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Comentários
<br><br>Exato Fernando. Por isso mesmo não incluí religião no foco do tópico e sim um deus como entidade geratriz, suas consequencias para a humanidade e as leis que surgiram no decorrer das crenças nesta ou nestas entidades. As teorias científicas podem sim se tornar um dia revelações tecnológicas, desde que alguém avance suficientemente em conhecimento mas também tenha o aopio de outros grupos de cientistas. Tirando as descobertas por acas (que sabemos serem muitas), os gênios que surgem de tempos em tempos (que sabemos não serem tantos), buscar um entendimento de algo que se não conhece é impossível caso não se arrisque uma idéia ou um pensamento abstrato. Alguém tem que começar por algum lugar fora do contexto existente para se ter um avanço além do que já se conhece. Não sei se me fiz entender.<br>
<br><br>Acho que você está misturando "descobrir coisas novas, em que ninguém tinha pensado" com "aprender sobre coisas que outros já descobriram". Para entender <b>completamente</b> como um celular funciona e é fabricado, seriam precisos muitos anos de estudo. Você pode não ter tempo, não ter capacidade, mas o conhecimento está lá, disponível.<br><br>
Eu posso te dizer que a mesma certeza que você tem sobre a física, eu tenho sobre a “busca sincera”. A única diferença entre nós é que a sua certeza já foi provada (demonstrada) e a minha ainda não. Ainda.
Mas, se aceitam um conselho, diria que um bom começo é a remoção do entulho. Religião é um enorme entulho entre o homem e Deus. Não se pode ver o Sol em um dia nublado, do mesmo modo, não se pode “alcançar” Deus passando por cima do entulho. Remova-o de sua vida. E antes que isso pareça uma pregação, esclareço que estou apenas oferecendo uma pálida resposta às perguntas que recebo com frequência dos senhores. Ninguém deve, precisa, necessita, etc., fazer coisa alguma.
Muito provavelmente o senhores vão alegar que já removeram a religião há muito tempo e nada aconteceu. Existem dois poréns aí. O primeiro é que os senhores abandonaram a religião e o conceito de Deus junto com ela. Eu, por exemplo, perdi o interesse por igrejas e bíblias, mas intensifiquei minha busca por Deus. É como ter uma estrada bloqueada, separando-o de seu objetivo. Mais tarde, quando a estrada finalmente é liberada, você dá meia volta e retorna ao ponto de partida. Você foi do nada ao nada. Perdoem-me a péssima analogia.
Agora, o segundo porém. Nesse eu vou me estrepar. E só posso dizer que lamento profundamente. Mas já sei que o ego humano não permite esse nível de transigência. Em defesa da exatidão: É falsa a noção de que os senhores estão livres da religião. Nós estamos atados a tudo aquilo a que damos valor, mesmo que esse valor seja negativo. E a força da amarra será proporcional à qualidade e quantidade dos nós que fizermos. Eu, perdoem-me a falta de modéstia, posso dizer com toda a certeza que sou alguém LIVRE de qualquer conceito religioso. E foi com essa liberdade que cheguei aonde cheguei: Um lugar que não posso demonstrar, embora o saiba real. Não façam nada, se essa for sua vontade. Ou desatem os nós, se forem curiosos.
O debate chegou ao ponto em que eu saio fora, ou por não ter mais o que dizer sem me repetir ou porque não há argumentos a se debater e sim afirmações que não podem ser questionadas nem aceitas. Apenas tomo conhecimento delas.
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Ayyavazhi, o que você definiria como uma crença divina sem ter uma pré-concepção religiosa?
Quando eu descobri o significado primordial do termo religião, percebi a amplitude, posso dizer absoluta, de seu alcance. Por essa definição, todo e qualquer ser humano vive o seu religare, seja ateu ou crente. Sei que estou me arriscando a perder o fígado, mas, do que eu tenho certeza, me atrevo a falar. Não existem pessoas fora do caminho de Deus. Não depende da vontade ou escolha de ninguém. Todos são livres para amar, odiar, negar, etc., etc., etc., mas nada que fizermos terá o poder de impedir o inevitável. Nada obsta o religare.
Muito raramente, porém, empregamos o termo religião com outra intenção que não apontar um conjunto de ritos, símbolos, narrativas, tradições e dogmas. Esse festival folclórico que caracteriza milhares de religiões diferentes, tendo em comum a crença em deus(es), é fruto da necessidade humana de situar o desconhecido em uma região conhecida, daí sofrendo toda sorte de influências e deturpações.
Felizmente, eu não demorei muito tempo para perceber esse fenômeno e suas implicações. Se eu tivesse nascido sob a cultura islâmica, seria hoje um irredutível defensor das verdades reveladas ao profeta Maomé, tanto quanto os cristãos de cá sabem inequivocamente que Jesus é a única salvação. É inaceitável (para mim!) estar tão a mercê de uma cultura, tão aferrado a meias verdades ou verdade nenhuma. Enquanto todos lutam pela supremacia de suas religiões verdadeiras, enquanto todos se apiedam da ignorância dos ímpios, infiéis, pagãos, e tudo o mais que lhes seja contrário, existirá um Deus alheio a tudo isso? Era o que eu queria saber.
Hoje, estou convencido (termo inadequado) que, embora todos vivam seu religare, a religião, como a conhecemos, tornou-se um enorme entulho no caminho a Deus. Estou convencido de que ninguém precisa de templos, livros e dogmas para concretizar sua religação. Religião não significa nada, não é detentora de nenhuma autoridade, não pode retirar nenhuma pedra de seu caminho, mas tem potencial para acrescentar muitas outras.
