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Comentários
Esperado por quem? A natureza como um todo não tem intencionalidade.
Ademais, "prototípico" não é sinônimo de "natural". Falando em termos informais um sabiá parece, de algum modo, ser um melhor exemplo de uma ave do que um avestruz. Eu já ouvi gente falar isso. Porém, nunca ouvi alguém dizer que um sabiá é uma ave “mais natural” do que um avestruz.
Andar sobre as patas traseiras não é “mais natural” do que empregar membros anteriores. Andar sobre as patas traseiras é algo mais FUNCIONAL (para a maioria dos humanos, é claro) do que empregar membros anteriores. Funcionalidade e naturalidade são dois conceitos totalmente distintos.
http://www.olavodecarvalho.org/semana/120712dc.html
Mais explicativo e religioso em: http://www.olavodecarvalho.org/semana/120720dc.html
Essa insistencia em pormenores semanticos e justificada dentro da estrategia progressista de medio e longo prazo. Esta consiste justamente no controle da linguagem atraves de expedientes de contaminacao semantica.
Por exemplo, "naturalidade" e um termo que admite um numero de acepcoes possiveis. E estas sao, de maneira geral, discerniveis dentro do contexto local onde o termo e utilizado.
A estrategia de contaminacao consiste em condenar o emprego legitimo do termo atraves da imposicao de uma acepcao particular como politicamente correta. Assim diversas instancias em discursos perfeitamente consistentes se tornam automaticamente invalidadas. O trabalho necessario para refutar argumentos pertinentes e entao poupado e transformado em uma rotina de acusacao de erros lexicais, que pode ser repetida sem o outrora necessario acesso a recursos mais abstratos e sofisticados de pensamento.
Atraves da insistencia continua e do controle de certos veiculos de comunicacao em massa, no medio prazo a nocao politicamente correta pode adquirir uma massa critica de repetidores inconscientes, que como o nosso amigo Huxley, trabalham no sentido de fazer avancar essa estrategia torpe.
Com o tempo, uma variedade de acepcoes comuns para diversos termos se tornam profanas, e o acervo verbal necessario para construir certos tipos de raciocinio se escasseia, ao menos num nivel nao-academico de abstracao semantica.
Sem acesso aos recursos linguisticos necessarios para articularem suas ideias de mundo, aqueles que ainda receavam instintivamente as nocivas ideias progressistas acabam sendo guiados as conclusoes desejadas por seus algozes. Sao como cobaias caminhando para a propria aniquilacao, em um labirinto semiotico desenhado por sadicos empiricistas sociais.
Passei os olhos rapidamente sobre o post e, pelo visto, disse que eu faço parte de uma conspiração gramsciana-progressista da ditadura do politicamente correto, blablablá (como é típico do forista Cabeção).
Falando em termos informais um sabiá parece, de algum modo, ser um melhor exemplo de uma ave do que um avestruz. Eu já ouvi gente falar isso. Porém, geralmente se ouve alguém dizer que um sabiá é uma ave “mais natural” do que um avestruz? NÃO!
Ter cabelo curto poderia ser mais típico de homens do que de mulheres, e, no entanto mulheres têm cabelo curto. Porém, geralmente se ouve dizer que cabelo feminino longo é “mais natural” do que cabelo feminino curto? NÃO!
Se referirmos a parcela de pessoas que dizem que ser destro é "mais natural" do que ser canhoto, então nem se fala!
É curioso ver que esses “politicamente incorretos” querem convencer que frequentemente utilizam expressões de tal forma que só uma pequena minoria usa apenas por "coincidência", mas não como forma de desafio “anti-politicamente correto”. Por outro lado, grandíssima parte das pessoas evita certas expressões para evitar ambiguidades, independentemente de algo "politicamente correto" estar envolvido ou não - vejam o caso do sabiá que eu citei anteriormente.
O forista Ímpio/Buckaroo Banzai já postou uma coisa interessante sobre esse assunto em outro fórum...
De fato voce passou os olhos rapidamente.
Isso porque eu nao acusei qualquer participacao sua em uma conspiracao.
Leia com mais atencao que voce percebera que eu empreguei os termos "repetir" e "inconscientemente".
Ademais, nao ha necessidade de uma conspiracao concreta para a emergencia de uma estrategia distinta. O padrao de sabotagem linguistica progressista foi descrito num primeiro momento por Gramsci, mas atribuir-lhe papel de arquiteto de qualquer coisa me parece superestimar o seu papel num processo muito mais complexo.
