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Comentários
Ok, vamos por partes, como diria o Jack.
Falamos de um funcionamento, de uma existência que tentamos compreender. Sempre é possível que estejamos errados, sempre é possível que nossa observação, até aqui, tenha sido incorreta ou, mais provável, incompleta. Mas podemos fazer certas abordagens lógicas, partindo do princípio de que eu não sei o que é esse final. Não tenho essa informação ou, pelo menos, não a tenho de forma segura, inquestionável.
Tenho consciência de que a “iluminação” não se parece com nada que eu já tenha imaginado. Então, dizer como é ou deixa de ser são apenas conjecturas, como você bem o disse. Mas a conjectura vale para nós dois. Quando você enxerga estagnação em uma condição que não precisa (ou não pode) evoluir, você está apenas projetando suas necessidades humanas e limitadas em uma realidade ainda não conhecida. Não é com a mente (atual) que você vai lidar com isso. Seja o que for que nos espera, você estará equipado da forma correta para estar ali e viver aquela realidade. Ou não estaria ali. Se assim não fosse, a própria existência de Deus seria inviável, pois, o que mais Ele poderia fazer?
Talvez exista mesmo um tédio associado à plenitude, um tédio divino. Talvez isso explique nossa existência, como magistralmente você propôs (lembra?). Olho com simpatia para essas teorias e nada há de absurdo que as comprometa. Mas são teorias, são possibilidades. A verdade é que não sabemos.
Porém...
O que mais me chamou a atenção, na sua birra, foi a semelhança com – mil perdões – a atitude religiosa. Vou tentar explicar: O religioso se agarra à ideia de vida eterna e nada parece ser mais devastador, para ele, do que a noção de não existência. E essa é uma questão muito combatida pelo ateu, que não aceita apegar-se a fantasias para que sua vida tenha sentido. Bem, se não houver vida após a morte do corpo físico, de nada adiantará os religiosos baterem o pé, eles vão desaparecer com a mesma desimportância com que apareceram. Trazendo esse exemplo para a nossa conversa, por mais incômodo que nos pareça, deixar de existir como indivíduo, nada impede que esse seja nosso destino.
Sua rejeição pela morte do indivíduo não é muito diferente da rejeição religiosa à ideia de não existência. Eu acreditei, durante muito tempo, que minha individualidade seria preservada. Depois, tive que aceitar que essa é uma possibilidade tão razoável quanto outra qualquer. Eu não tenho, com já disse, essa informação, então não a descarto apenas porque é desagradável.
Argumento excelente. Você está pronto, jovem Skywalker.
Mas lembre-se de sua proposta. Se Deus precisa da configuração humana para poder “experimentar”, Ele poderia estar fazendo isso indefinidamente. Ou seja, somos apenas os personagens da vez.
Estou lançando outras conjecturas, estou abrindo o leque de possibilidades. Isso não significa que ignorei seu ótimo argumento. É algo que vale muito a pena ser analisado.
Sim, mas o argumento da eternidade é uma faca de dois gumes. Ele também pode ser empregado aqui. A existência sugere aprendizado; o aprendizado requer tempo; o tempo é a eternidade. E aí? Eternamente alunos? E não afastei a ideia de que não estamos aqui para aprender. A questão é que uma teoria necessita da outra. Estar aqui por outra razão que não o aprendizado, faria muito sentido se Deus estivesse mesmo “vivendo” através da humanidade e, novamente, isso não garante a manutenção da individualidade. Uma máquina pode ser eterna, desde que as peças sejam trocadas de acordo com seu desgaste.
Mas você entende que esse desejo não tem qualquer poder sobre a realidade, seja ela qual for, certo?
Sim, a morte do indivíduo pode estar determinada desde o primeiro pulsar. Não sabemos.
Não há o que agradecer, Silvana. Você é livre para participar de qualquer debate, sem esperar a anuência de quem quer que seja. E o debate fica mais interessante quando pessoas inteligentes participam. Vice-versa válido.
