A teoria de mercado assume uma série de coisas que têm provado serem falsas, pouco benéficas, ou totalmente prejudiciais.
Os problemas principais a serem considerados são os seguintes:
A) A necessidade de “crescimento infinito”, que é matematicamente insustentável e ecologicamente prejudicial. Todo o fundamento do Sistema de Mercado não se baseia na gestão inteligente dos nossos principais recursos finitos neste planeta, mas, sim, na extração e no consumo perpétuos dos mesmos, em prol do lucro e do “crescimento econômico”. A fim de manter as pessoas empregadas, as pessoas devem consumir constantemente, independentemente do estado das coisas dentro do ambiente e, frequentemente, independentemente da utilidade do produto. Isto é exatamente o inverso daquilo que uma prática sustentável exigiria, que é a preservação estratégica e utilização eficiente dos recursos.
B ) O Sistema de Incentivos à “Geração de Corrupção”. Costuma-se dizer que o mercado competitivo cria o incentivo para agir em prol do progresso social. Enquanto isto é parcialmente verdade, isto também gera uma igual, se não, maior, quantidade de corrupção sob a forma de obsolescência planejada, crimes comuns, guerras, fraudes financeiras em grande escala, exploração do trabalho e muitos outros problemas. A grande maioria das pessoas na prisão, hoje em dia, está lá devido a crimes relacionados ao dinheiro ou a delitos não violentos associados às drogas. A maioria das legislações constituem-se no contexto de crimes de ordem financeira.
Além disso, se alguém fosse examinar criticamente a história e investigar as biografias documentadas/as mentalidades dos maiores cientistas e inventores do nosso tempo, como N. Tesla, A. Einstein, A. Bell, os irmãos Wright, e muitos outros – seria verificado que eles não encontraram suas motivações na perspectiva de ganho monetário. O interesse de se ganhar dinheiro não deve ser confundido com o interesse de se criar produtos socialmente benéficos, coisas que muito frequentemente estão em desacordo.
C) Um complexo industrial fragmentado e ineficiente, que desperdiça enormes quantidades de recursos e energia. Hoje em dia, com o advento da globalização, tornou-se mais rentável importar e exportar tanto mão de obra, quanto mercadorias, através do globo, do que produzir localmente. Importam-se bananas do Equador para os EUA e água engarrafada de Fuji, no Japão, enquanto as empresas ocidentais irão para o pobre terceiro mundo explorar mão de obra barata, etc. Da mesma forma, o processo de extração, para a geração de componentes, a montagem e a distribuição de um determinado produto, pode atravessar vários países para um único produto final, simplesmente devido aos custos de trabalho e produção / custos de propriedade. Esta “eficiência de custos” gera extrema “ineficiência técnica”, e é apenas justificável dentro do sistema de mercado, devido ao objetivo de poupar dinheiro.
D) A propensão para “Instituições”. Muito simplesmente, as ordens corporativas/financeiras instituídas têm tomado parte na tendência de inviabilizarem a realização de adventos novos e socialmente positivos, quando há uma perda de quota de mercado prenunciada, lucro e, portanto, poder. É importante considerar a natureza fundamental de uma corporação e a sua necessidade inerente de autoperpetuação.
Se uma pessoa abre uma empresa, contrata funcionários, cria um mercado e torna-se rentável, o que deste modo foi criado, em parte, é o meio de sobrevivência de um grupo de pessoas. A partir do momento em que cada pessoa neste grupo torna-se normalmente dependente de sua organização para obter renda, uma tendência protecionista natural é criada, ao passo que qualquer coisa que ameace a instituição, ameace, deste modo, o bem-estar do grupo/dos indivíduos. Esta é a estrutura de uma mentalidade “competitiva”. Enquanto as pessoas pensam na competição do livre mercado como uma batalha entre duas ou mais empresas em uma determinada atividade, elas geralmente perdem o outro nível – que é a competição contra as inovações que as tornariam obsoletas, por completo.
A melhor maneira de aprofundar este ponto é simplesmente dar um exemplo, como é o caso do governo norte-americano e do conluio das “grandes empresas de petróleo”, para limitarem a expansão do Carro (totalmente) Elétrico (EV) nos Estados Unidos. Esta questão foi bem apresentada e fundamentada no documentário “Quem Matou o Carro Elétrico?” (Who Killed the Electric Car?). O ponto principal aqui é que a necessidade de preservar uma ordem estabelecida, objetivando o bem-estar daqueles na ‘função de pagamento’, leva a uma tendência inerente de sufocar o progresso. Uma nova tecnologia que possa tornar uma tecnologia anterior obsoleta será recebida com resistência, a menos que haja uma maneira do sistema de mercado absorver isto de modo lento, permitindo uma transição para as corporações (ou seja – a perpetuação dos carros “híbridos” nos EUA, em oposição aos totalmente elétricos, que poderiam existir, agora, em abundância.) Há, também, uma grande quantidade de evidências de que a FDA (Food and Drugs Administration – Administração de Alimentos e Medicamentos) tenha se envolvido em favoritismo/conluio com as empresas farmacêuticas, visando limitar/impedir a disponibilidade de medicamentos progressivos avançados que pudessem anular os existentes/lucrativos.
E) Uma obsolescência inerente que cria produtos imediatamente inferiores devido à necessidade de se manter “competitiva”. Este atributo pouco conhecido da produção é outro exemplo do desperdício que é criado no sistema de mercado. Isto é prejudicial o suficiente para que várias empresas dupliquem constantemente cada item em uma tentativa de fazer as suas variações mais interessantes objetivando o consumo público, mas a realidade mais imoral é que, devido à base competitiva do sistema, há uma certeza matemática de que cada bem produzido é imediatamente inferior no momento em que é criado, devido à necessidade de se reduzir a base de custo inicial de produção e, portanto, de manter-se “competitivo” contra outra empresa… a qual está fazendo a mesma coisa, pelo mesmo motivo. A velha máxima do livre mercado onde os produtores “criam os melhores produtos possíveis com os preços mais baixos possíveis” é uma realidade desnecessariamente imoral e prejudicialmente enganosa, na qual é impossível para uma empresa usar o material ou os processos mais eficientes na produção de qualquer coisa, pois deste modo seria muito caro manter uma base de custos competitiva.
Eles simplesmente não podem fazer concretamente o “melhor estrategicamente”, é matematicamente impossível. Se eles o fizessem, ninguém poderia comprar, pois seria inviável devido aos valores embutidos nos materiais e nos métodos de mais alta qualidade. Lembre-se – as pessoas compram aquilo que podem. Cada pessoa neste planeta incorporou um limite de acessibilidade ao sistema monetário, então, isto gera um ciclo de retorno de constante desperdício através da produção inferior, para atender à demanda inferior.
Você notará que o termo “melhor estrategicamente” foi usado em uma afirmação, acima. Esta qualificação significa que os produtos são criados em relação ao estado do arranjo dos recursos planetários, com a qualidade dos materiais utilizados com base em uma equação, levando em conta todos os atributos relevantes, graus de diminuição, retroações negativas e afins. Em outras palavras, nós não usaríamos cegamente o titânio, digamos, em cada gabinete de computador produzido, apenas porque ele pode ser o material “mais forte” para o propósito. Esta prática limitada pode levar ao esgotamento. Preferivelmente, deveria haver um gradiente de qualidade do material o qual deveria ser acessado através da análise de atributos relevantes – tais como recursos equivalentes, índices de obsolescência natural de um determinado item, uso de estatística na comunidade, etc. Essas propriedades e conexões podem ser acessadas através de programas, com a solução mais estrategicamente viável, computadorizada e que dê vazão em tempo real. Isto é mera questão de cálculos.
F) A propensão para o monopólio e para o cartel, devido à motivação básica do crescimento e da quota de mercado. Este é um ponto que os teóricos econômicos irão frequentemente negar, sob a suposição de que a concorrência aberta é autorreguladora, e de que os monopólios e os cartéis são anomalias extremamente raras em um sistema de livre mercado. Essa suposição de uma “mão invisível” possui, historicamente, pouca validade, para não mencionar a legislação marcante em torno da questão, o que prova a sua inviabilidade. Nos Estados Unidos tem havido numerosos monopólios, como a Standard Oil e a Microsoft. Os cartéis, que são essencialmente Monopólios por meio de conluios entre os maiores concorrentes em uma indústria, são também persistentes até os dias de hoje, embora menos óbvios para o observador casual. Em qualquer caso, o “livre mercado”, por si mesmo, não resolve esses problemas – ele sempre leva o governo a intervir e a dispersar os monopólios.
Nesse aspecto, o ponto mais importante é que em uma economia baseada em “crescimento”, é natural para uma empresa querer se expandir e, portanto, dominar. Afinal de contas, esse é o fundamento da estabilidade econômica no mundo moderno – a expansão. A expansão de qualquer corporação sempre gravita em torno do monopólio ou do cartel, para, novamente, a diretriz fundamental da concorrência estar além do seu concorrente. Em outras palavras, o monopólio e o cartel são absolutamente naturais no sistema competitivo. De fato, é inevitável, mais uma vez, que o fundamento seja buscar o domínio sobre a quota de mercado. O prejuízo verdadeiro desta realidade vai voltar para o ponto acima – a inerente propensão a uma “Institucionalização” para preservar suas instituições. Se um cartel médico está influenciando o FDA, então, as novas ideias que anulam as fontes de renda do cartel irão, frequentemente, ser combatidas, independentemente dos benefícios sociais a serem frustrados.
G) O sistema de mercado é conduzido, em parte, pela Escassez. Quanto menos houver de alguma coisa, mais dinheiro poderá ser gerado em curto prazo. Isso configura uma tendência das corporações a limitarem a disponibilidade e, portanto, a negarem a abundância de produção. Isto é, simplesmente, contra a natureza daquilo que impulsiona a demanda a criar abundância. As minas de diamantes de Kimberly, na África, foram designadas no passado a queimar diamantes, a fim de manterem os preços elevados. Os diamantes são recursos raros que levam bilhões de anos para serem criados. Isso não é nada, senão, problemático. O mundo em que vivemos deve ser baseado no interesse de se gerar abundância para a população mundial, junto à preservação estratégica e a métodos aperfeiçoados que permitam a abundância. Essa é a principal razão pela qual, a partir de 2010, há mais de um bilhão de pessoas passando fome no planeta. Isso não tem nada a ver com a incapacidade de se produzir alimentos, mas, sim, tem a ver com a necessidade inerente de se criar/preservar a escassez, por causa dos lucros em curto prazo.