Quando digo que os ateus estão presos à religião (e infelizmente ninguém sequer tentou pensar no assunto), não preciso recorrer a nenhum obscuro princípio freudiano para perceber o óbvio e nem estou, tampouco, aludindo ao religare neste momento.
Concordo.
Não. Essa afirmação pressupõe uma escolha, uma decisão de se seguir ou não esse caminho. O religare é inerente a tudo o que existe. Você pode passar sua vida inteira como ateu – e provavelmente o fará – e, ainda assim, estará caminhando em direção a Deus. Você é livre para seguir qualquer religião ou nenhuma, você é livre para amar, odiar ou ignorar Deus, mas nada que você faça deterá o religare.
E, lamento, não posso demonstrá-lo. Só o tempo o fará.
Alguns poucos ateus fazem afirmações como essa. Existe um ponto de convergência entre essa afirmação e a minha: Ambas necessitam ser demonstradas, e NÃO PODEM ser demonstradas. E existe uma enorme diferença: Faço afirmações apenas quando estou cercado pela certeza. Essa certeza só se forma quando eu encontro, efetivamente, o que estou procurando. Quando eu vejo o oceano com meus próprios olhos, adquiro automaticamente a certeza de sua existência, mesmo que isso não me torne um oceanógrafo. Quando alguém fala que tem certeza que Deus não existe... bem, não imagino de onde vem essa certeza. Acho que imagino, mas já estou indo longe demais.
Nada pode ser mais saudável que a dúvida. “A dúvida é o começo do conhecimento”. Quem se aferra a ideias prontas nega a si mesmo a oportunidade maravilhosa do aprendizado. Nenhuma ideia poderia ser mais falsa do que supor minha credulidade. Sou cético de nascença. Se não fosse, seria católico até hoje. Aprendi algo que me coloca em um nível especial de ceticismo: duvidar de si mesmo.
O resto da doutrina, se for ver de perto, é praticamente baseada na ética e justiça social, pelo menos eu vejo assim.
Ams daí até dizer que haja um deus biblico, que mandou um Moisés sei lá das quantas mostrar o caminho, torto por sinal, e ainda depois afirmar que este foi a primeira revelação, como se num planeta inteiro só existisse este cara melhorzinho, acho que é pegar pesado demais.
É isso.
Não tenho dúvidas que existem e que podem transmitir bons ensinamentos. A questão é: o que você está buscando. Não sem razão chamam Kardec de “consolador” (vi isso em um site espírita). Se você busca consolo, o Espiritismo é uma boa escolha. Se você quiser ir além, abandone todos os rótulos.
Abra um relógio antigo, daqueles cheios de engrenagens, e observe o seu funcionamento. Se você separar uma das engrenagens e estudá-la atentamente, vai se tornar um profundo conhecedor daquela peça em particular, e toda descrição que você fizer dela será verdadeira, posto que baseada em aprendizado. Mas a engrenagem não é o relógio. (Se você não entendeu onde eu quis chegar, pergunte-me.)
O próprio exemplo que eu utilizei (esse, sim, uma analogia) já encerra, ou deveria encerrar, essa questão. Se eu olho para o mar, não me transformo magicamente em um oceanógrafo, mas esse simples olhar me dá a garantia de que o mar existe.
De onde vem isso? Por que somos atraídos tão inexoravelmente ao princípio Deus, “como insetos em volta da lâmpada”? Esqueça os conceitos, esqueça as definições. Nada disso tem importância no momento, já que são inalcançáveis. O nome que se dá a um fenômeno não é o fenômeno, por que seria relevante?
Até que surjam provas, deuses não existem aos milhares, a não ser como idéias na cabeça das pessoas.
Já a vida não é apenas uma idéia, é um fato.
Porque somos propensos a isto, quer deuses existam, quer não? Porque representou um fator de sobrevivência no passado, ao nos unir em torno de alguma coisa e nos motivar?
Você acha bom para os insetos serem atraídos para uma lâmpada? Eles estão se iludindo ou isto lhes traz alguma vantagem?
Fernandão, eu não disse que existem deuses aos milhares. O que existem aos milhares são os exemplos de coisas que podemos saber que existem, sem conhecê-las. Pergunte a dez pessoas, aleatoriamente, se elas desconhecem a existência do fóton, depois pergunte se elas sabem o que é um fóton.
Eu não tenho nenhum problema em aceitar que Deus é uma ideia (tola, por sinal) para você. É você quem tem problema em aceitar que Deus é um fato para mim.
Particularmente, acho péssimo, pois sujam tudo ao redor. Para eles eu não sei. Não acho que traz qualquer vantagem. Afirmar eu não posso, mas responderia NÃO à sua pergunta.
Como eu disse, se um grupo se une em torno da defesa de uma ideia, ele se torna mais forte, não necessariamente pelo valor da ideia em si, mas pelo fato de estarem unidos. E a ideia "Deus" tem força porque mexe com nossos medos da morte, da solidão e do desconhecido. Parece explicar a imperfeição, crueldade e injustiça do universo e nos dá esperança de um futuro melhor.
São essas as duas coisas principais que as pessoas buscam nas religiões: esperança e solidariedade.
É recorrente nos 'testemunhos' de convertidos a história de que estavam desorientados e deprimidos, um dia entraram numa igreja, foram bem recebidos e ficaram por lá, felizes por fazerem agora parte de um grupo, importantes porque agora têm uma 'missão'.
Se tivessem entrado em outra igreja, com outra doutrina, teria dado no mesmo.
Você era um crente, e se desconverteu. Eu não sou crente. (E mesmos que todos vocês tenham convicção absoluta, isso ainda não fará de mim um crente)