Minha amiga, não perca de vista o que eu falei sobre minha incompatibilidade com o ocultismo. Acabei de fazer uma pesquisa no Google, para saber algo sobre St. Germain e encontrei várias referências a chamas violetas, 7º raio e etc. Não se aborreça comigo, ok? Mas eu não vou conseguir conversar com você nesse terreno. Precisamos encontrar um ambiente neutro, onde nossos interesses estejam mais aproximados.
Suspeito que 99% dos foristas não estão muito interessados no que conversamos.
Vou ler, e depois comentaremos.
Falando da forma simples de sempre: Não sei o que nos impulsiona, mas teorizo que somos como aquelas minúsculas tartarugas que, após eclodirem, correm em direção à praia e lançam-se ao mar. Por que elas fazem isso? Como sabem em que direção seguir?
Acredito que nós, tartaruguinhas, sabemos (sem saber) a direção que devemos tomar e somos atraídos inexoravelmente pelo oceano que mantém a vida.
“Aquele que escuta a verdade tem o mesmo valor de quem a enuncia”
Gosto muito desse pensamento de Gibran. Não digo que concordo com ele, mas que o compreendo. Tem muita coisa aí, nessas poucas palavras.
Tudo o que podemos compreender, tudo o que podemos alcançar... é lá que estamos. Esse é o nosso nível. Se nos referimos a um ser, classificando-o como superior, resta óbvio que não estamos prontos para compreender ou analisar tal ser, ou não seria superior. Temos o direito de especular, mas isso é tão só um exercício intelectual, não uma verdade conhecida. Provavelmente, muito provavelmente, estaremos errados. Podemos nos perguntar:
Por que ele estaria sozinho? Por que não há outros como ele? Se estiver sozinho, por que isso o incomodaria? Ele possui lembranças ou tem à sua disposição todo o conhecimento humano? Por que um ser superno teria desejos? Haveria outra visão, outra força motriz, ou isso fere o conceito de plenitude?
Tente encontrar as respostas e verá que as próprias perguntas se modificam. Como possibilidade (que considero infinitas) aceito o que você sugeriu, mas, ainda no campo das possibilidades, aposto mais na ausência de necessidades de um ser que transcendeu a condição humana.
Para não perder o hábito: Perfeito.
A questão não é ser religiosa, é que todo conceito passa por mãos humanas e sabemos que o ser humano muitas vezes tende a exagerar ou colocar algo seu em algo. O que poderia ser algo x se torna algo y por conta da intervenção humana em explicar algo. Por isso que deve-se sempre questionar afim de peneirar a sujeira na informação que o ser humano faz.
― Winston Churchill
Ok, concordo. E não estou argumentando nada diferente disso. Tudo o que está sendo dito, neste tópico, tem a mão humana dando um toque a mais ou a menos. A regra que vale para mim, vale para todos. E eu não disse exatamente que o Marcio teve uma atitude religiosa; apenas fiz um paralelo entre o que ele propôs e a necessidade religiosa de que a existência tenha continuidade. Nossos desejos e nossas insatisfações não podem mudar o que quer que seja a existência humana.
Esqueci de comentar essa parte.
Questionar, Percival, é o que faço desde a infância. Como você acha que rompi com as tradições católicas onde fui criado?
Não condenei o questionamento do Marcio. Acrescentei outros.
A razão é bem simples voce diz que a consciência sem materia é uma tela morta ou inativa, pressuponho que sem matéria não ha nenhum ego mas, se não houver um pós mundo esta iluminação como tudo mais ainda estará encaixada dentro da ilusão vida.
Se eu acreditar na morte eterna, esta iluminação aqui no mundo material, não me servirá para nada.
e se for ao contrario essa iluminação não passará de mais uma viajem ? sair de uma ilusão e entrar em outra ?
os limites estão ai para serem superados e não anulados.
assim fica fácil voce cria um personagem , determina os sentimentos dele assim possue conhecimento de causa para poder julgar as ações dele.
mas, na vida real não possuímos todo esse conhecimento por isso não temos toda essa autoridade para julga-los com sabedoria.
por exemplo considerando a possibilidade de uma vida passada , talvez a mulher esteja resgatando uma divida com o tal malandro, dai o sacrifício.
