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Comentários
É concordo 100%
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
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http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/02/para-dilma-criticos-do-bolsa-familia-desconhecem-dignidade-do-povo.html
Dignidade:
s.f. Qualidade de quem é digno.
Cargo ou título de alta graduação.
Vantagem adquirida por meio desse cargo.
Indivíduo que recebeu essa vantagem.
Característica do que é nobre.
Respeito que merece alguém ou alguma coisa: a dignidade da pessoa humana.
Maneira de se comportar de forma a demonstrar certo respeito pelo outro.
Consideração pelos próprios sentimentos.
(Etm. do latim: dignitas)
O objetivo do bolsa família seria, então, resgatar a dignidade de quem perdeu o "respeito como pessoa por ser muito pobre".
Então o governo doa mensalmente um valor para cada família conforme certos critérios*.
Em meu ponto de vista, seria mais DIGNO se a pessoa trabalhasse, mesmo que catando latinha, uma vez que em média R$150,00 reais é o suficiente para dar dignidade a alguém.
Existem muitos tipos de tarefas onde a pessoa consegue rendimento superior ao bolsa-esmola-cata-voto:
Pipoqueiro, catador de latinha, diarista, vendedor de "completo"**, ajudante de pedreiro, etc.
Sim! Existem pessoas que por algum bom motivo não podem trabalhar, mas duvido que sejam tantos (14 milhões???!!!).
Receber auxílio MENSAL do governo é digno!
Agora peça pra um pobrezinho qualquer passar uma tinta numa parede (serviço de 1 dia): R$100,00 ou nada feito!!!
Receber auxílio mensal do governo é digno!
Trabalhar como ajudante sem carteira assinada, receber menos que um salário mínimo, porém APRENDENDO UMA PROFISSÃO, não pode***.
*Quanto cada um recebe:
O pagamento varia de R$ 36 a R$ 306, sendo que a média paga a famílias é de R$ 155. No caso de famílias em situação de extrema pobreza, a média sobe para R$ 240. O valor é calculado conforme o número de crianças e adolescentes.
http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/02/governo-anuncia-renda-familias-que-ganham-menos-de-r-70-por-pessoa.html
** O famoso casal salgado + suco.
*** Estudei eletrônica, mas aprendi a utilizar os equipamentos na prática ajudando em uma empresa de manutenção e não recebia nem transporte, muito menos pagamento. Foi meu melhor investimento! Bem melhor que pagar cursinho e não aprender nada!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
XD
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
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Ótimo vídeo!
http://www.alertatotal.net/2014/05/o-pt-e-o-plano-real.html
O vídeo deixa claro a propaganda que o PT faz no exterior.
“Nova” classe média ganha até R$ 1.019 per capita (Valor Econômico, em 30.05.2012)
BRASÍLIA, QUA, 30-05-2012
Por Rodrigo Pedroso | De São Paulo
A Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) divulgou ontem estudo que estabelece novos critérios para a identificação da classe média brasileira e a define como o grupo composto por famílias com renda per capita entre R$ 291 e R$ 1.019, segundo dados da composição da renda em 2009. Atualmente, esse universo representa 54% da população do país.
Em parceria com um corpo de especialistas nas áreas de economia, sociologia e pesquisas de opinião, foram adotados diversos critérios para definir as faixas de renda da classe média, que foi dividida em três subgrupos, como a alocação e a composição da renda. Segundo a SAE, o principal critério observado foi o da vulnerabilidade, ou seja, a chance que a população tem de sofrer decréscimo na renda, e assim retornar à condição de pobreza.
A nova classificação vai servir para o governo tomar medidas que sustentem a emergência da classe média na sociedade brasileira. Em 2001, o percentual da população que se encaixava nesse perfil era de 38%. Já em 2009, a classe alta representava 18%, enquanto a baixa correspondia a 34%. “A expectativa é que a gente entenda melhor e mapeie essa nova classe, que ascendeu nos últimos dez anos e se transformou na maioria da população brasileira”, afirmou Moreira Franco, ministro da Secretaria.
A nova classe média foi dividida entre a “baixa classe média”, com renda per capita entre R$ 291 a R$ 441, “classe média”, com ganho entre R$ 441 a R$ 641, e “classe média alta”, com rendimento entre R$ R$ 641 a R$ 1.019.
Os trabalhos para realizar a nova medição começaram em dezembro último, com o último encontro sendo realizado ontem para definir as diretrizes finais. A intenção do governo é fazer com que a nova classe média permaneça como maioria na população brasileira e tenha mais estabilidade, segundo o secretário de Ações Estratégicas da Secretaria, Ricardo Paes de Barros.
“A inserção na nova classe média se deu pela expansão do emprego formal. Agora queremos garantir um segundo empurrão nesse mercado de trabalho: a geração de empregos mais estáveis”, afirmou para depois explicar que o foco é o aumento da produtividade do grupo. “Hoje há muita rotatividade nas empresas, o que é ruim tanto para o empregador como para o empregado. O primeiro não investe no funcionário e o segundo dá um retorno menor, pois fica pouco tempo.” Para tanto, o governo estuda políticas específicas, como a criação de incentivos a funcionários e empresas que mantenham vínculos mais longos.
Além da três subdivisões de classe média, mais cinco foram feitas para enquadrar as diferenças de renda no país. A faixa “extremamente pobre”, com renda de até R$ 81, a “pobre mas não extremamente pobre”, com renda entre R$ 162 e R$ 291, a “vulnerável”, com renda entre R$ 291 e R$ 441, a “baixa classe alta”, com renda entre R$ 1.019 e R$ 2.480 e a “alta classe alta”, com renda acima de R$ 2.480. Os valores que compreendem essas denominações foram corrigidos de 2009 até abril deste ano.
A previsão de Paes de Barros é que estudos com a nova metodologia sejam anunciados nos próximos meses.
http://www.sae.gov.br/site/?p=12060
Por que as cotas raciais deram certo no Brasil
Política de inclusão de negros nas universidades melhorou a qualidade do ensino e reduziu os índices de evasão. Acima de tudo, está transformando a vida de milhares de brasileiros
Amauri Segalla, Mariana Brugger e Rodrigo Cardoso
Antes de pedalar pelas ruas de Amsterdã com uma bicicletaAd by realdeal vermelha e um sorriso largo, como fez na tarde da quarta-feira da semana passada, Ícaro Luís Vidal dos Santos, 25 anos, percorreu um caminho duro, mas que poderia ter sido bem mais tortuoso. Talvez instransponível. Ele foi o primeiro cotista negro a entrar na Faculdade de Medicina da Federal da Bahia. Formando da turma de 2011, Ícaro trabalha como clínico geral em um hospital de Salvador. A foto ao lado celebra a alegria de alguém que tinha tudo para não estar ali. É que, no Brasil, a cor da pele determina as chances de uma pessoa chegar à universidade. Para pobres e alunos de escolas públicas, também são poucas as rotas disponíveis. Como tantos outros, Ícaro reúne várias barreiras numa só pessoa: sempre frequentou colégio gratuito, sempre foi pobre – e é negro. Mesmo assim, sua história é diferente. Contra todas as probabilidades, tornou-se doutor diplomado, com dinheiro suficiente para cruzar o Atlântico e saborear a primeira viagem internacional. Sem a política de cotas, ele teria passado os últimos dias pedalando nas pontes erguidas sobre os canais de Amsterdã? Impossível dizer com certeza, mas a resposta lógica seria “não”.
