para isto. São estas promessas de curas que atraem e mantém parte do rebanho destas igrejas e embora não seja possível precisar quantos, sempre haverá um responsáveis por elas que verão no hospital e no médico concorrentes a serem afastados.

    Quem, como eu, já ouviu a frase “doença é uma vergonha no povo de Deus, eu não vou em médico” (sic), sabe do que estou falando.

    Post edited by Acauan on
    Acauan dos Tupis
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  • - Muito bom Acauan.

    - Esta visão sobrevive sem mitologia, dogmas, sectarismos e proselitismo?

    Abraços,
  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Spider disse: - Esta visão sobrevive sem mitologia, dogmas, sectarismos e proselitismo?

    Não sobrevive sem os dogmas, pois para a Filosofia Cristã a Fé era um elemento constitutivo e ativo da Realidade, tendo os dogmas a mesma autoridade que têm hoje os fundamentos científicos.

    Mitologia também, mas precisa ser melhor entendida. Não como contos de fadas ou invencionices, como se entende o termo hoje, mas como tradições antigas condensadas e transmitidas primeiro por via oral e depois, em várias civilizações, transformadas em literatura.

    Sectarismo e proselitismo se dão no nível político da disseminação das ideias, abaixo hierarquicamente do nível do debate intelectual onde são criadas e consolidadas.

    Post edited by Acauan on
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  • Spider disse: - Tem tanta coisa errada e torta no que você escreveu, que percebe-se que nem vale a pena discutir, fique bem com sua loucura.

    Abraços,
    Pois é, aracnídeo...
    Quando os sábios céticos acusam as igrejas das mais diversas de estarem envolvidas em crimes, estes teriam sido cometidos em nome da fé. Agora quando se acusam céticos racionais, como devem ser os líderes comunistas, de cometerem genocídios, os céticos engolem em seco e tentam desviar o assunto, dizendo que não foi em nome do ceticismo que se cometeram tais crimes... Como se isso ajudasse muito.

    Afinal afirmam que religião é símbolo da irracionalidade humana, enquanto que o ceticismo é apontado como um indício de forte racionalidade... Mas tanto uma como o outro em nada ajudam quando se trata de genocídios...

    Uma pena

  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    Botanico disse: Afinal afirmam que religião é símbolo da irracionalidade humana, enquanto que o ceticismo é apontado como um indício de forte racionalidade... Mas tanto uma como o outro em nada ajudam quando se trata de genocídios...
    Anteontem explodiram uma bomba na Nigéria, no meio do povo que assistia a Brasil x México. Segundo os fanáticos islamitas que assumiram a autoria, "Futebol é pecado".

    Esta chacina é declaradamente motivada pela religião.

    Qual seria um exemplo de chacina declaradamente motivada pelo ceticismo?

  • BotanicoBotanico Membro
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Já disse, Fernando: o ceticismo é apresentando como um símbolo de racionalidade. Uma pessoa RACIONAL não acredita em bobagens sustentadas apenas por fé. Fica estranho para mim os camaradas Lênin, Stálin, Mao, Pol Pot, todos ateus, líderes de Estados ateus, liderando um bando de ateus determinassem cotas de inimigos a serem executados sem provas e nem processo legal. Fora outras lambanças com a economia, tudo dentro dos princípios do marxismo. O ceticismo, se levasse ao caminho da lógica e racionalidade, deveria ser referencial para se evitar tanto as mortes por gosto, como para não permitir as lambanças econômicas ou, se essas tivessem sido cometidas, tratar de imediatamente corrigi-las. Mas não foi nada disso que se viu. Milhões de mortes por conta disso mostra que o ceticismo em nada ajudou na questão da racionalidade.
    Enquanto um bando de loucos de Allah acham que isto ou aquilo do Ocidente é pecado (minhas cachorras dariam desculpas melhores pra se ficar jogando bombas por aí), em nome do socialismo CIENTÍFICO, os céticos-ateus mataram muito mais gente.
    Difícil para ainda entender?
    Post edited by Botanico on
  • Botanico disse: Já disse, Fernando: o ceticismo é apresentando como um símbolo de racionalidade. Uma pessoa RACIONAL não acredita em bobagens sustentadas apenas por fé. Fica estranho para mim os camaradas Lênin, Stálin, Mao, Pol Pot, todos ateus, líderes de Estados ateus, liderando um bando de ateus determinassem cotas de inimigos a serem executados sem provas e nem processo legal. Fora outras lambanças com a economia, tudo dentro dos princípios do marxismo. O ceticismo, se levasse ao caminho da lógica e racionalidade, deveria ser referencial para se evitar tanto as mortes por gosto, como para não permitir as lambanças econômicas ou, se essas tivessem sido cometidas, tratar de imediatamente corrigi-las. Mas não foi nada disso que se viu. Milhões de mortes por conta disso mostra que o ceticismo em nada ajudou na questão da racionalidade.