defendo a teoria de que na formação inicial do ser "eu", antes desta consciência vem o sentimento do desejo que caracteriza a nossa personalidade,mas me diga um ser sem personalidade ainda continua sendo um ser ?
para mim ainda ta muito difícil conseguir entender esta sua visão ?
tá difícil, muito dificil
ainda não aprendi julgar os reais motivos que movem o ser "eu" ou ser "iludido",primeiro terei que consultar um psicólogo, depois irei consultar a Empatologista Sal.
todos são apegados nato mas, sou mesmo apegado a vida ,mas devo me "matar" para poder provar ao contrario ?
um pessoa ainda apegada não pode encontrar essa sua iluminação ?
traduzindo motor por desejos esses em qualquer hipótese seriam apenas ilusões do ego?
Se jesus não agiu por ele mesmo ,nem pelo ego , nem por Deus veio por quem, ou impulsionado por qual motor, ou motivação?
até aqui beleza.
aqui azeda, voce defende que o egoismo ou individualismo é uma ilusão causada pelo ego mas contraditóriamente afirma que ele é capaz de produzir ações corretas, então por que busca uma iluminação para poder anular ele ?
quando voce busca pela iluminação quem é o motor desta ação ?
se a ilusão existe todos ja não estão no mesmo lugar?
De fato a ilusão divina fez ele acreditar-se ser uma humanidade, acabe com essa ilusão e Ele voltará a ser apenas Um, como era antes de ter criado a sua ilusão humana, isto mesmo nós somos a ilusão divina, sua parte infantil sentindo o prazer de crescer.
do tipo o monge se incendiando na rua na busca da auto-iluminação ?
quando um psicopata mata sua família e se suicida ele demonstra um ato de insanidade ou um ato apegado ou desapegado ?
como você sabe que a ilusão do modo que você consegue enxergar aqui, não seja também apenas mais uma ilusão sua?
por que Deus nos teria criados iludidos, para depois nos desiludir ?
ou porque Deus teria teria se tornado um ignorante humano para depois voltar a ser um sábio ?
o ser não ser seria cíclico? ou tende a fluir eternamente em um sentido constante ?
perder o desejo não significa deixar de existir ?
sem nenhuma consciência sem existências
Sim, a mente fundamental é dinâmica. Mudanças na forma de acréscimos e descartes de dados sensoriais.
À cada jogo, mudamos um bocadinho.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
bom talvez este conceito seja apenas a nossa tentativa de querer humanizar Deus mas, mesmo assim eu continuo acreditando que nós somos a "eterna" parte infantil de Dele.
podemos crescer,amadurecer e tambem nos tonar pai, porem sempre seremos eternas crianças diante da soberania consciente Deus.
o principal traço de personalidade é se não outro o nosso desejo, por exemplo o novo avatar pode vir equipado com um cérebro mais hábil, um instinto mais apurado, sentidos mais sofisticados,mas o que predominará será a vontade da nossa consciência e essa personalidade ou sentimentos e desejos são frutos adquiridos pela eternidades, por isso me recusar acreditar que são apenas frutos de ilusões que devemos descartar.
no jogo da vida cessado o prazer causado pelo conhecimento proporcionado pelas conquistas,esgotadas todas possibilidades da experiência com o novo, surge a necessidade de uma nova fase e devido a infinidade de fases, a cada nível vemos o jogo da vida como se estivéssemos vivenciando outro jogo ainda desconhecido..
E qual seria a diferença entre deixar de existir e perder sua individualidade ?
sem nenhuma consciência sem existências
A outra dificuldade é o que está por trás do ego, o que vai 'surgir' depois da morte dele.
Esses dois quesitos estão totalmente fora daquilo que conseguimos perceber.
É uma tentativa de se compreender usando algumas ferramentas lógicas, no mínimo.
Imersos no jogo é tudo o que temos, devemos esperar que nele próprio haja pistas sutis. Fora do jogo só temos à nós mesmos e nada mais.
Se o significado de "iluminação" for o entendimento completo de todos os sistemas.