O progressismo e um fenomeno ideologico que tem uma vida propria independente dos interesses particulares de qualquer elite intelectual.
Quando se fala em "estrategias progressistas", a nocao de uma estrategia ecologica de sobrevivencia se aproxima mais do sentido pretendido do que uma intencao consciente de algum enxadrista calculando os proximos movimentos.
Quanto aos exemplos que voce mesmo deu.
Pode-se pensar contextos onde a expressao "mais natural" seria de fato adequada para designar a distincao entre um avestruz e um sabia.
As diferencas morfologicas entre sabias e avestruz tornaram o design dos sabias mais bem-sucedidos numa variedade maior de ambientes, e em virtude disso eles sao criaturas mais familiares para os seres humanos do que os avestruzes.
Essa distincao poderia muito bem ser descrita, ainda que de forma imprecisa do ponto de vista estritamente tecnico, como "mais natural".
Mas o ponto e que esse uso do conceito de "naturalidade" jamais levantaria as mesmas ressalvas que o seu emprego em questoes ligadas a sexualidade.
O domínio do padrão é parte essencial da competência linguística do falante. Ninguém suficientemente instruído tem o direito de dizer “frô” e “ingrês”... ou falar que morcego é uma ave, que astrologia é uma ciência, etc. Se não há qualquer dever de respeitar o padrão, então a competência linguística se torna impossível de ser distinguida da incompetência linguística. É por isso que eu acho que o seu “natural/mais natural” parece inadequado, para dizer o mínimo.
Ademais, eu tenho razões para desconfiar da neutralidade ou “inocência” da forma de uso de certos termos que certas pessoas alegam ser neutras, como demonstra as duas brilhantes analogias do forista Ímpio quotadas no meu post anterior (e os outros argumentos que empreguei).
Ok, então defina especificamente e claramente o seu "é o que se percebe como mais sintonizado com um padrão de funcionamento esperado de um sistema." Que padrão? Esperado em relação às expectativas de quem ou do quê? Estou dando a oportunidade de você se explicar melhor.
E impossivel atingir um nivel de precisao absoluta na linguagem verbal.
Voce mesmo diz "ninguem [...] tem o direito de dizer 'fro'".
Considere por um momento a frase "ninguem tem o direito de agredir um inocente.".
Existem claramente duas acepcoes possiveis para a expressao "nao ter o direito".
Eu nao imagino que com essa expressao voce proponha que pessoas que se expressam de uma determinada forma devam sofrer as sancoes legais aplicaveis a individuos fora do seu direito.
Eu entendo perfeitamente que essa e uma figura de linguagem. A intencao sendo a de apontar que certas formas de se expressar, dentro de certos contextos, nao sao consideradas apropriadas por eventuais interlocutores.
Da mesma maneira, "naturalidade" e um termo que admite uma variedade de acepcoes.
Em geral, dependendo da competencia retorica daquele que o emprega, o conceito buscado fica claro no contexto.
Embora considere a definicao dada satisfatoria, posso elaborar na minha acepcao previa de naturalidade enquanto "sintonia com um padrão de funcionamento esperado de um sistema."
A razao humana busca padroes de funcionamento nos fenomenos por ela percebidos no cosmo.
Ela entao isola elementos e os organiza em categorias e sistemas interativos, tentando assim criar um quadro abstrato que permita tecer um entendimento a cerca dos processos.
Certos comportamentos sistemicos sao mais familiares e previsiveis do que outros, fazem parte da experiencia previa dos observadores, e podem ser explicados recorrendo a principios mais comuns e universais.
Esses sao designados "naturais". E na medida em que determinados comportamentos sao estranhos ao atual entendimento existente eles sao vistos considerados "menos naturais".
Em grande medida o processo recente de boiolizacao do ocidente e pouco natural dentro de um entendimento social rudimentar.
Mas ele se torna de certa forma mais natural quando o observador se interessa em encaixa-lo dentro da historia evolutiva do miasma ideologico progressista, do qual ele e um componente chave.
Segundo você, e aqui não estou fazendo nenhum juízo de valor sobre estar ou não correto, o nazismo foi fruto da ideologia progressista e até aonde eu sei eles não fizeram nenhuma ação boiolizante, pelo contrário, eles estimulavam a família tradicional e os casais a terem vários filhos.