Abundância, Eficiência e Sustentabilidade são, muito simplesmente, os inimigos do lucro. Esta lógica da escassez também se aplica à qualidade dos produtos. A ideia de se criar algo que possa durar, digamos, um tempo de existência com pouco reparo, é um anátema para o sistema de mercado, pois isto reduziria os índices de consumo, o que desaceleraria o crescimento e criaria repercussões sistêmicas (perda de empregos, etc.). A característica de escassez do sistema de mercado não é nada, senão, prejudicial por estas razões, sem mencionar que sequer se presta ao papel da preservação eficiente dos recursos, que é frequentemente alegada.
Enquanto a oferta e a demanda determinam que quanto menos existir de alguma coisa, mais ela será valorizada e, portanto, o aumento do valor irá limitar o consumo, reduzindo a possibilidade de “esgotamento” — o incentivo para se criar escassez, unido à recompensa inerente do curto prazo, a qual resulta da escassez orientada pelos preços nela baseados, invalida a ideia de que isto possibilita a preservação estratégica. Nós, provavelmente, nunca “esgotaremos” o petróleo no atual sistema de mercado. Preferivelmente, os preços ficarão tão altos que ninguém poderá arcar com estas despesas, enquanto as corporações que possuem o óleo remanescente farão uma grande quantidade de dinheiro a partir da escassez, independentemente dos desdobramentos sociais de longo prazo. Em outras palavras, manter os recursos escassos, existindo em valor econômico elevado a ponto de limitar o seu consumo, não deve ser confundido com preservação, a qual é funcional e estratégica. A preservação estratégica verdadeira só pode vir da administração direta do recurso em questão, considerando as aplicações técnicas mais eficientes do recurso na própria fábrica, não relações arbitrárias de preços superficiais, ausentes de distribuição racional.
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"Não é sinal de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente"
As empresas capitalistas produzem;
- carros hibridos, que funcionam com etanol, gasolina e bateria;
- embalagens de plástico biodegradâvel;
- lâmpadas mais econômicas;
- alimentos orgânicos;
- e assim por diante.
Nessas horas, é honesto perguntar: o capitalismo estâ ACABANDO ou SE ADAPTANDO à realidade de escassez de recursos e maiores preocupações com o meio ambiente?
Concordo com o Encosto. Se o Livre Mercado é assim tão ruim, por que tem mais gente fugindo DE Cuba para os Estados Unidos, em vez de fugir DOS EUA para Cuba? Uma coisa é dizer que o capitalismo tem sérios problemas. Outra coisa é afirmar a obsolescência do Livre Mercado. O fascismo seria melhor? Ou o nazismo? Ou o comunismo?
O livre mercado é a opção menos ruim num mundo altamente imperfeito em todos os sentidos.
Apontar defeitos no livre mercado é fácil. O difícil é encontrar uma opção menos ruim e que já tenha sido testada e aprovada no mundo real.
ENCOSTO disse: O melhor modelo é aquele em que um ser superior (geralmente um burocrata) diz oq eu preciso comprar, por qual valor, etc.
Venezuela é um sucesso.
Nyarlathotep disse: Concordo com o Encosto. Se o Livre Mercado é assim tão ruim, por que tem mais gente fugindo DE Cuba para os Estados Unidos, em vez de fugir DOS EUA para Cuba? Uma coisa é dizer que o capitalismo tem sérios problemas. Outra coisa é afirmar a obsolescência do Livre Mercado. O fascismo seria melhor? Ou o nazismo? Ou o comunismo?
É isto que vocês tem a me dizer? Me chamar de socialista/comunista? O que eu quero é que me digam se concordam ou não com os pontos listados e porque. Não quero que tentem adivinhar minha orientação política. Vamos discutir o capitalismo ou é muito pesado pra vocês?
"Não é sinal de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente"
O capitalismo, com todos os seus defeitos, é a opção mais natural e a que melhor funciona.
As outras são imposições baseadas em ideologias, contrariam a natureza humana (e por isto têm que ser impostas por governos autoritários), contrariam a realidade do mundo e nunca funcionaram.
O capitalismo é imperfeito? Sim, e já foi mais ainda. Vamos continuar aperfeiçoando o que já conseguimos. Ou melhor, vamos continuar aperfeiçoando a sociedade.
É idiota a ideia de que "se o capitalismo é imperfeito, vamos adotar a opção oposta", esquecendo que outras opções nunca deram certo.
Fernando_Silva disse: O livre mercado é a opção menos ruim num mundo altamente imperfeito em todos os sentidos.
Apontar defeitos no livre mercado é fácil. O difícil é encontrar uma opção menos ruim e que já tenha sido testada e aprovada no mundo real.
Não existe imperfeição ou perfeição, o que existe é a realidade que, sendo conhecida, pode ser influenciada e melhorada.
Tem uma frase que diz que "o fato de não haver opção torna irrelevante o fato de ser difícil". Não temos opção, temos que mudar de sistema antes que seja muito mais complicado de fazer ou até impossível.
Na verdade já existe uma mudança ocorrendo no sistema socioeconômico, que levará à sua mudança estrutural, e na minha opinião isto não tem como ser parado. Temos é que tentar de alguma forma acelerar esta mudança e orientá-la para um objetivo sustentável, tanto socialmente como ecologicamente.
De acordo com matéria publicada pelo jornal britânico The Guardian, no momento de seu triunfo final, o capitalismo vai experimentar a mais requintada das mortes.
O artigo traz o ponto de vista defendido pelo conselheiro político e autor Jeremy Rifkin, que defende que o sistema econômico atual tornou-se tão bem sucedido na redução dos custos de produção que criou as condições para a destruição das corporações tradicionais integradas verticalmente.
Rifkin, que assessorou a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu e chefes de Estado, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, disse:
"Ninguém em sua imaginação mais selvagem, incluindo economistas e empresários, havia imaginado a possibilidade de uma revolução tecnológica tão extrema em sua produtividade que poderia reduzir os custos marginais para perto de zero, tornando os produtos quase livres, abundantes e, de forma alguma, sujeitos às forças do mercado."
Rifkin acredita que das cinzas do atual sistema econômico um novo modelo radical vai surgir, alimentado pelo ritmo extraordinário de inovação em energia, comunicação e transporte.
"Este é o primeiro novo sistema econômico desde o advento do capitalismo e do socialismo no início do século XIX, por isso é um evento histórico notável que vai transformar fundamentalmente o nosso modo de vida ao longo dos próximos anos", afirma Rifkin. "Ele já está mudando; nós simplesmente ainda não o delimitamos."
Rifkin argumenta que a criação de um novo sistema econômico vai ajudar a aliviar os desafios chave da sustentabilidade, tais como as alterações climáticas e a escassez de recursos, e tirar a pressão do mundo natural. Isso porque ele vai precisar apenas de uma quantidade muito reduzida de energia, materiais, mão de obra e capital.
Toda economia na história se baseou, para o seu sucesso, nos três pilares de comunicação, energia e transporte. Mas, segundo Rifkin, o que faz esta "Era" ser singular, é que estamos vendo estes pilares convergirem para a criação de uma "super internet".
Rifkin está particularmente interessado nas reviravoltas atualmente ondulando através do setor energético e aponta para as milhões de pequenas e médias empresas, proprietários de casas e vizinhanças que já estão produzindo sua própria eletricidade verde.
O impulso só irá acelerar ao passo que o preço da tecnologia sustentável cair. Rifkin prevê que o custo de captação de energia um dia será tão barato como a compra de um telefone.
Ele insiste para que grandes empresas em todos os setores comecem a seguir o exemplo e, ao invés de resistir à mudança, utilizar as grandes escalas e capacidades organizacionais que possuem para ajudar a agregar as redes emergentes de energia.
Enquanto Rifkin acredita que a revolução econômica seja impossível de ser contida, ele adverte que esta pode ser distorcida se os países e corporações tiverem sucesso em sua batalha para intensificar o controle da internet.
Mas, se formos capazes de manter a neutralidade da rede, isso significaria que qualquer consumidor que se transformar em "prossumidor" [produtor+consumidor], com seus smartphones e aplicativos, já pode começar a alimentar essa "internet de coisas" que está se desenvolvendo.
Não estaria Rifkin preocupado, já que a capacidade de produzir bens de forma tão barata só vai aumentar a pressão sobre os recursos limitados do planeta enquanto a crescente população global cai em um frenesi de compras?
Ele acredita que há um paradoxo operando aqui: o excesso de consumo é resultado de nosso medo de escassez, e este vai deixar de existir quando soubermos que podemos ter o que queremos, sem falta.
Milhares já conseguem ver além da falsa percepção de que quanto mais acumulamos, mais somos autônomos e livres. Ao que parece, estes estão mais interessados em desenvolver redes e em juntar-se a economias colaborativas do que no bem do consumo pelo consumo.
E sobre a preocupação de que o fim do capitalismo levaria ao caos? Rifkin acredita que o vazio deixado pelo desaparecimento das grandes corporações será preenchido pelos setores sem fins lucrativos.
Para quem duvida disso, Rifkin aponta para as centenas de milhões de pessoas que já estão envolvidas em uma vasta rede de cooperativas de todo o mundo.
Isto não é considerado pelos economistas porque cria capital social, que é essencial para todos os três tipos de rede, mas não cria capital de mercado. Mas, como um produtor de renda, é enorme, e o que é interessante é que está crescendo mais rapidamente do que o PIB no sistema de mercado privado.
A automação, que já vêm provocando desemprego estrutural e que só tende a aumentar nos próximos anos, também irá acabar levando o sistema a um colapso ou a uma mudança radical:
Substituir homens por robôs é inevitável, diz Larry Page (Google)
“O presidente do Google afirmou que 90% do trabalho feito atualmente por humanos será realizado por robôs nos próximos anos.
É inevitável que essas coisas aconteçam", disse Larry Page em uma longa entrevista concedida ao jornal Financial Times.
Segundo o executivo, o desenvolvimento da inteligência artificial tornará computadores e robôs aptos para a maioria dos empregos realizados pelos seres humanos.”
Lembrando que o Google esta investindo pesadamente em robótica e inteligência artificial nos últimos anos.
Texto completo: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/substituir-homens-por-robos-e-inevitavel-diz-larry-page
"Não é sinal de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente"
sybok disse: O texto inteiro se resume a falácia do espantalho e a negações gritantes da realidade.
Só dois tipos de pessoas podem achar uma estrovenga dessas "pertinente" e a levar a sério, os completamente ignorantes e os intelectualmente desonestos.