    Ser racional não significa ter compaixão empatia, evitar a morte é utópico. Ainda mais quando se envolve interesse político.


    Botanico disse: Enquanto um bando de loucos de Allah acham que isto ou aquilo do Ocidente é pecado (minhas cachorras dariam desculpas melhores pra se ficar jogando bombas por aí), em nome do socialismo CIENTÍFICO, os céticos-ateus mataram muito mais gente.

    Morte é morte: mas não deveria ocorrer no âmbito religioso e de seus seguidores. O importante é o fato e não a quantidade. O que era pra trazer a paz não o traz, simples.

    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • BotanicoBotanico Membro
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Percival disse: Ser racional não significa ter compaixão empatia, evitar a morte é utópico. Ainda mais quando se envolve interesse político.

    Percival, pelo que entendi (posso ter entendido errado) esse pessoal cético militante tenta vender da imagem de que as coisas decididas pelo raciocínio (= racional) teriam um fundamento lógico, sensato, pesado, verificado, melhorado, etc e tal. Coisa totalmente oposta ao sentimental religioso, onde se faz coisas por "Deus assim o quer".
    Mas na hora de ler a História, vê-se que a coisa não funcionou.

    Desde sempre a fé cristã e a política cristã atribuiu as mais escabrosas conspirações movidas pelos judeus. Porém não me consta que se houvesse provado uma única sequer. Mas nisso tanto os da fé, como os da razão cética se deram as mãos e continuam fazendo-o até hoje.

    Isso é só um exemplo

    Percival disse: Morte é morte: mas não deveria ocorrer no âmbito religioso e de seus seguidores. O importante é o fato e não a quantidade. O que era pra trazer a paz não o traz, simples.

    Pois é. O pessoal das esquerdas acha que o imoral não é produzir cadáveres e sim CONTÁ-LOS... A comparação numérica não é nada favorável aos esquerdistas...
    Agora por que no âmbito religioso não se deveriam produzir mortes? Teria algo a ver com "amor ao próximo"? E no âmbito racional? Se é pela razão que se julgam as coisas, quão racional é se tentar um experimento em larga escala (tipo o Grande Salto para Frente, do Mao) sem se ter certeza de que vai funcionar? A razão não mandaria fazer antes a coisa em escala piloto para ver no que daria? Vários milhões de chineses morreram de fome por conta dessa baita burrada do Grande Timoneiro...
    Post edited by Botanico on
  • Judas disse: O que há de científico em uma doutrina que presume que podemos ser forçados a viver como iguais quando antes mesmo do advento do método científico isso já era provado impossível.

    Pergunte às Marilenas Chauís da vida...
    Judas disse: Não se "praticou ceticismo" ao tentar eliminar as religiões. O objetivo era outro e as religiões estavam atrapalhando, estavam no caminho.

    Sim, mas isso é a prova provada de que o ceticismo não leva a um melhor respeito pelos contrários de que o fanatismo religioso.
  • - Não adianta perder tempo debatendo com um sujeito que não sabe sequer a diferença entre ateísmo, ceticismo e comunismo.

    Abraços,
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Botanico disse:
    Judas escreveu:
    Não se "praticou ceticismo" ao tentar eliminar as religiões. O objetivo era outro e as religiões estavam atrapalhando, estavam no caminho.
    Sim, mas isso é a prova provada de que o ceticismo não leva a um melhor respeito pelos contrários de que o fanatismo religioso.
    O quanto da motivação de Stalin, por exemplo, era a defesa da razão e o quanto era o desejo de poder?
    Há milhões de céticos no mundo, mas seu ceticismo não é garantia de que alguns psicopatas entre eles nunca façam coisas irracionais.
    O ceticismo de uma pessoa, sozinho, não é garantia de nada.