Eu diria que talvez seja inalcançável. Mesmo porque eu suspeito que os sistemas são mutáveis, e isso significa que haveria uma "iluminação" diferente para cada ciclo.
Quanto à mim, só tento, por meio de minhas conjecturas, perceber aspectos desse ciclo em que estou imerso agora.
Sim, sim, sim, são só conjecturas, hipóteses e nada mais que isso.
Certo, mas há um aspecto muito importante aí: estamos inseridos num ciclo de um jogo, entretanto, mesmo se utilizando de uma personagem peculiar, AINDA É A MENTE FUNDAMENTAL que esta ativa, existindo, controlando, agindo. No jogo ou sozinho, é sempre da mente fundamental que estamos tratando.
Minhas necessidades no jogo vem das minhas necessidades enquanto ser mental, eu tento satisfaze-las no jogo porque sozinho não consigo.
Entendeu? As necessidades são da mente, sempre, e elas só podem ser satisfeitas no jogo.
A mente atual ainda sou eu. Estou aqui para "viver" todos os aspectos possíveis do jogo, estou equipado para isso conectado ao meu personagem.
Não creio que haja deus, há eu, você, os outros, as mentes fundamentais interagindo.
E há o sistema que suporta isso tudo. (essa parte é mais complicada ainda)
A minha inferência sobre o tédio se baseia naquilo que eu entendo sobre o que seja uma mente. Que é à princípio, algo que é dinâmico que usa dados e informações na sua constituição mental.
Parece evidente que se forem retirados os inputs de dados que fluem para a mente, ela se torna estagnada, sem opções sensoriais. Em outras palavras, "sem ter o que fazer", isso é o tédio.
E são teorias sim, hipóteses na verdade. Pois as teorias são alicerçadas sobre fatos ja comprovados.
E estou bem ciente que mesmo que minha hipótese tenha um elegante encadeamento lógico, isso não significa necessariamente que seja expressão de uma verdade.
Mas é no mínimo um ponto de partida que deve servir para alguma coisa.
Fica frio amigo. Eu mesmo ja havia percebido isso, é mesmo uma inconformação pela possível efemeridade da mente. Não é uma idéia agradável para ninguém. Acho que todos temos isso dentro de nós, religiosos ou não. Talvez religiosos apenas se limitem à uma única possibilidade.
É uma possibilidade também, tão viável quanto umas e outras.
Nem por isso devemos nos ater apenas à ela.
Como disse, a efemeridade da mente perturba à todos. Religiosos se limitam ao conceito deus, com quem querem se religar para se manterem eternos.
Eu jamais descartei a possibilidade tenebrosa do fim da mente, pelas observações nuas e cruas do mundo, é a que mais parece poder gerar uma teoria consistente.
Mas é que agora estou tratando da hipótese contraria. Só isso.
Descartei O DEUS, dessa equação. As mentes fundamentais ja bastam para dar uma coerência à hipótese.
Assim nós habitamos as personagens que são apenas uns subsistemas dentro do sistema.
A coisa se dá de forma cíclica, cada cenário é um ciclo que deve se encerrar nalgum momento, depois outro é gerado e um novo ciclo se inicia. Assim as possibilidades se tornam infinitas. O tédio se desfaz.
Certo, eu muito leio suas conjecturas expostas aqui, e do Sybok, confesso que não compreendi muitos pontos que a mim me pareceram confusos.
Esse é meu ponto, não estamos aqui para aprender exatamente, estamos para vivenciar, experimentar, sentir. A única forma de termos isso pela eternidade sem repetições é por ciclos distintos. Cada ciclo é uma fonte impar de sensações para nós.
Se o sentido de tudo for aprender algo, ele se encerra quando tivermos aprendido. E aí?
Se há a eternidade, então já teríamos todos aprendido o que quer que seja.
Não UM indivíduo apenas, não UM deus. Pense que podemos ser muitos indivíduos desde sempre.
Por que UM deus apenas? Deus ainda seria uma mente individual. Talvez MUITAS mentes, MUITOS deuses. Se podemos intuir uma mente, podemos estender isso para MUITAS MENTES.