Esse texto seria perfeito para levar o premio "eca mor" no tópico das ecas da esquerda.
Poderia me apontar exatamente onde no texto encontram-se tais falácias e negações? Sendo mais objetivo, o debate será mais produtivo.
"Não é sinal de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente"
Peter,
É bem possível que o capitalismo desapareça e seja substituífo por UM NOVO SISTEMA. Isto já ocorreu no passado: o feudalismo durou cerca de mil anos e desapareceu. Foi substituído pelo capitalismo, que tem... o quê? Uns trezentos anos? Nisto, concordamos. Agora, eu não tenho a menor ideia sobre O QUE virâ no lugar do capitalismo. Pode ser que Rifkin tenha razão. Ou não. Enquanto isso, vamod seguindo em frente com o capitalismo mesmo - porque ele não é eterno ou perfeito, mas HOJE é o menos ruim.
PeterJoseph disse: De acordo com matéria publicada pelo jornal britânico The Guardian, no momento de seu triunfo final, o capitalismo vai experimentar a mais requintada das mortes.
Pois é, estão dizendo isto há uns 500 anos...
PeterJoseph disse: "Ninguém em sua imaginação mais selvagem, incluindo economistas e empresários, havia imaginado a possibilidade de uma revolução tecnológica tão extrema em sua produtividade que poderia reduzir os custos marginais para perto de zero, tornando os produtos quase livres, abundantes e, de forma alguma, sujeitos às forças do mercado."
Ainda estamos longe disto. De qualquer forma, esta revolução tecnológica foi fruto da livre iniciativa.
PeterJoseph disse: Rifkin argumenta que a criação de um novo sistema econômico vai ajudar a aliviar os desafios chave da sustentabilidade, tais como as alterações climáticas e a escassez de recursos, e tirar a pressão do mundo natural. Isso porque ele vai precisar apenas de uma quantidade muito reduzida de energia, materiais, mão de obra e capital.
Quando a escassez natural de recursos e a necessidade de se trabalhar duro para sobreviver for superada pela tecnologia, sim, a vida mudará muito.
Só que isto ainda não aconteceu.
E, não, não será a substituição do Livre Mercado ou do Capitalismo por opção melhor e sim a mudança das condições de vida a ponto de tais conceitos se tornarem desnecessários.
PeterJoseph disse: Para quem duvida disso, Rifkin aponta para as centenas de milhões de pessoas que já estão envolvidas em uma vasta rede de cooperativas de todo o mundo.
PeterJoseph disse: “Estudo encomendado pela NASA e divulgado essa semana destaca a possibilidade de que, nas próximas décadas, a humanidade entre em colapso. A exploração insustentável de recursos naturais e o aumento da desigualdade na distribuição de renda seriam as principais causas.”
Há gente demais no mundo. E o consumo de recursos só não é maior porque grande parte da humanidade é pobre.
PeterJoseph disse: Segundo o executivo, o desenvolvimento da inteligência artificial tornará computadores e robôs aptos para a maioria dos empregos realizados pelos seres humanos.”
Quando isto acontecer, a humanidade se adaptará a novas maneiras de viver. Mas ainda não aconteceu.
Nyarlathotep disse: É bem possível que o capitalismo desapareça e seja substituífo por UM NOVO SISTEMA. Isto já ocorreu no passado: o feudalismo durou cerca de mil anos e desapareceu. Foi substituído pelo capitalismo, que tem... o quê? Uns trezentos anos? Nisto, concordamos. Agora, eu não tenho a menor ideia sobre O QUE virâ no lugar do capitalismo. Pode ser que Rifkin tenha razão. Ou não. Enquanto isso, vamod seguindo em frente com o capitalismo mesmo - porque ele não é eterno ou perfeito, mas HOJE é o menos ruim.
Legal você entender que a realidade muda, como já mudou antes e continuará mudando sempre, pois na realidade a única constante é a mudança. Porém, como já apontei, precisamos acelerar estas mudanças naturais que vem ocorrendo, para que o colapso da civilização não ocorra antes (leia as matérias da Exame e da Galileu que indiquei), o que será muito pior. Este tipo de coisa também já aconteceu antes na história humana, mas desta vez será global e muito pior do que no passado, podendo até nos levar à extinção desta vez, mesmo sendo uma possibilidade baixa, existe.
Post edited by PeterJoseph on
"Não é sinal de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente"
Não é o capitalismo que está causando o esgotamento dos recursos do planeta e sim o excesso de habitantes.
O capitalismo é só um meio de se obter aquilo que as pessoas desejam consumir.
Aquilo que elas desejariam sob qualquer outro regime econômico.
O máximo que se pode dizer é que, com um sistema menos eficiente, a população mundial seria menor, a tecnologia teria avançado menos e menos recursos seriam necessários para sustentá-la.
Por exemplo: se ainda vivêssemos como na Idade Média, com a população daquela época, pessoas continuariam morrendo de fome e doenças, mas não haveria esta preocupação com o esgotamento dos recursos do planeta.
Fernando_Silva disse: PeterJoseph disse: "Ninguém em sua imaginação mais selvagem, incluindo economistas e empresários, havia imaginado a possibilidade de uma revolução tecnológica tão extrema em sua produtividade que poderia reduzir os custos marginais para perto de zero, tornando os produtos quase livres, abundantes e, de forma alguma, sujeitos às forças do mercado."
De qualquer forma, esta revolução tecnológica foi fruto da livre iniciativa.
Ninguém esta negando a necessidade evolutiva do capitalismo para a civilização, assim como foram todos os outros sistemas socioeconômicos anteriores.
Fernando_Silva disse: Quando a escassez natural de recursos e a necessidade de se trabalhar duro para sobreviver for superada pela tecnologia, sim, a vida mudará muito.
Só que isto ainda não aconteceu.
Mas as mudanças não ocorrerão de uma hora para outra, irá ocorrer lentamente, com aceleramento contínuo até que no final as mudanças ocorram rapidamente, quase que do dia pra noite. E desde o início já provoca mudanças profundamente negativas na sociedade, pois ainda não começamos as nos adaptar de verdade à mudanças, ainda perseguimos o paradigma já em processo de falência e substituição. Temos que tentar acelerar as mudanças, pelos motivos citados anteriormente. Imagine quando estivermos mais adiantados nas mudanças, o coisa ficará bem ruim já bem antes do tombo final, como já está ficando. Colapso econômico não vai nem ser o pior, o problema grande vai ser o colapso ambiental.
Fernando_Silva disse: PeterJoseph disse: “Estudo encomendado pela NASA e divulgado essa semana destaca a possibilidade de que, nas próximas décadas, a humanidade entre em colapso. A exploração insustentável de recursos naturais e o aumento da desigualdade na distribuição de renda seriam as principais causas.”
Há gente demais no mundo. E o consumo de recursos só não é maior porque grande parte da humanidade é pobre.
Fernando_Silva disse: Não é o capitalismo que está causando o esgotamento dos recursos do planeta e sim o excesso de habitantes.
Na verdade não existe problema de superpopulação, mas de má administração dos recursos. E a "grande" solução para manter o consumo menor é manter a maioria das pessoas pobres? Penso haver solução muito melhor e mais humana. Também pense em como seria complicado impor um regime de controle de natalidade em todo o mundo. Precisaríamos instalar uma verdadeira ditadura pra manter algo assim, além do enorme trabalho e dos altos gastos envolvidos para fiscalizar tudo etc.
Fernando_Silva disse: O capitalismo é só um meio de se obter aquilo que as pessoas desejam consumir.
Aquilo que elas desejariam sob qualquer outro regime econômico.
No sistema capitalista é necessário consumo cíclico constante para manter a economia em andamento e movimentando dinheiro. Devido a este seu mecanismo interno básico para sustentação de toda a sua estrutura, medidas como obsolescência programada são usadas, onde os bens são feitos para durar um tempo determinado, pois se durassem muito não haveria a rotatividade de consumo necessária para o sistema existir. Além disto, através do marketing e propagação de valores que apoiam o mecanismo de existência do próprio sistema econômico, são criados desejos artificiais e logicamente desnecessários para a população, com o único intuito de se vender mais e, com isto, continuar a desperdiçar recursos naturais valiosos e destruir o ambiente através de sua busca e dos resíduos provenientes de sua industrialização. Quando você diz que "Aquilo que elas desejariam sob qualquer outro regime econômico", está ignorando completamente que os sistema econômico influencia diretamente os valores da sociedade, e num sistema onde os meios de produção e distribuição fossem outros, os valores também seriam outros. Numa sociedade pós-escassez, valores como consumismo e propriedade seriam irrelevantes e até risíveis.
Fernando_Silva disse: PeterJoseph disse: Segundo o executivo, o desenvolvimento da inteligência artificial tornará computadores e robôs aptos para a maioria dos empregos realizados pelos seres humanos.”
Quando isto acontecer, a humanidade se adaptará a novas maneiras de viver. Mas ainda não aconteceu.
Existe diferença entre se adaptar anteriormente, de forma programada e com redução de danos e correr atrás do leite derramado, após muitas mortes e sofrimento da população. Isto é, se sobrar algum leite derramado para se correr atrás.
Fernando_Silva disse: O máximo que se pode dizer é que, com um sistema menos eficiente, a população mundial seria menor, a tecnologia teria avançado menos e menos recursos seriam necessários para sustentá-la.
Por exemplo: se ainda vivêssemos como na Idade Média, com a população daquela época, pessoas continuariam morrendo de fome e doenças, mas não haveria esta preocupação com o esgotamento dos recursos do planeta.
Como afirmei antes e vou demonstrar agora, não existe superpopulação mas apenas má administração dos recursos da Terra por meio de um sistema socioeconômico ineficiente e já obsoleto diante do contexto atual. E não é somente o crescimento populacional que proporciona o aumento do consumo de recursos, se não países com baixo crescimento populacional sempre registrariam crescimento ínfimo, e não é o que ocorre.
LIDANDO COM O MITO DA SUPERPOPULAÇÃO
Para começar, enquanto o sistema de mercado estiver em uso e lucro for a principal motivação para se fazer qualquer coisa, o que está descrito abaixo não acontecerá (empreendedores sociais, felizmente, não são motivados pelo lucro, mas isso é uma outra discussão) . No entanto, assumindo a existência de infra-estrutura necessária para atender às necessidades essenciais de todos (comida, água, abrigo, cuidados de saúde) e luxos essenciais (transporte, energia, educação, comunicação), a população deixará de aumentar e pode até começar a diminuir (ver: https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/rankorder/2127rank.html ).