Ter o direito de sair do país ainda que eu não tenha o menor interesse e dinheiro para isso não me parece frescura.
Existe uma histeria em torno do assunto. Homossexuais tendem a fazer estardalhaço por qualquer bobagem, mas isso não justifica menosprezar suas reinvidicações justas.
Isto é um terreno perigoso. Poderia ser usado, por exemplo, por racistas, afinal, eles também poderiam, e discordariam, de que negros tenham o mesmo direito e capacidade que brancos.
Bancos que não queiram dar crédito e/ou emprego a negros também deveriam ter esse direito respeitado??
De que casamento estamos falando? Civil ou religioso?
Se for religioso, realmente não é da alçada do estado.
Mas se for civil, aí a coisa muda, pois com o casamento civil vem os direitos e deveres que são o estado que garante e cobra, respectivamente.
Entenda que o progressismo nao e uma doutrina monolitica.
O progressismo e uma caracteristica persistente de certos fenomenos ideologicos, dentre eles o nazismo. O nazismo integra um cluster de ideologias progressistas revolucionarias que tinha bastante suporte intelectual no comeco do seculo XX, do qual e provavelmente um dos representantes menos sofisticados.
Mas ideologia nazista incorporava elementos para prevalecer, e mesmo se alastrar violentamente num espaco de 12 anos, dentro de um momento historico do povo alemao.
Nao que a pluralidade que elegeu Hitler em 33 estivesse plenamente consciente das suas intencoes. Nao que Hitler mesmo estivesse. Isso e comum em movimentos de carater progressista, principios, intencoes e objetivos finais evoluem com os acontecimentos.
O sentimento anti-semita por exemplo nao era muito maior do que em outros paises, e partidos anti-semitas nao tinham muita representatividade. Durante suas campanhas em a partir de 28, Hitler e seus capangas removeram o anti-semitismo do discurso principal. Apenas apos ser elevado da condicao de maluco agitador de bracos a lider supremo de uma potencia mundial que ele pode dar inicio as encenacoes como a Kristallnacht, que elevariam o anti-semitismo a um nivel de catarse nacional.
Contudo ela nao deve ser necessariamente tomada como representante prototipica do progressismo de um modo geral, mas como uma manifestacao particular desse principio.
No mais, apesar de todas as catastrofes promovidas pelo nazismo durante a sua relativamente curta proeminencia, e interessante notar que ele nao produziu nenhuma mudanca drastica permanente na cultura e civilidade do povo alemao, que apesar desses lamentaveis episodios, permanacem na vanguarda da humanidade.
Formas mais brandas de progressismo sao muito mais nocivas no longo termo. A geracao hipnotizada por Hitler pode ser retirada do seu transe, mas as varias geracoes doutrinadas pelo progressismo boiolizante modernos talvez ja estejam alem da salvacao.
Essa é a razão do comportamento homossexual ser considerado um traço “menos natural” do que o comportamento heterossexual? Menos familiar, menos previsível e mais estranho ao atual entendimento existente? Então, de acordo com sua definição, você estaria comprometido a acreditar que o fenômeno do surgimento da vida em um planeta qualquer é “menos natural” que o comportamento homossexual. Existem teorias evolutivas que explicam a origem da homossexualidade, mas, por outro lado, a abiogênese é quase um completo mistério. Menos familiar, menos previsível e mais estranho ao atual entendimento existente.
Eu acredito que “familiaridade/capacidade de previsão/compreensão teórica” e “natural” são conceitos tão distintos quanto dia e noite. Não se deve confundir as teorias - que são produtos humanos sujeitos ao desenvolvimento e à mudança - com o modo de comportamento do mundo físico, que está pré-ordenado pela natureza do mundo antes que a ciência chegue mesmo a começar. Nossas teorias são um tipo de produto social, embora a extensão em que são capazes de lidar com o mundo físico, que não é um produto social, não seja determinada socialmente.
Cada um inventa a analogia que lhe serve.
A minha é que este tipo de reinvidicação é como vegetarianos exigirem que as churrascarias sirvam rodízio de tofu, uma vez que possuem o mesmo direito dos carnívoros de terem suas preferências atendidas.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
Cada um tenta inventar uma analogia que sirva a seus propósitos. Mas algumas são mais razoáveis que outras.
E aquelas que são mais razoáveis podem ser justificadas razoavelmente.