Uma máquina que está no jogo, pode se desgastar sim. Um sistema fundamental apenas muda de configuração. Ainda assim serão eternos quanto a existência.
Mas, como é que você pode afirmar isso se sequer sabemos como é de fato a realidade?
Eu elimino tudo ao meu redor, só sobra eu comigo mesmo, não se escapa disso.
Pulsar é existir, a existência é eterna. O pulsar nunca se iniciou, desde sempre pulsou. Ciclo, existir, mente, individuo.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
observe na gênese: "Façamos o homem a nossa imagem e semelhança"
vejamos: a mente cria uma imagem, as mãos trabalham e a transformam em uma realidade concreta que até então era considerada inexistente.
passei por uma experiência em que perdi todos os sentidos físicos, menos a consciência então fiquei neste estado raciocinando sobre onde me encontrava me senti-a feliz e em paz, muito diferente ao estado real o qual meu corpo se encontrava.
sem nenhuma consciência sem existências
fora da matéria = inteligencia consciente fora do mundo físico
Então vamos simplificar essa pendenga você acredita que a consciência do ser sobrevive a morte do corpo ?
sem nenhuma consciência sem existências
Bom, como eu disse ao Ayyavazhi, não trabalho com a idéia de um deus. Eu penso em muitas mentes individuais. Elas não precisam exatamente disso e daquilo, elas sentem isso e aquilo, para poderem ser.
A lógica da eternidade é paradoxal. Mas sem a idéia de eternidade não se pode construir a idéia de existência fundamental. Algo não pode surgir do nada absoluto. Se existimos somos então eternos fundamentalmente, pois não se pode passar a existir do nada.
Possibilidades infinitas deve significar que é possível que haja ciclos que nunca se repetem. Veja que de um ciclo para outro, basta um átomo a menos ou a mais para diferenciar um do outro.
Veja que mesmo um jogo pode ser jogado de muitas maneiras diferentes.
Ou então simplesmente a mente é fruto apenas da matéria que conhecemos. A configuração se desfaz com a morte e pronto, acabou.
Isso também faz todo o sentido.
Ou então podemos ficar repetindo um mesmo ciclo eternamente, só que a cada "morte" toda a memória é apagada e seria como se nunca tivéssemos jogado antes o jogo. Isso resolve também o dilema.
Ou então...!
Pode ser, mas tudo vai finalizar quando finalmente tivermos aprendido seja la o que for, aqui primeiro e depois pra valer.
Com a eternidade enfiada nisso tudo, acho eu que ja teríamos aprendido. Né?
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Esse conceito de deus não seria humano apenas? Do ponto de vista do jogo?
Deuses tem que ser: Oniscientes, onipotentes, inabaláveis. Projeção de como queríamos que um deus fosse. Só isso.
Mesmo um deus não pode fugir da sua natureza. E nem da eternidade. Ele seria um refém dela.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
afirmou sim que para haver consciência em atividade era necessário existir a matéria seja ela de qual tipo for.
Mas o que seria uma consciência inativa uma tela vazia , ou esta comparação de tela vazia e consciência também não é sua ?
Se a culpa pela ilusão não pode ser creditada totalmente ao ego quem seriam o outros agentes desta causa?
Se o ego é um aspecto mecânico do corpo logo tem sua origem na matéria.
considerando que eu morra um escravo na escuridão desta ilusão, meu ser deixa de ser ?
Vê Deus como um ser dual ? ou ainda uma trindade quando os dois se juntam para formar o ser humano ?
O Deus vivo e o Deus mecânico são algo distintos ? o mecânico é burro, cego e ainda responsável pela ilusão do ego ?
o que seria uma consciência inativa inconsciente ? Qualquer coisa menos um ser! Uma consciência inativa me parece algo contraditório do tipo inexistente.
Penso que esse algo possa ser classificado como "pensamentos" gerados por essa consciência e quando projetados para fora dão forma a realidade fisica.