Nações com níveis mais baixos de pobreza têm taxas de fertilidade em ou abaixo dos níveis de reposição, enquanto as nações com maiores níveis de pobreza têm taxas de fertilidade bem acima das taxas de substituição, sugerindo fortemente que assim que as necessidades básicas de todos estiverem atendidas, pararia ou mesmo inverteria o crescimento da população). Além disso, um relatório da Organização das Nações Unidas (ver: http://www.un.org/esa/population/publications/longrange2/WorldPop2300final.pdf) prevê que a população global crescente para, no máximo, 10,6 bilhões em 2050 (no pior dos cenários, essencialmente). Por uma questão de simplicidade nos cálculos, vamos supor uma população global de 10 bilhões de pessoas.
Escalonado para um acre (4.046 m²), 135.000 kcal por dia é produzido. A ingestão calórica recomendada é de 2.000 kcal/dia, portanto, um acre poderia facilmente alimentar 70 pessoas.
Assumindo que o básico da nutrição pode ser satisfeito sem carne (como vegetarianos sugerem poder provar), 0,4% da área terrestre do planeta total seriam necessários para alimentar 10 bilhões de pessoas com uma dieta baseada em vegetais (cálculos abaixo).
A área de terra necessária seria ainda mais drasticamente reduzida com técnicas como orbitropismo, aeroponia, e agricultura vertical. Entretanto, como nem todo mundo gostaria de adotar uma dieta baseada em vegetais e ainda quer comer carne, a produção de carne in-vitro promete atender às demandas de carne enquanto reduzindo drasticamente os custos ambientais e energéticos associados.
Atualmente, 34 milhões de km² são utilizados para a produção de carne do mundo (ver: http://invitromeat.org/content/view/12/55/), carne in-vitro exigiria apenas 340.000 km², 99% menos área (http://www.new-harvest.org/img/files/tuomisto_teixiera_de_mattos_cultured_meat_lca_es_t_published.pdf).
Seriam usados também 26% menos de energia, 87% menos emissões de gases de efeito estufa, e 89% menos água que na criação de gado .
Provavelmente serão ainda mais de 10 anos antes que carne in-vitro torne-se viável, no entanto muitas pessoas, mães e pais principalmente, estariam bastante dispostos a comer mais vegetais orgânicos se sua produção fosse mais simples. Um sistema de hidroponia bruto em seus quintais, ou um sistema comunitário de hidroponia para fornecer verduras orgânicas para todos reduziria significativamente o número de hambúrgueres consumidos.
20 * 10 ^ 12 kcal por dia, para 10 bilhões de pessoas
33,4 kcal por dia e por m²
20 * 10 ^ 12 kcal / 33,4 kcal por m² = 598,8024 * 10 ^ 9 m² para alimentar 10 bilhões
598.802,4 km² necessários para alimentar 10 bilhões. A área terrestre do planeta total é de 148,94 milhões quilômetros quadrados, ou seja, 0,4% da área terrestre do planeta total seriam necessários.
Valores para o consumo de água são muito difíceis de encontrar. Para estimativas (muito) conservadoras, nós assumiremos que 10 bilhões de pessoas usarão a mesma quantidade de água, como o americano médio: 378,5 litros por dia (ver: http://ga.water.usgs.gov/edu/qa-home-percapita.html).
Ignorando os sistemas de água cinza, compostagem sanitária, máquinas de lavar sem água, utilização de irrigação por gotejamento, hidroponia (ou aeroponia), carne in-vitro , etc, que iriam reduzir drasticamente a quantidade de água utilizada por pessoa e assumindo 10 bilhões de pessoas cada utilizam 378,5 L , o consumo diário de água seria de 3,785 km ^ 3
A quantidade de água na atmosfera são constantes 13.000 km ^ 3 e é totalmente reabastecida a cada 8 dias (ver: http://www.physicalgeography.net/fundamentals/8b.html). Isto significa, assumindo que 10 bilhões de pessoas sejam tão esbanjadoras como o americano médio, 0,03% de toda a água na atmosfera atenderia às necessidades de cada indivíduo de água e pode ser facilmente extraído através de geradores de água atmosféricos integrados nos próprios edifícios, ou projetados em turbinas eólicas para nos fornecer electricidade, bem como (ver: http://www.eolewater.com/gb/our-products/technology.html).
Temos geradores de água atmosférica, capazes de produzir água potável a partir da atmosfera (ver: http://en.wikipedia.org/wiki/Atmospheric_water_generator).
O processo de dessalinização de águas oceanicas é conhecido, antigo já, simples e prático. O único problema dessa técnica é que é muito cara de se fazer em larga escala. E o motivo do alto custo é que o processo requer grandes quantidades de energia.
Mas, como será abordado mais adiante, energia não é mais um problema, pelo menos desde umas 5 décadas, estamos basicamente cercados de energia limpa, grátis, superabundante por todos os cantos do planeta, e agora temos os meios para explorá-las, que não são colocados em prática mesmo beneficiando toda população e natureza, pois não satisfaz as necessidades de lucro de algumas empresas, ou melhor, de algumas pessoas. O sistema de mercado falharia em um dia se aplicássemos comida grátis e energia grátis para todos no planeta, não pode acontecer do ponto de vista do mercado, seria sua morte, porque há muito dinheiro e necessidade de serviços nesses dois setores que geram empregos nos quais o sistema todo se suporta. São setores grandes demais para ficarem open source e completamente passarem por cima do mercado sem o destruir por completo.
Redesenhar cidades (tecnicamente, as cidades nunca foram projetados para começar) para que elas realmente satisfaçam as necessidades humanas ao invés de apenas aglomerar um monte de pessoas juntas teria o impacto mais significativo na redução da quantidade de terra necessária para abrigar 10 bilhões de pessoas. Assumindo que as cidades são projetadas com um layout circular e que 45% de área da cidade é usada para habitação (os restantes 55% seriam destinados a produção de alimentos e água, educação, pesquisa e instalações médicas, instalações de lazer e entretenimento, etc), em torno de 1 milhão de pessoas poderiam ser acomodadas em uma cidade de 60 km ^ 2 (diâmetro de 8,8 km - cálculos abaixo), e com apenas com 10.000 cidades facilmente atenderíamos as necessidades de 10 bilhões de pessoas que cobrem 600.000 km², 0,4% da área total do planeta. Para comparação, hoje temos em torno de 320 mil cidades no mundo, considerando apenas as com mais de 20 mil habitantes.
60 km² x 45% = 27 km² para habitação
60% do km 27 ^ 2 é alocado para casas unifamiliares e 40% são destinados para condomínios
3 pessoas (em média) em cada unidade de casa ou apartamento; cada complexo de condomínio tem 1.000 unidades
cada casa tem 4046 m² de terra, cada complexo tem 32.375 m² de terra
27 km² x 60% = 16,2 km²; 27 km² x 40% = 10,8 km²
4.004 casas por cidade, três pessoas cada; 333 complexos de condomínio com 1.000 unidades cada, cada habitação 3 pessoas
12.012 pessoas residentes em domicílios; 999.000 vivem em condomínios
Notas adicionais: Cada casa ou unidade de condomínio poderiam ter 185 m² de espaço vital, que seria o espaçamento entre residências. Alguns hotéis de luxo têm menos de 120 m². Entre as cidades, tudo volta ao natural exceto pelas vias de ligação entre cidades, que serão muito bem distribuídas uma vez que não haverá cidades muito maiores que as outras, não há razão pra isso, não haverá provavelmente concentrações populacionais muito grandes em qualquer lugar, mesmo beira-mar, lugares padadisíacos, etc, porque primeiro o sistema de transporte é rápido, eficiente, limpo, seguro e grátis, portanto você pode estar em qualquer lugar do mundo (sem precisar levar bagagem) rapidamente. Segundo, e mais obviamente, menhuma cidade ofereceria muito mais benefícios que outra, tudo está no domínio público, e quando tudo é open-source, não há vantagens, quem não sabe fazer algo sempre pode aprender, não haverá mais “empregos”, ou mais “oportunidades” em uma cidade específica, o mundo todo é uma terra de oportunidades, e de fato com comunicações acessíveis a todos, provavelmente podemos trabalhar de qualquer lugar do mundo, interagindo com qualquer pessoa.
No que diz respeito a saúde, sabe-se que doenças cardiovasculares, doenças respiratórias, doenças gastrointestinais e câncer causam mais da metade de todas as mortes no mundo (ver: http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_causes_of_death_by_rate). Utilizando sistemas de energia limpa (fotovoltaica, solar-térmica, das ondas, das marés, OTEC, eólica, geotérmica, fusão, etc), pode-se fornecer infra-estrutura em elétrica de trânsito, fabricação automatizada e sistemas de construção (ver: https://www.facebook.com/note.php?note_id=10150339001513558), etc, removendo o lucro a partir da distribuição de cigarros e álcool, comendo menos carne vermelha e comendo mais plantas tornaria essas doenças, e o número de mortes relacionadas a elas, raros, no máximo .
Sistemas elétricos de trânsito já existiam desde o final de 1800 (ver: http://en.wikipedia.org/wiki/Electric_car).
Em 1999, uma patente para sistemas de tubo evacuado de trânsito foi aprovado em os EUA (ver: http://et3.com/). O desenvolvedor afirma que este sistema pode atingir velocidades de mais de 6.000 km / h para viagens inter-e intra-continental (eliminando a necessidade de trens, aviões, navios, etc) e superior a 300 km/h para viagens regionais, com menos de 1/10th o custo de instalação de uma estrada de ferro sobre uma distância igual. Para o trânsito intra-cidades (que iria substituir quase todos os automóveis), SkyTran (ver: http://www.skytran.net/phpsite/home/home.html) utiliza vagoes magneticamente levitados que podem seguramente viajar a velocidades de até 260 km/h com 1/100th do custo de uma rodovia de distância equivalente. Porque tanto ET3 e SkyTran são sistemas totalmente automatizados, engarrafamentos, acidentes, etc seriam, essencialmente, anomalias, e por causa de seus projetos se concentram no atendimento a tantas pessoas quanto possível, eles são muito mais eficientes que carros, trens, aviões, navios, etc. O usuário tem a disposição sua unidade por quanto tempo for necessário, por quanto tempo precisar, podem ser dias, meses, não importa. Quando terminado, o veículo torna-se para outras pessoas. Garantias/leis de propriedade seriam irrelevantes nesse contexto, a abundância de acesso substituiria a atual falsa abundancia da posse, e o respeito pelo que os outros estão utilizando virá naturalmente, e será maior do que nunca na história do respeito à propriedade alheia.