Justifico a minha a partir do fato de que a militância gay não reinvidica o direito de acesso à instituição do casamento e sim que a instituição do casamento seja redefinida para atender às suas reivindicações, o que é muito diferente.
Nada contra que se institucionalize garantias às necessidades específicas de minorias comportamentais, coisa que pode muito bem ser feita sem descaracterizar as instituições fundamentais da sociedade.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!
É o fim de algo tal como o conhecemos.
Mas qual é o problema nisso? Qual é o grande mal em redefinir o casamento? Por que deveríamos nos apegar a forma como é hoje e relutar em mudar?
Não estamos falando de um modismo, isto para mim fica bem claro. Mas seja mais específico. Em quê a mudança no casamento civil mudará a vida daqueles que são contra?
Quanto às leis, elas são criadas e mudadas o tempo todo, por quê essa seria tão devastadora assim?
Essa percepcao e fundamental e eu venho tentando enfatizar esse ponto ha muito tempo.
Conservadorismo nao se trata de uma oposicao caduca a todo tipo de mudanca social.
O conservadorismo e uma posicao que admite mudancas naturais nas instituicoes. Mudancas que nao sao introduzidas por agendas politicas mas que sao assimiladas atraves de uma relativamente lenta aquisicao de novos costumes por individuos e comunidades locais.
Esse processo permite conservar aquilo que e bom e descartar aquilo que e ruim.
O conservador reage quando engenheiros sociais se propoem a descrever e implementar um futuro ideal que so pode ser atingido atraves da intervencao geral no funcionamente de certas instituicoes consagradas.
Esse nao e o processo legitimo de mudancas institucionais e os riscos assumidos ao empreender essas transformacoes e muitas vezes subestimado e so compreendido em retrospecto as catastrofes promovidas.
As instituicoes nao evoluem visando um fim ideologico de uma classe dominante. As instituicoes evoluem na medida que o entendimento tecnologico e moral; assim como as relacoes interpessoais, evoluem.
Nao ha proposito teleologico para a sociedade, ela e um epifenomeno que resulta dos processos de troca material e psicologico entre os diferentes participantes.
E as instituicoes sao os padroes estaveis de comportamento coletivo observados e compreendidos por esses participantes, e nao instrumentos operados por entidades misticas meta-individuais.
Esse entendimento nao e apenas importante do ponto de vista intelectual e academico. Ele e apenas uma melhor descricao de um sistema, uma solucao para um problema abstrato.
Diante de um ambiente moderno de vandalismo institucional, ele se torna um imperativo ecologico para a sobrevivencia da propria civilizacao.
A ideia progressista da utilidade e plasticidade de instituicoes e extremamente perigosa, e nao ha como enfatizar essa observacao o bastante. O funcionamento do organismo social depende de um delicado equilibrio de instituicoes cuja totalidade nos nao compreendemos, e nem precisamos compreender. E ao sabotar esse equilibrio, ou julgar compreende-lo o suficiente para prever como alteracoes estruturais o afetarao, coloca-se tudo em risco.
Se a persistencia e prosperidade de uma civilizacao humana for um valor universal, o progressismo, nas suas mais variadas manifestacoes, deve ser amplamente denunciado.
O progressismo se alastra e ganha momento na medida que seus sofismas sao propagados de maneira viral por alguns poucos individuos mais articulados.
E o combate ao progressismo deve empregar similar estrategia.
As mesmas questões podem ser lançadas no sentido inverso.
A grande questão resultante é se o maior ganho social está em alterar ou manter estas instituições.
É um vício ideológico acreditar que a mudança nas instituições resulta sempre em algo melhor.
Neste caso em particular, entre os próprios homossexuais há quem discorde da viabilidade de eles adotarem o modelo tradicional de casamento, que segundo eles já é inadequado mesmo para os casais normais.
Do ponto de vista social, tanto faz com quem adultos voluntariamente vão para a cama ou estabelecem relações afetivas. O interesse comunitário se concentra na instituição familiar, como núcleo procriativo e perpetuador da sociedade.
Nesta hora há quem lance a bobagem de questionar os casais normais que não querem ou não podem ter filhos, como se instituições se definissem no caráter particular e não no geral.
Enfim, há grande dúvida se as reivindicações da militância homossexual beneficiam alguém que não os líderes desta própria militância e até prova em contrário a experiência acumulada por milênios fala mais alto que os interesses de meia dúzia.
Nós, Indios.
Lutar com Bravura, morrer com Honra!