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Desde que o primeiro aluno negro ingressou em uma universidade pública pelo sistema de cotas, há dez anos, muita bobagem foi dita por aí. Os críticos ferozes afirmaram que o modelo rebaixaria o nível educacional e degradaria as universidades. Eles também disseram que os cotistas jamais acompanhariam o ritmo de seus colegas mais iluminados e isso resultaria na desistência dos negros e pobres beneficiados pelos programas de inclusão. Os arautos do pessimismo profetizaram discrepâncias do próprio vestibular, pois os cotistas seriam aprovados com notas vexatórias se comparadas com o desempenho da turma considerada mais capaz. Para os apocalípticos, o sistema de cotas culminaria numa decrepitude completa: o ódio racial seria instalado nas salas de aula universitárias, enquanto negros e brancos construiriam muros imaginários entre si. A segregação venceria e a mediocridade dos cotistas acabaria de vez com o mundo acadêmico brasileiro. Mas, surpresa: nada disso aconteceu. Um por um, todos os argumentos foram derrotados pela simples constatação da realidade. “Até agora, nenhuma das justificativas das pessoas contrárias às cotas se mostrou verdadeira”, diz Ricardo Vieiralves de Castro, reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
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As cotas raciais deram certo porque seus beneficiados são, sim, competentes. Merecem, sim, frequentar uma universidade pública e de qualidade. No vestibular, que é o princípio de tudo, os cotistas estão só um pouco atrás. Segundo dados do Sistema de Seleção Unificada, a nota de corte para os candidatos convencionais a vagas de medicina nas federais foi de 787,56 pontos. Para os cotistas, foi de 761,67 pontos. A diferença entre eles, portanto, ficou próxima de 3%. ISTOÉ entrevistou educadores e todos disseram que essa distância é mais do que razoável. Na verdade, é quase nada. Se em uma disciplina tão concorrida quanto medicina um coeficiente de apenas 3% separa os privilegiados, que estudaram em colégios privados, dos negros e pobres, que frequentaram escolas públicas, então é justo supor que a diferença mínima pode, perfeitamente, ser igualada ou superada no decorrer dos cursos. Depende só da disposição do aluno. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), uma das mais conceituadas do País, os resultados do último vestibular surpreenderam. “A maior diferença entre as notas de ingresso de cotistas e não cotistas foi observada no curso de economia”, diz Ângela Rocha, pró-reitora da UFRJ. “Mesmo assim, essa distância foi de 11%, o que, estatisticamente, não é significativo.”
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Por ser recente, o sistema de cotas para negros carece de estudos que reúnam dados gerais do conjunto de universidades brasileiras. Mesmo analisados separadamente, eles trazem respostas extraordinárias. É de se imaginar que os alunos oriundos de colégios privados tenham, na universidade, desempenho muito acima de seus pares cotistas. Afinal, eles tiveram uma educação exemplar, amparada em mensalidades que custam pequenas fortunas. Mas a esperada superioridade estudantil dos não cotistas está longe de ser verdade. A Uerj analisou as notas de seus alunos durante 5 anos. Os negros tiraram, em média, 6,41. Já os não cotistas marcaram 6,37 pontos. Caso isolado? De jeito nenhum. Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que também é referência no País, uma pesquisa demonstrou que, em 33 dos 64 cursos analisados, os alunos que ingressaram na universidade por meio de um sistema parecido com as cotas tiveram performance melhor do que os não beneficiados. E ninguém está falando aqui de disciplinas sem prestígio. Em engenharia de computação, uma das novas fronteiras do mercado de trabalho, os estudantes negros, pobres e que frequentaram escolas públicas tiraram, no terceiro semestre, média de 6,8, contra 6,1 dos demais. Em física, um bicho de sete cabeças para a maioria das pessoas, o primeiro grupo cravou 5,4 pontos, mais dos que os 4,1 dos outros (o que dá uma diferença espantosa de 32%).
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Em um relatório interno, a Unicamp avaliou que seu programa para pobres e negros resultou em um bônus inesperado. “Além de promover a inclusão social e étnica, obtivemos um ganho acadêmico”, diz o texto. Ora, os pessimistas não diziam que os alunos favorecidos pelas cotas acabariam com a meritocracia? Não afirmavam que a qualidade das universidades seria colocada em xeque? Por uma sublime ironia, foi o inverso que aconteceu. E se a diferença entre cotistas e não cotistas fosse realmente grande, significaria que os programas de inclusão estariam condenados ao fracasso? Esse tipo de análise é igualmente discutível. “Em um País tão desigual quanto o Brasil, falar em meritocracia não faz sentido”, diz Nelson Inocêncio, coordenador do núcleo de estudos afrobrasileiros da UnB. “Com as cotas, não é o mérito que se deve discutir, mas, sim, a questão da oportunidade.” Ricardo Vieiralves de Castro fala do dever intrínseco das universidades em, afinal, transformar seus alunos – mesmo que cheguem à sala de aula com deficiências de aprendizado. “Se você não acredita que a educação é um processo modificador e civilizatório, que o conhecimento é capaz de provocar grandes mudanças, não faz sentido existir professores.” Não faz sentido existir nem sequer universidade.
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Mas o que explica o desempenho estudantil eficiente dos cotistas? “Os alunos do modelo de inclusão são sobreviventes, aqueles que sempre foram os melhores de sua turma”, diz Maurício Kleinke, coordenador-executivo do vestibular da Unicamp. Kleinke faz uma análise interessante do fenômeno. “Eles querem, acima de tudo, mostrar para os outros que são capazes e, por isso, se esforçam mais.” Segundo o professor da Unicamp, os mais favorecidos sabem que, se tudo der errado na universidade, podem simplesmente deixar o curso e voltar para os braços firmes e seguros de seus pais. Para os negros e pobres, é diferente. “Eles não sofrem da crise existencial que afeta muitos alunos universitários e que faz com que estes desistam do curso para tentar qualquer outra coisa.” Advogado que entrou na PUC do Rio por meio de um sistema de cotas, Renato Ferreira dos Santos concorda com essa teoria. “Nós, negros, não podemos fazer corpo mole na universidade”, diz. Também professor do departamento de psicologia da Uerj, Ricardo Vieiralves de Castro vai além. “Há um esforço diferenciado do aluno cotista, que agarra essa oportunidade como uma chance de vida”, diz o educador. “Ele faz um esforço pessoal de superação.” Esse empenho, diz o especialista, é detectável a cada período estudantil. “O cotista começa a universidade com uma performance mediana, mas depois se iguala ao não cotista e, por fim, o supera em muitos casos.”