Isso ignora a eletricidade gerada a partir de energia eólica, térmica, solar com base no espaço, das ondas, das marés, OTEC, fusão, geotérmica, diferencial de calor, piezoelétrica, etc, que nos permitiria muito mais opções para gerar eletricidade limpa superabundante, e baseia-se em células solares que operam no comprimento de onda visual com menos de 40% de eficiência. Atualmente, a Microcontinuum está desenvolvendo células fotovoltaicas que operam no comprimento de onda infravermelho, significando que geram eletricidade a partir de calor e podem trabalhar à noite conforme o solo libera o calor absorvido durante o dia) e têm uma eficiência teórica de até 80% (ver: http://www.microcontinuum.com/solar.htm).
1,366 kW (Constante Solar) x 39,2% = 0,535 kW por m²
493,014 x 10 ^ 15 Btu (consumo global de energia em 2008) = 144,488 x 10 ^ 12 kWh
144,488 x 10 ^ 12/365 (kWh por ano) = 395,858 * 10 ^ 9 (kWh por dia)
395,858 x 10 ^ 9 (kWh por dia) / 4 (número de horas de luz do dia de pico) = 98,964 x 10 ^ 9 (kW por hora de luz de pico)
98,964 x 10 ^ 9 / 0,535 = 184,98 x 10 ^ 9 m²
184,98 x 10 ^ 9 m² = 184.980 km²
A comunicação é fácil - a Internet, telefones celulares, telepatia (para aqueles de vocês que acompanham transhumanismo, hahaha), etc, ao longo dos últimos anos, muitas empresas começaram a desenvolver vários meios de implementação de redes descentralizadas de comunicação para proporcionar as pessoas com uma conexão para a internet que não pode ser censurada ou desligada (ver: http://freenetworkfoundation.org/, http://www.sarapisfoundation.org/, http://freedomboxfoundation.org/), a fim de assegurar o direito de todos ao irrestrito acesso às tecnologias de comunicação.
Em conclusão, se somarmos os 0.4% da área para alimentação (plantações), os 0.4% necessários para ocupação humana (cidades), os 0.3% para energia, teremos cidades capazes de fornecer moradia, alimentol, água, energia, lazer, transporte, saúde, produção, distribuição, tudo incluso na cidade, usando 1.1% da área total da Terra.
Continuaremos com uma superpopulação enquanto utilizarmos os atuais métodos ineficientes, que já estavam obsoletos em torno de 150 anos atrás.
"Não é sinal de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente"
PeterJoseph disse: Poderia me apontar exatamente onde no texto encontram-se tais falácias e negações? Sendo mais objetivo, o debate será mais produtivo.
Vou deixar isso por Xborg responder, já que foi dirigido a ele.
O que eu teria a comentar é que isso é típico dos grandes gênios intelectuais esquerdistas: por não terem cérebro, não conseguem entender as raízes dos problemas e ficam aí tentando achar erros em conceitos...
O mais perto que se pode chegar, é que Livre Mercado é bom na casa dos outros. A Inglaterra foi defensora do dito-cujo quando era a única potência industrial. Depois veio com protecionismo em seu mercado. E pra quem não sabe, esse protecionismo é uma roubada se não tiver contrapartidas. No caso inglês, os industriais não queriam aumentar o salário dos trabalhadores, pois isso diminuiria seu lucro (e consequentemente a sua certeza de salvação _ sacomé, pelo Puritanismo, prosperidade nos negócios era um sinal de salvação). Mas teriam de fazê-lo, pois havia uma lei protecionista para os agricultores ingleses poderem vender seus produtos a bom preço. Venceram os industriais, que então permitiu a importação de trigo e outros a preços mais convidativos e aí não precisaram aumentar os salários...
Nós aqui nos ferramos com a proteção aos nossos industriais com a Lei da Informática. Os únicos computadores que funcionavam por aqui nessa época eram os contrabandeados, pois os nacionais, cheios de componentes também contrabandeados não funcionavam nem durante a garantia... Tomamos mais de uma década de atraso por conta disso. Então, meu caro, é bom você rever seus conceitos.
Recursos naturais... bem... Teve um ministro das Arábias que disse o seguinte: a Idade da Pedra não acabou por falta de pedras; a Idade do Petróleo também não vai acabar por falta de petróleo.
Essa OPEP sabe como lidar com as coisas. Quando quer aumentar a renda, aumenta os preços do petróleo à custa de baixar a produção. A grana entra, mas os caras estão de olho vivo nas alternativas. Quando é que se pensou em meios alternativos para substituir o petróleo? Quando se pairou a ameaça de que o petróleo ia acabar? Não: foi quando o preço foi lá nas alturas. Agora, para desespero de Maduro e da nossa (ops! agora é dos Petralhas) Petrobras, o preço está lá em baixo e talvez caia mais. Lá se foi o pré-sal... Qual a razão? Estratégia: com o preço baixo, os investimentos em fontes alternativas tornam-se desinteressantes e aí retarda-se o processo para se livrar da dependência do óleo...
Nyarlathotep disse: As empresas capitalistas produzem;
- carros hibridos, que funcionam com etanol, gasolina e bateria;
- embalagens de plástico biodegradâvel;
- lâmpadas mais econômicas;
- alimentos orgânicos;
- e assim por diante.
Nessas horas, é honesto perguntar: o capitalismo estâ ACABANDO ou SE ADAPTANDO à realidade de escassez de recursos e maiores preocupações com o meio ambiente?
Sim, existem tentativas de se fazer algo, ou pelo menos de se fazer de conta que se está tentando fazer algo. Mas devido a própria estrutura de funcionamento do livre mercado, estas mudanças costumam ser muito lentas, quando precisamos na verdade de um sistema dinâmico, que incorpore mudanças necessárias de forma bem mais rápida. Por exemplo, carros elétricos já existem desde o início do século passado, mas corporações da área do petróleo sempre fizeram lobby contra tais carros, impossibilitando que o mercado já tivesse sido tomado pelos carros elétricos ou mesmo a hidrogênio (Veja o documentário "Quem matou o carro elétrico").
Quanto a embalagens biodegradáveis, lâmpadas econômicas etc... isto ajuda sim, mas é pífio diante do tamanho do problema. É o mesmo que atacar um leão com um cortador de unhas. O grande problema da degradação ambiental é proveniente dos processos de industrialização e extração usados pelas corporações, que são feitos com muita intensidade devido a necessidade de consumo cíclico e usando meios pouco ecológicos/sustentáveis, pois são meios mais baratos, e o que se quer sempre é eficiência de custo para se manter competitivo no mercado. Se não me engano, cerca de 70% do lixo ambiental produzido no mundo é originado nas indústrias, mas querem jogar a responsabilidade nas mãos dos consumidores, como se a grande parcela de culpa fossem deles.
"Não é sinal de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente"
Botanico disse: O que eu teria a comentar é que isso é típico dos grandes gênios intelectuais esquerdistas: por não terem cérebro, não conseguem entender as raízes dos problemas e ficam aí tentando achar erros em conceitos...
Não me considero esquerdista, pois pra mim direita x esquerda é uma falsa dicotomia que não abrange os reais problemas e soluções existentes, servindo mais para manter o povo ocupado com brigas infantis sobre capitalismo x comunismo, enquanto a galera que manda de verdade lá no topo da pirâmide só se dá bem às custas da maioria, concentrando 50% das riquezas do planeta nas mãos de um 1% da população.
Então qual(is) seria(am) a(s) origem(s) raiz(es) dos problemas socioeconômicos enfrentados pela civilização atual?
Botanico disse: O mais perto que se pode chegar, é que Livre Mercado é bom na casa dos outros. A Inglaterra foi defensora do dito-cujo quando era a única potência industrial. Depois veio com protecionismo em seu mercado. E pra quem não sabe, esse protecionismo é uma roubada se não tiver contrapartidas. No caso inglês, os industriais não queriam aumentar o salário dos trabalhadores, pois isso diminuiria seu lucro (e consequentemente a sua certeza de salvação _ sacomé, pelo Puritanismo, prosperidade nos negócios era um sinal de salvação). Mas teriam de fazê-lo, pois havia uma lei protecionista para os agricultores ingleses poderem vender seus produtos a bom preço. Venceram os industriais, que então permitiu a importação de trigo e outros a preços mais convidativos e aí não precisaram aumentar os salários...
Tentar reformar um sistema caótico como o nosso por meio de leis, é só fazer remendos, não é resolver os problemas. Com remendos assim, alguém sempre vai se dar mal, como você bem citou. Isto sempre causará insatisfação de uma maioria, inviabilizando um sistema eficiente. Além disto, ainda continuaríamos com problemas ambientais graves originados do atual modo de produção e distribuição, pois leis nunca irão ser respeitadas enquanto impedirem o lucro das corporações e bancos e o consumo cíclico necessário pra manter a economia em funcionamento.
Botanico disse: Recursos naturais... bem... Teve um ministro das Arábias que disse o seguinte: a Idade da Pedra não acabou por falta de pedras; a Idade do Petróleo também não vai acabar por falta de petróleo.
Irrelevante comparação, pois pedras existem em um número infinitamente maior do que o petróleo.
Nosso maior problema em relação a ele é a suas extração e os resíduos de sua utilização jogados no ambiente. Além disso, o petróleo não é nosso único problema ambiental e de recursos, a questão toda vai muito além.
"Não é sinal de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente"
Judas disse: Peter Pan esquerdista tirano disse:A) A necessidade de “crescimento infinito”, que é matematicamente insustentável e ecologicamente prejudicial.
Não precisamos crescer infinitamente, basta a quantidade de habitantes se estabilizar e a necessidade de crescimento abaixa, restando ao mercado apenas aumentar a qualidade de vida de quem esta ocupando o planeta em um determinado momento e também pra quem vier a nascer depois.
Como já citei antes, o crescimento não se dá somente pelo aumento constante da população, se não países com pequeno crescimento populacional teriam crescimento econômico minúsculo, e não é o que ocorre. Existem outros mecanismos envolvidos. Além disto não é problema de superpopulação, apenas de má administração dos recursos, como também já postei demonstrando com números. Dê uma lida (LIDANDO COM O MITO DA SUPERPOPULAÇÃO).
Imagine também como seria complicado ter que implantar um sistema de controle de natalidade no mundo todo, teríamos que criar uma verdadeira ditadura pra isto, sem falar no grande trabalho e nos altos custos para fiscalizar etc.