Assim penso exatamente ao contrario, matéria seria uma tela em branco e os pensamentos que a consciência projeta nela passam ser uma realidade conhecida e registrada por ela.
o mundo fisico seriam formado por projeções de consciências ainda podendo serem alterados pela projeção de pensamentos de outras consciências, havendo uma inteiração de pensamentos dando formas a infinitas realidades.
Contudo para haver esta inteiração de consciências é necessário estarem sintonizadas nas mesmas frequência, caso contrario o pensamento de uma ou ainda realidade de uma poderá ser parcialmente ou totalmente ignorada por outras consciências.
A tela em branco inicial seria o estado da não criação onde só existia a consciência Deus sem ação, só pensamentos.
Na criação a consciência Deus passou agir projetando seus pensamentos nesta tela formando o que conhecemos como o mundo material, então este mundo como o vemos seriam os pensamentos divinos tomando forma através da nossa consciências limitadas, quanto maior as interatividades,maior a experiência, maior capacidade de sintonizar os pensamentos divinos que dão forma a nossa realidade conhecida.
ou os pensamentos de Deus soprando realidades através delas .
sem nenhuma consciência sem existências
eu acho realmente que voce considera que Deus poderia ter criado um mundo melhor para voce, sempre repetindo A vida é uma ilusão, um sadismo e uma sacanagem divina.
"somos as cobaias que Deus colocou para andar numa eterna rodinha de espinhos"
"e tu Sybok por fazer uma falsa interpretação da minha razão se voltara contra mim"
a cada um sera dado conforme suas obras
sem nenhuma consciência sem existências
ok! finalmente começo entender suas idéias porem , por em quanto penso exatamente ao contrario, o mundo seria apenas uma imagem projetada pelas consciências, logo a realidade é relativa ha um mesmo grupo sintonizados interagindo na mesma frequência dos pensamentos que dão forma a estas realidades relativas sentida e vivenciadas apenas por este grupo.
Mas segue o jogo, vamos ver no que dá!
sem nenhuma consciência sem existências
alem de desejos e sentimentos voce seria mais o que um pensamento Divino desprovido de tudo isso?
sem nenhuma consciência sem existências
O conceito de eternidade gera paradoxos interessantes, não? Seus argumentos foram impecáveis, Sybok.
Marcio, acredito que não faria muita diferença considerar a existência de Deus ou o domínio das mentes, como você tem proposto. A eternidade sempre será tempo demais para que esse jogo seja jogado infinitas vezes, com todas as variáveis possíveis. Em algum momento, Deus ou a mentes se cansariam do jogo. A lógica do Sybok se mantém. Não podemos, até o momento, considerar as motivações aqui propostas como plausíveis, frente ao conceito de eternidade. Até para a diversão a eternidade é tempo demais. A motivação deve ser outra.
Início à partir do que? O nada absoluto não pode iniciar coisas, sistemas.
Então voltamos à eternidade daquilo que iniciou algo.
O paradoxo permanece.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Então! Sem eternidade podemos inferir que a existência fundamental teria um início, um decorrer e um fim.
Só que, isso também gera paradoxos. Início a partir do que? Do nada absoluto? Como um nada absoluto pode gerar algo que se inicia e se finda?
Existência fundamental só pode ser eterna. Ainda que ela posso gerar ciclos com início, decorrer e fim. Mas são apenas os ciclos que se iniciam e se findam, sempre dentro dessa existência.
Tempo é outra coisa estranha que sequer pode ser conceituado sem uma existência.
O tempo é a quantização do movimento por comparação com outro movimento. Só isso.
Eternidade é uma propriedade da existência. Em certos domínios ou níveis o tempo pode ser suspenso, o movimento pode ser suspenso.
Leia isso: Coisas efêmeras só podem existir dentro de uma existência eterna. O contrário é impossível.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Nós sempre iremos fazer isso. Sempre estaremos usando nossa lógica e nosso intelecto para tentar compreender o incompreensível. Vou ser bem sincero: não acho possível. Nossas ferramentas cognitivas não podem montar esse quebra-cabeças. Mas o exercício é válido. Ao tentarmos o impossível, chegaremos a algum lugar, até então inimaginável. E sim, no jogo existem pistas sutis. Muitas.