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O cotista não desiste. Se desistir, terá de voltar ao passado e enfrentar a falta de oportunidades que a vida ofereceu. Por isso, os índices de evasão dos alunos dos programas de inclusão são baixos e, em diversas universidades, até inferiores aos dos não cotistas. Para os críticos teimosos, que achavam que as cotas não teriam efeito positivo, o que se observa é a inserção maior de negros no mercado de trabalho. “Fizemos uma avaliação com 500 cotistas e descobrimos que 91% deles estão empregados em diversas carreiras, até naquelas que têm mais dificuldade para empregar”, diz Ricardo Vieiralves de Castro. Com o diploma em mãos, os negros alcançam postos de melhor remuneração, o que, por sua vez, significa uma chance de transformação para o seu grupo social. Não é difícil imaginar como os filhos dos cotistas terão uma vida mais confortável – e de mais oportunidades – do que seus pais jamais tiveram.
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Por mais que os críticos gritem contra o sistema de cotas, a realidade nua e crua é que ele tem gerado uma série de efeitos positivos. Hoje, os negros estão mais presentes no ambiente universitário. Há 15 anos, apenas 2% deles tinham ensino superior concluído. Hoje, o índice triplicou para 6%. Ou seja: até outro dia, as salas de aula das universidades brasileiras lembravam mais a Suécia do que o próprio Brasil. Apesar da evolução, o percentual é ridículo. Afinal de contas, praticamente a metade dos brasileiros é negra ou parda. Nos Estados Unidos, a porcentagem da população chamada afrodescendente corresponde exatamente à participação dela nas universidades: 13%. Quem diz que não existe racismo no Brasil está enganado ou fala isso de má-fé. Nos Estados Unidos, veem-se negros ocupando o mesmo espaço dos brancos – nos shoppings, nos restaurantes bacanas, no aeroporto, na televisão, nos cargos de chefia. No Brasil, a classe média branca raramente convive com pessoas de uma cor de pele diferente da sua e talvez isso explique por que muita gente refuta os programas de cotas raciais. No fundo, o que muitos brancos temem é que os negros ocupem o seu lugar ou o de seus filhos na universidade. Não há outra palavra para expressar isso a não ser racismo.
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Com a aprovação recente, pelo Senado, do projeto que regulamenta o sistema de cotas nas universidades federais (e que prevê que até 2016 25% do total de vagas seja destinado aos estudantes negros), as próximas gerações vão conhecer uma transformação ainda mais profunda. Os negros terão, enfim, as condições ideais para anular os impedimentos que há 205 anos, desde a fundação da primeira faculdade brasileira, os afastavam do ensino superior. Por mais que os críticos se assustem com essa mudança, ela é justa por fazer uma devida reparação. “São muitos anos de escravidão para poucos anos de cotas”, diz o pedagogo Jorge Alberto Saboya, que fez sua tese de doutorado sobre o sistema de inclusão no ensino superior. Acima de tudo, são muitos anos de preconceito. Como se elimina isso? “Não se combate o racismo com palavras”, diz o sociólogo Muniz Sodré, pesquisador da UFRJ. “O que combate o racismo é a proximidade entre as diferenças.” Não é a proximidade entre as diferenças o que, afinal, promove o sistema de cotas brasileiro?
Eu quero a Verdade .
A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
Pqp ! Eu já fui de esquerda !
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Não deu parei aqui, meu cérebro não é pinico
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Telefonia? Uma bosta. Privatizou, começou a funcionar. Lembro até hoje do dia em que tirei o fone do gancho e deu sinal, sem demora, ruídos ou linhas cruzadas. Disquei, não caiu no meio da discagem, atenderam no lugar certo e a ligação não caiu. Minha Internet (discada, na época) começou a funcionar como se eu estivesse no Primeiro Mundo.
Celulares a 10 mil reais, que você tinha dificuldade para encontrar? Sinal de status que os babacas exibiam em lugares públicos falando bem alto para chamar a atenção? Hoje TODO MUNDO tem (pelo menos um) celular.
Rudá / 24 horas ago
http://meublogdepolitica.wordpress.com/2014/05/14/preconceito-contra-bolsa-familia-e-fruto-da-imensa-cultura-do-desprezo-diz-pesquisadora/
Com Isadora Peron
22.outubro.2013 20:00:45
O Programa Bolsa Família fez 10 anos no domingo, dia 20. Quando foi lançado, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, atendia 3,6 milhões de famílias, com cerca de R$ 74 mensais, em média. Hoje se estende a 13,8 milhões de famílias e o valor médio do benefício é de R$ 152. No conjunto, beneficia cerca de 50 milhões de brasileiros e é considerado barato por especialistas: custa menos de 0,5% do PIB.
Para avaliar os impactos desse programa a socióloga Walquiria Leão Rego e o filósofo italiano Alessandro Pinzani realizaram um exaustivo trabalho de pesquisa, que se estendeu de 2006 a 2011. Ouviram mais de 150 mulheres beneficiadas pelo programa, localizadas em lugares remotos e frequentemente esquecidos, como o Vale do Jequitinhonha, no interior de Minas.
O resultado da pesquisa está no livro Vozes do Bolsa Família, lançado há pouco. Segundo as conclusões de seus autores, o incômodo e as manifestações contrárias que o programa desperta em alguns setores não têm razões objetivas. Seria resultado do preconceito e de uma cultura de desprezo pelos mais pobres.
Os pesquisadores também rebatem a ideia de que o benefício acomoda as pessoas. “O ser humano é desejante. Eles querem mais da vida como qualquer pessoa”, diz Walquiria, que é professora de Teoria da Cidadania na Unicamp.
Na entrevista abaixo – concedida à repórter Isadora Peron – ela fala desta e de outras conclusões do trabalho.
Como surgiu a ideia da pesquisa?
Quando vimos a dimensão que o programa estava tomando, atendendo milhões de famílias, percebemos que teria impacto na sociedade. Nosso objetivo foi avaliar esse impacto. Uma vez que o programa determina que a titularidade do benefício cabe às mulheres, era preciso conhecê-las. Então resolvemos ouvir mulheres muito pobres, que continuam muito pobres, em regiões tradicionalmente desassistidas pelo Estado, como o Vale do Jequitinhonha, o interior do Maranhão, do Piauí…
socióloga Walquiria Leão Rego
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KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
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Após uma década, como o Bolsa Família impacta na educação e na vida dos beneficiários
//Por Tory Oliveira, de Minador do Negrão (AL)
Uma sala de aula sem forro no teto, decorada com figuras coloridas de flores e letras do alfabeto, acolhe os 17 alunos da Escola Municipal Antônio Sapucaia, localizada na zona rural de Minador do Negrão, no sertão de Alagoas. Em uma tarde quente de setembro, as crianças matriculadas no 3º, 4º e 5º anos do Ensino Fundamental recitam com a ajuda da professora versos do emblemático poema de Gonçalves Dias: Minha terra tem palmeiras/Onde canta o sabiá. O coro infantil, ensaiado para receber a reportagem, assiste à aula de Língua Portuguesa da professora Mauricelia Cavalcante Ferro, responsável há dois anos pelo aprendizado do grupo. Na classe todos recebem o benefício do Bolsa Família para estudar. Gracinha, Duda e seus colegas de sala fazem parte dos 50 milhões de brasileiros bolsistas do programa de distribuição de renda, que completou em 2013 uma década e cujos resultados na melhora da saúde, educação e qualidade de vida dos beneficiários são expressivos.