    Post edited by Fernando_Silva on
  • Fernando_Silva disse: O ceticismo de uma pessoa, sozinho, não é garantia de nada.

    E no que é que o ceticismo em conjunto é melhor do que o crentismo em conjunto?

    Quer saber duma coisa? Vou deixar que o Hélio fale por mim:
    http://www1.folha.uol.com.br/colunas/helioschwartsman/2014/06/1473911-massacre-por-uma-bagatela.shtml
  • SenhorSenhor Membro
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Como assim, "como eu acho que os crentes percebem o Criador"? É mais ou menos como se eu perguntasse pra mim mesmo: _Como eu acho que os crentes percebem a Goiaba? Não sei o que são os crentes nem o que é a "Goiaba".
    Post edited by Senhor on
  • Spider disse: Não adianta perder tempo debatendo com um sujeito que não sabe sequer a diferença entre ateísmo, ceticismo e comunismo.

    Uso das mesmas armas dos adversários, meu caro aracnídeo. Os céticos-ateus militantes também não sabem a diferença entre religião e ambição política dos líderes religiosos e soberanos que se servem da religião para os seus fins.
  • Botanico disse: Uso das mesmas armas dos adversários, meu caro aracnídeo. Os céticos-ateus militantes também não sabem a diferença entre religião e ambição política dos líderes religiosos e soberanos que se servem da religião para os seus fins.

    - Então use essas armas contra eles oras.

    Abraços,
  • Spider disse: Então use essas armas contra eles oras.

    Se a conversa não é com você, então por que esse chilique todo?
  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Botanico disse:
    Fernando_Silva escreveu:
    O ceticismo de uma pessoa, sozinho, não é garantia de nada.
    E no que é que o ceticismo em conjunto é melhor do que o crentismo em conjunto?
    Não entendi o que o artigo do Helio Schwartsman tem a ver com o assunto.
    O que eu disse é que o fato de uma pessoa ser cética a respeito das religiões não a torna cética em relação a tudo o mais e nem garante que ela SEMPRE aja racionalmente. Mesmo porque todo religioso é cético em relação às religiões dos outros.

    A pergunta continua: Stalin lutou pelo ceticismo e contra as religiões ou ele apenas queria tomar o poder?
    Post edited by Fernando_Silva on
  • Fernando_Silva disse: A pergunta continua: Stalin lutou pelo ceticismo e contra as religiões ou ele apenas queria tomar o poder?

    Obviamente ele se serviu das condições impostas pela redentora (de acordo com os esquerdistas) Revolução de 1917 para se perpetuar no pudê populá. Ele faria isso de qualquer maneira, quaisquer que fossem suas crenças, tal como o Putin faz hoje, porém dando ampla trela à Igreja Ortodoxa Russa.

    O que me incomoda, seu Fernando, é que o discurso que tenho notado no pessoal cético militante é que a religião, por si só, é causa de todos os males e que gente aboletada no pudê, com cabeça igual ou pior do que a do Stalin, teriam cometido crimes em nome dessa dita religião e não por apenas por usá-la como desculpa para seus objetivos.

    Esse dito pessoal cético fechou-se numa bitola de desculpa científica que o torna incapaz de entender o aspecto sociológico da coisa...
  • CameronCameron Membro
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Acauan disse: Mitologia também, mas precisa ser melhor entendida. Não como contos de fadas ou invencionices, como se entende o termo hoje, mas como tradições antigas condensadas e transmitidas primeiro por via oral e depois, em várias civilizações, transformadas em literatura.
    Mas Acauan, a condição de mitologia não acaba por destruir os fundamentos da fé?

    Ora, se o tal pecado original e queda não passar de mitologia a conclusão lógica não seria que a expiação, paraíso celeste e todo o restante dos dogmas cristãos também seriam?
    Post edited by Cameron on
    Come with me if you wanna live.
  • PercivalPercival Membro
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Botanico disse: Percival, pelo que entendi (posso ter entendido errado) esse pessoal cético militante tenta vender da imagem de que as coisas decididas pelo raciocínio (= racional) teriam um fundamento lógico, sensato, pesado, verificado, melhorado, etc e tal. Coisa totalmente oposta ao sentimental religioso, onde se faz coisas por "Deus assim o quer".
    Mas na hora de ler a História, vê-se que a coisa não funcionou.