Crescimento populacional não é culpa do capitalismo e vai ocorrer em qualquer regime que se instale. A diferença é que só o capitalismo de livre mercado se mostrou eficaz até hoje em toda a historia da humanidade em gerar mais riqueza pra ser distribuída
Certamente, se mostrou mais eficiente que seus antecessores, mas já se encontra obsoleto e perigoso, e em fase de mudança estrutural. Temos que apressar estas mudanças naturais que já vem ocorrendo e mudar o mais rápido possível para evitarmos grandes crises sociais e ambientais, pois com elas tudo seria muito pior. Se você acha o capitalismo produtivo, o sistema que promete substituí-lo irá deixar o livre mercado no chinelo no quesito produtividade e abundância.
Post edited by PeterJoseph on
"Não é sinal de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente"
Judas disse: Todo esquerdista é assim, obcecado por interferir na vida alheia de forma abrupta e imperativa. Todo o esquerdista é tirano e revolucionário (no pior sentido da palavra).
Não sou esquerdista, pelos motivos já justificados anteriormente. Mas a questão aqui é que o modo de vida humano atual é insustentável, tanto do ponto de vista social como ecológico. Existe sim uma ditadura, mas é a ditadura das leis naturais. Achar que podemos ignorar a natureza só porque queremos fazer o que der na telha, só trará consequências muito ruins para nós mesmos enquanto civilização. Nos basearmos em formas de pensar sem fundamento na realidade física/natural ou em tradições sem relevância do ponto de vista da natureza e suas leis, é construirmos um castelo na areia, o resultado será sempre um sistema deficiente e muito instável.
E o melhor de tudo é que mudarmos de valores e de sistema irá nos proporcionar muito mais liberdade e abundância do que o que temos hoje. Temos pra isto que mimetizar a natureza em seus ciclos, acompanha-la de perto e nos adequarmos à sua realidade com a tecnologia.
Post edited by PeterJoseph on
"Não é sinal de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente"
Bem membrado, Judas!
E tem mais três características positivas do capitalismo (ou Livre Mercado):
- mobilidade social;
- meritocracia;
- responsabilidade individual.
Salvo engano, na Idade Média, quem nascia nobre morria nobre, e o mesmo ocorria com os plebeus. Agora existe possibilidade de um pobre enriquecer. E quando o foco é o indivíduo, surge uma categoria que os esquerdopatas (esquerdistas + psicopatas) preferem ignorar - o PROFISSIONAL LIBERAL. Pois o médico, o advogado, o dentista, o economista, NÃO SÃO empregados nem patrões. Eles não colocam ações na bolsa nem têm milhares de empregados. Como OUTRO sistema socioeconômico poderia estimular esta categoria profissional?
Peter Pan.... huahuhuahua! Excelente, Judas! Excelente!
PeterJoseph disse: É isto que vocês tem a me dizer? Me chamar de socialista/comunista?
O ultimo cara que veio aqui com essa ladainha falou que não tinha problema algum o povo da venezuela não ter acesso a papel higienico porque ele mesmo não gostava de limpar o cu.
Judas disse: E você prefere criar uma ditadura onde os seus "valores" sejam os vigentes.
Ja ouvimos essa historia antes umas cem vezes por aqui.
Se você se refere a um sistema de governo humano ditatorial, isto não pode ser feito para se construir algo de fato novo, pois o máximo que podemos fazer é tentar sensibilizar o maior número de pessoas possíveis, para assim mudarmos o paradigma socioeconômico vigente em tempo hábil e direcionado para sustentabilidade e abundância de fato. Por meio da coerção estatal e violência de qualquer tipo, só criaremos mais sistemas como o atual e os que já existiram. Violência não é uma boa alternativa, basicamente ajuda a perpetuar o que já existe.
Mas como já disse antes, não precisamos criar uma ditadura social, uma ditadura natural já existe. Por sermos produto da natureza e parte constituinte da mesma, estamos sujeitos a uma relação de causa e efeito das leis naturais. Não estamos isolados da natureza, imune às suas leis, por mais que hoje em dia muitos acreditem que sim. Querer ignorar tal ditadura será o suicídio de nossa espécie. E a melhor ferramenta que possuímos para entender as leis naturais é o método científico, e a melhor ferramenta que temos para nos adaptarmos à natureza é a tecnologia.
Responsabilidade individual. Tenha apenas os filhos que pode criar.
Responsabilidade individual, apelo à moral, leis e punições, não resolvem nada, no máximo ameniza uma falha estrutural do sistema. Se resolvesse, já haveria resolvido praticamente todos os problemas, pelo menos em alguns países. Não é uma expectativa nada razoável esperar que as pessoas se comportem independente do condicionamento socioambiental, promovido principalmente pelo sistema de produção e distribuição adotado. As pessoas precisam ter uma estrutura material que suporte suas decisões e seu modo de ver a vida. Por mais que eu peça para todos não terem mais filhos ou no máximo um, isto jamais ocorreria, apenas melhoraria com coerção estatal. Enquanto existirem pessoas na miséria existirá natalidade precoce e sem controle. Ou, por exemplo, por mais que eu eduque todos a darem preferência pelo uso de transportes públicos para evitar automóveis individuais, não vai adiantar nada se não houver uma estrutura por traz que me dê transporte público com qualidade, de preferência de forma automatizada. Resumindo, contar simplesmente com a boa vontade individual das pessoas, é ser no mínimo ingênuo.
No mais nada mais anti natural do que tentar mudar a natureza humana, vocês não se cansam de tentar fazer isso.
Não existe uma natureza humana imutável impressa nos genes, isto é coisa de quem acredita em bobagens como determinismo genético e pecado original. Somos o resultado da complexa interação entre ambiente e genes, com enorme influência do meio ambiente, incluindo o poder de silenciar e/ou estimular genes (epigenética). Tudo indica que nós humanos possuímos uma enorme variedade de possibilidades de formas de nos comportar, isto dependerá muito do ambiente social e em que direção ele nos aponta. O que existe realmente de natureza humana é a necessidade que temos de sobreviver, de preferência de forma digna. Se houver escassez de recursos, esta nossa natureza humana básica irá reagir nos levando a competir, acumular e a nos matar pelos recursos (que é exatamente o que vemos hoje em dia, só que de uma forma tecnologicamente e socialmente mais sofisticada). Mas não havendo escassez, principalmente dos itens mais necessários e de conforto mínimo, não haveria por que competir. Tenderíamos a uma visão mais cooperativa da vida. Comunidades humanas viveram assim por milhares de anos antes da revolução neolítica, agora a tecnologia pode nos proporcionar abundância para vivermos assim novamente, mesmo com um número grande de pessoas, sem agredir significativamente o meio ambiente ecológico. Poderíamos ultrapassar o nível de vida dos milionários atuais, para todos e não só uma parte.
"Não é sinal de saúde ser bem ajustado a uma sociedade profundamente doente"
Nyarlathotep disse: E tem mais três características positivas do capitalismo (ou Livre Mercado):
- mobilidade social;
Isto se torna irrelevante se temos abundância para todos, que é justamente do que estou falando.
- meritocracia;
Meritocracia de fato não existe, em dois níveis. Primeiro porque muito raramente as pessoas terão acesso à mesma educação e aos mesmos meios econômicos para poderem competir. Por exemplo, pessoas que recebem heranças ou que nascem com pais ricos já começam bem adiantados nesta corrido, portanto, não é nada justa esta meritocracia.
Segundo, por si só o termo meritocracia não faz sentido, por que, como não existe nada além da interação entre ambiente e genes na formação de nossas mentes, e como não escolhemos nem o ambiente em que nascemos nem nossa carga genética, não faz sentido alguém ter mérito por algo que não escolheu, que era inevitável, por assim dizer.
E como ficam as pessoas com habilidades e prazer em fazer coisas que não possuem grande retorno financeiro e, portanto, não permitem as pessoas se dedicarem a isto pra viver e ter "méritos" maiores no acesso aos recursos? Isto sim é uma verdadeira ditadura, ser obrigado a fazer o que não gosta e não tem dom, pra poder viver.
- responsabilidade individual.
Já respondi isto pro Judas, leia lá.
Salvo engano, na Idade Média, quem nascia nobre morria nobre, e o mesmo ocorria com os plebeus. Agora existe possibilidade de um pobre enriquecer.
Esta mobilidade social não é tão grande assim como sugere, nem ocorre com tanta frequência, nem é esta possibilidade idêntica para qualquer um a partir do momento que nasce, aliás, até antes de nascer, pois somos resultado de condições prévias ao próprio nascimento, já no útero da mãe. Se discorda, então me diga aí quando foi que conseguiu o seu primeiro milhão?
E quando o foco é o indivíduo, surge uma categoria que os esquerdopatas (esquerdistas + psicopatas) preferem ignorar - o PROFISSIONAL LIBERAL. Pois o médico, o advogado, o dentista, o economista, NÃO SÃO empregados nem patrões. Eles não colocam ações na bolsa nem têm milhares de empregados. Como OUTRO sistema socioeconômico poderia estimular esta categoria profissional?
Pesquisas e mais pesquisas tem demonstrado que dinheiro, a partir de certo ponto, estimula apenas trabalhos manuais (braçais). Trabalhos intelectuais, após um determinado nível de valor monetário, são estimulados apenas por meios que envolvem criatividade e paixão por áreas afins. Uma vez que as pessoas tenham o suficiente para viver com alta qualidade de vida sem necessidade de trabalho compulsório e todo o trabalho manual seja automatizado, não haveria impedimento para cada um se dedicar ao que gosta e compartilhar isto com os demais numa grande rede.
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Comentários
Venezuela é um sucesso.
Onde houver fé, levarei a dúvida!
- carros hibridos, que funcionam com etanol, gasolina e bateria;
- embalagens de plástico biodegradâvel;
- lâmpadas mais econômicas;
- alimentos orgânicos;
- e assim por diante.
Nessas horas, é honesto perguntar: o capitalismo estâ ACABANDO ou SE ADAPTANDO à realidade de escassez de recursos e maiores preocupações com o meio ambiente?
Apontar defeitos no livre mercado é fácil. O difícil é encontrar uma opção menos ruim e que já tenha sido testada e aprovada no mundo real.
É isto que vocês tem a me dizer? Me chamar de socialista/comunista? O que eu quero é que me digam se concordam ou não com os pontos listados e porque. Não quero que tentem adivinhar minha orientação política. Vamos discutir o capitalismo ou é muito pesado pra vocês?