Os efeitos do programa aparecem em diversos indicadores sociais. Desde 2011, com o ajuste do foco para as famílias em pior situação econômica, 22 milhões de brasileiros saíram da miséria extrema. A transferência de renda, associada ao crescimento do Saúde na Família, também reduziu a mortalidade infantil em 19,4%, entre 2004 e 2009. O impacto é ainda maior na mortalidade por causas relacionadas à pobreza: as mortes por diarreia caíram 46% e por desnutrição, 58%. Em Minador do Negrão, onde antes havia muitos casos de desnutrição e morte de crianças, a mortalidade infantil foi nula por três anos consecutivos, de 2009 a 2012.
Na educação, os avanços são principalmente na frequência e evasão escolar. Os problemas de infraestrutura são, porém, um obstáculo. No dia da visita de Carta Fundamental não havia nada para as crianças comerem durante o período em que ficam na escola, das 13 às 16h40. Segundo a Secretaria de Educação do município, um problema na licitação atrasou a entrega dos alimentos, mas a situação já estava sendo resolvida. Quando oferecida, a merenda varia entre sopa, bolo, cuscuz com charque ou com salsicha. Na ausência de um refeitório, os alimentos são servidos dentro da sala de aula, onde o calor é aliviado por um ventilador e pelo combogó, espécie de janela furada que deixa entrar o vento e a luz. Na hora do recreio, as brincadeiras são feitas às margens da estrada de terra que dá acesso à escola. Para estudar, a maioria dos alunos caminha ou vai de bicicleta. Poucos utilizam os cinco ônibus adequados para o transporte escolar, adquiridos recentemente pela prefeitura.
Na classe do sertão de Alagoas, a professora de 39 anos tem como principal desafio fazer com que as crianças aprendam a ler e a escrever na idade certa. A tarefa torna-se mais difícil diante do contexto local. Muitos dos alunos de Mauricelia são oriundos de famílias com pouca ou nenhuma escolaridade.
Localizada a 50 quilômetros da cidade natal do escritor Graciliano Ramos, Quebrangulo, Minador do Negrão tem uma população de 5 mil habitantes, formada majoritariamente por pequenos agricultores que trabalham cultivando milho e feijão em uma das regiões mais castigadas pela seca. Não por acaso, o cenário cravejado de mandacarus e palmas serviu de locação para a adaptação para o cinema do livro Vidas Secas, feita em 1963 pelo cineasta Nelson Pereira dos Santos, o que é lembrado com orgulho pelos moradores da região. “Deixei para contar essa história para vocês pessoalmente”, diz Cleiton Pereira, gestor do Programa Bolsa Família. Bolsista de 2003 a 2010, sua família se desvinculou do programa quando a renda aumentou, e agora, aos 28 anos, ele estuda para ser professor de História na cidade vizinha de Palmeira dos Índios, a 40 minutos da cidade onde mora. “O valor do benefício, para quem não tem nada, é uma fortuna”, defende.
Em setembro, 163.808 mil reais foram repassados para 872 famílias com crianças ou jovens em idade escolar de Minador. O valor recebido por família depende do seu tamanho, da idade dos seus membros e da sua renda – varia de 32 a 306 reais. Também há benefícios específicos para famílias com crianças, jovens até 17 anos, gestantes e mães que amamentam.
Os impactos do benefício na economia local em cidades com Minador são significativos: até 2013, 290 mil beneficiários se formalizaram como microempreendedores individuais. Ao contrário do que afirmam críticos do programa, 68% dos beneficiários fazem parte da população economicamente ativa e 90% trabalham. A média da população economicamente ativa no Brasil é de 67%. Os dados são do cruzamento de informações feito pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), operador do programa, com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
Hoje dona de um comércio no centro de Minador do Negrão, Cícera Sofia saiu do Bolsa Família pela porta da frente. A comerciante de 41 anos, que começou vendendo bijuterias de casa em casa, abriu uma loja e pediu desligamento do programa. Ela não achava justo continuar utilizando os 102 reais transferidos pelo governo federal depois da melhora nas condições de vida. Para marcar o momento, Sofia reuniu a família e, com uma tesoura, partiu o cartão magnético utilizado para sacar o dinheiro do benefício. “O Bolsa Família injetou vida na economia. Eu mesma conto muito com os clientes do Bolsa, que compram roupas, mochilas e o que mais precisarem na minha loja”, explica, sentada no balcão da Magazine Sofia. Seus dois filhos durante sete anos contaram com o dinheiro para se manter na escola e hoje estão na universidade.
Frequência e avanço escolar
No ano passado, a sala de aula da escola Antônio Sapucaia era compartilhada, ao mesmo tempo, por alunos da Pré-Escola ao 5º ano, o que dificultava o trabalho docente. Atualmente, ela funciona em três turnos: Educação Infantil, 1º e 2º ano do Fundamental pela manhã, e 3º ao 5º ano à tarde. No período noturno, a sala é ocupada por uma turma de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Depois de responder a várias perguntas da professora Mauricelia sobre História do Brasil, Maria das Graças da Silva pede: “Ajuda aí, gente!” A menina de 9 anos é beneficiária do programa e costuma ir para a escola caminhando na companhia de outros colegas de classe. A mãe é empregada doméstica e o pai, agricultor. Ela mostra a maquiagem especial, com coraçõezinhos desenhados na bochecha, com o mesmo orgulho com que apresenta o material escolar. Gracinha raramente falta à aula.
Aos 8 anos, Maria Eduarda da Silva, também volta para casa a pé. Duda, como é chamada pela professora e pelos colegas, explica que o benefício ajuda a pagar seu material escolar e a comprar roupas. Segundo sua mãe, a costureira Maria Aparecida da Silva, os 170 reais complementam a renda da casa. Beneficiária há quatro anos, Maria estudou até o 5º ano. “A gente não teve oportunidade de estudar como hoje”, explica, sentada do lado de fora da sala em uma carteira escolar. O trabalho na roça acabou consumindo o tempo que deveria ser dos bancos escolares, sina compartilhada por muitas mães.
Hoje, dos 5.431 habitantes da cidade, 1.431 crianças e adolescentes estão matriculados nas escolas da região. Na avaliação da professora e de outros habitantes da cidade, o programa contribuiu para o aumento de matrículas e para a permanência das crianças na escola.
Estudos apresentados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), responsável pela gestão do Bolsa Família, apontam impactos do programa na evasão, frequência e desempenho dos alunos beneficiários em todo o Brasil. Enquanto a taxa de evasão escolar em todo o País era de 10,8%, a taxa entre os alunos cadastrados no programa era menor, 7,2%, em 2011. Na Região Nordeste, uma das mais impactadas pelo programa, a taxa de aprovação dos alunos beneficiários do Bolsa é ligeiramente maior do que a do total de alunos captados pelo Censo Escolar: 82%, ante 81,2%. No Ensino Médio, a diferença aumenta: 82,7% dos alunos beneficiários passam de ano, contra 74,3% do total de alunos. Desde 2009, a comprovação da frequência escolar tornou-se condição obrigatória para a família receber o dinheiro do programa. Hoje, é preciso comprovar anualmente que os filhos entre 6 e 15 anos passaram 85% do ano letivo na escola e os de 16 e 17 anos, ao menos 75%. Atualmente, 163 mil escolas públicas brasileiras recebem crianças e jovens que estão incluídos no Bolsa Família. Em 60 mil delas, mais da metade das matrículas é de beneficiários do programa.