Necessariamente, a consciência não precisa estar limitada pelo sistema. Uma consciência suprema pode conhecer todas as configurações de todos os sistemas possíveis.
Sim, eu entendi. Percebo sua lógica, mas eu vou precisar de mais do que isso para ignorar a armadilha criada pelo paradoxo da eternidade.
Acho que você não deveria desconsiderar a hipótese Deus. Isso fere sua própria argumentação, que arma configurações baseadas em... Hipóteses! Deus representa uma fatia considerável no leque de possibilidades. Descartar, salvo engano, arbitrariamente, possibilidades tão ricas, limita muito suas opções e reduz sua investigação a uma simples manifestação de suas preferências ou identificações pessoais.
Você percebe que um encadeamento lógico é sempre rompido por outro encadeamento lógico? Tudo o que sabemos sobre a mente é fruto de nossa atual capacidade cognitiva. Tentar decifrar essas supermentes, ou Deus, através de um processo racional, mostra-se inconsistente e vulnerável. Se nossas hipóteses precisam sempre de remendos, é porque elas são exercícios intelectuais inócuos, que ainda nem arranharam a realidade.
Tinha certeza que você perceberia. Sim, a efemeridade da mente não é uma ideia agradável. Eu a alimentei por muito tempo e fui bastante resistente quando comecei a pensar em abandoná-la. Abandonar não significa que já tenho a resposta e sei que o final é esse. Significa deixar de acreditar por acreditar, e considerar outras possibilidades, mesmo que desagradáveis.
Não, não devemos. O que eu não quero é ignorá-la.
Eu não empregaria o termo "limitam" na mesma frase onde trato do conceito Deus. As possibilidades vão ao infinito quando a equação recebe essa variável. Mas entendo seu ponto de vista. No mais, já concordei, é perturbador pensar na extinção da individualidade.
Sim, já respondi a isso, ou, pelo menos, expus minha opinião. Quanto às mentes fundamentais, elas bastam para dar coerência à determinada hipótese, se desconsiderarmos outras. Elas bastam dentro de um espectro limitado de possibilidades que, por ignorar tantas mais, aumentam muito a probabilidade de erro na aposta feita. Não há nenhum motivo razoável para descartar Deus, já que estamos falando em possibilidades.
E por que não perguntou, homem? Talvez eu nem saiba a resposta mas tenho muito a aprender tentando.
Sim. Seu argumento continua desafiador. Mas a mesma eternidade tornaria finitos e enfadonhos os ciclos que poderíamos engendrar. A eternidade não aceita esse tipo de negociação. Se as mentes estão sujeitas ao tédio, elas não podem ser eternas.
Ou um único Deus que pode se dividir em infinitas mentes. Quantas configurações cabem nessas conjecturas?
No exemplo que eu dei, a máquina continua a existir, mas as peças são sempre trocadas. É uma peça idêntica à anterior, mas não é MESMA peça. Neste caso, nós não seríamos as mesmas mentes que atuaram neste Universo em um passado remoto. Nem seremos as mesmas que atuarão em um futuro qualquer. Isso resolveria, em parte, o problema da eternidade. Mas não aposto um centavo nessa hipótese.
Cacete. E o pior é que faz sentido. Sem saber o que é a realidade, eu não posso afirmar nada a respeito dela, nem mesmo o que me parece mais lógico. Ainda é cedo para abrir mão de uma ideia que sempre me pareceu uma lógica primária, basilar. Mas reconheço a sutileza do seu argumento.
Eu pensei nisso também. Mas será que resolve o problema? Não nos cansaríamos de, INFINITAMENTE, repetir a experiência de iniciar um novo ciclo?
Tenho dificuldade para entender o tempo. Um conceito, por exemplo, que nunca consegui ver nitidamente é o "sempre existente". Como algo pode sempre existir? Minha mente lógica está habituada a aceitar que tudo tem um início. Mas não adianta estabelecer um início, um marco zero, a singularidade. Eu sempre vou pensar no que havia antes desse início. Ou seja, não compreendo isso.