As outras são imposições baseadas em ideologias, contrariam a natureza humana (e por isto têm que ser impostas por governos autoritários), contrariam a realidade do mundo e nunca funcionaram.
O capitalismo é imperfeito? Sim, e já foi mais ainda. Vamos continuar aperfeiçoando o que já conseguimos. Ou melhor, vamos continuar aperfeiçoando a sociedade.
É idiota a ideia de que "se o capitalismo é imperfeito, vamos adotar a opção oposta", esquecendo que outras opções nunca deram certo.
Não existe imperfeição ou perfeição, o que existe é a realidade que, sendo conhecida, pode ser influenciada e melhorada.
Tem uma frase que diz que "o fato de não haver opção torna irrelevante o fato de ser difícil". Não temos opção, temos que mudar de sistema antes que seja muito mais complicado de fazer ou até impossível.
Na verdade já existe uma mudança ocorrendo no sistema socioeconômico, que levará à sua mudança estrutural, e na minha opinião isto não tem como ser parado. Temos é que tentar de alguma forma acelerar esta mudança e orientá-la para um objetivo sustentável, tanto socialmente como ecologicamente.
Matéria original no The Guradian: http://www.theguardian.com/sustainable-business/2014/nov/07/radical-new-economic-system-will-emerge-from-collapse-of-capitalism
Mas como citei antes, temos que tentar acelerar estas mudanças naturais, mas lentas, pois não temos todo tempo do mundo:
NASA destaca possibilidade de colapso da civilização
“Estudo encomendado pela NASA e divulgado essa semana destaca a possibilidade de que, nas próximas décadas, a humanidade entre em colapso. A exploração insustentável de recursos naturais e o aumento da desigualdade na distribuição de renda seriam as principais causas.”
Texto completo: http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2014/03/nasa-destaca-possibilidade-de-colapso-da-civilizacao.html
A automação, que já vêm provocando desemprego estrutural e que só tende a aumentar nos próximos anos, também irá acabar levando o sistema a um colapso ou a uma mudança radical:
Substituir homens por robôs é inevitável, diz Larry Page (Google)
“O presidente do Google afirmou que 90% do trabalho feito atualmente por humanos será realizado por robôs nos próximos anos.
É inevitável que essas coisas aconteçam", disse Larry Page em uma longa entrevista concedida ao jornal Financial Times.
Segundo o executivo, o desenvolvimento da inteligência artificial tornará computadores e robôs aptos para a maioria dos empregos realizados pelos seres humanos.”
Lembrando que o Google esta investindo pesadamente em robótica e inteligência artificial nos últimos anos.
Texto completo: http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/substituir-homens-por-robos-e-inevitavel-diz-larry-page
Poderia me apontar exatamente onde no texto encontram-se tais falácias e negações? Sendo mais objetivo, o debate será mais produtivo.
É bem possível que o capitalismo desapareça e seja substituífo por UM NOVO SISTEMA. Isto já ocorreu no passado: o feudalismo durou cerca de mil anos e desapareceu. Foi substituído pelo capitalismo, que tem... o quê? Uns trezentos anos? Nisto, concordamos. Agora, eu não tenho a menor ideia sobre O QUE virâ no lugar do capitalismo. Pode ser que Rifkin tenha razão. Ou não. Enquanto isso, vamod seguindo em frente com o capitalismo mesmo - porque ele não é eterno ou perfeito, mas HOJE é o menos ruim.
Pois é, estão dizendo isto há uns 500 anos... Ainda estamos longe disto. De qualquer forma, esta revolução tecnológica foi fruto da livre iniciativa. Quando a escassez natural de recursos e a necessidade de se trabalhar duro para sobreviver for superada pela tecnologia, sim, a vida mudará muito.
Só que isto ainda não aconteceu.
E, não, não será a substituição do Livre Mercado ou do Capitalismo por opção melhor e sim a mudança das condições de vida a ponto de tais conceitos se tornarem desnecessários.
Assunto já debatido aqui:
http://religiaoeveneno.com.br/discussion/2461/a-pouco-tempo-das-eleicoes-votar-em-quem/p7 Há gente demais no mundo. E o consumo de recursos só não é maior porque grande parte da humanidade é pobre. Quando isto acontecer, a humanidade se adaptará a novas maneiras de viver. Mas ainda não aconteceu.
Legal você entender que a realidade muda, como já mudou antes e continuará mudando sempre, pois na realidade a única constante é a mudança. Porém, como já apontei, precisamos acelerar estas mudanças naturais que vem ocorrendo, para que o colapso da civilização não ocorra antes (leia as matérias da Exame e da Galileu que indiquei), o que será muito pior. Este tipo de coisa também já aconteceu antes na história humana, mas desta vez será global e muito pior do que no passado, podendo até nos levar à extinção desta vez, mesmo sendo uma possibilidade baixa, existe.
O capitalismo é só um meio de se obter aquilo que as pessoas desejam consumir.
Aquilo que elas desejariam sob qualquer outro regime econômico.
O máximo que se pode dizer é que, com um sistema menos eficiente, a população mundial seria menor, a tecnologia teria avançado menos e menos recursos seriam necessários para sustentá-la.
Por exemplo: se ainda vivêssemos como na Idade Média, com a população daquela época, pessoas continuariam morrendo de fome e doenças, mas não haveria esta preocupação com o esgotamento dos recursos do planeta.
Mas as mudanças não ocorrerão de uma hora para outra, irá ocorrer lentamente, com aceleramento contínuo até que no final as mudanças ocorram rapidamente, quase que do dia pra noite. E desde o início já provoca mudanças profundamente negativas na sociedade, pois ainda não começamos as nos adaptar de verdade à mudanças, ainda perseguimos o paradigma já em processo de falência e substituição. Temos que tentar acelerar as mudanças, pelos motivos citados anteriormente. Imagine quando estivermos mais adiantados nas mudanças, o coisa ficará bem ruim já bem antes do tombo final, como já está ficando. Colapso econômico não vai nem ser o pior, o problema grande vai ser o colapso ambiental.
Na verdade não existe problema de superpopulação, mas de má administração dos recursos. E a "grande" solução para manter o consumo menor é manter a maioria das pessoas pobres? Penso haver solução muito melhor e mais humana. Também pense em como seria complicado impor um regime de controle de natalidade em todo o mundo. Precisaríamos instalar uma verdadeira ditadura pra manter algo assim, além do enorme trabalho e dos altos gastos envolvidos para fiscalizar tudo etc.
No sistema capitalista é necessário consumo cíclico constante para manter a economia em andamento e movimentando dinheiro. Devido a este seu mecanismo interno básico para sustentação de toda a sua estrutura, medidas como obsolescência programada são usadas, onde os bens são feitos para durar um tempo determinado, pois se durassem muito não haveria a rotatividade de consumo necessária para o sistema existir. Além disto, através do marketing e propagação de valores que apoiam o mecanismo de existência do próprio sistema econômico, são criados desejos artificiais e logicamente desnecessários para a população, com o único intuito de se vender mais e, com isto, continuar a desperdiçar recursos naturais valiosos e destruir o ambiente através de sua busca e dos resíduos provenientes de sua industrialização. Quando você diz que "Aquilo que elas desejariam sob qualquer outro regime econômico", está ignorando completamente que os sistema econômico influencia diretamente os valores da sociedade, e num sistema onde os meios de produção e distribuição fossem outros, os valores também seriam outros. Numa sociedade pós-escassez, valores como consumismo e propriedade seriam irrelevantes e até risíveis.
Existe diferença entre se adaptar anteriormente, de forma programada e com redução de danos e correr atrás do leite derramado, após muitas mortes e sofrimento da população. Isto é, se sobrar algum leite derramado para se correr atrás.
Como afirmei antes e vou demonstrar agora, não existe superpopulação mas apenas má administração dos recursos da Terra por meio de um sistema socioeconômico ineficiente e já obsoleto diante do contexto atual. E não é somente o crescimento populacional que proporciona o aumento do consumo de recursos, se não países com baixo crescimento populacional sempre registrariam crescimento ínfimo, e não é o que ocorre.
Vou deixar isso por Xborg responder, já que foi dirigido a ele.
O que eu teria a comentar é que isso é típico dos grandes gênios intelectuais esquerdistas: por não terem cérebro, não conseguem entender as raízes dos problemas e ficam aí tentando achar erros em conceitos...
O mais perto que se pode chegar, é que Livre Mercado é bom na casa dos outros. A Inglaterra foi defensora do dito-cujo quando era a única potência industrial. Depois veio com protecionismo em seu mercado. E pra quem não sabe, esse protecionismo é uma roubada se não tiver contrapartidas. No caso inglês, os industriais não queriam aumentar o salário dos trabalhadores, pois isso diminuiria seu lucro (e consequentemente a sua certeza de salvação _ sacomé, pelo Puritanismo, prosperidade nos negócios era um sinal de salvação). Mas teriam de fazê-lo, pois havia uma lei protecionista para os agricultores ingleses poderem vender seus produtos a bom preço. Venceram os industriais, que então permitiu a importação de trigo e outros a preços mais convidativos e aí não precisaram aumentar os salários...
Nós aqui nos ferramos com a proteção aos nossos industriais com a Lei da Informática. Os únicos computadores que funcionavam por aqui nessa época eram os contrabandeados, pois os nacionais, cheios de componentes também contrabandeados não funcionavam nem durante a garantia... Tomamos mais de uma década de atraso por conta disso. Então, meu caro, é bom você rever seus conceitos.
Recursos naturais... bem... Teve um ministro das Arábias que disse o seguinte: a Idade da Pedra não acabou por falta de pedras; a Idade do Petróleo também não vai acabar por falta de petróleo.
Essa OPEP sabe como lidar com as coisas. Quando quer aumentar a renda, aumenta os preços do petróleo à custa de baixar a produção. A grana entra, mas os caras estão de olho vivo nas alternativas. Quando é que se pensou em meios alternativos para substituir o petróleo? Quando se pairou a ameaça de que o petróleo ia acabar? Não: foi quando o preço foi lá nas alturas. Agora, para desespero de Maduro e da nossa (ops! agora é dos Petralhas) Petrobras, o preço está lá em baixo e talvez caia mais. Lá se foi o pré-sal... Qual a razão? Estratégia: com o preço baixo, os investimentos em fontes alternativas tornam-se desinteressantes e aí retarda-se o processo para se livrar da dependência do óleo...
É assim que se faz.