Os avanços chegam à melhora da aprendizagem, segundo mostra o pesquisador Armando Simões, que investigou os efeitos educacionais do programa de transferência condicionada de renda. O estudo sugere que o tempo de participação no programa, associado ao valor per capita do benefício pago às famílias, contribui para melhores resultados escolares. Os resultados estão na pesquisa “A contribuição do Bolsa Família para o sucesso educacional de crianças economicamente desfavorecidas no Brasil”, concluída na Universidade de Sussex, na Inglaterra, em 2012.
Simões explica que existe uma diferença de resultados na Prova Brasil entre alunos beneficiários, em geral oriundos de camadas mais pobres, e os não beneficiários. “O Bolsa afeta diretamente fatores que interferem na aprendizagem das crianças, como a frequência e a possibilidade de envolvimento com o trabalho infantil”, afirma o especialista em políticas públicas de gestão governamental ligado ao Ministério do Planejamento com atuação em diversos ministérios do governo federal. No longo prazo, o Programa Bolsa Família teria impactos não só na conclusão do ciclo escolar obrigatório, mas na possibilidade de continuidade dos estudos no Ensino Superior. “Há uma ampliação das oportunidades de inclusão social e econômica dessas crianças no futuro”, afirma.
Formada em Psicopedagogia, Mauricelia se esforça para garantir o aprendizado dos alunos nas duas escolas em que trabalha. “Meu desafio é a aprendizagem deles. Os meus alunos gostam da minha forma de ensinar, mas em outras escolas a condição financeira é ainda pior. Escuto relatos de amigas de que alguns alunos só não faltam porque o benefício seria cortado”, explica a professora, que se fantasia de personagens de contos de fadas para contar histórias e interessar as crianças. Poemas, rimas e trava-línguas são outras ferramentas utilizadas pela docente na alfabetização. Em uma moto vermelha, a professora cruza todos os dias 40 quilômetros na rodovia BR-316, que liga Minador do Negrão ao município de Estrela do Alagoas, onde dá aula pela manhã em um anexo da Escola Municipal Francisco de Assis, no povoado de Mata Burro.
Na casa grande de quatro cômodos funcionam uma creche e duas salas multisseriadas que atendem aos alunos do Fundamental I. A estrutura das duas escolas é semelhante a outras instituições da zona rural da região: salas multisseriadas com alunos de idades diferentes convivendo no mesmo espaço.
Também não há espaço próprio para as refeições e os alunos costumam comer dentro da sala de aula. A escola não tem acesso à internet, apesar de contar com computador, impressora e televisão nas salas de aula. Há também dois banheiros e uma pequena cozinha, além da cisterna para armazenar água, comum na região. Nas duas salas, a decoração colorida mostra o empenho das professoras. “Nós mesmas pintamos a escola toda quando ela reabriu”, lembra Mauricelia.
As escolas refletem a falta de infraestrutura geralmente encontrada em estabelecimentos de ensino que recebem muitos beneficiários do Bolsa. Enquanto a média nacional das escolas brasileiras com acesso a água potável é 76%, nas escolas onde há maioria de bolsistas o índice fica em 40%, por exemplo.
Só 14% das escolas do programa têm acesso a rede de esgoto, quadras esportivas são encontradas em apenas 12% das escolas e só 20% das unidades possuem biblioteca. A priorização de recursos do programa Mais Educação para escolas com muitos alunos cadastrados é uma tentativa do governo federal de amenizar a situação. Em 2013, das 49 mil escolas públicas contempladas com o programa que garante ensino integral, 65% eram unidades com maioria de alunos do Bolsa. Além de receber acervos de livros de literatura infantil e jogos pedagógicos, Mauricelia recebe 200 reais por mês para participar, uma vez a cada 15 dias, de programas de formação oferecidos pelo Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). “Antes era comum os alunos mudarem de escola e evadirem, por conta do trabalho dos pais”, lembra Maria Selma Vilela Quirino, professora do 3º ao 5º. Agricultores, os pais mudavam de cidade quando não conseguiam emprego nas fazendas da região, explica.
Em Vidas Secas, uma família de agricultores é expulsa do Nordeste pela seca e fome. O sogro de Maria Santos da Silva, vaqueiro experiente, participou do filme de Nelson Pereira dos Santos quando moço. “Ele fica emocionado quando assiste, acho que se lembra daquele tempo”, pondera Maria, que é beneficiária do programa e tem dois filhos matriculados na Escola Francisco de Assis. “Eu não sei o que seria da vida de muita gente se não tivesse o dinheiro. Este ano a seca foi braba”. Maria, hoje com 40 anos, abandonou a escola no 3º ano. “Hoje a facilidade é grande. Naquela época, além de a escola ser longe, meu pai me colocava para ajudar na roça. Era muito cansativo”, lembra.
As salas multisseriadas e a diferença de idade entre os alunos são apontadas pelas docentes como as principais dificuldades enfrentadas no dia a dia da escola. A falta de engajamento de alguns pais também foi citada pelas professoras como um fator que também influencia negativamente na aprendizagem dos alunos. Mesmo quando o pai tem boa vontade de ajudar, a falta de instrução é um entrave.
A qualidade da educação no município é uma das piores do estado. “É até vergonhoso falar, mas o nosso Ideb é o segundo pior de Alagoas”, admite a secretária de Educação de Minador do Negrão. Marília Cardoso Ferro, 26 anos, é gradu ada em Administração e tem especialização em Gestão Estratégica de Recursos Humanos. Sobrinha da prefeita da cidade, Maria do Socorro Cardoso Ferro, a jovem está à frente da secretaria desde 2010. “Nossa maior dificuldade é o total dos recursos, que é muito pequeno”, conta. Ela credita parte do baixo desempenho à evasão escolar e às salas multisseriadas. Marília e as professoras esperam que a situação melhore no ano que vem, quando será inaugurada uma nova unidade escolar, construída com a ajuda do governo federal. Erguida nas fronteiras entre a zona urbana e a rural do município, a escola oferecerá salas regulares e uma estrutura melhor para os alunos, com quadra, piscina, refeitório, bebedouro e banheiros adequados. O plano é transferir todas as turmas da zona rural para a nova escola, onde não conviverão mais em ambientes multisseriados.
Ciclo da pobreza
Para a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, garantir a qualidade da educação oferecida às crianças e aos jovens beneficiários é um dos grandes desafios do programa daqui para a frente. “A educação sempre foi uma peça central no desenho do Programa Bolsa Família. Nossa grande preocupação era aliviar a pobreza das famílias, mas também romper o ciclo intergeracional da pobreza, garantindo educação para os filhos”, explica.