    Desde sempre a fé cristã e a política cristã atribuiu as mais escabrosas conspirações movidas pelos judeus. Porém não me consta que se houvesse provado uma única sequer. Mas nisso tanto os da fé, como os da razão cética se deram as mãos e continuam fazendo-o até hoje.

    Elas não funcionaram porque eram outras ideologias, não é o ceticismo o ponto central. Como você tenta assimilar. Quanto aos esquemas políticos que ocorreram em nossa história como bem o @Judas disse foram porque as religiões estavam no caminho destes.

    Quanto a Religião ainda tenta esconder seus erros, ao invés de assumir. Porque pro povo em geral é o pensamento burro é "acreditando em Deus tá tudu serto", não importa as consequências negativas. E se tiver é culpa do homem. Não é assim que funciona Botan-Chan?


    Botanico disse: Pois é. O pessoal das esquerdas acha que o imoral não é produzir cadáveres e sim CONTÁ-LOS... A comparação numérica não é nada favorável aos esquerdistas...
    Agora por que no âmbito religioso não se deveriam produzir mortes? Teria algo a ver com "amor ao próximo"? E no âmbito racional? Se é pela razão que se julgam as coisas, quão racional é se tentar um experimento em larga escala (tipo o Grande Salto para Frente, do Mao) sem se ter certeza de que vai funcionar? A razão não mandaria fazer antes a coisa em escala piloto para ver no que daria? Vários milhões de chineses morreram de fome por conta dessa baita burrada do Grande Timoneiro...

    Merda é merda em qualquer lugar. Agora você aqui fala de pensamento político, ao invés de ceticismo. Vejo que você mistura as coisas.

    Todo Ateu é esquerdista, porque pra eu chegar ao ateísmo nunca precisei assumir posição política. Foi pela pura filosofia e observação. Não tenho as religiões como confiáveis; elas falharam clamorosamente em atingir seus objetivos, embora seja alardeado por elas mesmas que o fariam.

    Post edited by Percival on
    “Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor.”
    ― Winston Churchill

  • AcauanAcauan Administrador, Moderador
    Cameron disse: Mas Acauan, a condição de mitologia não acaba por destruir os fundamentos da fé?
    Ora, se o tal pecado original e queda não passar de mitologia a conclusão lógica não seria que a expiação, paraíso celeste e todo o restante dos dogmas cristãos também seriam?

    É um dinâmica complexa.

    O que diferencia uma Mitologia dos contos de fadas ou fábulas com fundo moral é que uma Mitologia estabelece uma Cosmovisão.

    Quem interpreta a Realidade a partir da Cosmovisão criada por uma determinada Mitologia tende sempre a entender que a Realidade confirma o Mito.

    Claro que não funciona para quem analisa o Mito a partir de outra Cosmovisão, que por sua vez foi fundada em outro conjunto de Mitos e assim por diante.





    Acauan dos Tupis
    Nós, Indios.
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  • Fernando_SilvaFernando_Silva Administrador, Moderador
    edited junho 2014 Vote Up0Vote Down
    Botanico disse:
    O que me incomoda, seu Fernando, é que o discurso que tenho notado no pessoal cético militante é que a religião, por si só, é causa de todos os males e que gente aboletada no pudê, com cabeça igual ou pior do que a do Stalin, teriam cometido crimes em nome dessa dita religião e não por apenas por usá-la como desculpa para seus objetivos.
    Sim, a religião não é a causa de todos os males e esta é uma visão estreita e até fanática de muitos militantes céticos. Em muitos casos, ela é um pretexto ou uma motivação secundária. Por outro lado, os tiranos religiosos fazem questão de anunciar que lutam em nome de seus deuses ou em defesa de sua fé, enquanto que não vemos os tiranos ditos ateus dizendo que lutam em defesa do ceticismo ou ateísmo.
    Post edited by Fernando_Silva on
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