Sim, existem tentativas de se fazer algo, ou pelo menos de se fazer de conta que se está tentando fazer algo. Mas devido a própria estrutura de funcionamento do livre mercado, estas mudanças costumam ser muito lentas, quando precisamos na verdade de um sistema dinâmico, que incorpore mudanças necessárias de forma bem mais rápida. Por exemplo, carros elétricos já existem desde o início do século passado, mas corporações da área do petróleo sempre fizeram lobby contra tais carros, impossibilitando que o mercado já tivesse sido tomado pelos carros elétricos ou mesmo a hidrogênio (Veja o documentário "Quem matou o carro elétrico").
Quanto a embalagens biodegradáveis, lâmpadas econômicas etc... isto ajuda sim, mas é pífio diante do tamanho do problema. É o mesmo que atacar um leão com um cortador de unhas. O grande problema da degradação ambiental é proveniente dos processos de industrialização e extração usados pelas corporações, que são feitos com muita intensidade devido a necessidade de consumo cíclico e usando meios pouco ecológicos/sustentáveis, pois são meios mais baratos, e o que se quer sempre é eficiência de custo para se manter competitivo no mercado. Se não me engano, cerca de 70% do lixo ambiental produzido no mundo é originado nas indústrias, mas querem jogar a responsabilidade nas mãos dos consumidores, como se a grande parcela de culpa fossem deles.
Não me considero esquerdista, pois pra mim direita x esquerda é uma falsa dicotomia que não abrange os reais problemas e soluções existentes, servindo mais para manter o povo ocupado com brigas infantis sobre capitalismo x comunismo, enquanto a galera que manda de verdade lá no topo da pirâmide só se dá bem às custas da maioria, concentrando 50% das riquezas do planeta nas mãos de um 1% da população.
Então qual(is) seria(am) a(s) origem(s) raiz(es) dos problemas socioeconômicos enfrentados pela civilização atual?
Tentar reformar um sistema caótico como o nosso por meio de leis, é só fazer remendos, não é resolver os problemas. Com remendos assim, alguém sempre vai se dar mal, como você bem citou. Isto sempre causará insatisfação de uma maioria, inviabilizando um sistema eficiente. Além disto, ainda continuaríamos com problemas ambientais graves originados do atual modo de produção e distribuição, pois leis nunca irão ser respeitadas enquanto impedirem o lucro das corporações e bancos e o consumo cíclico necessário pra manter a economia em funcionamento.
Irrelevante comparação, pois pedras existem em um número infinitamente maior do que o petróleo.
Nosso maior problema em relação a ele é a suas extração e os resíduos de sua utilização jogados no ambiente. Além disso, o petróleo não é nosso único problema ambiental e de recursos, a questão toda vai muito além.
Iria fazer uma piada sobre isto.
― Winston Churchill
Como já citei antes, o crescimento não se dá somente pelo aumento constante da população, se não países com pequeno crescimento populacional teriam crescimento econômico minúsculo, e não é o que ocorre. Existem outros mecanismos envolvidos. Além disto não é problema de superpopulação, apenas de má administração dos recursos, como também já postei demonstrando com números. Dê uma lida (LIDANDO COM O MITO DA SUPERPOPULAÇÃO).
Imagine também como seria complicado ter que implantar um sistema de controle de natalidade no mundo todo, teríamos que criar uma verdadeira ditadura pra isto, sem falar no grande trabalho e nos altos custos para fiscalizar etc.
Certamente, se mostrou mais eficiente que seus antecessores, mas já se encontra obsoleto e perigoso, e em fase de mudança estrutural. Temos que apressar estas mudanças naturais que já vem ocorrendo e mudar o mais rápido possível para evitarmos grandes crises sociais e ambientais, pois com elas tudo seria muito pior. Se você acha o capitalismo produtivo, o sistema que promete substituí-lo irá deixar o livre mercado no chinelo no quesito produtividade e abundância.
Não sou esquerdista, pelos motivos já justificados anteriormente. Mas a questão aqui é que o modo de vida humano atual é insustentável, tanto do ponto de vista social como ecológico. Existe sim uma ditadura, mas é a ditadura das leis naturais. Achar que podemos ignorar a natureza só porque queremos fazer o que der na telha, só trará consequências muito ruins para nós mesmos enquanto civilização. Nos basearmos em formas de pensar sem fundamento na realidade física/natural ou em tradições sem relevância do ponto de vista da natureza e suas leis, é construirmos um castelo na areia, o resultado será sempre um sistema deficiente e muito instável.
E o melhor de tudo é que mudarmos de valores e de sistema irá nos proporcionar muito mais liberdade e abundância do que o que temos hoje. Temos pra isto que mimetizar a natureza em seus ciclos, acompanha-la de perto e nos adequarmos à sua realidade com a tecnologia.
E tem mais três características positivas do capitalismo (ou Livre Mercado):
- mobilidade social;
- meritocracia;
- responsabilidade individual.
Salvo engano, na Idade Média, quem nascia nobre morria nobre, e o mesmo ocorria com os plebeus. Agora existe possibilidade de um pobre enriquecer. E quando o foco é o indivíduo, surge uma categoria que os esquerdopatas (esquerdistas + psicopatas) preferem ignorar - o PROFISSIONAL LIBERAL. Pois o médico, o advogado, o dentista, o economista, NÃO SÃO empregados nem patrões. Eles não colocam ações na bolsa nem têm milhares de empregados. Como OUTRO sistema socioeconômico poderia estimular esta categoria profissional?
Peter Pan.... huahuhuahua! Excelente, Judas! Excelente!
O ultimo cara que veio aqui com essa ladainha falou que não tinha problema algum o povo da venezuela não ter acesso a papel higienico porque ele mesmo não gostava de limpar o cu.
Estamos vacinados.
Onde houver fé, levarei a dúvida!
Mas como já disse antes, não precisamos criar uma ditadura social, uma ditadura natural já existe. Por sermos produto da natureza e parte constituinte da mesma, estamos sujeitos a uma relação de causa e efeito das leis naturais. Não estamos isolados da natureza, imune às suas leis, por mais que hoje em dia muitos acreditem que sim. Querer ignorar tal ditadura será o suicídio de nossa espécie. E a melhor ferramenta que possuímos para entender as leis naturais é o método científico, e a melhor ferramenta que temos para nos adaptarmos à natureza é a tecnologia.
Responsabilidade individual, apelo à moral, leis e punições, não resolvem nada, no máximo ameniza uma falha estrutural do sistema. Se resolvesse, já haveria resolvido praticamente todos os problemas, pelo menos em alguns países. Não é uma expectativa nada razoável esperar que as pessoas se comportem independente do condicionamento socioambiental, promovido principalmente pelo sistema de produção e distribuição adotado. As pessoas precisam ter uma estrutura material que suporte suas decisões e seu modo de ver a vida. Por mais que eu peça para todos não terem mais filhos ou no máximo um, isto jamais ocorreria, apenas melhoraria com coerção estatal. Enquanto existirem pessoas na miséria existirá natalidade precoce e sem controle. Ou, por exemplo, por mais que eu eduque todos a darem preferência pelo uso de transportes públicos para evitar automóveis individuais, não vai adiantar nada se não houver uma estrutura por traz que me dê transporte público com qualidade, de preferência de forma automatizada. Resumindo, contar simplesmente com a boa vontade individual das pessoas, é ser no mínimo ingênuo.
Não existe uma natureza humana imutável impressa nos genes, isto é coisa de quem acredita em bobagens como determinismo genético e pecado original. Somos o resultado da complexa interação entre ambiente e genes, com enorme influência do meio ambiente, incluindo o poder de silenciar e/ou estimular genes (epigenética). Tudo indica que nós humanos possuímos uma enorme variedade de possibilidades de formas de nos comportar, isto dependerá muito do ambiente social e em que direção ele nos aponta. O que existe realmente de natureza humana é a necessidade que temos de sobreviver, de preferência de forma digna. Se houver escassez de recursos, esta nossa natureza humana básica irá reagir nos levando a competir, acumular e a nos matar pelos recursos (que é exatamente o que vemos hoje em dia, só que de uma forma tecnologicamente e socialmente mais sofisticada). Mas não havendo escassez, principalmente dos itens mais necessários e de conforto mínimo, não haveria por que competir. Tenderíamos a uma visão mais cooperativa da vida. Comunidades humanas viveram assim por milhares de anos antes da revolução neolítica, agora a tecnologia pode nos proporcionar abundância para vivermos assim novamente, mesmo com um número grande de pessoas, sem agredir significativamente o meio ambiente ecológico. Poderíamos ultrapassar o nível de vida dos milionários atuais, para todos e não só uma parte.
Isto se torna irrelevante se temos abundância para todos, que é justamente do que estou falando.
Meritocracia de fato não existe, em dois níveis. Primeiro porque muito raramente as pessoas terão acesso à mesma educação e aos mesmos meios econômicos para poderem competir. Por exemplo, pessoas que recebem heranças ou que nascem com pais ricos já começam bem adiantados nesta corrido, portanto, não é nada justa esta meritocracia.
Segundo, por si só o termo meritocracia não faz sentido, por que, como não existe nada além da interação entre ambiente e genes na formação de nossas mentes, e como não escolhemos nem o ambiente em que nascemos nem nossa carga genética, não faz sentido alguém ter mérito por algo que não escolheu, que era inevitável, por assim dizer.
E como ficam as pessoas com habilidades e prazer em fazer coisas que não possuem grande retorno financeiro e, portanto, não permitem as pessoas se dedicarem a isto pra viver e ter "méritos" maiores no acesso aos recursos? Isto sim é uma verdadeira ditadura, ser obrigado a fazer o que não gosta e não tem dom, pra poder viver.
Já respondi isto pro Judas, leia lá.
Esta mobilidade social não é tão grande assim como sugere, nem ocorre com tanta frequência, nem é esta possibilidade idêntica para qualquer um a partir do momento que nasce, aliás, até antes de nascer, pois somos resultado de condições prévias ao próprio nascimento, já no útero da mãe. Se discorda, então me diga aí quando foi que conseguiu o seu primeiro milhão?
Pesquisas e mais pesquisas tem demonstrado que dinheiro, a partir de certo ponto, estimula apenas trabalhos manuais (braçais). Trabalhos intelectuais, após um determinado nível de valor monetário, são estimulados apenas por meios que envolvem criatividade e paixão por áreas afins. Uma vez que as pessoas tenham o suficiente para viver com alta qualidade de vida sem necessidade de trabalho compulsório e todo o trabalho manual seja automatizado, não haveria impedimento para cada um se dedicar ao que gosta e compartilhar isto com os demais numa grande rede.