Os ganhos materiais também são importantes para as famílias que vivem em extrema pobreza, ou seja, com menos de 70 reais por mês por pessoa. “A segurança econômica da família reduz o nível de estresse dos pais. Parece algo trivial, mas não é.” Armando Simões explica que a transformação da segurança econômica é capaz de mudar as expectativas com relação aos filhos e determinar o investimento feito por pais e filhos na educação no presente.
É o que se pode ver na casa de Ana Carla Justino, 15 anos, aluna do 1º ano do Ensino Médio. O retrato da formatura da menina no Ensino Fundamental ocupa um local de destaque na parede da sala. Nascida em Minador do Negrão, a aluna da Escola Estadual Belarmino Vieira Barros é filha de agricultores. Ela, os pais, e os dois irmãos vivem da lida da roça, onde todos também trabalham. Os 170 reais do benefício ajudaram a família a atravessar a pior fase da seca, a pagar o tratamento de asma de um dos irmãos e a manter os três filhos na escola. O pai, Carlos Soares da Silva, e a mãe falam com orgulho dos estudos da filha. Tímida na presença dos pais, Ana Carla segreda: seu sonho é estudar Medicina na capital Maceió.
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A realidade é um conjunto de possibilidades que se concretizou dentro de um universo infinito de possibilidades.
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Ministro da Agricultura defendeu a compra da fruta do país sob o argumento de controle de preços
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*Rafael Correa: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/02/rafael-correa-e-reeleito-presidente-do-equador-no-1-turno.html
DILMA DÁ UMA BANANA PARA O VALE DO RIBEIRA
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Enviado por pedrosaraiva, qua, 14/05/2014 - 13:03 - Atualizado em 18/05/2014 - 21:40
A recente entrevista do Ney Matogrosso à RTP, canal de televisão estatal português, é, para mim, um dos mais claros exemplos do complexo de vira-latas, como dizia Nelson Rodrigues, que atormenta parte das nossas classes A e B. A zeitgeist anti-petista da classe média brasileira foi exposta em canal de TV aberta na Europa através de um conjunto de preconceitos, dados incorretos, total incompreensão sobre os temas abordados e repetição acrítica de chavões difundidos ad nauseam pela grande imprensa.
Não me levem a mal, não considero o Ney Matogrosso uma pessoa mal-intencionada. Posso estar sendo inocente, mas achei a sua indignação real. Ele identificou o sintoma, mas errou miseravelmente o diagnóstico. O alvo da minha crítica não é a sua inconformidade com o problemas sociais brasileiros. Isso é legítimo e essencial para avançarmos como democracia. O problema é achar que, por ser uma figura pública, com reconhecimento internacional, pode-se fazer proselitismo sobre assuntos ou causas que ele claramente nunca estudou.
De todos os equívocos ditos pelo Ney, uma frase me incomodou o suficiente para me tirar da inércia e escrever este texto: “Se existia tanto dinheiro disponível para gastar na Copa, por que não resolver os problemas do nosso país?”.
Todos se lembram que ano passado, no auge das manifestações de Junho, surgiu um vídeo no Youtube com uma linda jovem brasileira falando inglês e desancando a realização da Copa Mundo no Brasil. O vídeo, que de amador e espontâneo não tinha nada, introduzia inúmeras mentiras e distorções de valores sobre a preparação para a Copa. O projeto foi tão espertamente concebido que conseguiu conquistar os corações da nossa classe média (quase sempre acrítica) em uma época na qual as pessoas apresentavam-se abertas a mudar de opinião sobre praticamente qualquer assunto de política. Não só por isso, mas desde então, a opinião pública virou, e a Copa do Mundo, que era apoiada maciçamente pelo povo, tornou-se um Judas em Sábado de Aleluia.
O fato é que a mudança de humor em relação à Copa se deu basicamente quando parte da sociedade se convenceu de que aqueles bilhões de reais investidos em estádios poderiam estar sendo usados para melhorar a saúde, educação, segurança, etc. No fundo foi uma efetiva estratégia de contrapropaganda.
Como eu não sou uma linda jovem e não tenho uma equipe profissional por trás para criar um vídeo explicativo sobre a Copa, vou tentar me apoiar apenas na verdade factual para mostrar que a tal frase dita pelo Ney é um disparate descomunal.
Deixo desde já claro que o que eu pretendo defender aqui são apenas 2 simples pontos:
1- A realização da Copa não interfere de forma relevante na saúde e na educação no Brasil.
2- A oposição, nomeadamente o PSDB, é extremamente hipócrita ao querer tirar partido desta falácia.
Vou dar prioridade aos dados sobre a saúde, por ser, segundo todas as recentes pesquisas de opinião pública, a área que mais preocupa os brasileiros atualmente. Mas o raciocínio que será exposto vale também para a educação, que tem orçamento anual semelhante.
Antes de compararmos os valores investidos em saúde com os gastos com a Copa, vamos ver rapidamente os números abaixo:
Durante os 8 anos de governo FHC, quando não houve Copa do Mundo no Brasil, o orçamento da saúde foi massacrado de forma, penso eu, inédita na nossa história recente. Já no seu primeiro ano de orçamento, segundo dados da Consultoria de Orçamento da Câmara, o governo FHC cortou em 45% os investimentos em saúde. Para piorar, ao longo dos 7 anos seguintes, a recuperação foi lenta, com reajustes homeopáticos, sempre abaixo da inflação. No total, houve apenas um singelo incremento de 10% no orçamento entre 1995 e 2002, período no qual, é bom destacar, a inflação acumulada foi de 114%. Resultado: em 8 anos, em números reais corrigidos pela inflação, o governo do PSDB cortou praticamente pela metade o dinheiro que ia para a pasta da saúde.
De todas as chamadas "heranças malditas" do governo FHC, a saúde foi com certeza uma das mais perniciosas. Só para se ter uma ideia, apesar da recuperação dos investimentos em saúde nos anos Lula, agora sim, com correções do orçamento sempre acima da inflação, o país só voltou a ter em 2012 o nível real de investimento em saúde semelhante ao que tinha em 1995 (esses cálculos de correção pela inflação podem ser feitos na calculadora online que o site do Banco Central fornece).
Vejam bem, o corte no orçamento da saúde no período FHC foi tão virulento, que foram necessários 16 anos para que a pasta recuperasse o padrão de investimento pré-FHC. Isso significa que somente há cerca de 2 anos o país voltou a aumentar de forma real os investimentos em saúde. Nos anos anteriores, estávamos apenas recuperando de forma progressiva aquilo que foi vergonhosamente cortado na segunda metade da década de 1990. Em uma pasta na qual os gastos são cada vez maiores por conta do constante avanço tecnológico, do envelhecimento da população e do aumento da prevalência de doenças crônicas, o país ficou 16 anos "correndo atrás do prejuízo".
Se contarmos somente os anos dos governos Lula+Dilma, houve um aumento de 246% no orçamento da saúde. Descontada a inflação, o aumento real é de quase 80%. A diferença de investimento no orçamento da saúde entre PT e PSDB é colossal e não permite nem sequer uma crítica dos tucanos sobre o assunto.
Vamos agora ver os valores da Copa, que, segundo o senso comum, deveriam ter sido usados para resolver a saúde, a educação, o transporte público e tantas outras mazelas do Brasil, conforme afirmou Ney Matogrosso.
Segundo dados oficiais, os gastos totais com a Copa do mundo giram em torno dos 30 bilhões de reais. Porém, aqui vem a grande pegadinha: a construção de estádios consumiu "somente" cerca de 8 bilhões de reais. Destes, "apenas" 3,9 bilhões são do Governo Federal, através de empréstimos do BNDES (a juros iguais a qualquer outro empréstimo que o banco faz para grandes empresas). É importante destacar que esses valores são acumulados desde 2007. O restante dos 30 bilhões foram, segundo o portal da transparência, investidos, entre outros, em aeroportos (cerca de 6 bilhões), mobilidade urbana (cerca de 8 bilhões), segurança pública (cerca de 2 bilhões), telecomunicações (cerca de 400 milhões) e portos (cerca de 600 milhões). Acho que é ponto pacífico que esses gastos em infra-estrutura não são desperdício de dinheiro.
Portanto, o governo federal, principal alvo da fúria dos protestos contra a Copa, cedeu através de empréstimos - valores que obviamente serão devolvidos ao próprio banco, corrigidos por juros - 3,9 bilhões de reais entre 2007 e 2014 para a construção de estádios (média simples de R$ 500 milhões por ano). Só como comparação, o BNDES emprestou, apenas em 2012, um total de 156 bilhões de reais; 50 bilhões só para pequenas e médias empresas. Em uma matemática bem simplista, podemos dizer que o BNDES empresta anualmente para pequenas e médias empresas 100 vezes mais que a média anual emprestada para estádios da Copa.
Esses dados por si só já desmentem várias "verdades" sobre os gastos da Copa que têm sido propagadas nas redes sociais e na grande imprensa. A jovem do vídeo fala em gastos de 30 bilhões de dólares com estádios (o equivalente a mais de 60 bilhões de reais no câmbio atual). Uma superestimação de mais de 750%. O Arnaldo Jabor, em coluna recente, afirmou que o Governo Federal gastou mais de 30 bilhões de reais em estádios. Também mente e superestima os gastos federais em quase 1000%. O Jabor é só um exemplo. Há vários outros jornalistas distorcendo sem nenhum pudor os valores gastos na construção dos estádios. 30 bilhões virou o número mágico que serve para tudo. Mas a imprensa, que deveria esclarecer a população, infelizmente, prefere explorar o tema Copa do Mundo de forma a beneficiar a oposição em ano eleitoral.
Vamos agora comparar esses valores da Copa com o orçamento da saúde para vermos o quanto o país poderia estar melhor nesta área.
Reparem que os valores acima são comparados apenas com o orçamento da saúde. Se fossemos incluir também o orçamento da educação, o percentual de gastos do governo federal, via BNDES, cairia para menos de 0,4%.
Mesmo se usássemos todos os 30 bilhões como comparação, isso ainda representaria apenas 5% do orçamento da saúde desde 2007. Incluindo saúde + educação, o percentual cai para menos de 3%. Se incluirmos mobilidade urbana, cai para cerca de 1%. Concluindo, os gastos com a Copa do Mundo, qualquer que seja o valor usado, corresponde a menos de 1% do orçamento das principais pastas da área social. Desde 2010, o governo investiu 968 bilhões apenas em educação, saúde e mobilidade urbana. Isso equivale a construir todos os 12 estádios da Copa 121 vezes.
Agora me respondam, fala sério alguém que diz que o dinheiro dos estádios poderia ter sido usado para dar jeito no país? Só quem não faz a menor ideia do que é o orçamento da União pode repetir esse tipo de bobagem.
O orçamento anual da União é de 2.4 trilhões de reais. Nos últimos 5 anos, o país gastou cerca de 1 trilhão de reais só com o pagamento de juros da dívida pública. Esse é o dinheiro que realmente deixa de ser investido em saúde e educação. Não são os R$8 bilhões dos estádios.
Estudos mostram que a sonegação de impostos pelos mais ricos retira do orçamento cerca de 415 bilhões de reais todos os anos, dezenas de vezes mais que a corrupção. Isso significa que entre 2007 e 2014, o Estado deixou de arrecadar cerca de 3 trilhões de reais. Alguém ainda acha que os 30 bilhões totais da Copa são o problema?
Querem mais exemplos? Em 2007, a oposição, com essencial apoio da imprensa, conseguiu derrubar a CPMF, imposto que ajudava a identificar sonegadores e poderia render cerca de 40 bilhões de reais por ano para a Saúde. Com o fim da CPMF, estima-se que o orçamento da saúde perdeu cerca de 280 bilhões de reais entre 2007 e 2014, 35 vezes mais que o custo dos estádios pra Copa.
Para terminar os exemplos, caso os ricaços do Brasil pagassem IPVA pelas suas lanchas, helicópteros e jatinhos privados (sim, você é obrigado a pagar imposto sobre veiculo motorizada do seu Gol 1000, mas os milionários do Brasil têm isenção em seus motorizados de luxo) o estado arrecadaria cerca de R$ 8 bilhões de reais a mais todos os anos. Ou seja, com esse dinheiro daria para reconstruir anualmente todos os 12 estádios da Copa.
Acho que não preciso dar mais exemplos para você entender que não é a Copa que impede investimentos relevantes em saúde e educação.
Também não posso deixar de lembrar que a Copa do Mundo não é um evento deficitário, muito pelo contrário. Um estudo recém divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) demonstrou que o impacto da Copa das Confederações, ocorrida em 2013 durante duas semanas, foi de R$ 9,7 bilhões adicionados à economia até a véspera do evento. Isso é mais do que o gasto total com os 12 estádios. Para a Copa, estima-se um adicional de 30 bilhões de reias à economia. O dinheiro da Copa não está sendo jogado no lixo, ele está gerando milhares de empregos e contribuindo para expansão econômica do país em um período de grave crise mundial, no qual as principais economias do mundo sofrem com estagnação econômica e aumento do desemprego.
Para finalizar, vale a pena comentar mais um dado. Segundo a constituição, os principais responsáveis pela gestão do dinheiro do SUS são os estados e municípios. O Governo Federal é diretamente responsável por, literalmente, apenas 1% de todos os hospitais do Brasil. Além disso, das 74.755 unidades de serviço de saúde público do país, apenas 563 (0,7%) são geridas diretamente pelo Governo Federal. Gestão da saúde é, por lei, dever de estados e municípios. O Governo federal é responsável pelo orçamento, mas quem aplica o dinheiro, na maior parte dos casos, são prefeitos e governadores.
Do montante de R$ 106 bilhões do orçamento da Saúde desde ano de 2014, cerca de 74,6% (R$ 79,1 bilhões) são recursos transferidos pela União aos demais entes federados (Estados, Distrito Federal e Municípios) para custeio de ações de assistência médico-hospitalar e de atenção básica à saúde. A cada 4 reais investidos em saúde, 3 são de responsabilidade exclusiva de estados e municípos. Dos 106 bilhões de reais, somente cerca de R$ 9 bilhões (9,3%) são gastos diretos do Governo com unidades sob resposabilidade Federal, como hospitais federais, ANVISA, Fundação Oswaldo Cruz e a Agência Nacional de Saúde Suplementar.
O mesmo raciocínio da Saúde vale para a educação. A constituição é claríssima: o ensino básico e a educação infantil são responsabilidades dos municípios; o ensino médio é responsabilidade do estado. O Governo Federal é responsável pelo ensino superior e por repassar verbas da União para estados e municípios.
Portanto, se você quer fazer discurso político e cobrar das autoridades melhores condições de saúde e ensino, tudo bem. Mas, pelo menos, estude um pouco sobre o assunto. Seja pró-ativo, use a Internet, não fique passivamente esperando que os meios de comunicação lhe digam o que pensar. Não terceirize sua opinião para grupos empresariais que usam a classe média como massa de manobra para defender seus privilégios e interesses.
Eu quero a Verdade .
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Ou será que Lula só conseguiu alguma coisa porque recebeu um país saneado, enquanto que FHC teve que resolver um monte de problemas, renegociar a dívida externa em condições mais favoráveis, moralizar os orçamentos com a Lei de Responsabilidade Fiscal etc., além de atravessar 3 crises internacionais e enfrentar a oposição covarde e constante do PT?
Cara é difícil não ser belicista em debates com esquerdistas .
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Ontem eu falei um " PQP você é burro ? " debatendo com meu irmão esquerdopata , acho melhor eu deixar ele postar as ecas dele e ficar quieto .
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PERSONAGEM: Ferreira Gullar
PAUTA: Entrevista
REPORTER: Maria Luiza Mandes Furia
LOCAL: Rio de Janeiro, RJ.
FOTO: Aline Massuca/Valor
Escritor Ferreira Gullar afirma que o Partido dos Trabalhadores de hoje é bem diferente daquele que nasceu 34 anos atrás; "A pergunta, pois, é o que resta daquele partido que nasceu para mudar o Brasil, uma vez que o jogo duplo continua: Dilma foi a Davos para mostrar lealdade aos princípios que regem o capitalismo e, em seguida, a Cuba para limpar a barra"
9 DE FEVEREIRO DE 2014 ÀS 11:10
http://www.brasil247.com/pt/247/cultura/129631/Ferreira-Gullar-questiona-o-que-restou-do-PT.htm
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247 - Em artigo publicado neste fim de semana, o poeta Ferreira Gullar escreve sobre as transformações do PT, que nasceu em 1980, fazendo uma crítica ao capitalismo, e depois se adaptou a ele. Leia abaixo:
Mudaria o Natal ou mudei eu? - FERREIRA GULLAR
O que resta daquele partido que nasceu para mudar o Brasil, uma vez que o jogo duplo continua?
Amanhã, dia 10 de fevereiro, o Partido dos Trabalhadores completa 34 anos de fundação. Esse fato me levou a perguntar se esse partido se manteve fiel aos princípios ideológicos que determinaram sua fundação e se, durante tantos anos no governo, realizou o que prometera a seus eleitores.
Antes de tentar responder a essas questões, devo advertir o leitor de que sei muito bem que as coisas mudam e é comum um partido político não cumprir com o que prometeu e desviar-se dos princípios que lhe deram origem. O que me interessa aqui é verificar o que mudou, se é que mudou, e por quê. Para chegarmos a isso, é imprescindível conhecer o documento de fundação do partido.
No caso do PT, esse documento é o manifesto de 21 de outubro de 1980, em que o novo partido se apresenta como porta-voz das "grandes maiorias que constroem a riqueza da Nação" e que querem agora "falar por si próprias".
Mas não apenas falar, elas pretendem, segundo o documento, criar "uma sociedade que responda aos interesses dos trabalhadores e dos demais setores explorados pelo capitalismo". Consequentemente, o PT "nasce da decisão dos explorados de lutar contra um sistema econômico e político que não pode resolver seus problemas, pois só existe para beneficiar uma minoria de privilegiados". Esse sistema seria substituído por "uma nova forma de democracia", "onde não haja nem explorados nem exploradores".
Explicitado o que diz esse manifesto, o novo partido, que nascia então, tinha por objetivo criar uma sociedade dirigida pelos explorados (ou seja, pelo proletariado), e não pelos capitalistas, e assim constituir uma nova democracia, governada por um partido único, cujo objetivo seria a sociedade sem classes.
Trata-se, portanto, de uma versão dissimulada do manifesto comunista de 1848. O novo partido era, portanto, incompatível com o capitalismo, tanto assim que, em 1988, quando foi promulgada a nova constituição democrática, o PT se negou a assiná-la, alegando que ela não correspondia a seus objetivos políticos.
Essa atitude antidemocracia burguesa prevaleceu na pregação do PT até as eleições de 2002, quando, após sucessivas derrotas eleitorais, abaixou o tom e aliou-se a setores da burguesia para ganhar as eleições presidenciais que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva presidente da República.
No governo, Lula adotou o mesmo jogo duplo que nas eleições, ou melhor, aprofundou-o: enquanto dava Bolsa Família aos explorados, usava o BNDES para emprestar dinheiro público, a juros abaixo do mercado, aos exploradores capitalistas.
Mas, como não podia ignorar os compromissos assumidos em favor da "nova democracia" nem do projeto, implícito no manifesto, de nunca mais deixar o poder, passou a comprar os partidos da base parlamentar com dinheiro público, para não lhes conceder ministérios ou direção de empresas estatais. Essa compra de parlamentares virou um escândalo que ficou conhecido como mensalão. Lula, depois de admitir que aquilo era verdade, afirmou que se tratava de caixa dois, o que todos os partidos faziam. E assim, conforme as próprias palavras do seu líder, o PT se tornara um partido igual aos demais. Deixara de ser revolucionário, tornando-se corrupto como muitos outros.
Mas isso não ficou nas palavras de seu líder máximo, pois se tornou verdade por decisão da Suprema Corte de Justiça do país, que condenou algumas das principais figuras do PT por peculato, formação de quadrilha e outros crimes.
Lembram-se da campanha feita pelo PT contra a privatização da Telefônica? Pois é, isso fazia parte de seus princípios anticapitalistas e, por isso mesmo, Lula e Dilma tudo fizeram para não privatizar as rodovias, os portos e aeroportos. Agora, em face da crise que ameaça a economia do país, Dilma foi obrigada a se dobrar à realidade e violar o princípio ideológico do partido.
E a aliança com os partidos burgueses, ruralistas e evangélicos? Seria essa a nova democracia de que falava o manifesto de 1980? A pergunta, pois, é o que resta daquele partido que nasceu para mudar o Brasil, uma vez que o jogo duplo continua: Dilma foi a Davos para mostrar lealdade aos princípios que regem o capitalismo e, em seguida, a Cuba para limpar a barra.
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Meu irmão postou isso :
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Muitos por cento de crescimento de algo pequeno continua sendo algo pequeno.